A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O HOMEM DO "CASCO" AZUL

Nos anos 1950/51 as Alfa Romeo haviam dominado o Mundial de F I, em 50 com Nino Farina e 51 com o incrivel Juan Manuel Fangio. Os motores desses dois primeiros anos da F I eram ou 1.500 cc com compressores ou 4.500 cc aspirados e no final de 51 as Alfas 1.500 cc chegavam a absurdos 410 hp. As Ferraris com um jovem Italiano vinham chegando perto, até andando na frente em alguns circuitos mas uma mudança na categoria se fazia nessessária para que outras marcas pudessem brigar por vitórias. Uns dizem que por medo das Mercedes Bens outros que por força do Comendador o certo é que a FIA através da CSI mudou o regulamento para os campeonatos de 52/53 e como não havia tempo suficiente para novos carros e motores resolveu adotar o regulamento da Formula II para aquelas duas temporadas. Ou seja motores até 2.000 cc aspirados.


Alberto "Ciccio" Ascari cujo pai Antonio havia pilotado junto com Enzo e para Enzo na Alfa Romeo nasceu em Milão no ano de 1918 aos sete anos perde seu pai. Antonio vinha liderando o GP da França em Montlehly com uma Alfa Romeo da equipe comandada por Enzo quando sofreu o acidente fatal.
Começa sua carreira correndo de motos mas logo vai para os carros. A nefasta II Guerra Mundial atrapalhou as carreiras de grandes pilotos entre eles Ciccio que à época começava despontar como um grande piloto.
Logo após o fim da guerra retoma sua carreira incentivado pelo grande Luigi "Gigi" Vilorezi correndo de Maserati. Antes da atual Formula Um venceu correndo com a Maseti A6GCS da Officine Alfieri Maserati alguns GPs. Em 1949 já correndo pela Ferrari,com uma 166C vence o GP de Bari que no ano anterior havia sido vencido por nosso grande Chico Landi.

1950 começa a Formula Um e Enzo tendo perdido Farina e Fangio para Alfa Romeo contrata a jovem promessa junto com Gigi Viloresi e Raimond Sommer para defender as cores da Ferrari. Aquele ano e o seguinte foram da Alfa Romeo com dois grandes pilotos Farina e Fangio embora Farina se condoesse dos anos perdidos para a guerra.



Em 1951 Ciccio vence para Ferrari duas corridas, Nurburgring e enfrentando valentemente as Alfa Romeo consegue uma vitória espetacular no Templo Italiano do automobilismo Monza. Agora já era o idolo que os Italianos procuravam para dar continuidade a seus grandes nomes.





Em 1952 Ciccio Ascari foi arrasador venceu seis corridas do mundial com sua Ferrari 500 e foi finalmente campeão do mundo inconteste. Ainda encontrou tempo para corer as 500 Milhas de Indianapolis que de 1950 à 1960 faziam parte do calendario da Formula Um, classificou bem mas sua corrida com a Ferrari de 4.500 cc durou apenas quarenta voltas.


1953 começou o campeonato de forma arrasadora com três vitóriasa consecutivas ele e sua Ferrari pareciam imbatíveis. Em Bremgarten no GP da Suiça ele parte na pole e logo abre uma distancia enorme sobre Fangio com a Maserati A6SSG que ao final do campeonato começava a ter seu desempenho parecido com as Ferrari. Na metade da corrida um problema em um dos injetores de seus carburadores faz com que entre nos boxes, perdeu 1m30s mas voltou ainda em sexto lugar. Logo depois já está em terceiro atrás somente das duas Ferraris de sua equipe, Giuseppe Farina agora na Ferrari liderava seguido de Mike Hawthorn, pilotando à sua maneira tirava três segundos por volta de Hawthorn e em poucas voltas já encostava e o ultrapassava para ir em busca de Farina. Apesar de Farina saber que os boxes ordenariam a Ciccio manter posição ele vindo em um ritmo alucinante passou seu companheiro de equipe sem que Farina nada pudesse fazer. Dizem que esse foi o principio dos desentendimentos com Enzo Ferrari. Mas ele era novamente campeão do mundo, bi-campeão em duas temporadas em que pode mostrar ao mundo toda sua velocidade, garra e determinação.

Em 1954 Fangio foi arrasador com sua Mercedes Benz W196 tornando-se assim tambem bi-campeão do mundo de Formula Um. E Ciccio se despedia da Ferrari para tentar na Lancia repetir seus feitos. Em 1954 vence com uma Lancia D24 V6 a tradicional e prestigiosa Mille Miglia, era assim o heroi do povo Italiano, verdadeiro herdeiro do grande Tazio Nuvolari falecido em Agosto do ano anterior. As Mille Miglia neste ano passam por Mântua cidade natal de Tazio em sua homenagem.



Em 1955 com a Mercedes Benz se retirando das competições a Lancia vislumbrava alguma possibilidade de competir de igual para igual com as outras marcas. Ascari com 37 anos estava na plenitude de sua forma, dez anos mais jovem que Fangio ainda tinha muito tempo pela frente.



Em Monaco veio aquele acidente em que caiu no mar e nada sofreu e quatro dias após em Monza onde seu amigo Castelotti treinava com uma Ferrari Sport, antes de ir embora resolveu dar algumas voltas com o carro.

Na curva Di Viallone sua Ferrari escapa e Ciccio num treino que não era seu perde a vida. Hoje a curva de Monza é denominada Variante Ascari.

Aos trinta e sete anos, pai dedicado deixa uma filha e o filho Antonio, nome em homenagem a seu pai. Deixa também a Italia sem seu Grande Campeão, herdeiro legitimo de seu vitorioso pai Antonio Ascari e do Grande Tazio Nuvolari.




Por  Henrique Mércio e Rui Amaral : Nossa modesta homenagem ao Grande Campeão.
 
 

3 comentários:

  1. Rui estou conhecendo muito com essas Historias
    valeu
    abs

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  2. Histórias com FERRARIS, sempre emocionam.
    E com FERRARI, sempre haverá material para se contar histórias.
    Não dá para se falar em automobilismo, sem tocar no sagrado nome FERRARI!
    Romeu.

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  3. Sabe Orlando e Romeu um dia quero escrever sb a relação de amor e brigas entre o fantástico Enzo e os pilotos que ele mais admirava. Já li muito sb isso e por mais incrivel que pareça não cheguei até hj a nenhuma conclusão. Quem entregaria um campeonato a Jody quando aos quatro ventos dizia ser Gilles seu piloto preferido?
    E o fato de não entregar Ferrari de F I a bons pilotos Italianos?
    É um tema fantástico como foi o Comendatore.

    Abs

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Rui Amaral Jr