A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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terça-feira, 29 de abril de 2025

Pronto para ser campeão ... GP da Europa 1972 Brands Hatch

 


Sem o mimimi de hoje vinte e seis carros largaram.


Ickx aproveita a força de seu motor e pula na frante.
Pega na primeira volta.
Emerson subindo para Druids Bend.

 1972 – Depois de 1971, um ano a esquecer, Emerson estava pronto, a Lotus 72D havia evoluído, com a confiança de Chapman e demais membros da equipe, certamente lutaria pelo título. O único senão é que correria sozinho, pois contra Tyrrel e McLaren que tinham dois botas em cada carro, o “segundo” piloto contratado, Dave Walker, que havia andado bem na F.3, se mostrou totalmente incompetente para tocar um F.Um.

Encontrei há cerca de duas semana um canal no YouTube com antigas corridas da F.Um, e a primeira que assisti foi a do GP da Europa de 1972 em Brands Hatch, justamente uma corrida que assisti in loco.

A pole foi de Ickx com a Ferrari 312B2, com Emerson ao seu lado, Revson em 3º com a McLaren M19A e Stewart em 4º com a Tyrrel 003.

Ickx e a bela 312 B2
Stewart e a Tyrrel 003

Dada a largada Ickx toma ponta com Emerson logo atrás, os 30/40 hps a mais do motor Ferrari dando o tom acima dos Ford-Cosworth DFV de Emerson, Revson e Stewart. Nota-se claramente que Ickx vem no limite, aproveitando o maior torque do motor em saídas de curvas, quando visivelmente usa e abusa do motor e pneus, enquanto isto Emerson de perto vem cozinhando o Belga em fogo lento, não usa a pista toda controla pneus e tudo mais.

Emerson escapa, acredito que na Druids Bend, Stewart vai para segundo e Walker que vinha uma ou duas voltas atrasado passa e  segura o Rato que acena bravo para ele.
Ickx e Stwart ...  

Lá por um terço da corrida Stewart que se livrou de Revson começa a chegar em Emerson, e aí talvez o único erro do Rato pois em uma freada na entrada da floresta seu carro escapa e o Escocês toma seu lugar. Para infelicidade volta logo atrás de Walker, que depois de parar e estar algumas voltas atrasado dificulta querendo mostrar serviço. Nestes momentos podemos ver a grande diferença de tocada de Emerson e Walker, pois este mesmo usando toda a pista e freando em seu limite vem muito mais lento. Emerson gesticula para o alicatão, nota-se que está bravo, isso dura volta ou volta e meia quando o deixa para trás e sai em busca de Stewart.

Ora pois! Justo agora que ia rever o vídeo ele desaparece do canal! Mas vamos lá!

Emerson encosta rápido em Stewart, briga de cachorro grande, quando encontram três ou quatro carros disputando posições, entre eles Wilsinho Fittipaldi com a Brabham BT19, e justo quando o Escocês vai passá-lo titubeia e Emerson de uma só vez os deixa para trás.

Wilsinho de Brabham BT34 e Peterson de March 721 G

Carlos Pace

Niki Lauda e o March 721 G4

Vejam que tudo isto aconteceu na parte alta de Brads, a floresta, e das arquibancadas não dava para ver.

Cevert, Tyrrel 002 tomando a Druids.
Cevert terceiro colocado e a McLaren M19A

Amon 4º colocado com a Matra MS 120C passa Stommelen. 

Emerson encosta em Ickx, mas no meio da corrida a Ferrari do Belga entra nos boxes e abandona, mais para frente no vídeo dá para ver um mecânico mostrando a Ickx uma pequena peça, daquelas que custam certamente no máximo US$10., e que forçou seu abandono.

Emerson e Ickx
Stewart vai para cima de Emerson que resiste, chega a fazer a melhor volta da corrida, tudo inútil e o Rato abre importantes dezesseis pontos sobre ele e caminha célere para o título.

Algumas notas; Wilsinho com a Brabham BT34 chegou em 12º lugar depois de largar em 22º, Pace com a March 711 da equipe Willians depois de largar num ótimo 13º. Infelizmente o vídeo não está mais acessível lá vocês veriam que Walker não tinha a mínima condição de pilotar um F.Um, que o Eifelland Caravans ( se não me engano uma fabrica de trailers ) que era um March 721 enfeitado, que além de horroroso não andava nada, mesmo assim o abnegado Rolf Stommelen apesar de tomar cinco voltas do vencedor ainda chegou em decimo lugar.

Connew PC1 de François Migault.
Época em que era relativamente fácil construir um chassi, colocar um cambio Hewland, o motor Ford-Cosworth e ...

A Lotus 72D de Dave Chalton.
Stommelen sofreu com o Eiffland 21, um March disfarçado, ineficiente e tremendamente feio!

Minha ideia era capturar alguns instantâneos do vídeo, mas ando letárgico e apesar de ter ideia de escrever este demorei um pouco e por algum motivo que não sei explicar o vídeo foi retirado do canal. Porém o canal Ourafilmes – ourafilmes.com - vem mostrando à cada dia antigos vídeos e vale à pena acompanhar. Link https://www.youtube.com/@ourafilmes/videos

Agradeço ao amigo Ary Koeppl o envio das fotos garimpadas na internet  e como sempre as informações precisas da página Racing Sports Cars, link https://www.racingsportscars.com/f1/photo/Brands_Hatch-1972-07-15.html   

 





Antes um corrida de tratores!











Rui Amaral Jr    

 










sábado, 28 de setembro de 2024

Formula 3 - de 1950 a 1973

 

Stirling Moss e a Cooper-JAP 500cc, motor de motocicleta usado em vários carros nas corridas de club na Inglaterra, e usado no início da F.3.    

  Já que escrevi o post anterior sem pesquisar muito, e apesar da boa memória é complicado lembrar de tudo, certas vezes pensando ou deitado depois de escrever me vem algo à memória, algum acontecimento ou algo que li há tempos.

Então, vamos a um pouco de pesquisa e outro de memória, devo lembrar que escrevo principalmente das categorias que seguem as normas da FIA. Nos EUA apesar de seguirem as regras da FIA é tudo muito diferente, mais aberto, onde as associações mandam, ao contrário do modelo federativo como o brasileiro, onde os clubes elegem as federações e elas a diretoria da CBA – Confederação Brasileira de Automobilismo.

A partir de 1950 é criada a categoria de fórmulas, que rege um número enorme delas. É quando começa a F3, que vou tentar explicar agora.

De 1950 até 1964 a F.3 principalmente moldada nas corridas de clube na Inglaterra e Europa usava os motores de 500cc, vindos das motocicletas.

Em 1964 começa a vigorar o novo regulamento, nele os motores de 1.000cc deveriam vir dos carros de montadoras com no mínimo mil exemplares vendidos ao público, assim como os câmbios e o combustível. Aqui uma observação; as montadoras desenvolviam carros com características esportivas para seus modelos comerciais, e nelas ofereciam entre outros, motores mais fortes, várias relações de cambio e diferencial que eram usadas conforme a conveniência na F.3, depois de homologados e vendidas mil unidades. O carro completo deveria pesar no mínimo 400 kg.

A tentativa brasileira de fazer um F.3.
Wilsinho Fittipaldi no Torneio da Argentina de F.3 - 1966
Charles Chukron, Brabham BT10 campeão do torneio argentino.

Foi quando começou o grande interesse dos fabricantes de chassis e preparadores de motores, tanto que grandes nomes que atuavam nas grandes categorias nela se aventuravam para promover suas marcas, Jim Clark de Lotus, Jack Brabham com Brabham, Hill e muitos outros.

Os motores tinham um único carburador e a tomada de ar para eles deveria ter 36mm, alguns não usavam o captador de ar, assim como o motor Ford/Holbay de Emerson, mas aí o carburador ou difusor deve ter essa medida, rendiam cerca de 100 hps. Os motores Ford com duplo comando de válvulas no cabeçote foram os grandes vencedores desta época.

Monza 1969 - Ronnie Peterson de Brabham e Vittorio Branbilla de Tecno.

Ronnie de Tecno no Principado.
Notem que não usam o captador de ar para o carburador - air inlet -, sendo o tamnho do carburador na medida do regulamento, 36mm.
Tony Trimmer no Lotus 73, notem o captador de ar para o carburador.

Agora uma pequena pausa para contar para vocês algo que ouvi do próprio Crispim e acredito nunca escrevi sobre. A equipe VEMAG capitaneada por Jorge Letry tendo como seu fiel escudeiro meu grande amigo Miguel Crispim Ladeira, tirava dos motores DKW de um litro – 1.000cc – cerca de 110 hps, coisa que nenhum dos preparadores da categoria na Europa conseguiam em nenhum dos motores usados na categoria. Na época Colin Chapman, o senhor da Lotus, ficou sabendo e contactou-os para uma possível parceria, onde as Lotus da F.3 usariam os motores DKW preparados por eles. A VEMAG fabricava no Brasil os DKW-Vemag sob autorização da AUDI, se não me engano, e a montadora alemã vendo uma grande oportunidade de difundir sua marca, exigiu que os motores levassem sua marca, e por este motivo o acordo nunca foi efetivado. Um dia pergunto mais ao Crispim e conto.
Tonny Trimmer de Lotus, Interlagos 1971.
Luiz Pereira Bueno com Chevron B15 em Interlagos.
Luiz disputando com Claudio Francisci de Tecno.
Francisci foi campeão italiano da F.3 em 1969.


Em 1971 o regulamento continuava o mesmo, mas a capacidade cúbica dos motores subiu para 1.600cc e a medida do captador de ar para os carburadores, “air inlet”, passaram a ter a medida máxima de 20mm.

Os principais campeonatos ingleses dessa época – me baseio no de 1973 - eram Forward Trust F3, Lombard North Central F3, John Player, foram trinta e nove etapas, algumas com duas corridas no mesmo dia, o grande nome deste ano foi Tony Brise, que infelizmente não teve tempo de mostrar todo seu talento na F.Um. Venceu em um dos principais campeonatos o Jonh Player de Alan Jones (Walter e o Caranguejo vão vibrar!). Tudo isto mais o campeonato europeu, italiano, sueco e francês os mais importantes do continente e mais dez ou vinte mundo afora.

A grande mudança veio a partir de 1974, quando os motores passaram a dois litros, com blocos originais das montadoras, e vou deixar para o próximo post.

Até aqui tínhamos três nomes se destacando na F3 inglesa, Emerson campeão do Les Leston e Lombank Trophy, Pace campeão no Foward Trust Trophy e Wilsinho. E “apenas” um campeão mundial da F.Um ...

 

Ao amigo Miguel Crispim Ladeira; Mestre em sua arte e na vida.

 

Agradeço a contribuição dos amigos Walter e Caranguejo.

Caranguejo – Carlos Henrique Mércio – prepara mais um post de outra categoria dos anos 1970.

 

Abraços

 

Rui Amaral Jr

 

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Há 50 anos - Canada 1973 - Por Ronaldo Nazar

-Emerson Fittipaldi recebe a bandeirada do vencedor, com Colin Chapmann jogando o seu boné para o ar. De nada adiantou, o vencedor segundo a organização da prova foi o americano Peter Revson.    

Em 23 de setembro de 1973 era disputado o GP do Canadá de Fórmula 1. Penúltima etapa do campeonato. Em disputa o vice campeonato mundial. Emerson Fittipaldi, Ronnie Peterson e François Cevert , concorriam ao título. Jackie Stewart tinha sido tri campeão mundial em Monza. Nessa corrida fatos históricos e pitorescos aconteceram. Foi a 1ª corrida em que entrou em ação o "safety car" , ou carro madrinha. Foi também nessa corrida que François Cevert e Jackie Stewart disputaram seu último grande prêmio. Foi a 2ª e última vitória de Peter Revson. Foi a última vitória do patrocinador Yardley na F1. Além de tudo a vitória de Peter Revson foi amplamente contestada pela equipe Lotus, já que não havia ainda a cronometragem eletrônica (era tudo feito à mão), segundo a equipe Lotus, juntamente com a BRM e Shadow, o vencedor teria sido Emerson Fittipaldi. O resultado só foi confirmado 4 horas após o término da corrida. Peter Revson da McLaren foi declarado o vencedor, Emerson Fittipaldi o 2º colocado e Jackie Oliver o 3º. O campeão Jackie Stewart finalizou na 5ª colocação, resultado esse que teria sacramentado o título de 1973 de qualquer jeito, independente do resultado do GP da Itália. 

A largada... Ronnie Peterson parte da pole position tendo ao seu lado o sul africano Jody Scheckter que retornava ao cockpit da Mclaren, depois do GP da Inglaterra. Na segunda fila o argentino Carlos Reutemann com Brabham é seguido por Peter Revson e François Cevert no Tyrrel nº 6.Emerson Fittipaldi aparece à esquerda atrás de Peter Revson, seguido por Denny Hulme.


Foto histórica.... Os três pilotos desaparecidos precocemente... Peter Revson, morto em acidente em Kyalami em fevereiro de 1974, François Cevert morto durante os treinos para o Gp dos EUA 1973 e José Carlos Pace morto em acidente de avião em 1977.

Niki Lauda acaba de ultrapassar Ronnie Peterson e assim , lidera pela 1ª vez um GP de fórmula 1. Foi também a última vez que um BRM liderou uma corrida de F1. Atrás dos dois, o Mclaren de Jody Scheckter.

Após a largada , Ronnie Peterson lidera seguido de Jody Scheckter , Carlos Reutemann, Emerson Fittipaldi, Niki Lauda e Denny Hulme.

Nas primeiras 20 voltas o austríaco Niki Lauda andou muito. Largando da 8ª posição , já estava na 2ª posição na 2ª volta , qdo ultrapassou o sueco Ronnie Peterson. Liderou até a 19ª volta. Aí foi pro box trocar os pneus voltou na 5ª posição , abandonando a corrida na 62ª volta por quebra do câmbio.



Peter Revson pouco apareceu na corrida. Sempre andou no pelotão intermediário. Aqui ele lidera James Hunt que também não fez boa corrida e mais atrás Howden Ganley. Definitivamente a vitória caiu no colo de Revson.

Após a saída do safety car, Beltoise lidera com Oliver e Emerson Fittipaldi no seu encalço. Emerson passou os dois de passagem...

Emerson e Moco no início da prova duelando pela 3ª posição. Pace vinha escalando magnificamente o pelotão, partindo da 19ª posição. Moco foi o único piloto que ultrapassou Emerson a corrida toda. Pena que o Pit stop de Pace tenha sido péssimo , derrubando o piloto brazuca da 3ª para a 23ª posição. Qdo estava novamente em plena recuperação perdeu a roda dianteira e abandonou. Bela corrida do nosso Moco.


Wilsinho Fittipaldi também fez bela corrida. Partindo da 9ª posição ia bem até que dois Pit stops muito demorados derrubaram o brazuca para a 21ª posição. Aí Wilsinho mostrou toda sua categoria terminando a corrida na 11ª posição. Aqui ele lidera Chris Amon, que terminou na sua frente na 10ª posição, James Hunt e Howden Ganley.

O neozelandês Chris Amon pilotando o Tyrrell com bico de Lotus. Amon correu com o carro nessa configuração, apesar de ter dito a Dereck Gardner que a dianteira do carro flutuava muito nas curvas de alta. Mesmo assim Amon finalizou a corrida na 10ª colocação.

O tricampeão mundial Jackie Stewart fez uma corrida de garra. Largando da 10ª posição ao lado de Wilson Fittipaldi, o escocês chegou na 5ª posição a uma volta dos líderes.

Emerson Fittipaldi andou muito a corrida toda. Não venceu por razões dúbias. Foi dele a volta mais rápida.


Ronnie Peterson bateu sua Lotus após fazer a sua 8ª pole position no ano, quebrando o recorde de 7 do "escocês voador" Jim Clark de 1963. Na corrida o veloz sueco teve um furo de pneu bateu no guard rail quebrando a suspensão e abandonando no início.

Na foto vemos o Porsche 914 puxando a fila. Essa foi a 1ª vez que houve intervenção de safety car na F1. E foi errada. Notem que atrás do Porsche vem o Iso Marlboro de Howden Ganley, que erroneamente foi colocado como líder da corrida. E assim criou-se toda a celeuma que culminou com a vitória de Peter Revson.

Essa era a colocação que a torre de cronometragem mostrava ao final das 80 voltas da corrida. Em 1º o n° 1 de Emerson, em 2° o 25 de Ganley, em 3° o 8 de Revson, em 4° o 20 de Beltoise...

Antes da corrida o desfile do escocês Jackie Stewart, comemorando o seu tricampeonato na Fórmula 1.

Após uma polêmica daquelas, o americano Peter Revson é declarado vencedor tendo ao seu lado Emerson Fittipaldi 2º colocado e o inglês Jackie Oliver o 3º colocado.

O vôo fretado com todas equipes indo da Europa para as corridas do Canadá e EUA. Notem a aeromoça com adesivos das equipes. Mais `a frente conversando com alguém na fileira de trás Denny Hulme.



 
Há 50 anos.

Ronaldo Nazar