A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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domingo, 19 de novembro de 2023

Shadow MKI - II

Don Nichols, "Mistery Man", e o designer Trevor Lee Harris. Com o conceito do AVS.
Caranguejo

 Vocês sabem melhor que eu, não sou pesquisador/historiador muito menos escritor, apenas sento à frente do teclado e divido com quem muito me honra ao acompanhar este bloguinho, e também aos que comigo escrevem, algumas coisas que conheço, ou penso conhecer. Quase sempre ao escrever deixo muita coisa de lado, paciência!

Ontem ao escrever sobre o Shadow MKI deixei de lado coisas que vou comentar agora, mas nos sites que anexei muitas informações sobre ele.
Vamos lá...
Um amigo comentou no Face "Que carro esquisito. Parece uma grande gambiarra",  e digo que sim, esquisito e feioso, acontece que eles tentaram inovar tanto que realmente era quase uma cambiara, mas em minha humilde opinião "carro de corridas" feio é aquele que não anda, ao vencer todo carro é belo.

AVS MKI, pilotado pelo Follmer.
Caranguejo


Aqui já temos o Shadow. O carro foi desenvolvido por outro engenheiro: Peter Bryant.
Caranguejo


É obvio que Don seus engenheiros e projetistas não tinham a genialidade de Chapman, muito menos a experiência, mais tarde jogando o jogo fizeram grandes carros e venceram.
O conceito original era fazer um carro que penetrasse no ar mais que os outros, uma grande velocidade final e uma forte saída de curvas. Acontece que antes de tudo um carro de corridas é feito para andar em  pistas, e estas tem curvas de alta e baixa. Fazer um carro para ser rápido apenas em retas foge de qualquer conceito, pois carros de corrida obrigatoriamente são balanceados para cada tipo de circuito, às vezes até podem priorizar a velocidade, mas não da forma como foi feito no MKI. Acertar o carro em uma pista é um trabalho e tanto, antigamente as curvas de alta eram as mais importantes, então era para elas que eram acertados. A asa traseira móvel certamente iria contribuir muito, mas a FIA teve a sabedoria de elimina-las, pois da forma como eram feitas na época eram perigosas, então eles tiveram que fazer um paredão como asa traseira e isto deve ter contribuído muito para o fracasso.

Tomadas para os radiadores?
link


Neste conceito a frente do carro era despojada de tudo que fizesse volume, vejam a opção de amortecedores, então os radiadores do poderoso motor Chevrolet big bloc ( cada cilindro tinha 1.000cc), que gerava muita potencia e altas temperaturas, foi deslocado para trás das rodas traseiras, dificultando muito a refrigeração, que foi a causa da maioria dos abandonos. Na carroceria vermelha aquelas tomadas atrás das rodas traseiras  eram para os radiadores, duvido que serviam. O mais interessante é que parece que Don e seus projetistas nunca ouviram falar das tomadas de ar desenvolvidas pela  NACA - National Advisory Committee for Aeronautics / Comitê Consultivo Nacional para a Aeronáutica - ( link ) , usadas em vários carros da categoria. Escrevi há muito sobre elas, a seguir o link NACA.
https://ruiamaraljr.blogspot.com/2013/05/naca.html
E aqueles pneus baixos, pequenos? A meu ver, só atrapalharam, da utilização correta dos pneus depende muito o acerto do carro, aliás em um post aqui meu amigo Ricardo dá uma aula. Do correto acerto deles dependem um firme freada, o contorno da curva e a aceleração, e duvido  que daquele tamanho e com aquele motorzão eles cumpriam, qualquer uma dessas finalidades.

Anexei algumas fotos e comentários do Caranguejo - Carlos Henrique Mércio - que trocamos via Zap.

Bem, em meu ponto de vista, acredito que mais que um conceito o MKI foi feito para causar um certo alvoroço na categoria, e Don mais que agente secreto era um ótimo propagandista, pois daí veio uma equipe com um grande patrocínio, e vencedora.

Ao meu amigo quero dizer que tive alguns carros de rolimã bem mais bonitos e rápidos, nenhum "uma  gambiarra".


Rui Amaral Junior