A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 5 de junho de 2019

Woodcote, de Olhos Fechados.

No cartaz Ronnie!

Caranguejo - Hoje em dia, com a web, distância é um conceito flexível. Mesmo pessoas que estejam longe uma da outra, graças aos recursos atuais, conseguem manter uma conversação. É o que eu e o Rui Amaral Jr. fazemos nesses telefonemas que a gente faz um para o outro, já há um bom tempo. Resolvemos reproduzir aqui um deles, falando sobre a marcante temporada da F1 de 1973, marcante tanto para mim quanto para ele.

Quando as equipes reuniram-se em Silverstone  no mês de julho, para a disputa da nona etapa do campeonato, nada estava decidido. Jackie Stewart, bicampeão de 1969-71 era o líder do certame com 42 pontos e três vitórias; Emerson Fittipaldi vinha em sua cola, com 41 pontos e três vitórias. A temporada já passara da metade e agora, chegava ao seu mais tradicional palco, onde tudo começara, vinte e três anos antes. Havia então uma boa perspectiva para a prova no velho aeródromo, mas após a largada, no fechamento da primeira volta, na veloz Curva Woodcote, Jody Scheckter o sexto no grid e quarto na classificação, colocou as rodas na grama, perdeu o controle e estatelou-se no muro do outro lado.

Grid - Ronnie na pole, Hulme e Revson.

Rui - Sabe Caranguejo, conforme conversamos vejo muita gente colocando a culpa em Jody, daquele acidente.
Era apenas a sua quarta corrida na categoria, tinha dois botas como companheiros de equipe, o Velho Urso e Peter Revson e estava largando em sexto, atrás apenas de seus parceiros, de Stewart, Emerson e do pole Ronnie Peterson.
Como se vê, apenas três campeões mundiais e dois grandes botas. Scheckter vinha daquele inacreditável acidente em Le Castellet, quando Emerson visivelmente bateu em seu carro quando Jody vinha ponteando.


Jody domina a McLaren num belo sobresterço!

Caranguejo - Sim, algum tempo atrás, fizemos um post a respeito e até trouxemos o grande Ronaldo Nazar, o arquivo vivo do automobilismo para a conversa.

Rui - Exato. Ao largarem, Ronnie tomou a ponta, mas na metade da primeira volta foi ultrapassado por Stewart. Reutemann, numa ótima largada, sobe de oitavo para terceiro, seguido das McLarens de Hulme e Jody, que vem pressionando o companheiro de equipe.


Jody embutido em Hulme...

Caranguejo - Em Kyalami no começo do ano, Scheckter havia sido prejudicado ficando atrás de Hulme e perdendo a posição para Stewart. Acho que dessa vez, ele não quis correr riscos e chegou à Woodcote já na frente do Velho Urso.

Rui - Woodcote, curva de alta velocidade...Stewart, Ronnie e Reutemann a fazem rápido. Jody deve ter perdido a sustentação aerodinâmica. Sai pela grama e acelerado atravessa a pista e bate na mureta dos boxes.

Ronnie, Reutmann e Jody já na grama...

Caranguejo - Aí meu caro, foi um "roda pra que te quero". Muitos envolvidos e a equipe Surtees teve seus três carros destruídos de uma vez. Os demais, alguns sortudos como Mike Beuttler ou os irmãos Fittipaldi escaparam incólumes. O restante bateu em Scheckter ou no muro ou ainda uns nos outros tentando evitar a pilha de destroços. Pior para o italiano Andrea de Adamich, estreando seu Brabham BT-42. Ele teve uma fratura no tornozelo e ficou preso nas ferragens. Só foi retirado depois bombearam todo o combustível do carro e foi possível serrar o cockpit e resgatá-lo.


Hulme, Revson, Cevert...atrás Jody no meio da pista.



Adamich jamais voltaria à F1, exceto na condição de jornalista e dizem, culpa até hoje Scheckter pelo ocorrido.  Aliás,  essa  é  a  questão, não é? Jody é culpado ou foi vítima de uma "caça às bruxas"?

Andrea na Brabham destroçada...

Rui - Acredito que acima de tudo, Jody queria ir para cima dos ponteiros, escapou e talvez na ânsia de voltar, cruzou a pista.
 Ora, bolas! Caso ele viesse em 29º seria apenas uma rodada de um piloto inexperiente mas ele vinha batalhando com as feras, só isto!
Sem querer polemizar, imagine se nós faríamos isso!?

Foto Rob Ryder - Jody... 

Creio que a imprensa brasileira torcendo por mais um campeonato de Emerson, crucificou Scheckter e Fittipaldi por sua vez, de olho na McLaren para 1974, com o polpudo patrocínio da Marlboro e não querendo o audacioso Jody como companheiro de equipe, concordou com tudo que foi dito, escrito e falado. Para mim, caro amigo-sócio-herdeiro deste modesto Blog em que escrevemos, Jody foi culpado.
Sim, culpado, por em sua quarta corrida, estar buscando a ponta, andando feito gente grande entre os grandes, deixando alguns campeões atônitos com aquele jovem talento.

Caranguejo - E claro, depois ainda tivemos corrida. Peterson, o Marrento, puxou o pelotão, seguido do surpreendente Niki Lauda.
Ele havia levado uma batida de Jackie Oliver ainda antes do "incidente Scheckter", mas com o tempo transcorrido entre as largadas a BRM recuperara seu carro. Na segunda largada ele aproveitou os espaços vazios à sua frente. Stewart o superou, mas precipitou-se ao tentar passar Ronnie e foi parar dentro de uma plantação. Niki, com problemas na caixa de velocidades foi ficando para trás. Emerson alcançou a segunda posição mas abandonou devido à transmissão e foi a vez dos McLarens de Hulme e Revson atacarem o sueco. Melhor sorte para Revson,  colhendo  sua primeira vitória.

Podium - Revson comemora em bela companhia, Hulme observa e Ronnie sorri.



Rui - E o Revson?

Caranguejo - Perdeu a mulher. Para o Tom Jones.

Rui - Quem?

Caranguejo - O cantor.

Rui - Mas aqui não é espaço para fofocas.

Caranguejo - Fica para a próxima, então.



CARANGUEJO/ Rui Amaral Jr.


Para o nosso amigo Cmt. Hélio Canini Jr.

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NT: Começo de 1973, eu estava no Rodeio, uma churrascaria de São Paulo, e chega um amigo e fica em nossa mesa. Amigo de família, uns doze anos mais velho, me conhecia desde menino, jornalista de bastidores e muito articulado.
Conversamos sobre minha carreira, que aquele ano eu pensava que iria decolar, afinal em maio eu faria 21 anos e poderia finalmente ter minha carteira de piloto sem as artimanhas que havia usado no ano de minha estréia...
Derrepente ele me vem com esta!; Sabe Ruizinho, o Emerson assinou com a Marlboro e procura uma equipe, deve ser a McLaren!
E a Lotus? E Chapman? E o campeonato deste ano, afinal ele nem começou?
Já havia contado há alguns amigos este papo, mas ao Caranguejo só contei pouco tempo atrás... daí este post!
Notem que no pôster da corrida a John Player coloca Ronnie e não o campeão do mundo na chamada.

Quanto à minha carreira; ela não decolou, à 1º de abril infelizmente morria meu pai aos 59 anos. E a carreira ficou para lá! 


Rui Amaral Jr

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Conta Walter

A manchete daquele momento era o Schecketer; tirou Emerson do GP da França e começou essa confusão toda, na Inglaterra.

Acho o Schecketer fraco, campeão por sorte e pela ajuda qualificada do Villeneuve.

Para mim, a coisa mais marcante desse 'big one' em Silverstone foi o fim da carreira de Andrea de Adamaich, numa Brabham BT43 da Pagnossin.

Outra coisa chamativa é a precariedade dos carros, da pista, da organização, do socorro e de tudo que cercava a F1. Gostosamente precária.

E vejam quantos títulos disputavam essa corrida: Hulme, Hill, Stewart, Emerson, além de futuros campeões, como Scheckewter, Lauda e Hunt.

Três brasileiros!

29 inscritos, humilhando os grids de 20 carros de hoje em dia.

Walter

Alguns dos 29 inscritos

Hill no Shadow DN1
Hunt - March 731 
Amon - Tecno E731
Acima Roger Willianson, abaixo David Purley, na corrida seguinte os dois seriam protagonistas de uma tragédia, que infelizmente ceifou a vida de Willianson. 



Fotos: Internet e do excelente site Racing Sports Cars com os devidos créditos aos autores nas imagens.







terça-feira, 14 de julho de 2015

1973...


Costumo dizer que a temporada de 1973 foi traumatizante para mim, enquanto torcedor. Emmo perdendo o campeonato mundial para o Jackie Smart, a morte do Williamson e no final do ano, as tragédias do Cevert, do Pedro Carneiro Pereira e do Iglesias no espaço de 15 dias. E depois, eu levando pau na 5ª série!!
Hoje, dando uma pesquisada, achei flagrantes de dois momentos cruciais daqueles tempos. 
Emmo, depois daquele toque no Scheckter em Paul Ricard, quando começou a perder o título da temporada e uma sequência do acidente de Cevert no Glen. Repare que na terceira delas, Jody acena desesperado por auxílio.

Coisas que marcam.

Caranguejo

link





São longos nossos papos, o Caranguejo e eu comungamos das mesmas paixões, este é apenas um e-mail que hoje recebi dele, à mim a morte nas pistas também traz um gosto amargo desde o longínquo 1963 quando com onze anos assistia os 500 KM de Interlagos e das arquibancadas soube da morte de Celso Lara Barberis, depois infelizmente presenciei algumas que nem gosto de lembrar.

Aos que se foram fazendo o que gostavam e sabiam.

Rui Amaral Jr 
     

quinta-feira, 10 de julho de 2014

GP DA FRANÇA- 1973



Estava eu em casa, praguejando contra o frio quando toca o telefone. Do outro lado, as vozes do Rui Amaral Lemos Jr. e do Ronaldo Nazar, arquivo vivo do automobilismo brasileiro. “Oi, Caranguejo. Estamos ligando pra saber se ainda estás vivo”. Toda essa distância e esses caras lembram de mim.

- E eu posso saber o que os cérebros avoados estão fazendo?”

- Estamos assistindo ao GP de Paul Ricard, 73.

Le Castellet, GP da França, para mim, o começo da perda do Mundial de 73.

- Quem sabe possas escrever a respeito. - Diz o Rui.

- Se eu escrever, vou colocar vocês dois na história.

...e Emmo começou a perder.

Ronnie vencendo.
Stewart, Jody e Emerson.

No forte do verão francês, muita disputa entre Jody Scheckter (McLaren), Ronnie Peterson (Lotus), Denny Hulme (McLaren), Jackie Stewart (Tyrrell) e Emerson Fittipaldi (Lotus), estava prometida para o GP da França de 1973, em Paul Ricard. Na lista de inscritos, as novidades eram Henri Pescarolo substituindo o aposentado Nanni Galli na Equipe Williams e Reine Wisell no lugar de Mike Beuttler na March (o Cavalo-Marinho acidentou-se numa prova de F2 em Rouen, uma semana antes). Foi quando Emmo começou a perder. Ao que parece na largada, Emerson e Stewart (pole-position) prestaram muita atenção um no outro e Jody aproveitou-se disso bem como Peterson, para dispararem na frente. Stewart, Hulme e Emerson vinham atrás. Jackie e Denny Hulme tiveram problemas com seus pneus e Emmo subiu para terceiro que logo virou segundo quando Ronnie achou que ele estava em melhores condições para atacar Jody Scheckter.




E estava. Mas Jody não se intimidou com a pressão de Fittipaldi e faltando doze voltas, ainda era o líder. Emerson contudo, achou que poderia arriscar-se com um novato como o sulafricano e vencer, se o surpreendesse. A oportunidade surgiu quando encontraram o retardatário Jean Pierre Beltoise e sua BRM pela frente. Fittipaldi deu o bote, mas Jody o percebeu e eles acabaram batendo. Para um homem prudente, Emmo arriscou demais. O GP de Paul Ricard já seria sua segunda corrida sem pontuar e ele continuaria no zero em Silverstone e Zandvoort. Bom para Stewart, que depois do pneu furado, ainda terminou em quarto lugar,abrindo uma pequena vantagem e para Peterson, ganhador de seu primeiro Grande Prêmio. Naquela temporada ele ainda venceria em Osterreichring, Monza e Watkins Glen. 

Emerson tinha uma boa relação com Chapman, mas Colin ficou mal acostumado com o sujeito ao lado do qual aparece na foto, e queria total dedicação. O Mundial chegava à metade e a liderança trocava de dono.


CARANGUEJO


À partir de 1h e 35m o começo da tentativa de ultrapassagem!


Ronnie
O piloto que na Formula Ford usava o nome de Antonio Bronco agora na Ensign N173 como Rick von Opel. Coisas do Benjamim "Biju" Rangel...um dia contamos mais!

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Parabéns meu amigo Caranguejo, não é todo dia que ficamos mais velho, um abração!



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ferrari 312 T4 - 1979


Com a 312 T4 a Ferrari voltou às vitórias em 1979, dominando os dois campeonatos, de pilotos e construtores. A luta pelo Campeonato de  Pilotos é entre Villeneuve e do Sul-Africano Jody Scheckter, que ganharam três corridas cada, sendo Schecter campeão graças a uma maior regularidade. Nas duas primeiras corridas do ano, Argentina e Brasil, foram feitas com as 312 T3, estreando a T4 na África do Sul, com Villeneuve em primeiro e Jody em segundo, repetindo a dobradinha na próxima corrida em Long Beach. A primeira vitória de Scheckter veio em Zolder. Outra dobradinha veio na vitória de Scheckter, desta vez em Monza, onde além de vencer é coroado campeão do mundo.


Gilles vence em Kyalami acima e Long Beach abaixo

Jody vence sua primeira corrida pela Ferrari em Mônaco

O carro é uma evolução da série T, e venceu três títulos de pilotos, Lauda 1975/77 e Jody 1979, e quatro de construtores, 1975/76/77 e 1979 para Casa de Maranello. Seu motor Boxer, com uma grande dimensão transversal não é adequado para a evolução da aerodinâmica e para superar os problemas os técnicos da Ferrari tiveram que alargar ainda mais os lados, para criar os condutores internos que, apropriadamente divididos, conduzem o ar para o radiador e para a alimentação. A suspensão foi redesenhada a fim de criar a menor resistência possível para o ar e os freios traseiros estão in board para reduzir o peso não suspenso, a aderência e aumentar a tração.


Jody vence em Zolder
Vitoria em Monza e o titulo para Jody
Jody em Watkins Glen

Motor:
Traseiro, longitudinal, 12V 180°
Diâmetro e Curso 80 x 49,6 mm
Cilindrada unitária 249,31 cm3
Cilindrada total 2991,80 cm3
Compressão 11,5 : 1
Potencia máxima 379 kW (515 CV) a 12.300 giri/min
Potencia especifica 172 CV/l
Distribuição, duplo comando no cabeçote, 4 válvulas  por cilindro
Alimentação injeção indireta Lucas
Lubrificação carter seco
Ficção multidisco

Chassi monobloco, em liga leve e painéis de alumínio
Suspensão dianteira, independente, quadrilátero transversal, molas helicoidais com amortecedores telescópios in board e barra estabilizadora.
Suspensão traseira, independente, quadrilátero transversal, molas helicoidais, amortecedores telescópicos, in board e barra estabilizadora.
Freios a disco
Cambio 5 marchas + Ré
Direção pinhão e cremalheira
Reservatório de combustível capacidade  190 l
Pneus dianteiros  23/59 x 13
Pneus traseiros  38/68 x 13






A Gilles, Campeão sem titulo...

Rui Amaral Jr

domingo, 26 de agosto de 2012

1973

Silverstone 1973

Jody estreia na FI em Watkins Glen 1972, com MacLaren M19, atrás de seu companheiro Hulme à frente de Emerson, já campeão do mundo. 

Lembro como se fosse hoje, tínhamos um pastifício na R. dos Pinheiros, as massas Tevere, e íamos mudar a industria para Mooca, onde ficavam os Alimentos Selecionados Amaral, e naquele domingo lá estava eu pela manhã acompanhando os trabalhos.
1973 era um ano complicado para mim, tinha corrido a fatídica Copa Brasil de 1972 na Divisão 3 e quebrado nas duas corridas. Para 1973, quando faria 21 anos, meu pai havia prometido investir em minha carreira, que até então era tocada com apenas meu empenho, apesar dele ter pago para mim o aluguel do carro da Equipe De Lamare em algumas corridas de Estreantes e Novatos em 1971.
Em 72 para conseguir montar meu D3 trabalhei com o Expedito Marazzi, brigávamos como cão e gato, mas certamente nos gostávamos como pai e filho. 
Chega 73, e para mim e uma grande mágoa e decepção, em 1º de Abril, meu pai aos 59, faleceu vitima de um AVC.
Ouvia a corrida pelo rádio, entusiasmado com um talvez o bi campeonato do Emerson que vinha muito bem tendo vencido na Argentina, Brasil e Espanha, e com uma possível retomada de minha carreira.    


1973 em Kyalami à frente de Emerson
1973 Le Castellet

Era a quarta corrida de Jody na Formula Um, o sul-africano era sem duvida um piloto rápido e neste ano dividia sua tocada entre a Formula 5.000 e Um. Já em Le Castellet na França, havia tirado de Emerson uma provável vitória, e dele disse nosso campeão "Esse louco é uma ameaça para si mesmo e todos os outros e não pode estar na Fórmula 1". Havia estreado na categoria no GP dos EUA de 1972 em Watkins Glen com uma McLaren M19A da equipe de fabrica, largando em 8º lugar e chegando em 9º. 

Em 1973 correu apenas a terceira etapa em Kyalami, onde largou em 3º e chegou em 9º, tendo quebrado o motor. Depois na França em Le Castellet, quando estreou a McLaren M23 e onde bateu com Emerson.




Não sei por que, mas nunca fui um ouvinte de rádio, gosto muito de musica, mas nunca acompanhei nada por radio, mas naquele dia ouvia atento, Emerson largava na segunda fila com Ronnie na pole tendo ao seu lado dois MacLarens o de Revson e Hulme, na segunda fila Stewart e Emerson e Jody se não me engano, largava na quarta ou quinta fila.

Na largada Emerson fica para trás e Jody já se insinua na Copse e vem brigando com todos, Ronnie vem na ponta mas numa bela ultrapassagem na Becketts Stewart toma a ponta. 
Stewart, Ronnie, Reutmann e Jody tendo deixado Cevert para trás vem em quarto e roda na saída da Woodcote indo parar na reta em frente dos boxes com seu carro atravessado no meio da pista. Primeira volta, adrenalina à mil, e na lambança que se seguiu onze carros bateram. Além do lambão, bateram Chris Amon, Mike Hailwood, Jochen Mass, José Carlos Pace, Jean Pierre Beltoise, Roger Willianson, George Follmer, Jackie Oliver e Andrea De Adamich que ficou preso ao carro e demorou muito tempo até ser retirado.
Nunca o tempo demorou tanto a passar para mim, grudado no radio esperava a retirada de Andrea, na época o fogo era um perigo real na Formula Um e temia-se que o carro dele pudesse incendiar. Depois o alivio por saber que haviam conseguido e o valente italiano vivia.
A vitória na corrida foi de Peter Revson, MacLaren M23, seguido por Peterson e Hulme na outra McLaren.
Quanto a Jody, depois de boas temporadas na Tyrrel e Woolf foi enfim contratado pela Ferrari onde foi campeão do mundo em 1979, ano que depois de tantas expectativas voltei a colocar meu traseiro em um carro de corridas.  


NT: Hoje tem muitas corridas, Formula Indy, onde o Helio ainda tem chances no campeonato, Stock, Paulista e as corridas de ontem em Interlagos, que certamente o Ferraz irá mostrar.
Acontece que tive apenas vontade de escrever, e espero que vocês me desculpem se misturei um pouco de minha vida com os acontecimentos de Silverstone.


Rui Amaral Jr



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PS: 13/09/2014 - Bravo meu amigo Ronaldo Nazar fez o comentário abaixo quando mostrei ontem este post no Face depois do amigo Cezar Fittipaldi colocar a foto acima e nós comentarmos. Um abração ao Ronaldão e ao Cezar.

Rui 

"Ronaldo Nazar - Então vou aqui. Na 1ª volta o Stewart fez uma BRILHANTE ultrapassagem sobre o Peterson e já vinha com um BOQUEIRÃO em cima da turma toda. Pena o Jody ter feito a lambança. Na verdade ele não "entendia" e quase ninguém "entendia" os pneus frios como o Jackie. O homem era realmente uma fera nesse ítem. O Sul africano abusou, pneu frio , veio fora do trilho rodou e foi aquela lambança que todo mundo viu. O De ADamich depois dessa prova nunca mais correu em F1. Só em protótipos qdo ajudou a Alfa a ser campeã mundial em 1975. Foi tb a 1ª vitória de Peter Revson na F1, coisa que antes só Dan Gurney tinha conseguido em 1967 em SPA. E depois dele que tb venceu no Canadá numa discutida corrida , com Emerson em 2 º só o Andretti, que todos nós sabemos que é italiano mas naturalizado americano,venceu na F1 ,mas foi genérico né!!!! Italianão da pesada. E foi nessa corrida que a coisa desandou de vez entre o Emerson e o Colin Chapman, pois o brasileiro já vinha notando um certo "favorecimento" ao sueco em detrimento dele. Mesmo assim ainda foi vice campeão para o Stewart. Bela temporada, belos carros , tremendos pilotos e fim de uma grande equipe no final do ano. Cevert morto e Stewart abandonando a F1." 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PROJETO 34


Templo 1977, curva do "Laranja" Depailler e Peterson num lindo sobreesterço, dois grandes pilotos essa corrida eu vi dali de perto simplesmente de arrepiar.



                        Jody a unica vitoria do Tyrrel P34 no GP da Suécia em Anderstorp 1976


                                                        Depailler num lindo voo em Monaco

                                                                   O Projeto 34

 1975 a grande preocupação das equipes e projetistas era a eorodinâmica, a penetração do carro no ambiente que o envolvia, os pneus e rodas super largos eram obstáculos diretos do ar que passava sobre o carro. Os túneis de vento eram somente em escala reduzida e não havia a informática.
Foi quando Derek Gardner trouxe a Kem Tyrrel a ideia de colocar na frente dos carros rodas de dez polegadas de diâmetro com pneus de perfil baixo, para fazer principalmente que o ar fluísse na dianteira dos carros e para isso concebeu o Projeto 34 o Tyrrel de seis rodas.

Ken Tyrrel abraça a ideia, ele que havia sido campeão do mundo com Stewart em 1973 via a superioridade de sua equipe ser ineficaz diante da MacLarem e Ferrari, alem de perder seu futuro campeão Cevert e logo a seguir Stewart que abandonou as pistas logo após de se tornar tri-campeão do mundo.

Para o Projeto 34 -P34- Ken foi buscar a parceria com a Goodyear para o desenvolvimento dos pneus que seriam colocados em rodas de aro 10 pol. E um dos maiores problemas ao desenvolvimento dos pneus era esse, só a Tyrrel iria usa-lo e não haveria parâmetro com outros carros.

No ano de 1976 sua equipe contava com dois expoentes da F I , Jody Scheckter e Patrick Depailler e foram deles os primeiros testes com o carro e a primeira participação em corridas no GP da Espanha de 1976.

Neste primeiro ano também veio a única vitória do carro com Jody no GP da Suécia em Anderstop tendo Depailler chegado em segundo, seguido de Lauda com Ferrari, Lafitte com Ligier, Hunt de MacLarem e Ragazzoni de Ferrari.

Na época a Formula Um era super competitiva e naquele ano Hunt se consagra campeão com a MacLarem deixada de bandeja para ele por Emerson.


Ronnie, sempre espetacular.

1977 sai Jody Scheckter para a Woolf e chega o Sueco Voador, Ronnie Peterson, neste ano alem de enfrentar um Lauda imbatível na Ferrari, o P 34 começa a ter problemas de desenvolvimento com os pneus, já que era a única equipe a usar e uma nova onda vinda de um grande genio do automobilismo começava a tomar forma. Era o carro asa do incrível Colin Chapman.

Outros carros foram feitos na configuração seis rodas, mas no final de 1977 a FIA resolveu mudar o regulamento e não permitir mais tal configuração.

Ofereço este post a meu amigo Joel - Joel Marcos Cesetti - cujo blog Sport Protótipos de template novo está cada dia melhor.  http://sportprototipos.blogspot.com/2010/08/detalhes.html
Me perdoem qualquer erro de datas e outros, pois esse post foi escrito principalmente do que tenho guardado na memória.


O March de seis rodas provavelmente um caça moedas da equipe. Howden Ganlei pilotando. 








Os pequenos discos de freio, sempre foram um problema nesse carro.

Notem a grossa barra estabilizadora, possivelmente para compensar o super grip que as quatro rodas proporcionavam.



O Willians de seis roda , dizem que o mais rápido de todos.