A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Conta Rogério.

O grid de largada na "mão inglesa". O pole Bianchi está à esquerda, tendo ao lado o Brabham do português Felipe Nogueira que teve que emprestar o carro de Teddy Yip pois o seu foi embarcado por engano para São Francisco nos EUA. (foto do livro Colour and Noise)

Bianchi no final da corrida, tranquilo, até dá uma olhada no fotógrafo.(foto do livro Colour and Noise)

Rui, segue um texto sobre o GP de Macau de 1966, com base na leitura do livro Colour and Noise de Philip Newsome. Seguem as fotos em separado com legendas:
"A participação de Mauro Bianchi no Grande Prêmio de Macau de 1966, abriu uma nova era nas corridas realizadas anualmente na antiga colônia portuguesa na China.  Pela primeira vez participava um piloto profissional de renome internacional e com um carro competitivo como provou ser. Bianchi fora contratado pela Renault para fazer publicidade da sua nova agência de carros na vizinha colônia britânica de Hong Kong.

Bianchi passa raspando o muro na parte estreita do circuito localizada na colina da Guia. 


No ano, o belga Bianchi tinha participado das 24 Horas de Le Mans terminando em nono. Com o mesmo carro, um Renault Alpine de 1300cc, foi a sensação no difícil circuito de Macau de 6,2 km conduzindo o carro com grande habilidade e quebrando a barreira de 3 minutos, ao fazer a melhor volta nos treinos com 2m.57.6s. A imprensa em furor até queria saber como ele alcançou o feito, superando em mais de 6 segundos o antigo recorde, especulando com perguntas bobas como “o que ele teria comido” ou “com quem ele teria saído na noite anterior”.
Apesar de ter largado na pole-position, logo foi superado pelo Brabham do português Felipe de Nogueira e por um Lotus 23B. Mas aos poucos foi superando seus oponentes, inclusive superando o possante Porsche Carrera do japonês Shintiro Taki que chegou em 3º, e ganhou a competição com uma vantagem de um minuto sobre o 2º classificado, o chinês Albert Poon conduzindo o seu Lotus 23. A corrida teve 60 voltas e foi percorrida em 3h.12m.23.2s 
A vitória deu ao Bianchi um status de herói, sendo muito festejado e assediado por fãs, tanto que mereceu dele o comentário de que raramente se via tal entusiasmo nos circuitos europeus, o que o fez sentir-se um Stirling Moss ou Tazio Nuvolari.
Curiosamente, a partir desta edição, que teve 68 inscrições classificando-se 29 para a largada, a publicidade passou a ser liberada nos carros. 
Na época as corridas eram de “Formula Libre (Livre)” na qual participavam todas as categorias de carros, como de turismo, monopostos tanto de Fórmula Júnior ou Fórmula 2, esporte e protótipos.
Vários pilotos brasileiros já participaram do “Grande Prémio de Macau” tal como Roberto Pupo Moreno, Maurício Gugelmin, Ayrton Senna, Maurízio Sandro-Sala, Christian Fittipaldi, Felipe Nasr, Gil de Ferran, Rubens Barrichello, etc.. Senna foi o vencedor em 1983 com um Ralt-Toyota RT3, ano em que a Fórmula 3 passou a ser a categoria padrão para a corrida principal, mantida até hoje."

Rogério Da Luz

O piloto chinês Albert Poon com um Lotus 23 ultrapassa o japonês Shintiro Taki com um Porsche Carrera. Poon ficou em 2º a um minuto do Bianchi e o japonês em terceiro; (foto do livro Colour and Noise)



As fotos são curiosas pois se vê na 4 Bianchi passar pelo Lotus Super 7 capotado do piloto chinês Ho Kar Sur, que perdeu os sapatos (foto 5), e sentado, descalço, sendo consolado pelo fiscal de pista inglês (foto 6). Seguem mais 3 fotos na próxima mensagem.


As fotos acima fui eu que fiz. As demais são do antigo jornal chinês The Star. 



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Seguindo as postagens que resolvi denominar "Conta ..." onde grandes nomes que atuaram em vários segmentos de nosso automobilismo prestam seus depoimentos trago agora o do super fotografo Rogério Da Luz, que se junta aos meus amigos Crispim, Fernando Fagundes, Chico Lameirão, Julio Caio, Jr Lara, Arturão, Duran, Caveira, Ronaldão, Conde, Poppi, Ricardo Achcar, Ricardo Bock, Comendador Canini, Paulo Delavigne, Benjamim Rangel, Regina Calderoni, Claudio Cavallini, Ricardo Mansur e muitos outros, e divide com todos nós um pouco de suas experiencias.
Neste meio tempo ficamos, o Caranguejo e eu com tempo para pensar o que vamos escrever além de ficarmos maravilhados pelos textos de quem esteve lá, e por falar em Caranguejo soube por fontes fidedignas que vem aí um novo post sobre Jimmy Clark, vamos ver!
Obrigado Rogério pelo privilégio, é uma honra e esteja sempre à vontade que a casa é sua.

Um abraço

Rui Amaral Jr






quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Mauro Bianchi em Macau

Na bela foto do Rogério o Alpine A210 Renault de Mauro Bianchi vencedor do  GP de Macau 1966, a única referencia que tenho da prova coloca o piloto Albert Poon de Hong Kong pilotando uma Lotus 23 em segundo lugar em terceiro o Porsche 906 do japonês Shintarou Kaki, em quarto o Jaguar do piloto Wolfkill e em quinto a Lotus 23 do britânico Steve Holland.   


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Os Bianchi

 Mauro é atendido após se acidente em Le Mans, sua grande preocupação era seu irmão Jules, ele temia que ele perdesse a concentração na corrida. 
Seu neto Jules é atendido após o acidente no GP doa Japão 2014.
Lucien e Mauro
Jules o neto de Mauro.

Na década de 1960 os irmãos Mauro e Lucien se destacavam no automobilismo mundial, a paixão pela velocidade vinha de família pois seu pai Roberto Bianchi trabalhara na Ferrari e Alfa Romeo, italiano de nascimento no inicio dos anos 1950 seguindo o piloto Johnny Claes muda-se com a família para Bruxelas e assume a cidadania belga.
Lucien e Mauro seguiram carreira, sendo que Lucien quatro anos mais velho que Mauro já no ano de 1959 tentava pela primeira vez a sorte na Formula Um com um Cooper T51 não se classificando para corrida de Mônaco, sua melhor colocação na categoria foi o terceiro lugar no mesmo GP no ano de 1969 correndo com uma Cooper T86B de fábrica, na corrida seguinte na Bélgica chegou no sexto lugar.
Mauro seguia carreira nos carros esporte correndo para Abarth e na Formula 3 quando correu a Temporada Argentina de Formula 3 em 1966 com um Alpine-Renault A279 Mignoret sendo o terceiro colocado atrás de Silvio Moser e do argentino Nasif Stefano. 

 Mauro, F2 em Pau, 1966 
Lucien, F.Um em Spa 1968
Lucien, Maro e M. Avidano 
Vitória de Lucien e Mauro nos 500 KM de Nurburgring 1965 com o Alpine M65 Renault 1.300cc




1968 Lucien Bianchi e Pedro Rodriguez vencem as 24 Horas de Le Mans.



 Mauro com seu Alpine A220 Renault Gordini 2.996cc bate violentamente, enquanto se recuperava no hospital o avô de Lucien é surpreendido pela morte do irmão em Le Mans.
  
O ano de 1968 foi auspicioso para os irmãos, Lucien pilotava para Ford tendo vencido com Pedro Rodriguez as 24 Horas de Le Mans, neste mesmo ano Mauro sofre o acidente com o Alpine que o deixou no estado em que vemos na foto dele sentado numa cadeira sendo atendido. Em 1969 Lucien se transfere para Alfa Romeo e testando uma P33 em Le Mans perde o controle do carro,  bate num poste telegráfico e  perde a vida na pista onde havia alcançado a gloria no ano anterior, Mauro imediatamente para de correr abalado com a perda do irmão.

Triste sina de Mauro quando quase meio século depois vê seu neto Jules sofrer o trágico acidente no GP do Japão de 2014.  

À Mauro e Jules.

Caranguejo e Rui Amaral Jr  

Agradecemos aos amigos Ronaldo Nazar, Ricardo Cunha e Speeder.


           

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Le Mans 1968 - II

 
A foto dos vencedores, Pedro Rodriguez/Lucien Bianchi e seu GT40. 

Emoções distintas para o família Bianchi nessas 24 Horas.
Enquanto o irmão mais velho, Lucien vencia a prova, o caçula Mauro sofria um terrível acidente ao bater seu Alpine A220 após a Ponte Dunlop, devido a problemas nos freios. O carro, recém-abastecido (mal saira dos boxes) explodiu e Mauro Bianchi só sobreviveu por puro milagre ainda que seriamente queimado.

O Alpine A220 T62, motor V8 de 3 litros de Mauro e Patrick Depailler 

Curiosamente, ele estava mais interessado em não ter atrapalhado a corrida de Lucien devido à sua batida.
Seis meses mais tarde, enquanto completa sua lenta recuperação no hospital, o avô de Jules Bianchi é surpreendido com a notícia que Lucien morreu treinando com uma Alfa-Romeo T33, ao bater em um poste telegráfico.
Amargurado, decidiu abandonar o automobilismo.
Atualmente, o neto luta para resgatar o nome da família, correndo pela Marussia na F1.

Caranguejo