A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Menino...

 

Pit stop do Chevette amarelo nos 500 KM.

Ontem recebo um Zap do Águia com um link para o Histórias 
"[20:35, 17/10/2023] Águia: Boa noite querido Rui, recebi uma msg do Ricardo Mansur 
"Vc foi o vencedor dos 500 kms de Interlagos de 1973  com seu Chevette Categoria classe A ( Div 1 )" 
Li toda essa sua publicação."

O link é para um depoimento, para o Histórias, de meu amigo Ricardo Málio Mansur e que vou transcrever a seguir.
                             
                          1973 - 500 QUILÔMETROS DE INTERLAGOS.
                                                                                    link

Os amigos Ricardo e Claudio.



"Sempre acreditando na boa fé de todos, companheiros e concorrentes, escolhemos para participar de uma pequena "endurance", um veículo totalmente original cuja durabilidade e resistência eram super comprovadas e que sua suspensão robusta, manteria durante o transcorrer da prova o alinhamento original de fábrica. Portanto em detrimento da estabilidade para uma única freagem, na "Curva 3", a garantia da perfeita geometria e mínimo desgaste e arrasto de pneus no  restante do "Anel Externo". 
Quando chegou minha vez de "passear" pelo anel externo, um carro da classe "A" me chamou a atenção: Passou por mim próximo a entrada dos boxes a uns 8 a 10 quilômetros a mais! De acordo com uma renomada revista, em exaustivos testes, a velocidade final dos dois dava uma diferença de menos de 2 quilômetros. Para minha surpresa, freou levemente na "1", e não foi para sacanear não, cheguei bem próximo na "2". No "Retão" abriu uns 30/40 metros. Me aproximei bem na saída da "3", mas na subida da "Junção" me despachou de vez! Quando passei o carro para o Cavallini, fui ao box do "bração" e avisei que iria reclamar motor, câmbio e suspensão! Andar na reta daquele jeito, com geometria de D3? Cambagem negativa e divergente? Os mecânicos e o piloto riram e falaram: Reclama do nosso braço também! Manda abrir! Aqui é muito piloto...
Não tive dúvidas! Reclamei o "bólido". Estranhamente o diretor técnico me procurou nos boxes para dizer que eu não poderia reclamar pois estava em 11º e o carro em questão, em 1º. Falei: A prova ainda não acabou! Ele retrucou: Eles vão reclamar o seu também! Falei: Ótimo, fiquem à vontade!
Terminou a prova: Nós em 3º e eles em 1º. Levei de imediato meu carro para o barracão para ser desmontado. Mas, para minha surpresa, lá não estavam os campeões: Nem pilotos nem mecânicos! Cadê os Campeões, perguntei ao diretor! Acho que quebrou na pista ou acabou o combustível, respondeu! Como o Quim tinha pressa em retornar a Santos e meu carro já estava sendo desmontado, fui com o carro do Cavallini percorrer a pista inteira e não só o "Anel Externo", à procura dos campeões! Fiquei sabendo que após a bandeirada, no mesmo embalo da chegada, o carro saiu pelo portão do Kartódromo e desapareceu! Comentei com o diretor o ocorrido e ele considerou desclassificado o vencedor. Enquanto constatava a originalidade de meu TL, quanto a câmbio, motor e suspensão, após uns 45 minutos, encostou em frente ao barracão, um Galaxie 500 com os dois pilotos e três mecânicos que rindo abriram o porta-malas e disseram: Podem por a mão, o motor ainda tá quente... Bom, prá encerrar, após os pilotos alegarem que os mecânicos já tinham ido, por isso eles foram atrás e acharam mais "fácil" desmontar o carro na própria oficina, não obstante o carro não estar presente para medição do câmbio e geometria da suspensão, o 1º lugar foi mantido para a "leal" equipe campeã. Pouco adiantou comunicar o fato aos repórteres. Nem uma linha foi escrita relatando o fato. 
Após meu campeonato de 1972, esse foi meu cartão de visitas para o que viria pela frente na D1, D3 e Super Vê!
Um famoso preparador, após meu campeonato no Festival do Ronco, me fez um convite para pilotar carros de sua escuderia e me falou: "Nenhum piloto de outro estado ou mesmo do interior, vence na capital." Jamais me esqueci dessas palavras! Existia de verdade, "O ESQUEMA, SOBRE RODAS!" 

Em consideração ao amigo Rui Amaral Lemos Júnior, vou antecipar um pequeno relato que estará no meu livro:  "O ESQUEMA, SOBRE RODAS!"

Ricardo Málio Mansur "


Mais tarde conversando o Àguia me conta espantado que não sabia desta vitória na categoria até 1.600cc, cinquenta anos atrás e envia um recorte de jornal e a foto de seu carro.




E logo a seguir conta sua agenda, embarca amanhã ou depois para o Rio Grande do Sul, para onde já enviou sua Berlinetta, "Vou participar no próximo final de semana 21/22- Outubro  do Rallye Internacional Histórico em Gramado/Canela  tbm.valido pelo Campeonato.Brasileiro de Autos Históricos da FBVA" depois volta a Floripa trazendo a Berlinetta guiando, afinal são apenas 400/500 quilometros, para participar de um rallye em Floripa, onde mora, e termina dizendo que dia 14 de novembro estará em São Paulo, quando nos encontraremos. 

Ufa! Cansei!  

Aos 81 anos ele simplesmente não para!

Vida longa menino, baita abração.

Rui Amaral Jr 


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Claudio Cavallini- Super Vê 1975

O tempo passa...reconheço alguns dos pilotos que estão na foto, os outro que me perdoem...de pé o alto com macacão azul Fausto Dabour ao seu lado Claudio Cavallini, de macacão com três faixas o Chico Lameirão ao seu lado Piquet....de macacão branco com as mãos às costas Eduardo Celidonio e ao seu lado Benjamim Rangel, agachados de macacão azul e óculos Edison Yoshikuma ao seu lado Julio Caio, Di Loreto e Zé Pedro Chateaubriant.





As fotos deste post, como dá para notar, são de meu amigo Claudio Cavallini, em 1975 ele trocou a Divisão 3 pela recém criada Formula Super Vê, outro piloto santista Ricardo Mállio Mansur também entrou na categoria trazendo esses dois batalhadores a competência que mostraram na D.3 para a nova categoria.   
À todos meus amigos que se encontram na foto acima meu forte abraço e a certeza de que vocês fizeram historia!

Rui Amaral Jr


 Entrando para área dos boxes em Interlagos, hoje autódromo José Carlos Pace.

     

No "S" Ricardo Mansur à frente com alguém rodando na tomada da curva!
Entrando no "S".
 Saindo do "S" e tomando o Pinheirinho.


 Na chuva de slick!




Briga na segunda perna da curva da Ferradura entre Claudio e o #47 de Janjão Freire.









quinta-feira, 10 de outubro de 2013

D3 e os vidros quebrados

Notem a quantidade de cacos ao lado do carro de Cavallini. 

Lendo o relato de meu amigo Ricardo Mansur e depois algumas fotos do Cláudio Cavallini com o para brisas de seu carro quebrado lembrei do pessoal que morava no entorno de Interlagos e ficava jogando pedras nos carros do muro da curva Três e pelo relato do Ricardo também na Junção que era se tanto duzentos metros adiante da Três.
Comentando agora cedo com o Duran ele disse que teve o mesmo problema que o Ricardo, com a porta estufando após a quebra do parabrisas, e exagerado como sempre disse que trocou a maçaneta original do Fusca por uma tranca de porteira para evitar que a porta abrisse em corrida! Eu, bem mas modesto,rs, também usava uma tranca dessas de correr, porém um pouco menor.
Acontece que nossos carros eram aliviados de seu peso ao máximo permitido no regulamento, seu interior era todo furado com aquelas serras largas e as portas tinham apenas as molduras, tendo todo o resto retirado, ficavam muito leves e era muito fácil entortarem. Como os vidros, fora o dianteiro, eram trocados por acrílicos, no meu caso com apenas um buraco para refrigeração ao lado do piloto, quando quebrava o vidro dianteiro o ar não tinha por onde sair!
Lembro perfeitamente de certa vez em 1978 ou 79 que ao chegar na Três no meio de um bolo de carros tive meu vidro dianteiro estourado, primeiro o susto pois aquela freada era “delicada”, depois a dificuldade em engatar as marchas e frear, pois como contou o Ricardo cacos de vidro entravam na pedaleira dificultando tudo.

 No carro do Cavallini o interior livre de todo revestimento e com o acrílico totalmente fechado.  
O Cavallini com a viseira aberta, eu usava ela no meio do visor.
 Na curva Um ou Dois, acredito ser o bi campeão da categoria Arturo Fernandes atrás.  

No carro do Edson 

O carro de Ricardo Bock, de costas Manduca Andreoni e ao seu lado Claudia mulher de Adolfo Cilento.
Ricardo na Ferradura com o vidro quebrado passa por Tide Dalécio que rodou, Duran no azul...
Luiz Eduardo Duran, antes de colocar a "tranca de porteira"! Exagerado meu amigo!!!
O 27 de Ricardo e lá atrás meu carro...

O tamanho da vigia para respiração era pequeno, minha mão mal cabia...
Comecei o post escrevendo sobre os vidros quebrados e para variar descambei para os amigos e por falar neles nesta foto um monte deles! Quarta fila do grid Duran 13º, Adolfo Cilento 12ª e eu em 11º, atrás Alex Silva, Fabio Levorin, Dimas, Sueco, João Lindau, Ricardo Bock, Arthur Cruz... 



Eu usava um capacete Bell Star e como uso óculos corria com a viseira parcialmente aberta, havia trocado os pino plásticos que seguram a viseira por torneados em alumínio e usava uma trava, não lembro se de pistão ou outra para segura-lá, fora isto mantinha ela parcialmente fechada usando uma fita adesiva, e quando o vidro se quebrava apenas a abaixava, depois do susto.
Era assim, gostoso demais pilotar esses pequenos notáveis, que de um robusto carro de trabalho e passeio transformávamos em verdadeiros carros de corrida...e gostoso demais dividir hoje nossas lembranças com os amigos queridos com quem tantas aventuras dividimos nas pistas e fora delas e hoje a cada dia que nos encontramos além de Graças à Deus renovarmos a amizade rimos à vontade de tudo que vivemos...fora os exageros do Duran!

Ao Ricardo Mansur, Cláudio Cavallini, Luiz Eduardo Duran e todos amigos que participaram dessa categoria maravilhosa!

Rui Amaral Jr

Fotos do arquivo de Cláudio Cavallini, Luiz Eduardo Duram. 

no link Ricardo conta de seu vidro quebrado.


domingo, 22 de janeiro de 2012

1973 - 500 QUILÔMETROS DE INTERLAGOS.




Sempre acreditando na boa fé de todos, companheiros e concorrentes, escolhemos para participar de uma pequena "endurance", um veículo totalmente original cuja durabilidade e resistência eram super comprovadas e que sua suspensão robusta, manteria durante o transcorrer da prova o alinhamento original de fábrica. Portanto em detrimento da estabilidade para uma única freagem, na "Curva 3", a garantia da perfeita geometria e mínimo desgaste e arrasto de pneus no  restante do "Anel Externo". 
Claudio Cavallini

Quando chegou minha vez de "passear" pelo anel externo, um carro da classe "A" me chamou a atenção: Passou por mim próximo a entrada dos boxes a uns 8 a 10 quilômetros a mais! De acordo com uma renomada revista, em exaustivos testes, a velocidade final dos dois dava uma diferença de menos de 2 quilômetros. Para minha surpresa, freou levemente na "1", e não foi para sacanear não, cheguei bem próximo na "2". No "Retão" abriu uns 30/40 metros. Me aproximei bem na saída da "3", mas na subida da "Junção" me despachou de vez! Quando passei o carro para o Cavallini, fui ao box do "bração" e avisei que iria reclamar motor, câmbio e suspensão! Andar na reta daquele jeito, com geometria de D3? Cambagem negativa e divergente? Os mecânicos e o piloto riram e falaram: Reclama do nosso braço também! Manda abrir! Aqui é muito piloto...
Não tive dúvidas! Reclamei o "bólido". Estranhamente o diretor técnico me procurou nos boxes para dizer que eu não poderia reclamar pois estava em 11º e o carro em questão, em 1º. Falei: A prova ainda não acabou! Ele retrucou: Eles vão reclamar o seu também! Falei: Ótimo, fiquem à vontade!
Terminou a prova: Nós em 3º e eles em 1º. Levei de imediato meu carro para o barracão para ser desmontado. Mas, para minha surpresa, lá não estavam os campeões: Nem pilotos nem mecânicos! Cadê os Campeões, perguntei ao diretor! Acho que quebrou na pista ou acabou o combustível, respondeu! Como o Quim tinha pressa em retornar a Santos e meu carro já estava sendo desmontado, fui com o carro do Cavallini percorrer a pista inteira e não só o "Anel Externo", à procura dos campeões! Fiquei sabendo que após a bandeirada, no mesmo embalo da chegada, o carro saiu pelo portão do Kartódromo e desapareceu! Comentei com o diretor o ocorrido e ele considerou desclassificado o vencedor. Enquanto constatava a originalidade de meu TL, quanto a câmbio, motor e suspensão, após uns 45 minutos, encostou em frente ao barracão, um Galaxie 500 com os dois pilotos e três mecânicos que rindo abriram o porta-malas e disseram: Podem por a mão, o motor ainda tá quente... Bom, prá encerrar, após os pilotos alegarem que os mecânicos já tinham ido, por isso eles foram atrás e acharam mais "fácil" desmontar o carro na própria oficina, não obstante o carro não estar presente para medição do câmbio e geometria da suspensão, o 1º lugar foi mantido para a "leal" equipe campeã. Pouco adiantou comunicar o fato aos repórteres. Nem uma linha foi escrita relatando o fato. 
Após meu campeonato de 1972, esse foi meu cartão de visitas para o que viria pela frente na D1, D3 e Super Vê!
Um famoso preparador, após meu campeonato no Festival do Ronco, me fez um convite para pilotar carros de sua escuderia e me falou: "Nenhum piloto de outro estado ou mesmo do interior, vence na capital." Jamais me esqueci dessas palavras! Existia de verdade, "O ESQUEMA, SOBRE RODAS!" 

Em consideração ao amigo Rui Amaral Lemos Júnior, vou antecipar um pequeno relato que estará no meu livro:  "O ESQUEMA, SOBRE RODAS!"

Ricardo Málio Mansur 

Interlagos 1974 - Ricardo de Formula Super Vê, atrás o barracão onde eram feitas as vistorias técnicas.

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Ricardo, obrigado pelo privilégio e oportunidade de mostrar um pouco do que será seu livro.
Aqui você sempre tem espaço para escrever o que quiser, e no lançamento do livro iremos divulgar e mostrar a todos. 
Um abração,

Rui Amaral jr