A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Herói de ontem, hoje e sempre...

 


Quatro gerações, o Vigilante, Cassio seu filho Thiago e neta Giulia.
O Vigilante, Cassio e Thiago nas Harley e na foto ao lado Cassio vestido como o pai.
Com o Cassio em evento tempos atrás.

Há oitenta e nove anos nasce na nossa querida Mooca o menino Carlos Miranda. Jovem e garboso entrou para o cinema no começo da década de sessenta e maravilhou nós os jovens com suas aventuras como o Vigilante Rodoviário.

Talvez nos dias de hoje as pessoas que não viveram aquela época não tenham a ideia do que fosse a Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo presente e respeitadíssima em todas estradas onde passávamos.

Aos nove anos quando assisti o primeiro episódio logo lembrei daqueles policiais montados em suas Harley Davidson que admirado via nas estradas.  

Conheci como motociclista muitos destes verdadeiros heróis, fui amigo de alguns, um deles até foi um dos comandantes da corporação. Certo dia fui buscar uma BMW emprestada a ele no comando...bem deixa para outro dia!

Conhecia meu ou nosso herói de passagem, mas um dia quis o destino, ou Deus, que ficasse amigo de Cassio Toledo filho do Tenente Coronel Carlos Miranda!

Quando da gravação do programa Momento Moto do Dinho Benzatti na casa do Vigilante o Cassio estava presente. Eu estava fazendo algo que não lembro bem e toca o celular numa vídeo chamada e na tela aparece o Cassio com seu pai. Quando o Vigilante começou a conversar comigo logo os olhos marejaram, a emoção aflorou, algo indescritível!

Ia contar mais sobre a história do Vigilante e do Ten. Cel. Carlos Ciranda, mas no vídeo vocês vão ouvir melhor em sua própria voz.

Parabéns Dinho, excelente sua entrevista.

Cassio meu amigo/irmão, sem palavras.

E ao senhor Ten.Cel. Carlos Miranda o Vigilante Rodoviário eterno Herói de muitas gerações, muito obrigado pelo exemplo. Vida longa e um forte abraço.

 

Rui Amaral Jr


quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Hill volta à Lotus...

 

Hill e a 33 em Monaco. Notem o guard rail e guia!

1967 a Lotus trás Hill para dividir a equipe com Jim Clark. A equipe estava numa transição, e enquanto trabalhava na 49-Cosworth ainda usava a Lotus 33 na maioria das vezes com o motor Climax 2.000cc, outras vezes com o Lotus 43 BRM uma tranqueirona que apenas Jimmy foi capaz de levar à uma vitória.

Hill havia pilotado para Lotus nas temporadas de 58 e 59 com poucos resultados, pelo que pesquisei apenas dois sétimos. Agora ele era campeão do mundo, com mais três vices 63/64/65, além de três vitorias no Principado, e a Lotus era uma das estrelas da categoria tendo levado Jimmy ao bicampeonato mundial, e ainda por cima preparava uma verdadeira máquina de vitórias, a 49-Cosworth.

Na primeira corrida do campeonato Hill e Clark pilotaram a 43-BRM, tendo Clark largado na terceira posição e ele na decima quinta. Na corrida Hill bateu na sexta volta e Clark quebrou na vigésima segunda, a corrida marcou a primeira vitória na categoria de Pedro Rodriguez com uma Cooper-Maserati T81.

Na segunda corrida em Mônaco a Lotus resolve levar a 33-Climax, que era o motor do regulamento anterior de 1.500cc que havia levado Jimmy à vitória nos mundiais de 1963/65, agora com a cilindrada aumentada para 2.000cc.  

Clark larga em quinto e Hill em oitavo. Na quadragésima das cem voltas Clark abandona depois de fazer a melhor volta da corrida e Hill chega em segundo, uma volta atrás de Denny Hulme de Brabham BT2--Repco-Brabham, com o Urso começando a busca que o levaria ao mundial.

Na próxima corrida na Holanda estreia a Lotus 49-Cosworth, mas aí já é outra história, que o Caranguejo ou eu já devemos ter contado por aqui...

Rui Amaral Jr


domingo, 14 de agosto de 2022

1976 – Parte 2 – Audetto "Vou falar sobre o campeonato mundial roubado de Lauda"

 



Toda vez que Binotto apronta das suas escrevo no Face ou comento com amigos uma canção de Pepino di Capri.

“Lo sai Non è vero Che non ti voglio più... ascoltami Ritorna ancor, ti prego Con te Ogni istante Era felicita....” Daí concluo- Ritorna Forghieri, Ritorna.

Enzo não era muito chegado a Niki, que levado à Ferrari por Clay se mostrou um vencedor. Acertador de carros sabia “impor” suas preferencias a Forghieri, depois a Audetto que substituiu Forghieri como DS da escuderia, sendo que Forghieri continuou com DT e com Lauda desenvolvia modificações e avanços, o câmbio transversal da T3 foi um deles, Clay também participava, mas Niki era o interlocutor mais ouvido.





Depois do vídeo do Audetto meu amigo Walter envia um que é uma perola, o próprio Forghieri numa deliciosa entrevista/palestra contando sobre aqueles tempos, com alguns jornalistas de automobilismo.


 A palestra de Forghieri mostra um poeta do automobilismo, alguém que admira muito Clay, Vileneuve, Bruce, Niki, sou um pouco ou muito como ele.

Sobre o GP do Japão ele reproduz uma frase se não me engano do “Corrieri Della Sera” quando em destaque e não sei escrito por quem estampa “a coragem de ter medo!”.

Destaca que muitos pilotos achavam a pista impraticável naquela situação, entre eles Niki. E dá sua opinião sobre Niki dizendo que fisicamente estava em plena forma, mas mentalmente não, ainda mais para encarar aquela situação.

"Vou falar sobre o campeonato mundial roubado de Lauda"

Já Audetto, que havia assumido o lugar de DS naquele ano, não faz este tipo de comentário.

Vamos lembrar que àquela altura Lauda tinha no campeonato três pontos de vantagem sobre Hunt, largava com o terceiro tempo, atrás do pole Andretti e Hunt em segundo. Mantendo-se essas posições  era bicampeão do mundo.

Audetto fala das reuniões do pedido de Eclestone interessado no mercado e  na divulgação do evento mundo afora, talvez apenas meia dúzia de voltas em fila indiana.

Comenta também que havia um “acordo” entre Hunt e Lauda, em que o inglês naquela situação não tentaria tomar o título para si.

Duvido...

Hunt, apesar do que comentam era um profissional, trabalhava para um patrão que havia perdido o piloto que trouxera para sua equipe o patrocínio da Marlboro e ao final de dois anos de contrato deixara a equipe e patrão à ver navios. Não vou me manifestar mais sobre este assunto, ainda mais pelo enorme respeito que tenho pelo piloto Emerson Fittipaldi. Piloto rápido e batalhador Hunt jamais deixaria patrocinadores, equipe, demais apoiadores e fãs perderem por uma atitude que seria antiprofissional. Também queria o título. Não acredito de maneira nehuma que o tenha roubado.

Aqui um parêntese meu: Todo piloto é “bicho” caso contrário seria jogador de ping pong, futebol de botão... Você está no box 1, convicto que não vai largar naquela situação e centenas de metros à frente no box 30 um motor é ligado, imediatamente você se paramenta, entra no carro, manda apertarem o cinto e ligarem o motor....E, apesar das papagaiadas ditas pelos locutores e outros, piloto tem medo sim, sabe controla-lo, mas sempre ou um dia ou outro vai além, é o espirito da coisa!

Sobre a situação do abandono de Lauda comenta Forghieri, o poeta, que estava no Japão como DT, volto a lembrar, assumindo uma posição que poderia lhe trazer consequências junto ao patrão, diz a Lauda, que poderia, encontrar uma desculpa, um problema elétrico ou outra coisa qualquer ao que o Campeão replicou que não, abandonava pois não havia condições de haver daquela forma uma corrida de automóveis.

As falas de Forghieri vão de encontro ao que escrevi há mais de dez anos em “Atitude Corajosa” Lauda era um grande piloto e também um grande homem, segundo Forghieri “teve a coragem de dizer que sentia medo”.

Mauro continuou por muitos anos na Ferrari e ao final da entrevista falando sobre a fabula que o projetista Jonh Barnard veio ganhando na equipe, algo dez vezes mais do que ele diz “Eu paguei minha liberdade, não tenho débitos...e quero mantê-la”.

Deixo com vocês a entrevista de Mauro, agradecendo meu amigo Walter o envio. Ele me provoca com esses envios, me provoca a escrever e talvez ele como poucos entenda esta minha maneira atabalhoada de escrever sobre o que gosto.

Walter: Ouvi dez vezes a fala de Enzo ao telefone depois da corrida e não consegui entender, você conta caso tenha ouvido perfeitamente.

Ao Mauro, Niki e Walter.

 

Rui Amaral Jr 


terça-feira, 9 de agosto de 2022

1976 – Parte 1

 

Largada: Notem que Lauda já ficou e Clay vem para tomar a ponta.
Niki - Foto provavelmete da quinta feira.

A partir de 1974 Niki & Clay e o então DT –diretor técnico- e DS -diretor esportivo- Mauro Forghieri conseguiram levar a Ferrari 312 B3 à um nível competitivo. Clay foi vice, apesar de ficar apenas a três pontos do campeão Emerson Fittipaldi com a McLaren M23 venceu apenas uma vez, enquanto Niki vencendo duas vezes ficou em quarto no mundial.

Montjuic
Pace, Mass, Stomellen na outra Brabham, Peterson.

1975 com a 312T, genial criação de Forghieri, o cambio transversal, que já em sua estreia em Montjuic leva Niki à pole e Clay ao segundo posto na largada. Na trágica corrida Niki bateu logo na largada e Clay na 23ª volta.

Até então a liderança do campeonato era de Emerson na McLaren, e para frente uma série de quatro vitórias e um segundo lugar em Zandvoort na primeira vitória de Hunt na F.Um com a Hesket. Emerson só voltou a vencer na decima corrida em Silverstone. Niki tem três corridas apagadas e volta a vencer na última corrida em Watkins Glen, vencendo o campeonato com dezenove pontos e meio à frente do Rato.

Pois bem...no começo da semana recebo um e-mail de meu amigo Walter com uma entrevista de Daniele Audetto, no YouTube, que a partir de 1976 substituiu Forghieri como DS da Ferrari. Senti uma certa “provocação” de meu amigo e abaixo vou mostrar o link para entrevista.

1976, chega Nurburgring décima etapa do mundial e Niki com cinco vitórias, dois segundos e um quarto lugar domina o mundial com 61 pontos contra 26 de Hunt, o substituto de Emerson na McLaren.

No primeiro dia de treinos Hunt faz a volta mais rápida 7`06”500/1000 e Lauda a seguir com 7`07”400/1000, o que para os 23 quilômetros da pista não é muito. O terceiro é Depailler com o Tyrrel P34 com 7`08”800/1000.

No sábado, dia da classificação cai um toró, a volta mais rápida é de Ronnie com a March 761 com  7`27”300/1000 e com a chuva aumentando o segundo é Vittorio Brambilla também de March com 7`47”400/1000 sendo que todos outros rodaram acima dos oito minutos!

Fica valendo os tempos da sexta e com Hunt e Niki nos primeiros postos.

 

Audetto: "Vi racconto il mondiale rubato a Lauda"

Audetto: "Vou falar sobre o campeonato mundial roubado de Lauda"


 

Neste instante vou ouvindo o vídeo, e escrevendo com livre interpretação a fala de Audetto. Perdoem alguma falha.

 

Audetto - aos 5 minutos e pouco – “Depois do acidente e com Lauda em coma, na verdade não sabíamos qual a verdadeira situação dele, Enzo Ferrari pede que eu ofereça seu carro a Emerson Fittipaldi, que mesmo na situação difícil da Coopersucar não pode aceitar o convite. Depois a Ronnie Peterson que chegou a ajustar o banco pois eram bem mais alto que Lauda e treinou em Fiorano”. Mesmo no hospital Lauda já veta a ida dele para seu lugar...e nossas relações ficam difíceis, pois acredita que eu ofereci seu carro a Emerson e Ronnie”

 A Ferrari não corre a próxima etapa em Zeltweg, e na próxima em Zadvoort vai só com Clay.

Em Monza quarenta dias após e depois de ficar em uma situação delicada, quando muitos pensaram que não resistiria Lauda volta e chega no quarto lugar depois de largar com o quinto tempo, sendo que Clay, que foi segundo na corrida atrás de Peterson largou em nono e a nova contratação da Ferrari o argentino Carlos Reutmann largar em sétimo! Era Lauda de volta!

E a posição de Enzo!? Bem...Tinha uma grande equipe para cuidar muita responsabilidade, e uma vontade férrea de vencer.

Agora Audetto fala sobre a corrida.

Audetto – aos 22 minutos – “Lauda e outros pilotos não queriam correr, Emerson presidente da GPDA -Associação dos pilotos da F. Um – também não e na reunião deles nada ficou esclarecido e resolveram largar. Chovia em alguns trechos da pista e em outros estava completamente seca”

Aqui Audetto fala da situação de Laudo na corrida.

Audetto – “Niki, campeão do mundo, e com grande vantagem na pontuação do campeonato, psicologicamente não encarou esta corrida com serenidade. Na largada chovia e apenas Jochen Mass, McLaren, largava de slics, já que em alguns lugares a pista estava seca. Trocamos os pneus de Niki e ele partiu furiosamente, Clay assumiu a ponta na largada e ele estava em sétimo. E foi para cima, fazendo várias ultrapassagens e...”

 

Na verdade Niki estava em décimo e quando bateu estava atrás de Pace que terminou em quarto, vinha como digo espumando, ou babando”.

Sobre o Japão, a fala de Audetto é interessante e polemica, vou tentar escrever ainda esta semana.

Muito obrigado Walter, espero quem goste.

Amon chateado com a situação toda resolve abandonar a carreira, fez apenas mais a corrida dos EUA.



Rui Amaral Jr

Fontes:

F1Facts

link

Racing Sports Cars

   link




segunda-feira, 8 de agosto de 2022

CULTURA DO AUTOMÓVEL - Agosto 2022

 



Show de meu amigo Gabriel escrevendo sobre a 750 Four, muita pesquisa e muito do que ele conhece, parabéns velho!

Lendo lembrei de seu pai olhando para mim e falando “posso dar umas voltas com ela?”, era minha BMW R60 e estávamos em Interlagos. Nem respondi e ele já estava saindo dos boxes, incauto fui olhar quando ele descia o Retão, e lá estava a fera em pé sobre o selim com os braços abertos, virei de costas e fui fazer o que tinha me levado lá...

Eu tinha 19 anos e chamava o Expedito de “Velho”, Gabriel era um menino de uns doze anos, hoje digo sempre que ele é mais velho que eu... se tornou um grande jornalista/escritor!

Saudades do Velho.

Rui Amaral Jr    




terça-feira, 2 de agosto de 2022

Em busca de um piloto...

Não é de hoje que o Rui me pede pra escrever aqui, e por diversos motivos acaba ficando pra depois, e essa minha "dívida" com o ALICATÃO-MESTRE só aumenta!
Decidi unir o útil ao agradável para essa postagem: descobrir quem é o piloto do Opala 17 da foto abaixo e contar que uma infinidade de carros de São Paulo acabaram nas pistas de terra aqui em Santa Catarina, e quando digo "acabaram" é nos dois sentidos que a palavra traz!
Era muito comum pilotos daqui partirem rumo a São Paulo para buscar carros com os quais pudessem disputar o Campeonato Catarinense de Automobilismo, inclusive o que considero o mais importante de todos (em termos históricos), o Oggi que foi do Emerson Fittipaldi (neste link tem a história).
O Opala 17 em Interlagos, em 1989...
... e depois em São Carlos (SC), em 1990, já tendo como piloto o Henrique João Damo, o "Grilo", de Frederico Westphalen (RS).
Aqui em outro ângulo, tendo ao fundo o Gol 29 do lageano Mário Lüersen Filho, que venceu na geral as "200 Milhas do Oeste", e o Gol 6 do chapecoense Alessandro Gonsales.

Quem puder ajudar a identificar a quem pertencia o 17, fico agradecido!
 
Fotos: Acervo Alex "Xerife" Fernandes