A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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terça-feira, 7 de agosto de 2012

COOPER

1959, Black Jack - Jack Brabham - empurra seu Cooper T45 em Sebring, para terminar no 4º lugar, ao fundo Tony Brooks e a Ferrari Dino 246 3º colocado.
Black Jack caminha para seu bi campeonato em 1960 com a vitória em Spa. Cooper T53
Tony Brooks, Cooper T53 em Mônaco 

JOHN NEWTON COOPER era um homem brilhante e como soe acontecer, sua criatividade residia nas coisas simples e nas ideias práticas. John, foi o fundador, juntamente com seu pai, Charles, da Cooper Car Company. O velho Charles Cooper iniciou seu negócio em uma velha garagem em Surbiton, Inglaterra, no Reino Unido, onde John nascera, e era especializado na manutenção de carros de corrida. Nada demais portanto, que John desde pequeno, estivesse cercado e se sentisse seduzido por aquele ambiente barulhento e veloz. Após o serviço militar e no final da II Guerra Mundial, os Coopers começaram a construir monopostos de baixo custo, para pilotos novatos. E muitas vezes usavam o excedente de guerra nesses “carros”. 
Apesar disso, o sucesso foi instantâneo e em 1948, tiveram que ampliar seu negócio para atenderem aos pedidos. Até John Cooper experimentou pilotar durante algum tempo, afastando-se das pistas depois para dedicar-se somente aos negócios. Seus pequenos carros de motor traseiro logo estariam começando um revolução na Fórmula 1, pela proposta da nova posição do propulsor (que nem era tão nova assim, vide os Auto Union do pré-guerra).


1958, Moss vence na Argentina 
Big John - John Surtees - vence no México em 1966. Cooper T81
 Jo Bonnier e a Coper Maserati 1965 em Silverstone

Coube a um dos pilotos que começara sua carreira guiando um Cooper nas “fórmulas de promoção”, um inglês que sofria de calvície precoce, Stirling Moss, dar à Cooper e seu modelo T43 o primeiro triunfo, ao vencer o GP da Argentina de 1958. No ano seguinte, o australiano Jack Brabham sagrou-se campeão mundial a bordo de um Cooper-Climax T51 e na última etapa, disputada em Sebring, o carro encantou o piloto local Rodger Ward. O norte-americano estava participando da prova com um modelo no mínimo exótico, um Kurtis-Kraft Midget e não sossegou enquanto não convenceu John a levar seu carro à Indianápolis. 
Em 1960 com Black Jack ao volante, o carrinho passou rapidamente de novidade à surpresa e de certa forma, decretou o final da era daqueles roadsters de grandes motores dianteiros que os ianques vinham usando.
Homem de visão, John também idealizou o Mini Cooper, célebre carro de rallys e slalons. Reconhecido pelas realizações em prol do automobilismo, talvez uma de suas mágoas fosse que as competições haviam deixado de ser “divertidas”, como em seu tempo. 
Não poderia ser diferente para alguém de quem se afirmava que havia gasto não mais do que dez mil dólares para levantar o campeonato de F1 em 1959...

C.HENRIQUE MERCIO - Caranguejo


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A pedido de minha amiga Leandra Giovanetti, com toda nossa consideração e carinho.
http://memoriasdabieleta.blogspot.com.br/

Rui

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MUNDIAL DE FORMULA UM - 1958

Mike Hawthorn e a Ferrari 246 Dino no GP Casablanca em Marrocos.

Há um ditado que diz: "Quando o gato sai, os ratos fazem a festa". A temporada da F1 de 58, tinha um clima parecido, pois o mitológico J.M. Fangio, com o peso de seus cinco títulos decidira aposentar-se. Natural que seus adversários jogassem-se na disputa pela sua condição de o melhor de todos, de mais puro guerreiro, de maestro. Mas essa não era uma tarefa fácil. Quem estaria disposto a sofrer, a arriscar-se nessa luta solitária? Quatro ingleses apareceram: Mike Hawthorn, Tony Brooks, Peter Collins e Stirling Moss. À exceção talvez de Brooks, todos os demais já haviam sido "marcados " por Fangio. Isso era bom. Talvez aquela proximidade tivesse servido para algum aprendizado. E inicia o campeonato.
Moss vence o primeiro assalto na Argentina, com o pequeno Cooper Climax T45, primeiro F1 de motor traseiro. Mas ao invés de permanecer na equipe, Stirling tinha um acordo com Tony Vandervell e retorna para a Vanwall. O francês Trintignant agradece, e utiliza o Cooper para vencer a segunda etapa em Mônaco. 

Trintgnant de Cooper-Climax em Mônaco, segue Brooks e Hawthorn.
Moss lidera o GP da Holanda em Zandvoort.

O careca não quer ficar com fama de mané e vence para a Vanwall a etapa de Zandvoort, mas em Spa nem larga e o vencedor é Brooks, parceiro de equipe de Stirling. Hawthorn, que foi pole em Spa, termina em segundo e esboça uma reação. Em Reims, Hawthorn faz pole e vence, seguido de Moss. Brooks é quem tem problemas de motor e abandona. Collins está bem para trás. Mas em Silverstone é quem dá as cartas.É o primeiro e Hawthorn junta-se a ele numa dobradinha da Ferrari. Os Vanwalls atrasam-se. Fim da disputa? 

Peter Collins em sua última corrida GP da Alemanha em Nurburgring.


Não, pois o destino volta a embaralhar tudo e em Nurburgring, Collins sofre um acidente mortal na 10ª volta. Brooks é o ganhador de uma corrida triste.Mas talvez o mais inusitado lance tenha ocorrido no GP de Portugal, amplamente dominado por Moss.

Mike Hawthorn no GP de Portugal na cidade do Porto, notem os trilhos de bondes. 

 Hawthorn, esforçando-se para chegar em segundo, roda e é desclassificado por andar na contramão, mas será salvo por Moss que dá o testemunho de que Mike não atrapalhou os adversários com sua manobra. Em Monza, Tony Brooks vence pela terceira vez, o regular Hawthorn é o segundo e Moss larga da pole, mas abandona com problemas na caixa de velocidades. Na etapa derradeira, vitória inútil de Moss. Escudado pelo seu companheiro de equipe Phil Hill, Mike Hawthorn só precisa de mais um segundo lugar (o quinto na temporada) para superar Stirling e sua integridade por um ponto. E os eventos bizarros não culminaram com o coroamento de John Michael Hawthorn como o primeiro campeão pós-Fangio. Três meses após anunciar sua aposentadoria das pistas, talvez ainda chocado pela morte de seu grande amigo Collins, talvez pela doença renal de que padecia, talvez pelo trauma de Le Mans 55, talvez...o campeão de 1958 morre em um acidente de estrada, um outro lance não muito bem explicado. Será que Lewis Hamilton, que já foi punido por mentir, faria algo parecido com o que fez Sir Stirling? Mandem suas opiniões para o Rui.
Caranguejo