A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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domingo, 28 de janeiro de 2024

Lola T210/212

A T210 com Bonnier


 Uma pequena joia!


Na Europa a categoria Esporte/Protótipos até dois litros sempre foi muito disputada, nomes de respeito como Chevron, Porsche, Abarth, Alfa Romeo, Alpine, Ligier, e outros compunham um grid disputadíssimo.
Em 1970 foi disputado o primeiro Campeonato Europeu da categoria, e Erick Broadlei projetou e fabricou mais um pequeno foguete, a Lola T210, que nas mãos de Jô Bonnier venceu o campeonato.
O chassi semi-monocoque, na parte dianteira monocoque - honeycomb - até a antepara traseira do habitáculo, na traseira uma estrutura tubular que abrigava motor, cambio e suspensão. Cambio Hewland,  motor Ford-Cosworth de 1.800cc, gerava 245hp, por volta de 135hps/litro, um absurdo para época. 
O motor Ford-Cosworth não era exclusivo da Lola, outras marcas o usavam, como a Chevron. Em uma publicação encontrei uma referência a este motor como sendo metade de um Ford-Cosworth DFV da F. Um, nada mais errado, era um bloco de ferro fundido do Ford Kent, tinha sua cilindrada aumentada para 1.790cc, curso de 74.5mm e diâmetro 85,725mm, cabeçote de fluxo cruzado  da Cosworth com dois comandos  e quatro válvulas por cilindro, injeção de combustivél Lucas e outras modificações, girava 9.000 rpm,  era denominado Ford-Cosworth FVC.

Comprimento - 3.450 mm 
Largura - 1.670 mm 
Bitola 
Dianteira - 1.320 mm 
Traseira - 1.320 mm 
Entre eixos - 2.155 mm 
Peso - 550 kg

European Sportscar Championship

1ª etapa - Françça, Paul Ricard
Pole - Jo Bonnier, Lola T210
Vitória - Brian Redman, Chevron B16 Ford

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2ª etapa - Finlandia, Ahvenisto
Pole - Bonnier
1ª bateria - John Burton Chevron B16 Ford
2ª bateria - Jo Bonnier
Final - John Burton, Chevron B16 Ford

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3ª etapa - Salzburgring
Pole - Jo Bonnier
1ª bateria - Dieter Quester, Abarth 2000 SP
2ª bateria - Jo Bonnier
Final - Jo Bonnier

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4ª etapa - Anderstorp
Pole - Jo Bonnier
1º bateria - Jo Bonnier
2ª bateria - Jo Bonnier
Final - Jo Bonnier

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5ª etapa - Hockenheim
Pole - Kurt Ahrens, Jr. Abarth 2000 SP
1ª bateria - Jo Bonnier
2ª bateria - Jo Bonnier
Final - Jo Bonnier

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6ª etapa - Mugello - valeu também para o Campeonato Italiano.
Jo Bonnier não participou.
Pole - 
Final - Arturo Merzario, Abarth 2000 SP SE019

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7ª etapa - Pergusa - valeu também para o Campeonato Italiano.
Pole - Jo Bonnier
1ª bateria - Jo Bonnier
2ª bateria - Jo Bonnier
Final - Jo Bonnier

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8ª etapa - Nürburgring,  500 Km
Bonnier não participou
Pole - Brian Redman, Chevron-Ford B16 Spyder 
Final - Brian Redman, Chevron-Ford B16 Spyder 

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9ª etapa - Spa, 500 Km
Pole - Brian Redman, Chevron-Ford  B16 Spyder 
Final - Brian Redman, Chevron-Ford B16 Spyder 

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O 1º European Sportscar Championship terminou com Jo Bonnier entre os pilotos e a Chevron campeã de marcas.

Alguns dos protagonistas
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Chevron B16 BMW - Dieter Quester

Chevron-Ford B16 Spyder

Abarth 2.000 SP , Arturo Merzario
Abarth 2000 SP , Nino Vacarella
Porsche 907, 2.000.
1971 - Peterson tocando a Lola T212 que dividiu com Bonnier na vitória em Montjuich.
Tite Flexa Catapanni no Mineirão.



  


Fotos do chassi

o Ford-Cosworth FVC
O cabeçote 


Rui Amaral Jr

 










 



 











 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

CARRERA BOLIVARIANA - GP da Venezuela 1956

Moss(#8) e Fangio(#2); Schell está tentando passar entre os dois com sua Ferrari 3.5, #6 e do outro lado está o Behra, #10. De Portago está fora do enquadramento. 

 É isso aí. A pilotada da foto do desafio, (da esquerda para direita) Juan Manuel Fangio, Alfonso de Portago, Harry Schel, Nano da Silva Ramos, Porfirio Rubirosa, Jo Bonnier e Stilirg Moss, estão batendo um papo antes do II GP da Venezuela, no ano da graça de 1956. Com o esporte motor se desenvolvendo no mercado emergente da América do Sul, não era incomum que os fabricantes, mesmo os mais tradicionais como Ferrari ou Maserati, investissem em uma prova extra-campeonato em um país distante.

Moss

Pensamento semelhante tinham os pilotos. Longe dos contratos milionários dos dias atuais e da exclusividade de uma só categoria, quanto mais competiam, mais ganhavam. Não era portanto tão surpreendente que a prova de Caracas contasse com Fangio, já tetra campeão da ou mesmo Moss, duas vezes laureado com o vice-campeonato; os norte-americanos Masten Gregori e Harry Schell; o sueco Jo Bonnier e o espanhol Alfonso De Portago, nomes tradicionais do automobilismo mundial e mesmo exóticos como o dominicano Porfirio Rubirosa. O circuito urbano de Los Próceres ficava em uma praça de desfiles militares,  na verdade, duas retas paralelas, um traçado difícil que exigia muito dos poucos eficientes freios da época e das caixas de cambio. A prova marcaria a derradeira apresentação de Fangio com uma Ferrari, pois o Chueco estava de partida (ou retorno) à Maserati, embora muitos o criticassem achando que para um quinto titulo mundial, deveria continuar em Maranello...Nos treinos, muita disputa entre os rivais Fangio e Moss, com vantagem para Stirling na Maserati 300S. Boa participação de Nano da Silva Ramos e seu Gordini T153S 3.0. Único representante brazuca na competição, alcançou o 9º tempo. No dia da prova, sem os discursos bolivarianos de Hugo Chaves (o futuro tenente-coronel estava com dois anos e três meses e era um garoto pobre de Sabaneta), Fangio larga bem mas na segunda volta é alcançado por Moss e De Portago. A disputa entre os três só dura até a décima volta, quando mais uma vez torna-se uma entre Chueco e o inglês Calvo. A Ferrari 860 Monza de Fangio rende bem, todavia, aos poucos Moss vai conseguindo desgarrar na ponta.

Faltando vinte voltas para o final, começa a chover e Fangio abranda seu ritmo devido a instabilidade da 860 Monza e só volta a andar forte faltando cinco voltas para a bandeirada. Marca a volta mais rápida da prova (1.43.2), contudo insuficientes para alcançar Moss. O esquentado Jean Behra termina em terceiro, com outra Maserati, uma 200S e Jo Bonnier, com a única Alfa-Romeo 6C 3000 termina na quinta posição, atrás da Ferrari Mondial de Gregory. Silva Ramos abandonou, assim como o casal Isabelle Haskell e Alejandro De Tomaso e o velocista Fon De Portago, quando faltavam seis voltas e ele era o terceiro colocado.

No ano seguinte, o Chueco partiria firme para a conquista de sua quinta estrela, relegando Stirling Moss a ser seu eterno vice. O Careca só teria uma chance real, sem o Quíntuple por perto de 1958. Mas isso é conversa para outra ocasião.


A maravilhosa Ferrari 860S Monza de Fangio


GORDINIS AMESTRADOS- REZENDE DOS SANTOS, NANO E FABRIZIO SERENA.

Resultado





 

 

Carlos Henrique Mércio-Caranguejo

 

NT: Quando pensei em escrever sobre as três corridas da Venezuela na década de cinqüenta do século passado logo liguei para o Caranguejo. Numa confusão de números não consegui...São mais de dois mil e quinhentos posts no Histórias, e por melhor que seja minha memória não lembrava deste.

Logo após o post sobre a corrida de 1955 eis que o Caranguejo se manifesta, contando sobre o post “CARRERA BOLIVARIANA” que mostra a corrida de 1956.

Uma hora e meia de papo ao telefone, e mostro novamente a vocês este post publicado em 2012.

As fotos e pesquisas sobre a corrida de 1957, feita em mil quilômetros e denominada “Mil Quilômetros de Caracas” estão quase prontas, e o Caranguejo vai escrever comigo.

Rui Amaral jr