A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Feliz Natal e Próspero Ano Novo -

 

Neste Papai Noel que meu pai recebeu em 1957 de funcionários das Cestas está escrito “À Rui Amaral Lemos, Papai Noel feliz de um milhão de brasileiros”. Francisco é meu filho.

Meus amigos, nesta fase conturbada que o mundo passa minha vontade de escrever ficou um pouco de lado, assim como a do Caranguejo e outros amigos, logo ela volta.

Ontem ainda em longuíssimo papo com o Caranguejo sobre a carreira de Mauro Forghieri, que nos deixou há pouco, combinamos escrever sobre ele, até porque meu amigo Walter enviou-me uma belíssima entrevista em que ele fala de sua relação com Enzo e sobre sua carreira.

Vocês hão de estranhar as fotos e o texto abaixo, foi uma deliciosa homenagem de meu amigo Reinaldo, postada em inúmeros grupos do Facebook e outros, à criação de meus pais Rui e Arinda Amaral Lemos que levou alegria e um Natal Feliz a muitos milhões de brasileiros.

E é com esse espirito de um delicioso tempo feliz que nós, Caranguejo, Francis, Chico, Gabriel, Cuca, Carlos, Fabiano, Graziela, desejamos de coração a vocês um harmonioso Natal e um Feliz 2023.

Rui Amaral Jr







 

“SEU NATAL É MAIS NATAL, COM AS CESTAS AMARAL. CESTA DE NATAL AMARAL, FAZ UM NATAL SEM IGUAL”.

Estamos na Vila do Coração na primeira metade dos anos 60, são por volta de 18:00 de um dia do mês de dezembro e uma caminhonete da Anderson Clayton do Brasil (1934), acaba de estacionar em frente à casa de Menino Reinaldo.

Dela saltam meu Pai, Alexandre Domingos (1937-2021) e o motorista, carregando uma cesta de vime. Meu Pai, com 1,78 de altura e 85 quilos era um homem forte, mas mesmo assim precisava de ajuda para trazer para casa a inacreditável Cesta de Natal Amaral. Pasme!

As cestas eram feitas de vime. Nelas vinham, os tradicionais quitutes de natal como figo seco, damasco, uva passas, nozes, castanhas, amêndoas, panetone, Champagne, vinho, queijo gouda em lata, pêssego em calda, presunto defumado, totalizando quase 40 itens, a maioria deles importados.

A cesta ainda vinha com um brinde para as crianças, como boneco de plástico Gigante Amaral, Papai Noel, Boneca Emília, Pelé, o herói do espaço, etc.

A Cesta era tão grande, que vazia, servia para brincar de carrinho ou nave espacial com meu mais novo, Gilberto Domingos.

Aqui na Zona Oeste da Capital, empresas como Anderson Clayton, Gessy Lever, Refinações de Milho Brazil, Sofunge, Klabin, dentre muitas outras, ofereciam essas cestas mágicas de Natal aos funcionários e quando elas chegavam, as crianças gritavam, pulavam e tinham a certeza absoluta de que a felicidade não era apenas um estado imaginário!

Fundada em 1945 pelo empresário Rui Amaral Lemos, a Empresa foi a pioneira no ramo de empacotamento de alimentos para venda ao consumidor. No começo dos anos 50 a Amaral se agigantou com a aquisição da Indústria Mandiopã de propriedade da Chiavone.

A Empresa Amaral não poderia ser mais Paulistana, tanto que foi instalada no Bairro da Italianíssima Mooca e em 1953, decidiu criar as “cestas de natal”, conhecidas como “Cestas de Natal Amaral”, em que o consumidor pagava um carnê, conhecido como “Carnê da Fortuna” para recebê-la no final do ano. Além da cesta, os consumidores ainda concorriam a prêmios como eletrodoméstico, casas e carros.

E agora, Menino Reinaldo quer saber: Que Lembranças você tem das Cestas de Natal Amaral?

Menino Reinaldo – dezembro de 2022

VILA JAGUARA – DISTRITO DA LAPA – ZONA OESTE – CAPITAL – SÃO PAULO.

ESPECIAL DE NATAL VILA DO CORAÇÃO.

Reinaldo Domingos” 


O Gigante Amaral 

Pelé, o brinde de 1960, eu tinha oito anos e segundo meus pais as filas em nossas lojas dobravam quarteirões, as pessoas querendo o boneco de nosso grande atleta que vinha de brinde na compra das Cestas junto com a boneca Emilia a criação do brilhante Monteiro Lobato.

Este Astronauta era o brinde das Cestas, provávelmente uma homenagem a Iuri Gagarin o primeiro astronauta. Lembro que em seu capacete vinha uma viseira translúcida.

Capa de um disco das Cestas, nela Waldemar Cilioni Junior, filho do Diretor de Marketink das Cestas Waldemar Cilioni. Junior é meu amigo até hoje.





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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

CULTURA DO AUTOMÓVEL - DEZEMBRO 2022

 


quinta-feira, 10 de novembro de 2022

45 anos de amor ao esporte e aos amigos - Conta Sansone

 

Sansone na Formula Super V 

  
 Aos amigos e companheiros de longas jornadas automobilísticas, com quem tive a honra de compartilhar grandes corridas com os velhos azes das pistas brasileiras, como: Seu Chico, os Andreatas, Camilo, Celidonio, Dal Pont, Guaraná, Chiquinho, Chateaubriant, Afonsinho, Paulão, Emerson, Nelsinho, Wilsinho, Alex, Marivaldo, Rui Amaral, os Yoshikuma, Christian Heins, Moco, Dimas, Aguia, Attila, Fabinho, Lolli, Eduardo Scuracchio, Bird, Luizinho, Marinho, Waldemir Costa, Ignacio Terrana, Volante 13, Zé Peixinho e tantos outros não menos importantes, alem de grandes parceiros, como: Ciro Caires, Piero, Emilio, Roberto Dal Pont, Dedé Gomes, Ari Iasi, Fred O’Hara, Avon e todos os mecânicos amigos como o nosso querido Crispim.

Iniciei a minha carreira nas aulas que recebi do meu primeiro parceiro, Luciano Boninni, nas Mil Milhas de 1958, na carreteira por ele construída “Ford 1934 com equipamento Ardum e cambio do Jaguar, que não terminamos por quebra do diferencial.

Depois dessa experiência, não parei mais, participando de inúmeras corridas pelo Brasil a fora. Venci a primeira corrida de rua em Goiania com DKW em 1961 e tive a oportunidade de participar com variadas marcas como: Volks, Gordini, DKW, Puma, Simca, Dodge Dart, Alfa Julieta, JK, Lorena, Alfa Giulia, Fiat, BMW, alem de monopostos como: Formula V, Formula Brasil e Super V.

A pesar da minha dedicação, venci algumas corridas mas nunca tive o prazer de ser campeão, pois embora tenha tido um pai muito rico, nunca tive o apoio financeiro necessário, me impossibilitando de ter melhores equipamentos.

O mais importante de tudo isso, foram as amizades que felizmente perduram até hoje e que temos o prazer de conviver no nosso grupo de Wattzap e nas feijoadas do Paulão.

Em 45 anos de participação direta, teríamos mais 45 para contar historias e passagens inesquecíveis, como por exemplo, termos que providenciar a iluminação dos Box de Interlagos para as Mil Milhas, 24 Horas e 12 Horas pois do contrário não teríamos corrida e também arrancarmos todo o mato que invadia a pista isso feito muitas vezes pelos meus funcionários sem custo para os organizadores.

Encerro aqui, com uma breve homenagem aos queridos Wilsão, Eloy, Bastos e a todos os meus heróis vivos e aos que já se foram, que nos deixam grande saudade.


Mil Milhas Brasileiras com Dede Gomes

Grande abraço a todos

Luiz Carlos Sansone
 

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

A Rebel Driver by The Classic Machines

 


"Mille Miglia...corrida singular em um tempo de corridas incomuns. A história de Alfonso De Portago deve ser conhecida das novas gerações, de modo que está de parabéns o Rubens pela iniciativa. E a nós, só cabe agradecer pelo prestígio e a presença dele, próximo de nós.

Caranguejo”


Dias atrás recebo num comentário do Histórias pedido do Rubens para usar o post/texto de “CABEÇA DE VACA” escrito pelo Caranguejo – Carlos Henrique Mércio –, meu amigo, sócio e herdeiro do Histórias no longínquo 2010 e repetido semanas atrás.

Hoje em comentários ele deixa o link de seu trabalho. Novas fotos, que na época não tínhamos e uma bela explicação do que foram as Mille Miglia, ficou maravilhoso.

Não lembro de conversar com o Caranguejo sobre, afinal quando conversamos são horas e horas de fofocas, desculpem, trocas de informações e o motivo da ligação acaba ficando esquecido.

Parabéns Rubens por seu excelente trabalho e obrigado pela consideração e carinho.

 

 Rui


sábado, 5 de novembro de 2022

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Luiz Carlos Sansone

 

Firme e forte lá vem Luiz Carlos Sansone...


Ontem acordei preocupado, de maneira alguma ficaria em casa, o bonde da história passava e ...

Estava preocupado com meu filho que estava em Manaus e com passagem comprada para Guarulhos que àquela altura estava inoperante, preocupado com a situação do país, e ainda preocupado com algumas amigas nervosíssimas que trancadas em casa não sabiam o rumo de tudo. O telefone pipocava, no Zap mil mensagens, geralmente com bobagens e teorias que nunca vejo.

Moro entre Jundiaí e São Paulo, de casa vinte minutos até Jundiaí e trinta e cinco até a Praça Panamericana. Na noite anterior o Chico me liga dizendo para não esquecer de completar o tanque do carro, coisa que nunca esqueço, e comentando todo estado de coisas que acontecem.

Precisava ir à Jundiaí pagar um salário e comprar algumas coisas, e pretendia passar pela sede do 12º G.A.C ao menos para mesmo sozinho reverenciar nossa bandeira. Passei na casa de meu amigo Andrei veterinário e R2 para convida-lo, mas ele não estava. Comprei quatro pacotes de cigarros e fui.

Na rodovia Tancredo Neves que me leva até Jundiaí estranhei o pouco movimento. Entrei na cidade com pouco trânsito e fui fazer uma parte de meus compromissos, poucas pessoas nas ruas.

Saí da Ponte São João peguei aquela marginal que leva à avenida do 12º e acesso à Anhanguera e parecia que nada acontecia. Mal passei a loja da Havan e carros estacionados dos dois lados da avenida, o coração palpitava, parecia estar no grid com o aviso dos três minutos levantado.

Consegui estacionar e fui me juntar àquele mundo, nos trezentos ou quatrocentos metros que andei consegui comprar uma bandeira, a minha tinha dado ao Chico numa manifestação anterior, e com ela no peito, junto à Nossa Senhora Aparecida segui.

Da praça em frente ao Batalhão subi a alça de acesso conversando com muitos e cheguei onde havia uma barreira e lá fiquei conversando com o pessoal que já estava por lá há mais de um dia. Tirei um maço de cigarros do bolso e acendi um, o caminhoneiro também o fez e me disse que os cigarros estavam acabando e não sabia onde conseguir mais. Lembrei dos pacotes que havia comprado e lá desci quinhentos ou seiscentos metros para pegar, voltando entreguei um a ele para distribuir entre os que lá estavam e os outros deixei em um caminhão onde voluntários distribuíam água e alimentos.

De lá avistava uma grande Bandeira hasteada no alto de uma grua e debaixo dela o som de nosso Hino que tocava ininterruptamente. Subi aqueles 500/600 saldei-a e lá fiquei só algum tempo, lembrei de meu amigo Arturão, o grande campeão que ao parar de correr amava levar a vida na boleia de seu caminhão, livre leve e solto, e como um marinheiro uma namorada em cada parada.

Descendo para praça passo por um senhor com uma bandeira no peito e segurando outra, ando alguns metros e resolvo voltar e pedir que ele me permitisse tirar uma foto. Conversava com ele que me disse ter oitenta e dois anos e toca meu celular, era minha querida amiga Fátima preocupada comigo e com tudo, conto à ela do senhor e sua idade ao que ele retruca “diga à ela que é o Luis Carlos Sansone!”...o motor deu uma engasgada, depois subindo de giro disse a ele “sou o Rui Amaral!”, nossos sorrisos se iluminaram e um grande aperto de mão e um forte abraço selaram um reencontro depois de talvez cinquenta anos.

Nas duas horas que juntos ficamos muito papo, conheci sua filha e genro e falamos muito dos amigos, para alguns até ligamos. Lembramos com carinho dos amigos Avallone, Arturão, Miguel, Ferreirinha, Pedro, Lolli, Jayme, Gorga, Zambello e tantos outros. A certa hora ele conta do telefonema do Chico horas antes para lembrar do combustível e ligamos para o amigo, mas ele estava fora do ar.

Voltei à minha casa para alimentar a Loira e o Mike, muitos telefonemas e mensagens, mais tarde tranquilo sabendo que depois de todo atraso meu filho já estava em sua casa, e feliz muito feliz com tudo.

Sansone, caro amigo, difícil descrever a alegria em vê-lo firme e forte, daqui a pouco estaremos novamente juntos, até lá um forte e fraterno abraço.


 

Rui Amaral Jr.  






quinta-feira, 20 de outubro de 2022

CABEÇA DE VACA - por Henrique Mércio

Portago, Edmund G. Nelson e a Ferrari 335-S. # 351 referia-se a hora de partida das Mille Miglia.

Fangio, Collins, De Portago e Luigi Musso, GP da Alemanha 1956.


Muito antes de Fernando Alonso tornar-se um ídolo do automobilismo, os espanhóis torciam por Alfonso de Portago nas pistas. Um piloto diferente, “Fon” era um nobre, autêntico marquês que não se importava de disputar freadas com os “plebeus”. De curta carreira (1953-1957), ele poderia ter entrado para a história da categoria como o piloto de nome mais exótico a passar por ela: chamava-se Alfonso Antonio Vicente Eduardo Angel Blas Francisco de Borja Cabeza de Vaca y Leighton Carvajal y Are. Para evitar as piadas, incorporou o seu título nobliárquico (Marquês de Portago) ao seu primeiro nome. Como dinheiro não era problema, nunca teve dificuldades para comprar o carro que quisesse, até mesmo uma Ferrari. Audacioso, uma de suas primeiras façanhas foi na aviação. Apostou com um amigo que seria capaz de passar com um pequeno aparelho por baixo dos arcos de uma ponte. De Portago ganhou a aposta, mas nunca pode tirar o brevê, ele que era recém saído da adolescência. Gostava de correr com cavalos também e foi integrante do primeiro time espanhol de bobsleigh (uma espécie de trenó), competindo nas Olimpiadas de Inverno/56. Porém, como o próprio Fon disse certa vez numa entrevista, sua paixão era o automobilismo. Casado, tinha dois filhos, mas nunca deixou de agir como um latim lover, tendo muitas namoradas. Estava quase sempre vestido de preto e com um cigarro na boca. Vestia-se de maneira frugal, mas denunciava sua origem nobre ao falar. Na equipe a qual esteve por mais tempo ligado, tinha uma relação difícil. Enzo Ferrari gostava de Portago como cliente, não como piloto. Mas o convidou para substituir Luigi Musso quando o italiano não pode continuar competindo em 1956. Das seis corridas em que participou, a melhor foi em Silverstone, onde estava em terceiro, atrás de Fangio e Moss, até ser chamado ao box, para ceder seu carro ao companheiro de equipe, Peter Collins. Nesses casos, os pilotos dividiam os pontos da colocação obtida. Fon de Portago entretanto, quis deixar bem claro sua insatisfação e pegou na Ferrari de outro companheiro, Eugenio Castelotti, que havia batido. Ele deu-se ao luxo de empurrar o carro abandonado e parou próximo à linha de chegada. Então acendeu um cigarro, pulou para dentro do cockpit e esperou. Quando o líder Juan Manuel Fangio recebeu a bandeirada e a corrida terminou, o espanhol desceu e empurrou os metros que faltavam, recebendo a bandeirada em 10º lugar. Já sua parceria com Collins rendeu a 2ª posição, a melhor em sua passagem pela F1. Em 57 ele continuou sua convivência instável com a casa de Maranello. Escrevia à Scuderia, pedindo uma vaga na equipe de fábrica e como resposta recebia uma foto sua, dando uma estampada em algum lugar. Em maio, depois de nova desistência de Luigi Musso (virose), é escalado num dos carros oficiais que participarão da Mille Miglia, uma singular competição de estrada na Itália. A Ferrari tinha o modelo 335-S e contava com Piero Taruffi, Wolfgang Von Trips, Peter Collins e Olivier Gendebien, além de Portago. A Mille Miglia era disputada em estradas nem sempre fechadas ao público. Os carros tinham numeração de três dígitos, de acordo com o horário de saída.


Enzo Ferrari e De Portago.

De Portago prepara-se para largada das MM.

 

Partia da cidade de Brescia e seguia para Roma. Na capital dava meia-volta e retornava para o norte, para Brescia. Dias antes, reunido com seus pilotos, o Comendador provocou: “Não ficarei surpreso se Olivier (Gendebien) terminar na tua frente”, disse ele para de Portago, que não respondeu. Na verdade era mais que uma provocação, pois Gendebien iria correr com uma Ferrari GT, portanto menos potente que as 335-S da categoria principal. 

O espanhol resolveu que daria a resposta na pista e aquela madrugada, largou às 5:31, na companhia do co-piloto Edmund G. Nelson, um velho amigo jornalista. Até Roma tudo foi bem. Chegaram à capital na 5ª posição e encontraram a atriz Linda Christian (apesar do nome anglicizado, era mexicana de nascimento), a grande paixão de Portago. Ele freou perto dela, que foi até o carro e conversaram. O casamento nunca foi motivo para que o marquês e Christian escondessem o namoro. Depois, trocaram um beijo e ele prosseguiu até Bolonha, onde faria os reparos. Lá, uma surpresa desagradável: seus mecânicos descobrem que a suspensão dianteira esquerda está avariada e que seria melhor desistir, porque o carro não agüentaria até Brescia. Fon toma a decisão condizente com o homem sem medo que era: ele ignora e segue em frente. No retorno, não economiza o carro. Ultrapassa Manfredi em Parma e depois Gendebien em Cremona.

Estava na terceira posição, com Taruffi em primeiro e Von Trips em segundo. Collins um dos ingleses queridinhos de Enzo desistira. A ordem final era clara: nada de disputas domésticas. Taruffi deveria vencer, Von Trips seria o segundo e Fon, o terceiro. A idéia de afrontar o velho arrogante desobedecendo-lhe os mandos, devia estar germinando na cabeça de Portago desde aquela reunião de pilotos. Faltando 30 km para a bandeirada, a Ferrari nº 531 aproxima-se da cidadezinha de Guidizzolo e está num trecho de reta, a 220 km/h. Na entrada da cidade, a quebra da suspensão comprometida (ou um pneu estourado) a faz guinar à esquerda, bater num marco de sinalização de quilômetros e levantar vôo. Acerta e derruba um poste telegráfico, que muda sua trajetória e a faz ir parar em cima do público que está assistindo à beira da estrada.

Totalmente destruída, a 335-S vai finalmente parar numa vala à direita da estrada. Muitos feridos, dez mortos, dos quais cinco crianças. Fon de Portago (28) e Eddy Nelson(40) foram jogados fora do carro, depois da batida no poste. Nelson faleceu horas mais tarde e o marquês morreu no ato. No blusão que vestia, havia além de seu passaporte, uma pequena nota, dizendo que era católico e que se algo lhe ocorresse, deveria ser chamado um padre.

Consideradas perigosas tanto para pilotos quanto para o público, as Mille Miglia não foram mais disputadas.

O acidente também custou ao Commendattore um processo de quatro anos, que esvaiu os recursos do time, forçando o início das malogradas negociações de sua venda para a Ford. Enzo Ferrari terminou inocentado.

 

Henrique Mércio  - Caranguejo 


Post original de 16 de agosto de 2010



segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Irresponsáveis

 

O vídeo a seguir consegui no Twtter, segue o link. Assisti algumas vezes, a sensação é de um uppercut na boca do estomago. Graças a Deus Gasly saiu desta.

LINK


 Eles têm ao seu dispor quase mil câmeras e monitores, exageros à parte são muitos monitores e acesso direto às câmeras, estão lá para apenas isto, e erram, erram muito.

A soberba das respostas deles me deixa perplexo, afinal eles lidam com vidas humanas pois por mais que desavisados considerem pilotos super-homens pilotos são meros mortais, é certo que quando chegam às categorias topo são seres distintos, super capacitados, mas mesmo assim meros mortais.

Não vou exemplificar aqui os erros deste ano pois foram muitos e abstive-me de escrever/comentar.

Desde o final do ano passado quando os comissários técnicos não puniram Lewis quando cortou caminho logo após a largada e teve vantagem sobre Max venho observando e prestando atenção, vejam que agora em Suzuka eles aplicaram uma correta punição a Leclerc. Já com Lewis...É melhor eu ficar por aqui.

2014 na mesma Suzuka, com um pouco menos de tecnologia que hoje, mas com a mesma responsabilidade o erro deles custou a vida de uma promessa, ontem quase, quase mesmo é Gasly quem sofre as consequências, no fim o comunicado deles coloca a culpa no piloto!

Naquele 2014 conversando com um amigo muito próximo que foi um grande piloto, alguém bem próximo a Eclestone que com ele trabalhou na organização de diversas etapas do mundial, ele escreveu para o História o seguinte texto;

“"É um horror, o que aconteceu no Japão.

Isso mostra que tem que ser mudado a gestão da Fórmula 1.

Os profissionais que estão atuando com as principais responsabilidades, já fizeram a sua parte, estão muito velhos e não estão levando a sério as suas responsabilidades.

O Charlie White tem que ser punido, não poderia ter mais nenhum cargo no automobilismo, ele é o único responsável pelo acidente do Jules Bianchi.

Se o Charlie White fosse uma pessoa consciente com a sua responsabilidade e profissional, nada teria acontecido.

É de obrigação do Diretor da Prova em participar fisicamente de todos os exercícios simulados de trabalhos de resgate de um acidente e tem que ser ensaiados todos os tipos de acidentes em cada ponto do circuito.

Um trator não pode entrar num circuito com os carros em movimento de corrida, tem que aguardar o Safety Car a alinhar todos os carros.

Todo metido, prepotente, arrogante e agora!!!"

Me perdoem por não divulgar seu nome, mas sei que qualquer problema ele certamente assumirá a autoria.

Ontem como hoje tudo igual!

Jules em 2014

Abaixo dois links para os postas do fatidíco GP.





A Philippe Bianchi pai de Jules.


 

Rui Amaral Jr



quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Ayrton...

 




"Entre tantas outras histórias escolhi essa para contar. Numa manhã de segunda feira o telefone do aeroporto de Angra dos Reis toca, era Ayrton Senna, preocupado pois seu helicóptero de prefixo PT-HNJ não acionava o motor devido o switt bat dormir ligado e descarregado a bateria. Como ir para São Paulo viajar para Europa para trabalhar? Calma estou indo com uma bateria carregada para substituir em seu helicóptero, peguei o ultraleve e fui para Porto Galo onde era a casa de veraneio de Ayrton, enquanto fazia o serviço conversava com Ayrton sobre aviação, dizia que não completei minhas horas de voo pois o preço do combustível estava muito caro. terminado o serviço acionamos o motor do helicóptero. Ayrton perguntou quanto ficou o serviço, disse não é nada pois você é associado ao aeroporto de Angra dos Reis paga suas mensalidades em dia esta incluso esse tipo de serviço. Ayrton embarcou e foi para São Paulo, quando cheguei de volta ao aeroporto de Angra tive a surpresa, Ayrton passara lá e deixou 100 litros de gasolina pagos para completar minhas horas de voo de ultraleve. 

Wagner Muniz." 


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Interessante; Recebi em junho de 2009 um e-mail do Wagner contando esta passagem com o Ayrton que postei no dia 10, era o começo do Histórias, ontem algumas visualizações no post me fizeram lembrar. No dia acredito que umas dez visualizações, e hoje, que nos mais de três mil posts e milhões de acessos vejo que mesmo algo tão longínquo é acessado pelos que nos seguem.

Perdi o contato com o Wagner, a quem agradeço a gentileza de compartilhar conosco sua lembrança.

Agradeço também de coração a cada um de vocês que aqui estão comigo, e com todos que dividem a deliciosa tarefa de escrever sobre nossa paixão.

Rui Amaral Jr

AYRTON PARA SEMPRE

LINK PARA O POST ORIGINAL





segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Herbert Mackay-Fraser

 


  Em 1957, uma passagem meteórica de um pernambucano pela F1: Herbert Mackay-Fraser. Filho de um importante homem de negócios, morou nos Estados Unidos e adotou essa cidadania. Correu na Europa a partir de 1955, com carros Lotus. Sua única participação na Fórmula 1 ocorreu no GP da França/57 em Rouen.  Seu carro é um BRM P25, mas abandona na 24ª volta, por problemas na transmissão. Restou a curiosidade sobre o que ele poderia fazer na categoria, pois semanas mais tarde, Mac Fraser sofreu um acidente fatal numa prova de F2 em Reims, com um Lotus. Seria ele, apontam as estatísticas, o primeiro piloto a falecer ao volante de um carro projetado por Colin Chapman.

Herbert Mackay-Fraser pilota uma BRM P25 em Rouen no GP da França 1957

Vitória em Brands Hacht, Mackay-Fraser e Jay Chamberlain, pilotando a Lotus Colin Chapman.

Herbert Mackay-Fraser e sua Ferrari 750 Monza em Outon Park.

O acidente fatal de Herbert Mackay-Fraser

Herbert Mackay-Fraser 1922-1957


Para nosso amigo Juanh

Juan Racing Tean

link



Carlos Henrique Mércio - Caranguejo


Post original de 2013












terça-feira, 20 de setembro de 2022

A CARAVANA PASSA E OS CÃES LADRAM

 


  Amigo de amigos conheci Emerson muitos anos depois da Formula Um, sete ou oito anos mais velho que eu perdi sua companhia nos rachas do Pacaembu, ele se não me engano morava nas Perdizes e eu no Pacaembu, ao lado da rua do “pecado”, a Itápolis, minha casa na Morro Verde, um só quarteirão que começa na Buri e termina nela. A Itápolis desce da Paulista e serpenteia até o muro do estádio Paulo Machado de Carvalho o Pacaembu, era lá que Emerson e outros play boys iam “competir”, de forma alguma vou citar nomes de amigos, e mais tarde esse que vos escreve.

Mais tarde em 1971 quando aos dezoito anos estreei nas pistas já havia visto o Rato vencer na Formula Ford, depois com a Lola T210, Formula 2...E era seu fã, tocada firme e técnica, muito rápido, talento natural, talhado para as grandes vitorias e conquistas, e assim foi, e eu apesar de não ser seu amigo continuo a admira-lo.

Ontem ao abrir o Facebook vejo meu amigo Águia indignado com uma matéria veiculada por um site contando sobre as agruras que o Grande Campeão passa em suas finanças. Além do texto jocoso e com algumas inverdades, coisa de um nível baixíssimo, sei que tentam por motivos políticos atingi-lo.  

Nunca neste espaço onde tantos me prestigiam, e aos meus amigos, toquei no tema política, pois respeito os que aqui me ouvem, ou melhor leem, e sei que muitos pensam diferente de mim. Esporte e politica não devem se misturar.

O referido site, que vem de um jornal que no passado teve muita credibilidade, hoje perdida, e só não caiu na mesma situação do Campeão pois o tal site deu-lhe um novo folego,  que parece agora vai se esvair no meio de um jornalismo de tão baixo nivél.

É a caravana passa...

 

Ao Emerson e aos muitos amigos que são jornalistas de respeito.

 

A SAGA DE UM SER ESPECIAL

A primeira vitória na Formula Um, na arte de meu amigo Ararê Novaes.
Na arte de meu amigo Mauriciom Moraes.
Já com o #1 do campeonato de 1972.
1974 o segundo titulo mundial.
1989 primeira vitória nas 500 Milhas de Indianapolis.
1993 segunda vitória nas 500 Milhas de Indianapolis.

Rui Amaral Jr



 








 

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Herói de ontem, hoje e sempre...

 


Quatro gerações, o Vigilante, Cassio seu filho Thiago e neta Giulia.
O Vigilante, Cassio e Thiago nas Harley e na foto ao lado Cassio vestido como o pai.
Com o Cassio em evento tempos atrás.

Há oitenta e nove anos nasce na nossa querida Mooca o menino Carlos Miranda. Jovem e garboso entrou para o cinema no começo da década de sessenta e maravilhou nós os jovens com suas aventuras como o Vigilante Rodoviário.

Talvez nos dias de hoje as pessoas que não viveram aquela época não tenham a ideia do que fosse a Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo presente e respeitadíssima em todas estradas onde passávamos.

Aos nove anos quando assisti o primeiro episódio logo lembrei daqueles policiais montados em suas Harley Davidson que admirado via nas estradas.  

Conheci como motociclista muitos destes verdadeiros heróis, fui amigo de alguns, um deles até foi um dos comandantes da corporação. Certo dia fui buscar uma BMW emprestada a ele no comando...bem deixa para outro dia!

Conhecia meu ou nosso herói de passagem, mas um dia quis o destino, ou Deus, que ficasse amigo de Cassio Toledo filho do Tenente Coronel Carlos Miranda!

Quando da gravação do programa Momento Moto do Dinho Benzatti na casa do Vigilante o Cassio estava presente. Eu estava fazendo algo que não lembro bem e toca o celular numa vídeo chamada e na tela aparece o Cassio com seu pai. Quando o Vigilante começou a conversar comigo logo os olhos marejaram, a emoção aflorou, algo indescritível!

Ia contar mais sobre a história do Vigilante e do Ten. Cel. Carlos Ciranda, mas no vídeo vocês vão ouvir melhor em sua própria voz.

Parabéns Dinho, excelente sua entrevista.

Cassio meu amigo/irmão, sem palavras.

E ao senhor Ten.Cel. Carlos Miranda o Vigilante Rodoviário eterno Herói de muitas gerações, muito obrigado pelo exemplo. Vida longa e um forte abraço.

 

Rui Amaral Jr