A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Formula 3 - 1974

 

Jan Balder - March 748 Holbay - SPI, Rodão e Formula 1
Alex com GRD lidera com Hemton #1 em terceiro.

   Tenho vontade de escrever dos anos dourados da F.3, como aliás estou escrevendo aos poucos, então voltemos à 1974, e os atores da categoria, ou seja, pilotos, chassis, motores, equipes e outros.

 

Chassis:

Os principais carros/chassi dos campeonatos europeus de 1974-1986 foram; Chevron, GRD, Lola, March, Modus, Ralt, Reynard, Brabham, Lotus, Tecno. Anson, Argo.  

 

Motores;

Aspirados de 2.000 cc com entrada de ar de 24 mm. Máximo de quatro cilindros, sendo que os Toyota, Ford, Alfa Romeo, Renault, Triumph, Volkswagen, Lancia e BMW, todos derivados de carros de produção, com uma minimo de 5.000 unidades comercializadas. Aqui uma observação; As 5.000 unidades que cito são de carros de produção ao publico mas com caracteristicas e opcionais especias, lembro quando aqui no Brasil a Ford lançou o Corcel GT, e suas “caracteristicas especiais” eram umas faixas pretas, rodas diferentes e mais nada, sendo que a Bino preparava um exelente motor, lá fora as opções eram muitas nos motores, relações de cambio, diferencial e outras que transformavam meros carros de passeio em foguetinhos.   

Os preparadores destes motores; Novamotor, Holbay, Billgren, Schrick, Vegantune, Schnitzer, Spiess, Dudot.


Henton lidera com Julio Caio em quarto.

Alex com Zé Pedro em sua cola. 
Julio Caio e os irmãos Moraes.

Pedro Passadore em Monaco.

  Bem, vinha escrevendo até aqui e então entra o efeito Caranguejo, que ao telefone fala assim: “o Teleco não conseguiu o patrocinio, mas a quipe March correu com outros amigos seus, inclusive seu amigo Jan”.  Neste momento a memoria fica experta e começo à lembrar de muitas conversas, coisas que li e tudo mais. Depois de mais de quinze dias resolvi ligar para o Jan, e depois uma hora de papo com ele, e outra hora e meia com o Caranguejo.

Então vamos lá: Com algumas informações do Jan, outro dia juntos vamos escrever sobre, e lembranças e pesquizas minhas e do Caranguejo.

A March, construtora de carros para várias categorias, tinha uma equipe de corridas para quase todas categorias de formula em que seus carros participavam.

Em 1974 para F.3 fechou o acordo para sua equipe com José Pedro Chateaubriant Bandeira de Mello, que levou os patrocinios da SPI – Sociedade Paulista de Investimentos – de Jayme Levy, do Rodão e da Formula Um – equipamentos esportivos, anteriormente dos irmãos Fittipaldi – o primeiro piloto sera o britanico Brian Henton e Zé Pedro seu companheiro. Este acordo previa que Jan Balder faria três corridas na temporada com o carro de Henton.  

Além de Zé Pedro a F.3 inglesa teve mais alguns brasileiros, meus amigos Julio Caio de Azevedo Marques e Luiz Antonio “Teleco” Siqueira Veiga com um March 733 do ano anterior. Julio correu algumas provas pelo Tean Brasil dos irmãos Moraes, Marcos e Luiz, não consegui conversar com ele, um dia contamos mais, fez três corridas pela equipe, duas com o recém criado MODUS, e a outra com March 743.

Alex Dias Ribeiro com GRD 743 e March 743 Toyota/Novamotor. Leonel Friedrich com March 743, Marivaldo Fernandes March 733 - Ford twin cam Neil Brown.

Assim como a mudança de regulamento dos motores da F.Um no ano de 1968, as equipes da F.3 em 1974 enfrentaram vários problemas no fornecimento de motores, sendo que vários carros usavam o 1.600cc do regulamento anterior e outros preparadores aumentavam a cilindrada deles para 1.7/1.8cc. Quem primeiro encontrou o caminho das pedras foi a Toyota com seu motor de duplo comando de válvulas com quatro por cilindro, preparado pela Novamotor.

Foram vinte e sete corridas dos principais campeonatos, o Lombard North Central Formula Three Championship, Forward Trust Formula Three Championship. Brian Henton da March/SPI nadou de braçada, venceu quinze delas, sendo escudado em várias por Zé Pedro.

O Lombard North Central Formula Three Championship, Henton venceu sete vezes, tendo Alex Dias Ribeiro seu vice com duas vitorias, seguido de Tony Rouff com três vitorias e Zé Pedro Com uma.

O Forward Trust Formula Three Championship, Henton venceu oito vezes, tendo Rouff como vice com uma vitória. As outras vitorias deste campeonato foram divididas entre Danny Sulivan na única do Modus/Ford-Holbay-Vengatune, Alex Dias Ribeiro, José Espirito Santo e Mike Tyrrel.


Henton 


Até que a participação dos brasileiros foi boa, com destaque para Alex Dias Ribeiro e Zé Pedro Chateaubriant. Julio em equipe fraca fez apenas três corridas, Teleco com o carro do ano anterior e sem esquema pouco pode fazer. Jean que faria três corridas fez apenas duas e com seu March, que obviamente levava o #1 mas não era o carro de Henton, já que usava o motor de 1.600cc, também pouco fez. Na que seria a primeira corrida do Jan, em Silverstone, sua licença não chegou a tempo e Pedro Vitor de Lamare iria substitui-lo, aconteceu que os irmãos Pederzani levaram o novo motor Toyota preparado por eles, e tudo desandou não conseguindo Pedro largar.

Só Alex seguiu carreira lá fora, Julio, Zé Pedro, Teleco e Jan encontraram no Brasil a nova coqueluche de nosso automobilismo, a F. Super Vê. Que segundo meus amigos era mais custosa que a F.3 inglesa, creio que devido ao menor número de corridas, mas com maior facilidade de conseguir patrocínio já que a divulgação da categoria era por conta da VW.

No mesmo ano Pedro Vitor de Lamare, com o patrocínio da SPI correu com March 74S-BMW os campeonatos inglês, algumas provas da Interserie e campeonato Europeu de viaturas Sport, seu parceiro em algumas provas foi Antonio Castro Prado.

March 74S de Pedro Vitor.

 

Agradeço depoimentos e fotos aos amigos Jan Balder, Roberto Martinez, ao parceiro Carlos Henrique “Caranguejo”Mércio.

 

Abraços.

 

Rui Amaral Jr



quarta-feira, 6 de abril de 2022

A Natureza do Baixinho Alucinado -- por Carlos Henrique Mércio - Caranguejo

 

A largada...

 A historinha; Zandvoort, 1981, GP da Holanda. Nas palavras de Mauro Forghieri: "Tínhamos um motor experimental montado no carro de Gilles, com alterações nos pistões e outras melhorias. Mas havia apenas uma unidade e era importante completar a corrida para testá-la. Assim recomendei a Villeneuve: Esqueça o Grande Prêmio. Por hoje, pense em experimentar o motor nos 300 Km. Termine a prova para que possamos analisar os componentes e aferir o desempenho em condições de corrida. Gilles, largando em uma singela 16ª posição no grid, disse para não me preocupar, que faria o combinado. Mas já na largada o vimos passar uns quatro carros, nos primeiros metros. O quinto carro seria a Alfa de Bruno Giacomelli, porém Villeneuve acertou sua traseira, voou pelo ar e foi parar na brita da Tarzan Corner. Não completou sequer a primeira volta!! Ele então veio andando em minha direção, mas não vinha comentar o ocorrido, estava envergonhado e mudou a direção para o seu motorhome".

Chegando à Tarzan...




Mauro e atrás me parece Luca de Montezemolo...
A bela 126 CK e Gilles


Lá dentro, Villeneuve deve ter encontrado sua esposa Joanne, famosa pelos olhos arregalados, com os mesmos mais escancarados que nunca.

 

Carlos Henrique Mércio-Caranguejo


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Bem...alguns podem pensar que o Caranguejo e eu concordamos com tudo, eu digo quase tudo!

Gilles é um deles, o Leão (não ouso escrever seu nome) é outro, e é bem melhor eu ficar por aqui!

A seguir um dialogo com a participação de meu amigo Romeu no Face, as falas do Caranguejo;.

“Já os meus, estão no lugar, porém meu queixo caiu ao ouvir meus amigos Rui Amaral e Romeu Nardini dizendo que Gilles é a reencarnação de Tazio...

Pobre Tazio...voltou tão burrinho...

Claro...vou ver se acho mais alguma foto do cara. Ah, o título é "A Natureza do Baixinho Alucinado".”

Valeu Caranguejo, você que é meu amigo, sócio no Histórias e herdeiro dessas páginas, afinal apesar de algumas discordâncias na maioria das vezes pensamos da mesma forma.

 

Rui Amaral Jr

PS: Pironi na outra Ferrari bateu com Tambey nesta mesma volta e abandonou duas depois. e melhor, um certo Candango partia para seu primeiro titulo mundial.