A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
Mostrando postagens com marcador Bi-Centenário de Porto Alegre. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bi-Centenário de Porto Alegre. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A Extraordinária Corrida, em 1940 - Última parte

O terrível desafio imposto a carros e pilotos pelo Grande Prêmio Bi-Centenário de Porto Alegre num trajeto de 2.076 quilometros de estradas do Rio de Janeiro a capital gaúcha, iniciado no dia 14 de novembro de 1940, havia chegado ao fim para apenas 9 das 23 carreteras iniciais.

Arrancando de Florianópolis/SC na manhã do dia 17 de novembro, na quarta e última etapa, o piloto catarinense Clemente Rovere cruzou a linha final em Porto Alegre às 14h51´29" e 4/10 com seu carro número 16, um Ford cupê, no tempo de 9h49´20" e 8/10.

O campeão uruguaio Hector Supicci Sedes havia vencido a etapa Curitiba/Florianópolis e portanto saiu na frente de Rovere, mas, o motor da sua carreteira Ford fundiu a poucos quilometros de Porto Alegre, quando estava 9 minutos à frente do catarinense.

No cômputo geral da prova, Rovere estava, nessa altura, 1 hora e 9 minutos à frente dos demais pilotos e bastava manter essa diferença para alcançar o triunfo final.

Mas, mesmo assim impôs ritmo forte ao seu desempenho até a localidade de Passo do Socorro, a fim de ganhar o prêmio "Estado de Santa Catarina", destinado ao piloto que atravessasse o território catarinense em menor tempo.

Daí para a frente, reduziu a velocidade do carro até a linha final. Somados os tempos dos pilotos dos 9 carros que resistiram à maratona das quatro etapas, Clemente Rovere foi consagrado o grande vencedor, com o tempo total de 27h59´01" e 4/10, seguido de Ernesto Ranzolin/João Pedro Souza Oliveira - carro 26 - Ford 1940 cupê De Luxe - 29h57´17" e 1/5; Adalberto Morais/Armando Avelino Rodrigues - carro 36 - Chevrolet - 30h55"e 1/5; Oscar Bins/David Souza - 2 - Ford - 30h31´45" e 2/10; Antonio Rodrigues Peres e Amaro Calmon - 4 - Mercury - 30h39´55" e 2/5; Raulino Miranda e Ervino Reguze - 38 - Chevrolet - 30h59´55" e 2/5; Iberê Correia/Ismael Soriano - 6 - Ford - 31h22´27"; Ari Cortese de Santana/Ernesto de Souza Fontes - 30 - Ford - 32h22´21" e 1/10; e Salvador M. Pereira/Antonio Garcia - carro 20 - Willys - 35h50´43" e 3/10.

Apesar das chuvas e do estado de conservação das estradas, a média horária de Rovere foi de 73,971 quilometros/hora; Ranzolini fez 69,113 km/hora; e Adalberto Morais 68,640 km/hora.

Dessa forma dava-se por encerrada a disputa de uma das mais famosas e importantes corridas de carros em estrada já realizadas no país, cuja história descansa nas páginas empoeiradas do livro do tempo sobre as competições automobilísticas brasileiras. Numa foto de hoje, a carreteira de Ranzolin passando por Antonio Prado/RS; na outra, Adalberto Morais/Armando Rodrigues e o Chevrolet da dupla.

Por Ari Moro

Fotos do acervo pessoal do amigo Antônio Ranzolin filho do saudoso exímio piloto de gaúcho de carreteras Ernesto Ranzolin.
23/12/2010 às 00:00:00 - Atualizado em 22/12/2010 às 23:43:22