A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Há 50 anos - Nurburgring 1973 - por Ronaldo Nazar

Primeira volta.... Stewart lidera após largar da pole position, por sinal a sua última da carreira. É seguido por Cevert, Peterson, Lauda, Ickx, Reutemann, Revson, Hulme , Pace, Wilsinho , Beltoise, Regazzoni, Stommelen, Emerson , Pescarolo e Haillwood.

Início de corrida . No retão espetacular de Nurburgring , com subidas e descidas, o argentino Carlos Reutemann lidera um pelotão , com Pace, Hulme , os irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi o alemão Jochen Mass e mais atrás Clay Regazzoni.

 Após uma semana do fatídico GP da Holanda que culminou com a estúpida morte do jovem piloto inglês Roger Williamson, foi disputado no dia 5 de agosto de 1973, o GP da Alemanha no espetacular, porém perigoso, circuito de Nurburgring. Esse GP ao contrário de Zandvoort, ficou marcado por vários fatos e curiosidades esportivos, graças a Deus. O primeiro e mais importante foi que a corrida foi vencida pelo escocês Jackie Stewart, que assim obtinha a sua 27ª e última vitória. O companheiro de equipe do escocês, o francês François Cevert chegou na 2ª posição, fazendo a dobradinha da equipe Tyrrell. Esse foi o último pódio do piloto francês que morreria 2 meses depois. O 3º colocado foi o belga Jacky Ickx que aproveitou a ausência da equipe Ferrari e foi convidado pela McLaren que alinhou um 3º M23 para o belga. Resultado foi que, sem ter tempo de treinar para adaptar-se ao carro, Ickx fez treinos e corridas magnificas, mostrando que seu talento continuava intacto ao ser durante todos os treinos e corrida o piloto mais veloz da equipe McLaren, suplantando com larga margem seus companheiros de equipe, Denny Hulme e Peter Revson. A corrida do belga também chamado de Rei de Nurburgring, por sempre andar muito lá, só foi suplantada pela do brasileiro José Carlos Pace, que após treinos discretos, acertou o seu Surtees e largando de uma distante 11ª colocação, foi ganhando posições e conseguiu um brilhante 4º lugar e bateu  o recorde de volta por 3 vezes seguidas. Se Pace não tivesse demorado tanto para ultrapassar o Brabham do argentino Carlos Reutemann o que só aconteceu na 7.ª volta, metade da corrida, Moco certamente teria chegado e ultrapassado Jacky Ickx. Wilson Fittipaldi Jr, também fez uma brilhante corrida ao terminar na 5ª posição, após largar da 13.ª posição.  Essa foi tb a última corrida que o Tigrão conseguiu marcar pontos na sua carreira. E para fechar com chave de ouro, Emerson Fittipaldi, conquistou o 6º lugar obtendo o último ponto para a classificação do campeonato, depois de largar na 14ª posição e num esforço tremendo com dores no tornozelo lesionado, conseguiu vencer o duelo com o jovem alemão Jochen Mass que fez boa estreia terminando na 7ª posição. Essa foi a 1ª vez que 3 pilotos brasileiros, marcaram pontos em uma prova do campeonato mundial de F1. 


A briga nervosa com Carlos Reutemann segurando o qto pôde o seu futuro companheiro de equipe Carlos Pace, com Wilsinho Fittipaldi colado no Surtees e Emerson Fittipaldi um pouco mais atrás. Reutemann abandonou com o motor quebrado.
José Carlos Pace nos boxes durante os treinos. Finalmente o Surtees TS 14A não deu problema e Moco pôde mostrar o seu incrível talento no desafiador circuito alemão.
José Carlos Pace contornando a famosa curva do Karrousell . Moco fez até então a sua melhor apresentação na F1.
Moco... literalmente voando em Nurburgring...quebrou 3 vezes o recorde de volta.
Wilson Fittipaldi voando para a conquista da 5ª colocação. Depois da brilhante corrida em Mônaco o Tigrão andou muito no desafiador circuito alemão , mostrando todo o talento que tem.
Emerson Fittipaldi fez ótima corrida dadas as suas condições físicas. O 6° lugar foi conseguido com muita luta e determinação.


Jackie Ickx conversa com Teddy Mayer o chefão da McLaren. Grande corrida do belga.
Jacky Ickx... adaptação maravilhosa ao McLaren M23.
O belga Jacky Ickx mandou a bota no McLaren M23.. Andou muito.

O "escocês voador". Fazendo juz ao apelido, Jackie Stewart rumando para o seu 27º e último triunfo. Além da pole position nos treinos, que também foi a sua última, Stewart também liderou todas as voltas . Grande vitória . Praticamente selou a conquista do seu 3º título mundial.

Jackie Stewart recebe a bandeirada de vencedor. Um passeio do escocês ...grande vitória.

O podium ... Ken Tyrrell ergue os braços de Stewart e Cevert após vitória triunfal da sua equipe . Foi a última vitória de Stewart, a última dobradinha da dupla Stewart , Cevert. Uma corrida que após os acontecimentos de outubro de 1973 no GP dos EUA , foi uma despedida.



Há 50 anos.

Ronaldo Nazar



sábado, 28 de janeiro de 2023

GP da Argentina 1973 por Ronaldo Nazar

 

Stewart, Emerson e Cevert


E foi no dia 28 de janeiro de 1973, que escreveu-se uma das mais belas páginas das corridas em todos os tempos. Local, Autódromo Municipal de Buenos Aires. A corrida , prova inaugural do campeonato mundial de fórmula 1 . Os protagonistas... Emerson Fittipaldi, François Cevert e Jackie Stewart. O início da mais esperada temporada de F1 com o duelo direto entre Emerson Fittipaldi o novo campeão mundial e o escocês Jackie Stewart bicampeão mundial 1969/1971, que queria porque queria ganhar o tri em 1973 e assim encerrar a sua brilhante carreira como tricampeão. Havia ainda mais atrativos para engrossar o caldo.  O recorde de vitórias de outro escocês voador Jim Clark estava perigosamente ameaçado pelo compatriota Stewart. Faltavam apenas 3 vitórias para que Jackie igualasse o recorde de Jim.  O regulamento mudava em favor da segurança. A CSI resolveu se mexer após tantas mortes de pilotos. Esses mesmos pilotos liderados por Jackie Stewart vinham num movimento cada vez maior em prol desse importante quesito. Sendo assim as equipes deveriam a partir da 4ª etapa , Espanha , apresentar seus carros com a estrutura do chassi deformável quando em colisões frontais. Os tanques de combustível, deveriam ser de borracha ao invés dos até então metal rígido, usados desde os primórdios. Tentava-se assim diminuir os tão frequentes incêndios. O que se veria é que como sempre a teoria e a prática nem sempre convergem. A prova foi o pavoroso acidente de Clay Regazzoni no GP da África do Sul e o acidente fatal da jovem promessa inglesa Roger Willinson com transmissão via TV ao vivo para todo planeta das cenas horríveis durante a disputa do GP da Holanda . Do lado técnico, após anunciar a sua retirada a Firestone, que era o pneu campeão pois equipava a Lotus, resolveu continuar. Só que aí já era tarde. As duas grandes forças foram para a Goodyear, Lotus e Ferrari. O fabricante americano de pneus começava com grande vantagem sobre sua concorrente tb dos EUA. A equipe campeã JPS Lotus, tinha como principal piloto o brasileiro Emerson Fittipaldi o vencedor do título de 1972. O seu companheiro equipe seria outra fera, o sueco Ronnie Peterson, que substituiria o medíocre australiano David Walker, que após brilhantes temporadas nas fórmulas menores, simplesmente parece que esqueceu como andar rápido.  Colin Chapman, faria alterações nas suspensões para que a vencedora Lotus 72, continuasse seu reinado. E parece que o Gênio acertou a mão mais uma vez. Os pneus Goodyear caíram como uma luva na 72 D. Na Tyrrell apesar de fechar a temporada de 1972 com duas dominantes vitórias nas derradeiras corridas no Canadá e EUA, o competente projetista Derek Gardner passou os meses de novembro e dezembro debruçado sobre a prancheta desenhando novas atualizações para a nova Tyrrell agora denominada 005/2 a de Stewart e 006/2 a de Cevert. A ordem de Tio Ken Tyrrell era ser campeão de preferência com o super escocês Jackie Stewart. Cevert seria o fiel escudeiro. Com toda certeza o promissor piloto francês seria o 1º piloto a partir da temporada de 1974, com Stewart atuando como consultor técnico. Mas como quase sempre a teoria diverge da prática. Que pena Cevert. No resto do grid, tínhamos mais uma vez uma claudicante Ferrari com seus eternos problemas internos, com o Comendador Enzo Ferrari dispensando Clay Regazzoni e contratando o pequeno mas bom piloto Arturo Merzario para ser o companheiro do belga Jacky Ickx, que já não tinha aquela MOTIVAÇÃO TODA. Iniciariam a temporada com velha e confiável 312 B2 em seu 3º ano, aguardando a tão sonhada 312 B3, que era conhecida nos bastidores como a Ferrari Lotus, dado o seu desenho em cunha.... seria um grande e estrondoso fracasso. A Mclaren veio para a América do Sul do mesmo jeito que terminou a ótima temporada de 1972. Os pilotos, Denny Hulme e Peter Revson e o M19C. Era aguardada o novíssimo M23 que estrearia na 3ª etapa na África do Sul. A BRM após uma temporada em que desperdiçou importantes chances com excesso de carros, devido ao polpudo patrocínio da Marlboro, agora vinha enxuta, com apenas 3 carros. Jean Pierre Beltoise continuava sendo o principal piloto, secundado por Clay Regazzoni e a jovem promessa Niki Lauda. O modelo P160 revisado e prometendo um motor mais potente. A Brabham dispensou os serviços do bi campeão Graham Hill que resolveu montar o seu próprio time, seguindo o caminho de Jack Brabham, Dan Gurney, Bruce Mclaren, John Surtees. Graham estrearia na Espanha, junto com outra equipe a americana Shadow. Carlos Reutemann e Wilson Fittipaldi Jr seguiriam junto com o projetista Gordon Murray, que finalizava o esperado BT42. Bernnie Ecclestone o dono do time, cada vez mais usava a sua astúcia para ir dominando os bastidores do circo da F1, e a partir de então, transformando-o e um negócio altamente lucrativo. O baixinho de bobo não tinha NADA. A equipe Surtees vinha de um ano mediano e já tinha feito a lição de casa, estreando na Argentina o novíssimo TS14A para Mike the Bike Haillwood e seu novo companheiro de equipe o brazuca José Carlos Pace que tinha feito ótima estreia na corrida dos campeões em Brands Hatch, onde chegou na 2ª colocação. Pace deixou o time de Frank Williams que por pouco não faliu de vez. O perspicaz inglês, juntou-se à empresa italiana Iso Rivolta. Juntos conseguiram o patrocínio da Marlboro italiana e reestruturaram a equipe que contava agora com o neozelandês Howday Ganley e o italiano Nanni Galli. A March depois da perda do sueco Ronnie Peterson e de Niki Lauda e um mal campeonato em 1972, estava praticamente na roça. Veio para a Argentina com apenas um carro para o novo integrante da equipe, o francês Jean Pierre Jarier. No carro particular continuava o inglês Mike Beuttler. A grande ausência seria a equipe Matra que declinou da F1 para focar no campeonato mundial de Marcas. Com isso por enquanto o neozelandês Chris Amon estava a pé. Nos bastidores havia rumores que ele seria a grande cartada da equipe Tecno que preparava um novo modelo. Ao todo apresentaram-se para disputar o gp argentino, 19 carros. Nos treinos classificatórios as surpresas já começaram acontecer. Clay Regazzoni cravou a pole, provando mais uma vez que mandava o sapato onde sentasse. A BRM ainda comemorou o 7º tempo de Jean Pierre Beltoise. E a Firestone tb estava VIVA. Com o 2º tempo, a 3 décimos do pole, o campeão mundial Emerson Fittipaldi mostrou que não estava para brincadeira. Abrindo a 2ª fila, e como sempre veloz o belga Jacky Ickx ladeado pelo escocês Jackie Stewart numa não tão costumeira 4ª posição. Na 3ª fila Peterson estreando relativamente bem na Lotus e François Cevert que não gostou nada do seu posicionamento. O francês deixou escapar que tinha ótimo carro para a corrida. Os brasileiros Wilson Fittipaldi fez o 12º tempo, dentro do esperado no BT 37 que ele usava pela 1ª vez. José Carlos Pace após um monte de problemas conseguiu o 15º tempo. O novo Surtees tinha que ser ainda bem desenvolvido. 


Clay na pole.
Na largada o Rato pula na frente, Ickx tenta enfiar a Ferrari entre eles.
Clay já na ponta com Cevert e Emerson.







Na largada Emerson conseguiu um ótimo pulo, ponteou os primeiros 100 metros que foi ultrapassado simultaneamente por Clay Regazzoni e François Cevert que veio babando da 3ª fila.  Ao fecharem a 1ª volta das 96 voltas previstas, Regazzoni liderava, seguido de Cevert, Emerson, Peterson, Beltoise, Ickx, Hulme, Stewart que fez péssima largada, Reutemann e Revson.  Wilsinho em 11º e Moco em 13º. Na 3ª volta Stewart começa e sua ascenção, ultrapassando o campeão mundial de 1967 Denny Hulme. Logo atrás Peter Revson passa Carlos Reutemann que passa a correr secundado por Wilson Fittipaldi e Niki Lauda que fazia uma boa estreia na BRM. Estamos na 7ª volta e Stewart passa Ickx indo para a 6ª posição. Lá na frente tudo igual. Todos economizando pneus, esperando os tanques baixarem, já que naqueles tempos não havia pit stops. Piloto tinha que se virar com o mesmo jogo de pneus e acertar nos ajustes de suspensões para que o carro tivesse desempenho satisfatório do começo ao fim da corrida. Regazzoni liderava sóbrio seguido de Cevert,Emerson,Peterson, Beltoise,Stewart. Todos juntos. Um pouco mais atrás, Ickx começou a ficar seguido de Hulme, Revson, Reutemann, Wilsinho, Lauda. Na 11ª volta abandono simultâneo tirando a equipe Surtees da corrida. Moco com várias vibrações dos pneus Firestone sobre a suspensão que não resiste e quebra, Hailwood tem o diferencial quebrado. Muito trabalho pela frente para o time. Na 13ª volta Stewart passa Beltoise e assume a 5ª posição colado em Peterson. O escocês como sempre fazendo uma bela corrida. Na 16ª volta Carlos Reutemann abandona com pane na caixa de marchas. A torcida argentina fica frustrada. A corrida segue sem novidades com os 5 primeiros andando juntos até que na 24ª volta Stewart passa Peterson assumindo da 4ª posição. O sueco começa a ter problemas no motor da Lotus. 


Cevert passa Clay e Stewart encosta em Emerson.
Wilsinho e a Brabham.




Na 29ª volta François Cevert ultrapassa Clay Regazzoni. O suíço tem mais uma vez um azar danado. Assim como no GP de 1972, Regazzoni passa na reta de chegada e um pedaço de papel aloja-se no bico do BRM, fazendo o motor perder rendimento devido alteração na temperatura do mesmo. O suíço começa a perder posições até ter que recorrer aos boxes. Na 30ª volta Stewart faz uma manobra espetacular e ultrapassa Emerson Fittipaldi indo para a 3ª posição. Na 32ª volta Stewart passa por Regazzoni fazendo a dobradinha da Tyrrell. Depois de passar a 1ª volta na 9ª posição fez uma recuperação estupenda. Na 33ª volta Emerson finalmente passa Regazzoni fixando-se na 3ª posição. Na 34ª volta é a vez do sueco Ronnie Peterson ultrapassar Regazzoni. Assim tínhamos nesse momento da corrida as 2 Tyrrell, as 2 Lotus e as duas BRM nas 6 primeiras posições. Depois vinham Ickx já bem atrasado com sua Ferrari, as duas Mclarens de Hulme e Revson e já bem atrasados, mas correndo juntos Wilsinho e Lauda. Cevert liderava com maestria e começava a abrir de Stewart que começava a perder terreno para Fittipaldi. O esforço do escocês para voltar para o bloco dianteiro começava a cobrar o preço devido ao maior desgaste de pneus. Na 47ª volta o Belga Jacky Ickx finalmente ultrapassa seu ex companheiro de equipe Clay Regazzoni alojando-se no 5º lugar, mas distante 30 segundos do quarteto líder da corrida. Na 58ª volta Regazzoni vai aos boxes devido a um furo no pneu traseiro. Faz a troca os mecânicos tiram o papel que tanto atrapalhava o desempenho do BRM e o suíço retorna à prova na 12ª posição. Na 60ª volta Emerson já está colado no câmbio de Stewart e os dois iniciam uma tremenda batalha pela 2ª colocação. O escocês apesar do desgaste de pneus vai fechando a porta para o brasileiro e assim Cevert vai abrindo na ponta. A vantagem do francês sobre a dupla já é de 3 segundos. Ronnie Peterson já vem a 10 segundos dos ponteiros com sua Lotus perdendo cada vez mais rendimento. Na 67ª volta o austríaco Niki Lauda encerra sua estreia na BRM abandonando com o motor estourado. Na 75ª volta Wilson Fittipaldi ultrapassa Beltoise ganhando a 7ª posição. Na 76ª volta Emerson Fittipaldi após 40 voltas de luta intensa consegue ultrapassar Jackie Stewart, não antes de ser espremido pelo escocês, que vendeu caro a posição. Emerson teve que pôr os dois pneus direitos na grama para consolidar a ultrapassagem. Agora o brasileiro tinha que ir buscar Cevert que abrira 4,6 segundos na ponta. Estava difícil, mas não impossível. 


Cevert, Stewart e Emerson indo a sua caça.
Já colado...
Lauda sai para as Feras...

Vindo com tudo num belo sobresterço para cima de Cevert.





Na 79ª volta Emerson Fittipaldi na sua caça a Cevert crava a melhor volta corrida, 1'11¨22'" novo recorde da pista argentina. Na volta 82 Emerson cola na traseira de Cevert . Faltando 14 voltas para o término da corrida esse duelo estava pegando fogo. Todos os 10 mil brasileiros que se deslocaram para a Argentina, que estavam assistindo a corrida das arquibancadas estavam de pé torcendo muito por Fittipaldi. Na volta 86, na curva La Horquilla, Emerson retarda a freada em manobra radical, conseguindo surpreender Cevert que nada pode fazer para defender-se. O francês é inapelavelmente ultrapassado pelo brasileiro, que vai para a ponta e começa abrir vantagem. 


Se cuida François...




Nas 10 voltas restantes Emerson roda num ritmo seguro controlando Cevert que se contenta com a 2ª colocação. O brasileiro cruza a linha de chegada ganhando uma corrida de forma espetacular com 4.5 segundos de vantagem sobre Cevert. Jackie Stewart chega na 3ª colocação a mais de 30 segundos. O belga Jacky Ickx resiste com sua Ferrari terminando na 4ª colocação a mais de 40 segundos de Emerson. Em 5º lugar o velho urso Denny Hulme , seguido por Wilson Fittipaldi que com o 6º lugar marca o seu primeiro ponto no campeonato mundial em espetacular corrida com o já ultrapassado Brabham BT37. Pela 1ª vez em uma corrida válida pelo mundial dois irmãos marcam pontos numa mesma prova.  Após o pódio a torcida brasileira levou Emerson nos braços celebrando essa brilhante vitória. Foi uma grande vitória do campeão mundial Emerson Fittipaldi. O automobilismo estava devidamente emplacado no coração do torcedor brasileiro, que iria ficar mais feliz ainda com nova vitória de Emerson, só que agora no GP Brasil. Tudo isso há 50 anos.... EEeeehhhh saudadeeeeee....




 

Ronaldo Nazar

 

Post original do Ronaldo no Facebook.


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Ronaldão, meu irmão do coração, não lembro o motivo, mas não assisti esta corrida e lendo seu relato parece que estava ao seu lado na mureta dos boxes em Buenos Aires com você berrando ao meu lado a cada momento. Quem assistiu diz que foi a corrida da vida do Rato e lendo seu relato concordo.

A Sonia e a você, o querido casal, um beijão no coração.

 

Ronaldão, Caranguejo – Carlos Henrique Mércio e eu escrevemos sobre o GP da França 1973... 

GP DA FRANÇA 1973 




segunda-feira, 19 de abril de 2021

François na CanAm - 1972

Sempre bem assistido!

 No ano anterior François já estava entre os melhores do mundo, havia vencido seu primeiro Grand Prix em Watkins Glen, sendo terceiro no mundial de Formula Um, atrás de seu parceiro de equipe Stewart e do veloz Ronnie Peterson. Estava inscrito pela Matra, no fatídico  1.000 KM de Buenos Aires mas não correu, sua dedicação a F.Um foi total, era o preferido de Ken Tyrrel para o lugar de Stewart, quando este parasse. 
 Agora era hora de colocar no bolso os lucros de uma fantástica carreira. Contei vinte e nove corridas dele em 72, doze na F.Um, onde foi quinto no campeonato, sete na CanAm pela equipe Young American Racing pilotando o McLaren M8F Chevrolet de 8.000cc. Uma na Itália onde com seu parceiro Stewart pilotou um Ford Capri, e as demais pela Matra Simca no Mundial de Endurance. 
 Com bons resultados em todas categorias foi na CanAm com este McLaren das fotos que venceu sua única corrida no ano, em Donnybrooke.

Liderando um Porsche - Foto enviada por meu amigo Zé Carlinhos.

 1972 foi o ano em que a equipe Penske, com o Porsche 917/10 desbancou o domínio de  cinco temporadas da McLaren. A primeira corrida do ano em Mosport foi vencida por Denny Hulme, com a McLaren M20, que venceria também a terceira em Watkins Glen. Depois foram as vitórias arrasadoras da Penske com os 917/10 pilotados por Mark Donohue e George Follmer o campeão. 
 Em Donnybrook Cevert largou com o sexto tempo,. atrás dos dois carros da Penske com Donohue e Follmer, das duas McLaren de Hulme e Revson e o Porsche 917/10 de Milt Minter.
Na briga de gigantes os dois carros da McLaren ficaram pelo caminho, assim como o 917/10 de Donohue. 
 François venceu à frente de Milt Minter, Jack Oliver com o Shadow MK III Chevrolet e o 917/10 de Follmer.  
 No campeonato Follmer teve o dobro de pontos do segundo Hulme, era o Velho Urso que mesmo com um carro inferior mostrava suas garras. Milt Minter empatado com Hulme foi o terceiro e Donohue o quarto. Terminando Cevert em quinto, atrás apenas dos fabulosos 917/10 e de toda experiência de Hulme, bicampeão da categoria.   





François Cevert um grande piloto.


Rui Amaral Jr 


   Racing Sports Cars
pesquisa e fotos   


 
  

 

terça-feira, 14 de julho de 2015

1973...


Costumo dizer que a temporada de 1973 foi traumatizante para mim, enquanto torcedor. Emmo perdendo o campeonato mundial para o Jackie Smart, a morte do Williamson e no final do ano, as tragédias do Cevert, do Pedro Carneiro Pereira e do Iglesias no espaço de 15 dias. E depois, eu levando pau na 5ª série!!
Hoje, dando uma pesquisada, achei flagrantes de dois momentos cruciais daqueles tempos. 
Emmo, depois daquele toque no Scheckter em Paul Ricard, quando começou a perder o título da temporada e uma sequência do acidente de Cevert no Glen. Repare que na terceira delas, Jody acena desesperado por auxílio.

Coisas que marcam.

Caranguejo

link





São longos nossos papos, o Caranguejo e eu comungamos das mesmas paixões, este é apenas um e-mail que hoje recebi dele, à mim a morte nas pistas também traz um gosto amargo desde o longínquo 1963 quando com onze anos assistia os 500 KM de Interlagos e das arquibancadas soube da morte de Celso Lara Barberis, depois infelizmente presenciei algumas que nem gosto de lembrar.

Aos que se foram fazendo o que gostavam e sabiam.

Rui Amaral Jr 
     

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Cevert e a Divisão 3


Cevert e Stewart
Tyrrel 006
F3



Valeu Belair

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Alvaro Guimarães, Rui Amaral Jr, Ricardo Mogames, Laercio dos Santos, Elcio Pelegrinni e José Manuel Ferraz.

Mogames
Laercio
Rui
Elcio
Alvaro #38 entre Conde - Luiz Henrique Pankowski- e Elcio.
Ferraz

À todos que dividiram esse podium. Foi um honra senhores!





sexta-feira, 7 de outubro de 2011

François por Joel

Cevert por Ararê.


Rui,
Tarde de sábado, Interlagos 1973, não lembro o mês!Fórmula 1 muito sol e gente desfilando pela área dos boxes, após um pequeno incidente no qual fui atropelado por uma Mc Laren Yardley do Denis Hulme que vinha sendo empurrada pelos mecânicos para os boxes. Após o incidente fui para trás dos boxes, procurando por meus amigos e me deparei com um grupo em animada conversa,regada aos sons dos motores dos F1 ainda treinando, lembro que o ponto onde estava dava para ver um trecho do Laranjinha.Aproximei do grupo onde estavam Emerson,Wilsinho,Luiz Pereira Bueno e outros e estavam falando do ronco da Ferrari na pista,Luizinho disse que era incrível estar atrás da Ferrari e a sua aceleração e ronco de seu motor.Fiquei ali ouvindo o papo e até fui cumprimentado por todos, algo assim nem pensar hoje em dia.
Fiquei um tempo ali, peguei autógrafo de todos os presentes e procurei uma sombra e fiquei encostado em um Puma branca a poucos metros do grupo, foi quando percebi alguém do meu lado, olhei e era o grande piloto François Cevert prestando atenção ao grupo que conversavam animadamente e rindo, cumprimentou-me, eu disse seu nome e apertamos as mãos e pedi se ele poderia dar um autógrafo em um dos adesivos que havia ganhado andando pelos boxes na manhã do Sábado.



Eu acho que ficamos ali uns 10 minutos apreciando a conversa do animado grupo, foi quando Cevert foi chamado por um membro de sua equipe. O legal de tudo, foi que ele estendeu a mão e se despediu de mim e eu falei, boa sorte na corrida! Cevert agradeceu passou pelo grupo falou algo e sumiu indo para os boxes. Acho que fui um privilegiado pois fui atropelado por uma McLaren e ainda conheci um piloto estrangeiro, veloz e simpático.Naquele  ano não fui assistir a corrida no Domingo,pois gostava mais de assistir os treinos e também não lembro quem ganhou e se o Cevert chegou bem no final do prova.
Apenas sei que em Outubro de 1973 ouvi pelo rádio a notícia de sua morte, a qual senti muito, pois estive ao seu lado alguns meses antes.
Bons tempos, pois tive a oportunidade de ver e conhecer uma Fórmula 1 mais acessível aos seus fãs.

São Paulo, 07 de Outubro de 2011
Joel Marcos Cesetti





Cevert e Stewart






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Meu amigo Joel escreve o blog Esporte Protótipos e é apaixonado por automobilismo.
Obrigado Joel por dividir uma lembrança tão grata.
Agradeço também aos meus amigos Ararê pela bela imagem que começa este post e o Caranguejo por algumas das belas fotos.
Um forte abraço a todos...    

Rui