A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Correndo Sob Um Céu Escarlate

 A Maserati de Ciccio na Gávea - 1949

Que o piloto Alberto Ascari, bicampeão mundial da Fórmula 1 em 52/53, tem uma impressionante série de vitórias de Spa/52 a Spa/53, talvez alguns saibam. Aqui neste prestigiado Blog, o italiano é frequentemente citado, ora como o irredutível Homem do Casco Azul, que se recusava a correr sem seu capacete da sorte, ou como a vítima de um misterioso acidente na pista de Monza/55, que custou-lhe a vida. 
Hoje acrescentamos outra a sua série de histórias, esta passando-se no Brasil em 1949. Ciccio apresentava-se na Gávea, para a disputa do X Grande Prêmio da Cidade do Rio de Janeiro. Ascari tivera antes uma atuação mais que discreta em uma prova em São Paulo. O mais provável é que estivesse se poupando para a prova da Gávea. E com efeito, no Rio ele andou muito. Líder com grande vantagem em sua Maserati 1500, Ciccio topou-se com o Bugatti de Domingos Lopes, o sétimo colocado. Na pressa de livrar-se do retardatário, Ascari acertou a roda traseira esquerda do carro de Lopes, batendo num barranco à direita e em seguida chocando-se outra vez com o Bugatti, terminando sua trajetória ao colidir com árvores do outro lado da pista. A Maserati teve seu motor arrancado e o piloto foi socorrido por populares. Uma ambulância do  Hospital Miguel Couto o recolheu e o Dr. Jair Nobrega o examinou. Como Ascari nem sequer perdera os sentidos, o Dr. Jair aguardou o término da prova para então conduzir Alberto Ascari ao Hospital, onde o piloto submeteu-se a uma bateria de Raios X, ficando constatada a fratura da omoplata esquerda, além de contusões generalizadas.

Gigi Villoresi e Ciccio Ascari 

 Antes de ser removido à Casa de Saúde São Sebastião, foi visitado pelo vencedor da Gávea, Gigi Villoresi, que deve ter-lhe dito que teria melhor sorte outra vez. Mas Ascari não retornou ao Brasil. O bicampeão faleceria em circunstâncias até hoje pouco explicadas, seis anos depois e cercado de trágicas coincidências. Seu pai, o também piloto Antonio Ascari, igualmente, morreu aos 36 anos; era o 26º dia do mês e sofreram o acidente após uma curva rápida à esquerda, deixando uma esposa e dois filhos. 


Quanto a mim, inspirei-me a fazer estas mal-traçadas linhas, depois de uma foto que o amigo Rogerio Machado postou no Facebook, mostrando a Maserati de Ascari, acidentada no Rio. 
Antigamente, um piloto ia aonde o povo estava. O título estranho, faz referência a um romance de Mark Sullivan onde Ascari é citado.

Para Yasmin.

CARANGUEJO 


segunda-feira, 29 de agosto de 2016

GP da Alemanha 1953 - Nurburgring

 Alberto "Ciccio" Ascari no #1 no terceiro carro o #3 Mike Hawthorn.
Fangio na Maserati A¨GCM/53 seguido de Ciccio.


Teve azar o Ciccio neste GP da Alemanha em Nurburgring. Largou da pole mas perdeu a liderança para o Fangio e para a A6 GCM. Ele recuperou-se e deixou Fangio brigando pelo segundo lugar com o "Ruivo"Hawthorn.
Tudo fazia crer que Alberto ganharia fácil mas ele perdeu uma roda e teve de levar aos boxes a Ferrari. Ao retornar, Nino Farina havia superado a dupla Fangio-Hawthorn e era o novo líder.
Devia estar chateado o Dottore, pois não precisou empregar nenhum de seus truques sujos para ultrapassar os dois.
Carro recuperado, Alberto vinha detonando os cronômetros, marcando volta mais rápida em cima de volta rápida, mas o carro não estava bom e ele precisou trocá-lo com o de Luigi Villoresi. Um atraso considerável.
Enquanto Farina abria um minuto (!!) em cima de Fangio, Ciccio continuava sua tarefa inglória de descontar o atraso. Mas a Ferrari 500 começou a fumaçar e ele teve de se contentar com a oitava posição, nesta que foi a última vitória num Grande Prêmio de Giuseppe Antonio Farina.

 Ciccio, o Quintuple e Farina.
Taruffi, Nino Farina e Ciccio.

Caranguejo



Aos 2.43s do vídeo Ciccio para nos boxes e reclama, depois que desce do carro a decepção!

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Antonio e Alberto Ascari com Giulio Ramponi


 Antonio Ascari segura seu Bambino Alberto "Ciccio" Ascari com Giulio Ramponi ao lado de sua Alfa Romeo P2 em Monza 1924. Foto Charmeston Scheller.
Giulio Ramponi Mecânico-Mestre.
Ramponi segura Cicio ao lado de Antonio e Nicola Romeo.
Ramponi acelera para Antonio Ascari... 
...quase trinta  anos depois o Bambino Ciccio é bi campeão do mundo de F.Um 
52/53

À Antonio e Alberto Ascari pai e filho, dois grandes campeões, à Giulio Ramponi Mecânico-Mestre.
Tomo a liberdade num post do Caranguejo de oferecer este à todos os profissionais que batalharam ao meu lado nas pistas, em especial ao meus amigos Chapa e Carlão por todo empenho e dedicação e aos amigos Miguel Crispim Ladeira, Antonio Ferreirinha, Edimar Della Barba e a tantos outros que com sua magia estiveram ao nosso lado em tantas batalhas, algumas perdidas outras vencidas!

Rui Amaral Jr


  

terça-feira, 28 de abril de 2015

Monza 1953

Recebi hoje do Caranguejo a bela obra de Michael Turner pedindo para que postasse perguntando tudo sobre a corrida, imediatamente postei em meu perfil do Face e um minuto depois vem o João Valente e em resposta mostra o vídeo que vou mostrar abaixo. Então resolvi mostrar as fotos e o vídeo e contar um pouco da corrida e do campeonato de 1953.
Obrigado Caranguejo e João. 

Ciccio, Farina, Marimon e Fangio.

1953 - Assim como no ano anterior a Formula Um correu com os carros da Formula Dois e a Equipe Ferrari novamente com seu extraordinário modelo 500 foi imbatível correndo com quatro grandes pilotos; Gigi Villoresi, Nino Farina, Mike Hawthorn e Alberto “Ciccio” Ascari.
A Maserati bem que tentou trazendo para a equipe Juan Manuel Fangio, Froílan Gonzalez e Felice Bonetto, mas seu modelo A6GCM-53 com  o novo motor de dois litros mesmo se mostrando rápido não  era páreo para a 500.
O campeonato teve nove corridas e Ciccio só não venceu em duas sendo que em Reims venceu seu companheiro Hawthorn e em Nurburgring seu outro companheiro, o veterano Nino Farina o primeiro campeão do mundo da F.Um.
Desde a bela vitória em Bremgarten no GP da Suiça, quando depois de parar nos boxes para reparos e voltando no sexto lugar fez uma corrida espetacular ultrapassando seu companheiro de equipe Nino Farina à doze volta do final e sagrando-se bi campeão do mundo  na penúltima etapa do campeonato.

 #50 Juan Manuel Fangio-Maserati A6GCM-53, #4 Alberto Ascari-Ferrari 500, #6 Nino Farina-Ferrari 500, #54 Onofre Marimon, Maserati A6GCM-53.
 Nino Farina-Ferrari 500, Alberto Ascari-Ferrari 500, Juan Manuel Fangio-Maserati A6GCM-53, Felice Bonetto-Maserati A6GCM-53
 Fangio e Ascari.
Seu Chico com a Maserati A6GCM em Bremgarten, seu carro não tinha a evolução dos de fábrica.

Chega Monza o templo italiano da velocidade e Ciccio faz nova pole 50/100 à frente de Fangio e 1s20/100 à frente de Farina. Mas na corrida o que se viu foi uma disputa ferrenha pela vitória entre cinco pilotos; Ciccio, Farina, Fangio, Bonetto e Onofre Marimón que corria de Maserati.
Nesta batalha chegam à ultima volta e na entrada da Parabólica Ciccio vem à frente de Farina e Fangio e escapa dando uma rodada levando seu companheiro de equipe com ele, deixando a vitória na última prova do campeonato para Fangio e sua Maserati!  



Rui Amaral Jr


sexta-feira, 28 de março de 2014

Ciccio na Maserati

 Ciccio e Gigi de Maserati A6GCS no GP de Torino 1947, na vitória de Raymond Sommer com a Ferrari 159C Gigi foi sexto e Ciccio 7º.

Outro dia conversando com o Caranguejo dizia querer encontrar algumas fotos do grande Alberto "Ciccio"Ascari na Maserati, pois não é que elas estavam comigo já há  algum tempo! 
E logo na primeira foto que mostro à vocês ele está à frente de seu mentor e amigo Luigi "Gigi" Villoresi, que substituiu seu pai Alberto Ascari morto no acidente no GP de Montlhéry 1924 quando Ciccio era apenas um guri.   


1949 no GP da Inglaterra em Silverstone com a Maserati 4CLT48 segundo lugar na vitória de Gigi Villoresi seu companheiro de equipe.
 GP da Suíça 1948 Ciccio na Maserati 4CLT48 e Charles Pozzi Talbot-Lago T26SS.
 Gigi e Ciccio
O grande Gigi Villoresi

Caranguejo e Rui


sábado, 8 de março de 2014

Enzo, Antonio e Ciccio

1924 GP da Itália em Monza, Enzo Ferrari cumprimenta Antonio Ascari, seu ex companheiro de equipe na Alfa Romeo, e agora comandado, após a vitória, o menino é Alberto "Ciccio" Ascari filho de Antonio e bi campeão do mundo de F.Um em 1952/53 pela Ferrari.
O carro uma Alfa Romeo P2 uma criação do incrível Vittorio Jano.

Com os acertos de meus amigos o blogueiro André Candreva e Ricardo Leone, mais para frente escrevo mais sobre o trio e mais Vittorio Jano.


domingo, 1 de dezembro de 2013

D50 a Lancia que virou Ferrari...



Numa foto enviada por meu amigo Chico Pellegrino a Squadra Lancia em Mônaco 1955, #32 Luis Chiron, #28 Liuigi "Gigi" Villoresi, #27 ? e #26 Alberto "Ciccio" Ascari.  

Oficialmente a Lancia não se envolvia em competições mas no começo da década de 1950 Gianni Lancia, filho do fundador da marca Vicenzo Lancia, resolve voltar às origens já que Vincenzo antes de começar a construir foi piloto de competição décadas antes.

Ciccio Ascari vence as Mille Miglia com a D24



E o começo da década foi repleto de vitórias para Lancia, venceu a Targa Florio por três anos consecutivos, 1952 e 53 com a bela Aurelia D20, em 52 pilotada por Felice Bonetto quando fez 1º, 2º e 3º lugares, 53 com Umberto Maglioli. 54 a lancia resolve correr na categoria Esporte e com a D24 vence a Targa Florio com Piero Taruffi, e com o astro contratado Alberto “Ciccio” Ascari vence as Mille Miglia.

Gianni Lancia e Ciccio Ascari

Por volta de 1952/53 Gianni entrega ao conceituado e vitorioso engenheiro Vittorio Jano a tarefa de projetar e construir o Formula Um da marca, e Jano criou uma bela e eficiente maquina de vencer!
Seu motor V8 fazia parte do chassi tubular, algo usado amplamente apenas na década seguinte, dianteiro na posição longitudinal estava à 12º do eixo imaginário do centro do carro, o cambio transversal com diferencial acoplado estava colocado atrás, essa combinação possibilitou à Jano fazer um carro com baixo centro de gravidade passando o eixo cardã ao lado do piloto, não no centro como era habitual nos carros de então. Nas laterais acoplou dois apêndices aerodinâmicos, no começo para os tanques de combustível com cerca de 90l cada, e que depois entre outras coisas serviam para os reservatórios de óleo e tanques  de combustível extras podendo de cada lado transportar 30l de combustível.

GP de Nápoli, corrida extra oficial, primeira vitória com Ascari.
Juan Manuel Fangio com a Ferrari D50.
De Portago

Para pilotar o extraordinário D50 Gianni trouxe ninguém menos que o bi campeão mundial Alberto “Ciccio” Ascari, mas... “A QUE FOI SEM NUNCA TER SIDO” e "O HOMEM DO CASCO AZUL"
Quebrada a Lancia entrega seus maravilhosos D50 à Ferrari e este carro com a denominação Ferrari D50 foi campeão mundial em 1956 nas mãos de Juan Manuel Fangio e a sucessora Ferrari 801 correu até a estréia da Ferrari Dino 246, claramente inspirada na D50 e que foi campeã do mundo em 1958 com Mike Hawthorn. 


MOTOR:  projetado pelo engenheiro Ettore Zaccone Mina, V8 a 90º de liga leve de alumínio, 2.485.99cc com diâmetro de 76mm x 68.5mm de curso, quatro comandos de válvulas nos cabeçotes, quatro válvulas por cilindro, duas velas por cilindro. A principio Zaccone previa o sistema de injeção direta igual ao das Mercedes Bens W196 mas Jano insiste em um sistema tradicional e adotam a alimentação por quatro carburadores duplo corpo Solex 40 PIJ. Na primeira versão do carro os tanques laterais
levavam 80/90 litros cada. Com cerca de 240 HP no começo chegando aos 265 nas últimas corridas.

CAMBIO, DIFERENCIAL: na traseira com cambio, diferencial e ficção em uma única peça acoplado à ponte De Dion.

SUSPENSÃO: dianteira dois braços triangulares, traseira De Dion. 

CHASSI: Tubular com o motor como parte da estrutura.

Comprimento 3850 mm
Largura 1448 mm
Altura 962 mm
Entre eixos 2280 mm



Ferrari D50, nota-se algumas modificações como a barra estabilizadora na suspensão dianteira. 



Peso 640 kg

Sete vitórias na Formula Um e o campeonato mundial de  construtores e pilotos de 1956 como Ferrari D50 nas mãos de Fangio. 

Ferrari Dino 246 com Peter Collins, uma evolução da D50 campeã do mundo em 1958 com Mike Hawthorn.

Belo vídeo com o incrível Fangio






Aos meus amigos João Carlos Bevilacqua e Ricardo Bock.

Rui Amaral Jr

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Spa

 

Sessenta anos atrás na mesma Spa Juan Manuel Fangio largava na pole com sua Maserati A6GCM-53 cravando 4.32.00, exatos dois segundos à frente do segundo Alberto "Ciccio" Ascari com a Ferrari 500 com Froilan Goanzalez na outra Maserati em terceiro com o mesmo tempo de Ciccio. 
Fangio e Gonzalez partiram forte na liderança com Ciccio logo à seguir, mas a liderança durou pouco tendo Gonzalez quebrado na décima primeira volta logo após fazer a que seria a melhor volta da corrida com 4.33.00 e Fangio na decima terceira volta deixando o caminho livre para vitória de Ciccio Ascari com Gigi Villoresi em segundo com outra Ferrari e em terceiro chegando Onofre Marimon com a Maserati A6GCM-53.   

Fangio e Gonzalez disparam na ponta seguidos por Ciccio Ascari 
 Ciccio e a Ferrari 500



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Pedralbes 1951

O primeiro titulo de Fangio
 Fangio e a Alfa Romeo 159M
Largada, pole de Ciccio Ascari e a Ferrari 375, ao seu lado em outra Ferrari 375 o #6 Froilan Gonzalez, ao lado dele Nino Farina na Alfa 159M e um pouco atrás Fangio.
Ciccio Ascari e a Ferrari 375
Felice Bonetto, 5º lugar com a Alfa 159

Antes de tudo quero deixar à todos um maravilhoso 2013, estive ausente alguns dias e quero agradecer às pessoas que mesmo sem novos posts continuaram a nos prestigiar, abraços à todos!
Barcelona 1951 no circuito de Pedralbes, Juan Manuel Fangio, após vencer sua quinta corrida na Formula Um, Mônaco, Spa e Reims em 1950, quando foi vice campeão, agora com a segunda vitória na temporada de 1951, finalmente vencia o Mundial de Pilotos da Formula Um, e assim começava sua caminhada aos cinco títulos que conquistou.

Rui Amaral Jr



Antes da grande decisão de 1951, Fangio e Ciccio Ascari fizeram uma aposta, pois a pendenga, estava claro (sem nenhum desrespeito ao grande Gonzalez), seria resolvida entre os dois.
Combinam que o vencedor, bancaria a festa onde iriam celebrar e o perdedor escolheria os convidados e o local.
Trato feito, dias depois, Fangio patrocina a festa, em um restaurante de Milão, para os quarenta convidados de Alberto Ascari. O Chueco contratou uma orquestra espanhola, que entreteu os convidados, personagens de um tempo em que esse tipo de atitude e camaradagem era corriqueira.

Caranguejo


Assistindo ao vídeo no blog Forgoten F1, lembrei de algumas fotos da corrida. 

RESULTADO

1º   #22   Juan Manuel Fangio Alfa Romeo 159M
2º    #6    Froilan Gonzalez         Ferrari 375
3º   #20    Nino Farina                 Alfa Romeo 159M
4º   #2    Alberto Ascari                 Ferrari 375
5º   #24   Felice Bonetto                 Alfa Romeo 159


CAMPEONATO 

Juan Manuel Fangio   31
Alberto Ascari      25
Froilan Gonzalez      24
Nino Farina              19
Luigi Villoresi              15
Piero Taruffi              10




quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ciccio

Ontem, ao escrever sobre a primeira vitoria de Hill, achei uma foto que digitalizei muito tempo atrás. De um livro que consulto sempre, ela estava esquecida em meus arquivos. Mostra o momento em que Alberto "Ciccio" Ascari recebe a bandeirada da vitoria no GP da Argentina de 1953, primeira prova valida pelo campeonato. Caminhava Ciccio para seu segundo titulo, já que no ano anterior venceu seis das sete corridas do Mundial de Formula Um, tendo seu companheiro de equipe, Piero Taruffi, vencido apenas a corrida inicial da temporada, o GP da Suíça em Bremgarten, ambos pilotavam a Ferrari 500.






Alguns posts em que o Caranguejo e eu escrevemos sobre Ciccio.


sábado, 4 de agosto de 2012

Buenos Aires 16 de Janeiro de 1955


Sexta Feira o André mostra a foto de Fangio autografada e pergunta se alguém sabe alguma coisa dela. Logo em seguida o Caranguejo se manifesta contando que é o GP da Argentina de 1955. Eu lembro da foto que digitalizei e já mostrei aqui e de um texto, em um livro, do jornalista Mark Hughes.
Deu um trabalhão para copiar, escrevo com dois dedos e olhando o teclado, mas valeu à pena.
À todos aqueles que levaram a arte de pilotar ao seu limite máximo e a você Fangio, onde estiver, sempre em nossas lembranças. 
http://pordentrodosboxes.blogspot.com.br/2012/08/autografo.html

Rui

Fangio em Buenos Aires 1955



Em meados de Janeiro de 1955, a Argentina estava assolada por uma sufocante onda de calor de verão. Apesar da temperatura de 50º na pista, a multidão compareceu em massa para reverenciar seu herói, Juan Manuel Fangio. Ninguém ficou desapontado com o que assistiu. 
A Mercedes de Fangio liderava a prova mas, ciente que não deveria empenhar demais seus recursos nas 96 voltas sob intenso calor, ele passou a poupar energias e logo foi ultrapassado pela Ferrari de Froilan Gonzalez e pela Lancia D50 Alberto “Ciccio” Ascari. Ascari, na realidade, foi o primeiro a sofrer a exaustão por causa do calor, rodando na volta nº 20, quase inconsciente. Gonzalez também não suportou e logo em seguida entrou nos boxes, entregando o carro para um piloto substituto, com Fangio assumindo a liderança.
Os pilotos iam abandonando como moscas em redor dele e uma desnorteante dança de cadeiras quando alguns carros chegaram a usar até três pilotos a fim de poupá-los nestas condições adversas. No entanto Fangio se mantinha firme o tempo todo. 
“Comecei a imaginar que eu era um homem perdido na neve” declarou Fangio,“e que teria que seguir em frente senão morreria de frio. Houve um momento que achei que não conseguiria, porem quando um  certo momento critico era superado, meu animo se restabelecia e a vontade de vencer retornava”
Embora perdesse a liderança quando foi forçado a fazer uma parada antecipada para reabastecimento por causa de um erro da equipe, ele alcançou e passou à frente de todos os outros com a consistência de um metrônomo. O chefe da equipe Alfred Neubauer, sinalizou para que ele entregasse o carro ao colega de equipe Moss que, depois de abandonar seu próprio carro, havia tomado um banho de chuveiro e agora estava recuperado. Fangio no entanto, fingiu não entender e continuou pilotando até uma assombrosa vitória obtida pela sua determinação férrea. Ele teve que ser retirado do carro para receber atendimento medico imediato, mas havia realizado o impossível.


Texto:Mark Hughes