O ano não lembro,
1978/79 ou 80, tinha o carro, dois ou três motores feitos pelo Chapa – Flávio Cuono
- e todo resto, mas não tinha a mínima vontade de correr, porem tinha e ainda
tenho os amigos e eis que chega em casa
o Adolfo – Cilento Neto – e diz “vamos, você vai correr!”, juntou-se a nós o
Ricardo – Bock – e o Celso que seria o mecânico.
O regulamento da
Divisão 3 dizia que os escapamentos dos VW não poderiam exceder um certo tanto
da carroceria, acontece que os escapamentos 4 x 1 onde as quatro saídas de
escape juntavam-se em uma única saída sempre excediam essa medida, o mesmo com
os cruzados se bem que menos.
No treino da sexta
feira num comunicado nossa Federação alertava para este fato, e a Radio Paddock
já tocava alto, quem não estivesse no padrão não largaria.
Serrar um escapamento
não é só pegar uma serra e tirar um tanto, a harmonia do conjunto vai-se
embora, muda tudo.
Adolfo e Ricardo, que
mais tarde viria a se tornar o grande mestre da engenharia automotiva, conversando
chegam a um consenso a uma ideia “genial”, soldar uma lata na traseira para que
os escapes ficassem “dentro do regulamento”.
No sábado quando
chegamos a gozação foi total, “é um aerofólio?” foi o que mais ouvimos, fora
outras chacotas. Foi aí que resolvemos largar com ela, já que ninguém respeitou
o comunicado pois seria muito difícil que mais de trinta carros se adaptassem a
ele, coisa que nunca ocorreu.
Notem que a maravilhosa
peça de engenharia foi feita para um escapamento 4 x 1 mas estou usando o
cruzado, não me perguntem porquê.
Lembrei agora, a lata era azul!
Aos queridos amigos
Adolfo, que já nos deixou, e Ricardo, um irmão sempre presente.
Rui Amaral Jr