A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Formula 2...

Carlos Pace e a incrível Surtees TS 10 já tomando o Bico de Pato seguido de longe pelos outros!


Criada em 1947 a F. Dois veio trazer oportunidade aos pilotos que queriam competir numa categoria internacional e ao mesmo tempo mais em conta que a Grand Prix e depois de 1950 a F.Um.
De 1947 à 1953 usava os motores aspirados de 2.000cc ou comprimidos de 500cc, depois de 1957 à 1960 apenas motores aspirados de 1.500cc  depois de idas e vindas quando ela chegou à chamar Formula Junior, de 1967 à 1971 usava motores de 1.600 aspirados e o seu bloco tinha que vir de projetos com no mínimo 500 unidades produzidas sendo permitido um máximo de seis cilindros.

 Ciccio Ascari e a Ferrari 500.


Década de 1960...os grandes também corriam na F.Dois
Jimmy Clark de Lotus 35 Cosworth seguido de Hulme de Brabham BT16 Cosworth.
 Big John Surtees de Lola Cosworth seguido de Graham Hill Lotus BRM e Alan Rees Brabham Cosworth.
 Rindt, Hulme e Alan Rees todos de Brabham BT16 Cosworth seguidos de Big John de Lola T60 Cosworth.
Hulme de Brabham lidera Rindt e um pelotão...

1972 os motores foram os de 2.000cc com no mínimo 1.000 unidades produzidas e no máximo seis cilindros, depois de 1973 à 1975 com os mesmos  2.000cc eram permitidos motores com cem unidades construídas e novamente no Maximo de seis cilindros.
De 1976 até o seu fim em 1984 eram permitidos motores puros de corrida com os mesmos 2.000cc e com no máximo seis cilindros.Nos anos de 1952/53 a F. Um foi disputada com os carros da F.Dois e em ambos anos Alberto “Ciccio” Ascari foi o vencedor do campeonato com a quase imbatível Ferrari 500 com otor 2.000cc de quatro cilindros em linha.

Interlagos 1971
















  


Interlagos 1972

Mike "The Bike" Hailwood.

Emerson lidera Mike e Pace.
 Wilsinho, Schenken, Peterson e Mike.
Chico Lameirão e o March 722 BDA-Hart.













Lian Duarte e o Surtees BDA-Hart que dividiu com Luiz Pereira Bueno, infelizmente não tenho nenhuma foto do Mestre neste carro. 
Hill no Tarumã



Nos anos de 1971/72 o Brasil foi sede de dois torneios da categoria com corridas em Interlagos, Tarumã e na cidade de Córdoba na Argentina.   
Assisti todas as corridas de Interlagos e quem também assistiu sabe da da emoção para nós que foi ver logo na primeira corrida a pole de Wilsinho Fittipaldi que corria com um March 712M-FVA cravar a pole com o incrível tempo de 2”42`8/10 e depois a vitória de Emerson pilotando a Lotus 69-FVA na corrida a melhor volta foi do Sueco Voador com 2”42’2/10.  
Nas fotos de meu amigo Rogério da Luz alguns dos carros que competiram nas duas temporadas, o interessante é que ele fotografava das arquibancadas e apesar da maravilhas das fotos ainda não era profissional.
Na temporada de 1972 os bichos papões foram as Surtees TS10 BDA/Hart da dupla Carlos Pace e Mike Hailwood tendo Emerson com a Lotus 69-BDF Coswort vencido a primeira corrida quando a pole foi de Wilsinho com a Brabham BT38 - BDE Novamotor com o tempo de 2”42’4/10 e a melhor volta de Tim Schenken com a Brabham BT38 BDF Cosworth.
Já na segunda etapa os carros da Matchbox Tean Surtees de Pace e Hailwood detonaram os tempos tendo Pace na segunda etapa vencido e feitom a melhor volta com 2”39’4/10  e na terceira prova quando Hailwood foi o vencedor nosso grande Pace fez a pole com 2”39’12/100 e a melhor volta da corrida com 2”37’90/100.

Quem assistiu não esquece...aos grandes nomes que aqui correram e ao amigo Rogério da Luz.


Rui Amaral Jr




segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

PÉ DE CHUMBO

March 732 BMW campeão europeu da F2.


Nosso enfocado atende por esse singelo apelido. Em sua língua pátria, Godasse de Plomb. Outros, devido às oito marcas pelas quais passou entre 1971-1983, o chamam The Jumper, mas é de JEAN PIERRE JARIER de quem falamos. Nascido no dia 10 de julho de 1946, Jarier estava cursando Economia quando demonstrou interesse pela velocidade e como tantos outros como Jean Pierre Beltoise ou François Cevert, começou nas corridas de Moto. Seus país foram contra mas Jean Pierre conseguiu convencê-los de que então deixaria as motocicletas pelos carros – mais seguros, talvez. Sua conversa surtiu efeito e sua mãe até vendeu seu Peugeot para comprar para o filho um Renault Gordini. 

Renault Gordini R8
Tecno F. 3 
Era o ano da graça de 1967 e JPJ dava suas primeiras aceleradas numa categoria própria de estreantes e novatos. No ano seguinte, autopromoveu-se à Fórmula France, em seu primeiro contato com monopostos e após colher suas primeiras vitórias, chegou à Fórmula 3 em 1970, já com o apoio da Equipe Shell Arnold. Terceiro colocado no campeonato francês, sua ascensão prosseguiu na F2 na temporada seguinte, obtendo resultados para a March que o capacitaram para uma estréia na Fórmula 1 no GP de Monza, com um March 701. Nesse primeiro contato, seu resultado não foi mau: largou em último e terminou na 12ª posição, não considerado para a classificação pois ficou a 8 voltas do vencedor Peter Gethin. Mas Emerson Fittipaldi com um Lotus Turbina só ficou quatro posições à sua frente. Uma volta temporária à F2, mais uma vez através da Equipe March em 1972, o tornou melhor preparado para um compromisso duplo com o time em 1973. Nessa temporada, guiou nas duas categorias principais, F1 e F2, e mais do que nunca, conheceu o céu e o inferno. O Céu era o March BMW 732, F2, com o qual teve oito vitórias e conquistou o campeonato europeu; o inferno era o March Cosworth 731, F1, o qual não lhe permitiu sequer pontuar. 


March 731
 Shadow

Pulando já na ponta no GP Brasil 1975, ao lado Emerson e Reutmann um pouco atrás Carlos Pace o vencedor.

Ficou de fora de algumas etapas devido aos compromissos com o Europeu e ainda viu o britânico Roger Williamson sofrer um acidente fatal com seu carro em Zandvoort. Em 1974, na emergente Shadow, finalmente um carro competitivo, mas teve de lidar com um time traumatizado, depois da perda do carismático Peter Revson, treinando em Kyalami. Um terceiro lugar em Montecarlo e uma quinta posição em Anderstorp foi o máximo que conseguiu. Em contrapartida, no Campeonato Mundial de Marcas teve um grande ano com a Matra-Simca MS 670C. Em parceria com Jean Pierre Beltoise venceu os 1.000 Km de Nurburgring, os 1.000 Km de Paul Ricard, os 1.000 Km de Brands Hatch e as 6 Horas de Watkins Glen, além dos 1.000 Km de Spa com Jacky Ickx. 

Matra Simca MS670C em Spa 1977
Alfa Romeo 

Nascia o Godasse de Plomb...Em 1975, Jarier finalmente parecia dispor da equipe que lhe permitiria vencer, bem como do carro certo, o Shadow DN5. Seu começo é arrasador: Pole position em Buenos Aires e também em Interlagos, onde entrou para a história do autódromo ao fazer as Curvas 1 e 2 sem aliviar. Mas a sorte continuava sua madrasta. Na Argentina não conseguiu nem mesmo largar e no Brasil, quebrou nas voltas finais, quando liderava tranquilamente e ao longo da temporada, essa condição não mudou. Jean Pierre só conseguiu um 4º lugar no GP da Espanha em Montjuich, onde a corrida foi encurtada devido ao acidente de Rolf Stommelen e nem mesmo computou a pontuação integral. No final da temporada, a chegada do Shadow-Matra DN7 não melhorou a situação. Utilizado em Osterreichring e em Monza, o carro não chegou ao final em nenhuma dessas ocasiões. Em 1976, a Shadow perdeu seu patrocinador – UOP - e entre os pilotos, algumas comparações de Jarier com Tom Pryce eram favoráveis ao galês, piloto menos exuberante na condução mas mais cauteloso, tanto que vencera a Race of Champions de 1975, corrida extra-campeonato. Logo no início da temporada, show de novo em Interlagos. Volta mais rápida, sempre entre os primeiros e terceira posição garantida até rodar no óleo deixado pelo carro de James Hunt. Ao longo do ano, embora conseguisse terminar mais corridas que na temporada anterior, não pontuou. Chegava ao fim sua história com a Shadow e Jarier foi parar na nova equipe ATS, que havia adquirido os carros da Penske Racing. Mesmo faltando às três etapas iniciais, estreou com um ótimo sexto lugar em Long Beach, fazendo as pazes com a pontuação. Mas o velho PC4 não lhe permitiu grandes vôos e como consolo, só suas vitórias no Mundial de Marcas, nos 500 Km de Dijon-Prenois e nos 500 Km de Paul Ricard, sempre em dupla com Arturo Merzario e conduzindo uma Alfa-Romeo 33SC12. Em 1978, de novo na ATS, sua esperança era de que o novo HS1 fosse competitivo. Mas a equipe alemã tinha um sério problema interno: seu proprietário, Gunther Schmidt. Temperamental, explosivo, nenhum profissional – mecânico, engenheiro ou piloto – trabalhava muito tempo com ele. Após um começo razoável, terminando três das quatro primeiras corridas, JPJ foi demitido por Schmidt, por não ter se classificado para o GP de Mônaco. Surpreendentemente, Gunther o chamaria de volta para o GP da Alemanha. Nos dois meses em que ficou afastado, os problemas do ATS D1 não haviam sido resolvidos. Resultado, nova demissão. Jarier era veloz, mas não mágico...A opinião do próprio JPJ sobre Gunther:”O homem mais louco que já encontrei nas pistas, constantemente mudando de idéia”. O final de ano parecia melancólico para o Pé de Chumbo e sem perspectivas de volta às pistas. Mas houve uma tragédia em Monza. Ronnie Peterson, piloto da Lotus, sofreu um acidente na largada do GP da Itália, que lhe custou a vida. De repente, a Lotus precisava de um piloto substituto para as corridas finais, em Watkins Glen e Montreal, alguém para pilotar a cobiçada Lotus 79, o melhor carro da temporada. Era a oportunidade. 

Monza 1971 a estreia na F. Um, Marcho 701.
JPS em W.Glen 1973.
Monza 1975
 Shadow DN5
Espanha 1976
Montjuic 1978
Mônaco 1978 com o Penske PC4 da ATS
Lotus 1978

No Glen, habituando-se ao Lotus, largou da oitava posição para ocupar o sexto lugar até ter problemas com um pneu. Voltou atrasado mas marcou a volta mais rápida da prova, para alcançar a terceira posição. Faltando quatro voltas, parou sem combustível. Godasse de Plomb estava de volta. Se em Watkins Glen chamou atenção, que dizer de Montreal? Começou marcando a pole position e na corrida, liderando com autoridade até...ficar sem pressão do óleo na volta 49. Parecia ser sua sina. Mas a performance chamou a atenção de Ken Tyrrell, que estava aprontando seu modelo 009 para a temporada seguinte. O Tyrrell 009 era uma cópia deslavada do Lotus 79 e o Tio Ken pensou que seria bom contar com um piloto que já havia conduzido o “carro original”. E lá se foi Jarier para a quinta equipe de sua carreira. Mas não foi um mau negócio. Dois terceiros lugares (Kyalami e Silverstone), dois quintos (Jarama e Dijon) e dois sextos (Long Beach e Monza). Exceto por uma hepatite que o deixou de fora de duas etapas, foi seu melhor ano, com dois pódios e a 11º colocação no campeonato com 14 pontos. Na temporada seguinte, o Tyrrell 010 não foi tão competitivo, mas Jarier fez três quintos lugares, em Zolder, Brands Hatch e Zandvoort. Só que o vento estava mudando. A Tyrrell perdera seu patrocinador e JPJ encarou a possibilidade de ficar parado outra vez. Foi salvo pela Ligier Talbot, que precisava de um substituto para Jean Pierre Jabouille, que havia quebrado as pernas em um acidente no Canadá/80. O Pé de Chumbo fez duas corridas e no Brasil – desta vez em Jacarepaguá – andou bem debaixo de chuva. Poderia ter terminado em sexto, mas recebeu ordens para deixar Jacques Laffitte passá-lo. 


 1982 Ligier JS21
Em Brands Hacth
Osella FA1C em Zandvoort.

Sua aventura em 1981 parecia ter terminado ali, mas Enzo Osella foi buscá-lo para tentar acertar o fraco Osella FA1B. Participou das sete etapas finais e terminou quatro delas entre os dez primeiros e permaneceu no time italiano na temporada seguinte, quando mais uma vez, teve de motivar uma equipe enlutada pela perda de um piloto, no caso, Riccardo Paletti. Uma tarefa dificultada pelo novo Osella FA1C. Ainda assim, conseguiu a melhor colocação da equipe com sua quarta posição no GP de San Marino, boicotado pela maioria das equipes britânicas. Nas demais etapas foram nove quebras, um bom motivo para aceitar a oferta da Ligier para 1983. Reforçando sua ligação com o Brasil – o piloto paulista Luiz Antonio Siqueira Veiga, o Teleco é seu grande amigo – na Ligier, Jarier teria a companhia de Raul Boesel e o patrocínio da EMBRATUR e do Instituto Brasileiro do Café. Mas na Ligier ele se viu às voltas com outro chefe de equipe intratável, como Gunther da ATS, desta vez, Guy Ligier. O modelo JS21 era empurrado por um motor Cosworth V8, quando o uso do motor Turbo já era corriqueiro no grid. Isso garantiu uma temporada apagada, onde a melhor colocação do Pé de Chumbo foi um sétimo lugar em Osterreichring. Era a hora de se reinventar. Seu último GP foi em Kyalami, onde completou em décimo lugar. Sem conseguir afastar-se totalmente das pistas, tornou-se competidor regular da Porsche Supercup e em 1998-99 venceu o campeonato francês de GT. Além de ter atuado como consultor do filme “Ronin”, sobreviveu a um acidente de helicóptero em 1994 e hoje dedica-se ao cultivo de oliveiras. Sempre foi e sempre será, Godasse de Plomb.



CARANGUEJO


 Jarrier tocando um sidecar.
Porsche


Entre os fatos que ligam Jean Pierre Jarier ao Brasil, está uma história na qual ele tem uma participação indireta. Ano de 1974, estréia de Jarier na Shadow na pista de Buenos Aires. Devido à hierarquia, Revson, primeiro piloto, está com o novo DN3 e o Pé de Chumbo com o DN1. Largam, enrosco na primeira curva, Regazzoni e Revson vão parar fora da pista. Quando o norte-americano está voltando é abalroado por...Jean Pierre Jarier. Abandono prematuro dos dois, o DN1 destruído acompanha a Equipe na etapa seguinte em Interlagos, onde teria “sumido” dos boxes por conta de uma “operação secreta” conduzida pelo folclórico Cardoso. Dizem que o Comendador Benjamin Rangel foi uma testemunha do ocorrido, mas leal como sempre, se sabe alguma coisa, não diz...

Aos amigos Luiz "Guima" Guimarães e J.P, Calvignac 


No link uma pequena história do J.P. e Teleco...