Fangio e Behra
El Chueco toca a Maserati.
Ano de 1957, Juan Manuel Fangio, El Chueco, prepara-se para mais uma temporada, motivado como sempre e competitivo como poucos. Longe da Equipe Ferrari, que defendera na temporada passada, ele havia voltado à sua velha conhecida, a Officine Alfieri Maserati, onde atuara de 1952 a 1954. Sua programação para as pistas em 57 seria mais uma vez voltada para a participação em provas da Fórmula 1 e dos Sport-cars, agora com a marca do Tridente. Na categoria-rainha, utilizaria o mitológico 250F, carro que conhecia como poucos e nos Sports, dividir-se-ia entre os modelos 450S e 300S. Na etapa de abertura da F1, ganha o Chueco sem maiores problemas, sinalizando que está a fim de mais um campeonato. Mas logo em seguida, nos 1.000 Km de Buenos Aires, em dupla com Stirling Moss e no comando da Maserati 450S faz a pole position, mas abandona com o diferencial quebrado. Incrível como a sorte de Fangio “virava” quando corria com Moss...Após duas vitórias sem contestações, no Grand Prix de Buenos Aires (Fórmula Libre) e no Grande Premio de Cuba (Sports), parte o Chueco para um compromisso bastante importante, as 12 Horas de Sébring, onde voltaria à Maserati 450S e contaria com o inquieto Jean”Jeannot”Behra para ajuda-lo na condução. Um ano atrás, o piloto argentino fora o vencedor da prova no aeródromo, juntamente com Eugenio Castellotti e a Ferrari 860 Monza.
A largada
Poderia ele agora repetir seu desempenho, com a 450S e o sanguíneo Jeannot? E lutando contra times como a própria Ferrari e a Jaguar? A prova começou com liderança da dupla da Ferrari Peter Collins/Maurice Trintignant, com o britânico ao volante. Behra, cai para quarto, mas imprime um ritmo forte para recuperar-se. Ele supera o outro Maserati oficial, de Moss/Harry Schell. Collins puxa o pelotão até a vigésima passagem, mas Behra o ultrapassa e continua forçando e melhora seu tempo de volta várias vezes. Ao entregar a barata ao Fangio, eles estão na dianteira e distante dos outros. O Chueco mantém a vantagem enquanto as Ferrari padecem com problemas nos freios e a dupla Moss/Schell se esforça para resistir aos avanços de Mike Hawthorn/Ivor Bueb e seu Jaguar. Irão terminar nessa ordem, com a dupla franco-argentina como a única a completar as 197 voltas e a Ferrari de Masten Gregory, o Flash de Kansas City e Lou Brero Sr. defendendo a honra de Maranello, à quatro voltas dos vencedores. Ao final daquele ano, o da quinta estrela do Fangio, ele ainda voltaria ao Brasil para duas apresentações, em Interlagos e na Barra da Tijuca, mas com o modelo 300S. Adivinhem o que aconteceu?
CARANGUEJO
CARANGUEJO
Equipe Porsche e os 550RS
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NT: Comentário de Milton Bonani.
Rui, como eu sou louco por Maserati, principalmente a 300S, comprei a uns anos atrás o livro do Walter Bäumer que dizem ser o papa das 300S. Fui verificar nele os dados dessa corrida de Sebring e encontrei informações interessantes. Veja: Como o prêmio dessa corrida era bem grande e a Maserati tinha muito interesse no mercado americano, enviou para essa corrida 4 carros: 2 -300S 1 - 450S e 1 - 250, mais de 5 toneladas (!!!) em peças de reposição, 8 pilotos, 8 mecânicos e mais 10 pessoas para compor a equipe. Confesso que pela foto fiquei em dúvida se o carro do Fangio era mesmo uma 450S, mas o livro confirma que ele e o Behra correram mesmo na 8 cilindros.
Milton Bonani
Já que os amigos comentam e ajudam muito, a foto tirada pelo Paulo Levi em Elkhart Lake.
Aos dois um abração!