A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Coisas do Duran...

A FERA!

1983 o Campeonato Paulista de Divisão 3, que havia começado no ano anterior, e tinha a denominação de TEP -Turismo Especial Paulista- passava por momentos difíceis  Em 82 fora bem disputado com mais de 20 carros no grid, e alguns nomes de peso de nosso automobilismo, com Elcio Pelegrini, Ricardo Mogames, Álvaro Guimarães, José Antonio Bruno, Clelio Moacyr Sousa o Bé, Marco de Sordi, Luiz Henrique Pankowski e outros. Corridas disputadas e com bons pegas por posições, o campeonato foi vencido por Ricardo Mogames com o carro que havia disputado Campeonato Brasileiro da Divisão 3 no ano anterior, não lembro minha posição, mas cheguei em terceiro em três corridas, nas outras quebrei. 
Pois bem, vocês vão me perguntar por que “Coisas do Duran”?
Acontece que meu amigo, esperto como sempre, ao fazer sua inscrição na FPA junto com o Ricardo, ouviu lamurias sobre a categoria do presidente da entidade. Aqui abro um parênteses para mandar um forte abraço ao meu amigo Rubens Carpinelli, então presidente da FPA, posso não concordar com a sua atuação como dirigente, mas sempre mantendo o respeito e carinho como amigo! 
Os grids então eram fracos e muitos carros quebravam eram as reclamações, aí...da imaginação sempre fértil do Duran, veio a bela idéia de nas primeiras seis voltas todos os carros andarem embolados, num regime máximo de 7.000rpm. E apesar de apenas 9 carros estarem na pista é o que se vê no vídeo, lá estavam Amadeo Campos, campeão da D3, Ricardo Mogames, Elcio Pelegrini campeão da F. Vê, José Antonio Bruno, pilotos que sempre disputaram a ponta e os demais amigos, Ferraz, Manzeti, Conde, Sueco... é esse é o grupo que vem embolado, levando os espectadores ao delírio! Mesmo assim, andando com as rotações reduzidas, tem um carro que não consegue chegar no grupo!
Duran não correu, e assistia à corrida no barracão de cronometragem junto aos dirigentes, que até a segunda ou terceira volta estavam entusiasmados, massss aí um deles de cronômetro à mão, notou que os tempos estavam muito abaixo dos habituais!
Neste momento ouvir o Duran contando e rindo é hilário! Ele notando que ia sobrar para ele sai de mansinho e vai para os boxes, quando na quinta ou sexta volta cai um baita toró e a corrida é interrompida pela bandeira vermelha, pois todos estavam com pneus slick.
Como todos nós sabemos em caso de Bandeira Vermelha, segundo a regra da FIA, a corrida é interrompida e valem as posições da volta anterior.
O certo é que depois do toró o Duran foi embora, assim como Ricardo Mogames e outros pilotos e se a corrida reiniciou ou não ele não sabe.



Depois dessa corrida a TEP se juntou à Hot Cars apenas para fazer numero nos grids, pois nomes como o Mogames, Pelegrini e outros não viam com bons olhos correrem contra Passats com 50/60hps a mais apenas para fazer numero.   
Mesmo assim em uma corrida em Interlagos na chuva,  Tide Dalécio, pilotando o carro que Laercio dos Santos correra o ano anterior e que fora do Amadeo Campos, venceu os Passats numa clara demonstração que os valentes Fusquinhas, no aguaceiro ainda eram bravos competidores!  
Jamais vou esquecer a perplexidade do amigo Fabiano Guimarães, a voz que se ouve no vídeo, quando soube do ocorrido, todo gravado por seu pai Luiz Guimarães!
Ao Fabiano e seu pai Luiz Guimarães

Rui Amaral Jr       


1982 

OS GRIDS




AS DISPUTAS


Manzeti, Mogames, Bruno, Ferraz, Dalécio e Duran... e abaixo o vídeo


A voz ao fundo é do Fabiano.

 Bruno
 Marco de Sordi, Alvaro Guimarães, Tide Dalécio, Duran, Amadeu Rodrigues, Clelio Moacyr Sousa e eu
 Ferraz e Manzeti
Alvaro, eu, Mogames, Laercio dos Santos, Pelegrini e Ferraz
Pankowski, Tide e Durazzo
Eu e Sueco-Carlos Aparecido Gonçalves, na tomada da curva Um. 
Eu e Elcio no S
Eu, Mogames e Laercio

MOTOR 3


Conta Expedito!








            




domingo, 26 de dezembro de 2010

Largando de trás.

 Confesso que sempre tive muito respeito por meus adversários de pista, alguns amigos queridos e com quem tenho a grande satisfação de conviver até hoje, massss quando eu largava de Caixa 3 vinha para cima, pouco me interessava quem fosse, quando abria uma brecha enfiava o carro e lá ia eu. Caso  meu carro quebrasse algumas voltas depois a corrida já teria valido à pena. Muitos pilotos estudam o carro que vai a frente  para tentar ultrapassar em algum ponto onde se julguem mais rápidos, outros jogam o carro em cima e esperam para ver o que acontece, temos visto muito isso na Stock de hoje. Fora os carros mais lentos que sempre são ultrapassados nas retas a briga com os do mesmo nível costuma ser complicada, pilotos experientes, motores fortes e carros no chão são sempre a expectativa de uma boa briga. Tenho algumas fotos de dois grandes pilotos da Divisão 3 se degladiando que mostram bem isso, meus amigos Jr Lara Campos e Arturo Fernandes e um dia mostro a vocês. 
 Um olho no carro que vai à frente, outro no contagiros para não detonar o motor, outro nos retrovisores e ainda outro em tudo que acontece à volta e vamos para cima.
 No antigo traçado do Templo a freada da curva "Três" a da " Ferradura" do "Sargento" e do "Esse" eram belos lugares para se tentar, depois com mais dificuldade a entrada da "Junção" pois essa curva tinha que ser feita de uma forma muito acertada para que o carro tivesse motor na "Subida dos Boxes", assim seu Chico Landi ensinou a meu amigo Jr Lara. Na curva "Um" também era um bom lugar, apenas você tinha que vir bem mais rápido que o carro da dianteira. 
 Nas fotos a seguir me atraso na largada, ah! a Caixa 3 e depois vou entrando na briga pelas posições com vários pilotos, belas brigas, bons duelos, bons tempos! 




  Tinha largado lá na primeira fila e vou ficando para trás.
Na Ferradura Marco De Sordi, Alvaro Guimarães, Tide Dalécio, Luiz Eduardo Duran, Amadeu Rodrigues, Clério Moacir "Bé" de Souza, e eu. Pilotos experientes Marco e Alvaro, Tide, Amadeu e Bé andaram bem em várias categorias, Duran correu mais na Divisão 3.
   Aqui já tinha ultrapassado vários deles e partia para a luta, gozado mas lembro perfeitamente do paralamas de Tide voando em minha direção, acho que foi uma volta antes logo depois da "Três".
Marco era um piloto super rápido e Tide mostrou algum tempo depois ao que tinha vindo derrotando os temíveis Passats D3 numa memorável corrida sob chuva no Templo. Grandes adversários!
Saindo do "Esse" e tomando o "Pinheirinho" eu e Elcio Pellegrini um grande piloto, multicampeão na Formula Vê, tivemos vários duelos em 1982 na Divisão 3 Campeonato Paulista ou TEP. Para contragosto de meu amigo José Ferraz a Divisão 3 correu aquele ano no Campeonato Paulista usando a denominação TEP - Turismo Especial Paulista.


A meus amigos por quem tenho muito respeito e carinho.

Fotos dos arquivos do Orlando, Duran e meu feitas pelo Sydnei, um fotografo que se tornou nosso amigo.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Conta Ceregatti conta!

Largada parece o Tide lá em último.




Essa prova da foto da curva da ferradura foi no segundo semestre de 1978, estréia do Tide Dalécio em corridas.
Pé pesado que é, logo no contorno de sua quinta curva já foi além, porém vítima do equipamento...
 
 

Fiquei muito emocionado quando vi essa foto, pois uma parecida, tirada um instante antes dessa e de um angulo mais frontal saiu na edição do dia seguinte no jornal O Estado de São Paulo.
Como lembro disso?
Porque esse "Auto Run" imenso fui eu mesmo que desenhei, recortei e colei com essas mãos, assim como o número 37. Tudo em papel contact azul e preto. A propósito: 37 porque o Alvaro "Bico" Guimarães, nosso amigo de São Bernardo corria com o 38. Um dos maiores demolidores de embreagens que conheci, assim como um dos maiores largadores de Interlagos que vi acelerar.
Ocorre que a Auto Run tinha sido fundada em Santo André pelo Tide e pelo Luis Garcia Perez - hoje homem forte da Koni by LG, em abril de 1978 em Santo André, lá na Avenida Atlantica onde hoje é um supermercado. Eu e o Luis estudávamos nessa época na ETI Lauro Gomes, e nos conhecemos lá fazendo um Formula Vê em 1975...
O Tide Dalécio era mecanico da Motorgirus, funcionário do Toninho, que está pertinho de lá até hoje, na Avenida Pereira Barreto, bem atrás de um prédio comercial enorme.
Esse fusca da foto foi feito em dias, e era o carro de entregas da oficina recém-fundada, comprado a prestação de um parente do Tide. Nem pago estava.
Um dia estávamos lá os tres, e surgiu a idéia de fazer um divisão 3 para o Tide correr, ele que acabava de fazer o curso de pilotagem Marazzi com o Passat azul de seu irmão Renato (o tonto aqui tambem estava lá, acompanhando as aulas e pondo defeito na tocada do rapaz... Sempre fui um entrão metido a besta, mesmo)
Sentados no capo do fusca, alguem disse: "E porque não esse carro aqui?"
Dito e feito: Tomada a decisão de fazer o carro, cada um saiu com uma missão. Lembro bem que o Luis comprou esses para-lamas azuis já prontos e pintados, e foi sem os faróis mesmo, só com os buracos entrando ventania pela frente...
Bloco usado daqui, amortecedores do Bacchi (é assim que escreve? Nem lembro) bielas vindas sei lá de onde ali, Webbers surgidos não se sabe de quem, mais santantonio soldado na madrugada, rodas e pneus usados terminamos o carro. O Tide lembra bem mais do que eu de outros detalhes, assim como o Luis.
Eu só lembro de queimar as mãos com solda, das dores nas costas, das noites insones enfiando a mão na graxa em busca de um objetivo comum... Amizade, juventude, companheirismo, esforço, amor pela coisa e uma enorme ansiedade e prazer por estar ali...
Precisamos contar direitinho e com mais detalhes essa história maluca e maravilhosa dessa nossa primeira (de uma longa série) de aventuras pelas pistas do Brasil, bando de jovens duros, sonhadores e motivados.
Na alinhamento para a largada, o pedal do freio quase não fazia efeito... O pé ia até quase a chapa e o carro andava pra frente e para trás...
Pois o Tide se enfiou no meio do bolo, desceu a um e a dois por fora (acho) contornou a tres e a quatro e na retinha pra ferradura o carro já vinha fumando... Com certeza pela tampa de válvulas, ou alguma guia que já voou só nesse trecho... No meio de um monte de feras já experientes, o estreante já mostrou a que veio.
Escorregou no óleo de alguem ou no dele mesmo, atravessou e deu essa rodada. Nós todos, assistindo excitados o nosso trabalho de dias e noites insones ficamos bem bravos com o Tidão... Eu mesmo queria esganar o irresponsável...
E no dia seguinte, o premio que ninguem esperava: A foto no Estadão, com aquele enorme "Auto Run" bem no meio, em destaque involuntário. Ótimo para uma oficina que estava apenas começando, uma tremenda publicidade.

E eu, orgulhoso por ter sido o maluco que cismou de fazer "o maior Auto Run que coubesse na lateral", que nos boxes parecia ridículamente exagerado mas que deu um retorno imenso...
Busquei por anos e anos essa foto, conversamos muitas vezes sobre ela, e de repente ela aparece aqui...
Me emocionei quando a vi, mandei um mail pro Luis que está lá em Santa Cruz do Sul com a Stock, e fui lá na Auto Run mostrar pro Tide, que tambem muito se emocionou, lembrando de passagens e detalhes que perdi na memória...
Trinta e dois anos se passaram, e graças a voces todo esse tempo voltou, toda essa emoção renasceu, como se fosse ontem.
Agradeço aos amigos, e peço que não economizem nas fotos que possuem, que despejem aqui.
Tenho certeza que em algum momento me verei numa delas, magro e de cabelos ainda pretos, imundo de graxa e feliz como nunca.

Abraços velozes a todos.

Claudio Ceregatti

NT: Pela manhã ao abrir meus e-mails vejo um do Ceregatti, longo como só um cara inteligente como ele escreve resolvi ler mais tarde. Aí me deparo com esse belo depoimento, uma história dentro das histórias que fazem de nosso automobilismo essa coisa maravilhosa, repleta de grandes pilotos, mecânicos, preparadores, gente que como o Ceregatti é, maluco pelo esporte. Obrigado Ceregatti e um abração.