quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Lola T70 MKIII
terça-feira, 5 de julho de 2022
Baixinho genial...
Ele colocava a alma e o coração em tudo que fazia...Cadu e sua mãe ao lado do pai, Avallone e seu Lola-Avallone.
O Pandoro era um lugar agradável
na Avenida Cidade Jardim, alguns metros antes da Dacon e da Avenida Faria Lima,
nesta deliciosa São Paulo, que hoje ficou um pouco distante do que era.
Vez ou outra quando lá
estava bebendo um Caju Amigo ou um scotch o Avallone me via e parava, com
aquela Mercedes 450S amarela, ou a moto BMW 1000 que queria fazer aqui no
Brasil, também amarela e outras vezes aquela maravilhosa réplica do MG. Papeávamos
horas, sempre rindo muito quando ele contava suas “aventuras”, ele não bebia
...
Avallone era muitos...Advogado,
jornalista, político, comerciante de autos, dirigente de clube de
automobilismo, piloto, construtor e muito mais!
Conheci a fera no longínquo
1971 em corrida organizada por seu clube. Guaraná chega para mim e diz que a
organização não forneceria combustível para nós os Novatos, falei “vamos lá”. E
naquele tanque que ficava no final dos boxes, perto da curva Um lá estava ele, falei
“Baixinho, e o nosso combustível?” – aos dezoito anos todos se arriscam! - Ele apenas olhou meu macacão e disse “você é
filho do Rui Amaral?”, apenas confirmei e ele virou-se para o encarregado e
disse “liberado para eles!”, nascia ali uma bela amizade.
Dias depois nos
encontramos e ele me contou um pouco de sua amizade com meu pai.
Avallone era de
Jundiaí, onde tínhamos uma loja das Cestas de Natal Amaral e alguns grandes
fornecedores, como a CICA dos Bonfigliolli, e ele uma revenda Willys, fora o
jornal. No final da década de 1950 as Cestas distribuam como prêmios dezenas de
carros, e com a pequena produção de nossas montadoras nossos dirigentes iam
buscar os carros em várias localidades e foi aí que Avallone vendia seus
Gordinis para nós, eu não podia saber pois ainda tinha cinco ou seis anos.
Depois em 1961 ele como
dirigente partidário cedeu a legenda para que meu pai concorresse à Câmara
Federal por seu partido. Meu pai se elegeu com uma enxurrada de votos para quem
era totalmente desconhecido levando para Brasília cinco ou seis deputados pelo
voto de legenda, mas Avallone, que se não me engano, candidato a deputado
estadual não se elegeu.
E já que comecei a
escrever, vou lembrar um pouco de nossos papos...
Sobre a corrida
descrita pelo Sidney no post anterior, me contando ele lembrava, foi uns dez
anos depois, “Ruizinho foi uma loucura, não me deixaram largar e parti dos
boxes, e na curva Três...” , aqui fico com a narração do Sidney, de forma alguma
vou narrar o que ele me contou, respeitando o contado pelo Sidney.
Continuando a conversa
com o Baixinho...” Depois de tudo meus mecânicos e eu trancados nos boxes com
muitos nos xingando do lado de fora e de repente uma enxurrada de chaves de
fenda e outras ferramentas jogadas em nós...lá fora encontraram uma MB 450S amarela
e quebraram toda, só que não era a minha!”
Combativo Avallone
contestava nas páginas de jornais a politica do poderoso Delfin Netto, e com
ele trocava farpas.
Certa vez em seu jornal
em Jundiaí, escreveu sobre um desafeto que pediu direito de resposta e quando
não obteve entrou na justiça com o pedido, que concedido estipulava uma multa diária
pelo não cumprimento, com progressão geométrica, certamente o juiz sabia com
quem lidava!
Em suas palavras “a
multa depois de algum tempo estava bilionária, foi quando o juiz me chamou e
calmamente me pediu para que terminasse toda aquela confusão, foi quando
obedeci”
Avallone era tudo isto
e muito mais, um guerreiro, alguém que faz falta, muita falta!
A você meu amigo.
Rui Amaral Jr
Recebi um pouco antes da
pandemia, ainda não fui visita-los, fica na vila Arens em Jundiaí.
Hoje pela manhã recebi
esta foto de ... A casa sorteada pelas Cesta, ganhador o senhor Elcio de
Almeida, que aparece na foto ao lado de familiares e do gerente da loja de
Jundiaí o senhor Clovis, de terno claro. A família ... comprou esta casa pouco
tempo atrás da viúva do senhor Elcio e
hoje mantém nela o escritório de advocacia do Dr. .... A família Almeida conservou a foto por mais
de sessenta anos, tempo em que viveu na casa. Fico feliz, que a ideia de meus
pais tenha trazido à esta família e a milhares de outras a satisfação e
tranquilidade de ter uma casa própria. Ao Felipe e seu pai Regis meu muito
obrigado pelo consideração e carinho, logo irei conhece-los.
Dois grandes nomes
disputaram a eleição para governador aquele ano, Adhemar de Barros o eleito e Jânio
Quadros. Jânio que havia renunciado à presidência e teve poucos votos a menos que
Adhemar, mas alavancou seus representantes no senado e parlamento. No caso do federal
o campeão de votos foi Emilio Carlos e meu pai um desconhecido que num partido
pequeno teve para época muitos votos.
domingo, 3 de julho de 2022
UM DIA EM JUNHO...
Dia desses, estávamos eu e o Rui Amaral Jr, meu sócio, conversando sobre a carreira do piloto Antonio Carlos Avallone e lá pelas tantas, pintou a lembrança do dia em que o AC tentou acabar com a 4ª etapa do Torneio Rio-S.Paulo de Stock cars, no distante ano de 1981. Papo vai, papo vem, lembrei que o amigo Renaldo Ival, ex-mecânico do campeão Marcos Troncon, me disse uma vez que conhecia o piloto Sidney Alves, a melhor testemunha desse dia, posto que estava lá e tornou-se protagonista de todo o lance. Sugerido pelo Ruizão, entrei em contato com o Rei, que gentilmente, me apresentou de forma virtual ao gentil Sidney, cuja memória ainda tem vivos aqueles acontecimentos. Mas primeiro, sua carreira. Como começou tudo, Sidney?
-“Começou nos Rachas. Aposta entre amigos. Um dia em 1973, resolvemos ir a Interlagos para ver quem era o bom. Fui com meu ‘Fuscão’. Preparação muito simples, tudo improvisado, um cano como santantônio, fita crepe nos faróis e pronto. Os resultados foram aparecendo. Vitórias. Foram dois anos nessa categoria. Em 74, passei para o Chevette, o qual não gostei. Posteriormente, fui atraído pela categoria Turismo/Classe C, que englobava Opalas, Mavericks e Dodges. Optei pelo Opala e junto com meu amigo Wilson, comprei o carro que pertencera ao pai do inesquecível José Carlos Pace, o Moco. O carro não podia ser muito mexido, exceto a remoção de parachoques. O resto, eram pneus radiais, tapeçaria interna e estepe, como carro de rua. Meu Opala 71 era um dos “velhinhos” da categoria e assim fiquei por dois anos até comprar a parte do Wilson, meu amigo e correr ‘solo’. Fiz uma pintura em três cores e continuei até 1979, quando finalmente surgiu a Stock-cars. Sempre fui competitivo apesar de não contar com patrocínio, pois para mim, corrida era hobby, tinha meu trabalho. E foi assim que em 1981, correndo na Stock-cars, encontrei meu amigo Antonio Carlos Avallone. O AC chegou com sua bela Mercedes amarela e trouxe um Stock e ainda um Dodge da categoria Turismo 5000. Queria correr conosco, mas a inscrição tinha sido feita em nome de seu filho (que tinha o mesmo nome). Tendo alinhado no grid, Avallone começou a mover o carro, quando viu que iriam barrá-lo. O pessoal o procurava no fundo do grid; ele ia para a frente; procuravam-no na frente; ele retornava para o fundo. Até que o seguraram. O carro do AC levado para o box, começou a prova. Eu, largava em terceiro ou o quarto naquele dia. De repente, em pleno Retão, quem aparece? O Avallone. Ele havia conseguido acionar o Stock e aparentemente, queria acertar o Paulo Gomes ou o Ingo Hoffmann. Na Curva 3, nos achamos. Ele me prendeu atrás dele por uma volta. Como éramos amigos, não sei se me viu ou não. Na volta seguinte, irritado pela provocação, o acertei na Ferradura. Grudei em seu carro na Reta Oposta e no “Sol”, o acertei outra vez. Na Curva do Sargento, o peguei de novo e desta vez fiquei empurrando seu carro na proteção, até que dei ré e fui para os boxes. Quando cheguei, a equipe do Waltemir Spinelli, o “Bolão” me tirou do carro e me protegeu. De lá vi quando os mais exaltados que estavam por ali quebraram os carros do Avallone, que teve de deixar o autódromo escoltado por dez viaturas da ROTA. Quando já estava pensando em ir embora, o sistema de alto-falantes chamou meu nome, durante a entrega dos troféus. Eu tinha sido escolhido o “Piloto do Dia”. Só então lembrei que naquele dia, meu amigo o cantor Antonio Marcos, estava presente em Interlagos, acompanhado de um empresário que pensava em patrocinar meu carro. Depois da confusão, continuei sem patrocínio...Seis ou oito meses depois, estava eu na Oficina do preparador Anésio Hernandes, quando vejo em minha frente, Antonio Carlos Avallone. Ele, apesar de baixinho, era lutador de artes marciais e adorava uma encrenca. Na ocasião, porém, só me perguntou se eu estava louco quando o tirei da prova, naquele dia. Respondi que ele devia saber, já que eu continuava na ativa e ele havia sido suspenso por seis anos. O tempo havia passado e a coisa não foi além. Só tornei a vê-lo mais uma vez, quando estava na Balsa de São Sebastião, na travessia para Ilhabela e o AC se meteu numa briga com uns gaiatos que se engraçaram com sua esposa. Mais tarde, soube que falecera...”
Caranguejo-Carlos Henrique Mércio
quinta-feira, 6 de janeiro de 2022
Berta Tornado x Porsche 908/2
1971 começou com grandes promessas para nosso
automobilismo, Interlagos estava em reformas, Tarumã, Guaporé e Cascavel
inaugurados ao final de 1970. Os autódromos gaúcho e paranaenses com traçados
de cerca de três quilômetros, tres pistas desafiadoras que trouxeram ainda mais
os pilotos e equipes daqueles estados ao topo de nosso automobilismo. Grandes
iniciativas de abnegados visionários que viram no esporte motor o caminho para
o desenvolvimento. Deixo aqui minha homenagem ao grande Zilmar Beux, que
capitaneando um grupo de esportistas colocou Cascavel em lugar de destaque no
nosso automobilismo.
Brasileiros e
Argentinos já combatiam há muito nas pistas, com carreteras, na Mecânica
Continental que eram carros da Formula Um já em desuso na Europa e que na
América do Sul eram retirados seus motores originais e equipados com motores
V8.
No Brasil grandes nomes
se destacavam na organização de torneios, entre eles Mario Patti, Antonio
Carlos Scavone e Antonio Carlos Avallone.
Neste ano duas forças
do automobilismo Sulamericano se encontraram, a Berta e a Equipe Z, depois
Hollywood.
Berta Tornado
Chassi semi monocoque
em aço e alumínio. Motor traseiro entre eixos.
Motor seis cilindros em
linha derivado do Tornado 380, Berta elevou sua cilindrada á 4.000cc mudando
sua configuração de curso x diâmetro, diminuindo o curso e aumentando o
diâmetros fazendo com que o motor girasse a 6.800 rpm, ajudado por um novo
cabeçote de dois comando na cabeça alimentados por três Weber 48. Esta joia
desenvolvia aproximadamente 360/370 hps. Bloco de ferro e cabeçote de alumínio.
Cambio Saenz 750 de
cinco marchas.
Freios Girling.
Comprimento: 4.050 mm.
Largura: 1.880 mm.
Bitola dianteira: 1.550
mm.
Bitola traseira: 1.528
mm.
Distância entre eixos:
2.320 mm.
Rodas;
Dianteiras 15x10.
Traseiras 15x15.
Peso 750/800 kg.
Porsche 908/2
Motor
Configuração flat 8 cilindros contrapostos.
Localização traseira,
montado longitudinalmente
Construção bloco e
cabeçote em liga.
Cilindrada 2,996 litros
Diâmetro x curso 85,0
milímetros x 66,0 milímetros
Taxa de compressão
10.5:1
2 válvulas por
cilindro, duplo comando
Alimentação de combustível
injeção Bosch.
Potencia 350 CV a 8500 rpm
117 cv/litro
Chassis em alumínio
tubular.
Suspensão dianteira
triângulos duplos, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos
Suspensão traseira
braços superiores e inferiores, braço tensor, molas helicoidais, amortecedores
hidráulicos
Direção cremalheira e
pinhão
Freios Dunlop-ATE,
discos nas quatro rodas
Caixa de cambio Porsche
5 marchas
Tração traseira
Dimensões
Peso 600 kg.
Comprimento 4.320
milímetros.
Largura 1830 mm.
Altura 1020 mm.
Distância entre eixos
2300 milímetros.
Bitola dianteira 1.486
milímetros.
Bitola traseira 1453 mm
Rodas;
Dianteiras 15x10 pol.
Traseiras 15x15 pol.
Algumas considerações.
Dois carros de duas
épocas, o 908/2 projetado cerca de 4/5 anos antes quando os pneus slick ainda
estavam longe das pistas, para o uso deles foi projetado e construído seu
substituto o 908/3 muito diferente em todas configurações e com o motor cerca
de 20 hps mais forte. Já o Berta Tornado deriva do Berta Cosworth concebido no
final de 1969 para temporada de 1970, além disso ao contrário do 908/2 corria na
equipe que o projetou e construiu, podendo o gênio argentino inserir nele
diversas modificações no decorrer do ano, coisa que a Z não fazia no 908/2,
apenas mais para frente alguma coisa na aerodinâmica.
No primeiro duelo entre
eles Luiz Pereira Bueno se queixou muito dos pneus, o que mais tarde com testes
e muitas corridas foi resolvido, culminando com sua espetacular participação
nos 500 Quilômetros de Interlagos de 1972.
A primeira prova da
temporada em Tarumã foi vencida por Tite Catapani com a Lola T210 ex Emerson Fittipaldi,
massss as duas feras, Luis & Luiz não estavam presentes, logo conto sobre.
Vejam a situação de
nosso automobilismo, depois da era de ouro quando as montadoras dominaram o espetáculo,
tivemos alguns anos de corridas minguadas. Agora a Formula Ford chegava com
força, algumas grandes equipes eram montadas, logo teríamos a Divisão Um forte,
assim como a Divisão Três. Ainda em 71/72 correram os carros do Grupo Cinco e
Seis, no final de 1972 os importados foram banidos e chegou a bela Divisão
Quatro, quando um certo Baixinho visionário começou à montar aqui carros da
Lola e a equipe Hollywood encomendou a Berta o super Hollywood-Berta, com o motor
Ford 302 V8 que aqui equipava o Maverick.
Rui Amaral Jr
Como sempre peço perdão
por algum erro ou informação desencontrada, escrevo principalmente de memória,
e também com o coração.
Lembrando Cascavel
deixo aqui meu forte abraço ao Milton Serralheiro e ao grande amigo Miguel Beux
que herdou de seu pai Zilmar, o talento a competência e a força.
sexta-feira, 5 de maio de 2017
Copa Brasil 1970 - Antonio Carlos Avallone
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Antonio Carlos Avallone
Jornalista, empresário, politico, construtor, piloto, dirigente...assim como nas belas fotos do Rogério nesta bandeirada o Baixinho levou sua vida, de pé em baixo...
Rui Amaral Jr
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Torneio Sulam
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Super Vê a primeira corrida.
A seguir o depoimento de Ricardo Mansur
NT: O texto do Ricardo me lembrou uma conversa que tive dois anos atrás com Amador Pedro quando ele contava da chegada de Nelson Piquet à Goiania e seus primeiros treinos sem pneus slicks...