A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sábado, 9 de janeiro de 2010

Breve HISTÓRIA DOS GRANDES PILOTOS CATARINENSES DE CARRETERA e Raid RIO DE JANEIRO/PORTO ALEGRE, novembro de 1940

Voltaremos no tempo até início do ano de 1940. Os nomes mais evidentes eram: Clemente Rovere de Florianópolis, Iberê Correa de Lages, Raulino Miranda, Francisco Said, Raul Lepper, todos de Joinville e Ernesto Ranzolin de Antônio Prado-RS (morou por mais de 40 anos em Lages-SC e representou-a, nesta e em várias provas).
O primeiro encontro coletivo deles com os pilotos gaúchos de carreteras que dominavam esta categoria no automobilismo do Brasil aconteceu por ocasião do raid Rio de Janeiro a Porto Alegre, capital gaúcha que comemorava o bi-centenário.
Os concorrentes foram rodando de seus Estados (R.G.S. – SC – PR – SP) para o Rio de Janeiro, exceção feita aos argentinos e uruguaios que partiram de seus países.
Esta decisão foi muito importante, pois o trajeto a partir de Curitiba e pela região montanhosa do Paraná-São Paulo-Rio de Janeiro, sinônimo de muita curva, peral, barranco e poeira e com chuva muita lama o que aumentava muito o perigo do trajeto. (caminhoneiros de Passo Fundo-R.G.S. levavam 4 dias viajando para atingirem São Paulo capital).
O grande dia chegou era 14 de novembro de 1940 da frente do Automóvel Club do Brasil que promovia e controlaria a grande prova junto com a secção do Rio Grande do Sul e ainda o Touring Club do Brasil foi dada a largada para as quatro etapas pelo gaúcho Oscar Bins, seguido a cada minuto pelos pilotos: Antônio Perez, Iberê Correa, Norberto Jung, Hector Suppici Sedes, Júlio Vieira, Fernando Alves, Clemente Rovere, Chico Landi, Salvador Pereira, Quirino Landi, Milton Brandão, Ernesto Ranzolin, José Lugeri, Ary Cortese Santos, Luiz Tavares Moraes, Adalberto Moraes, Raulino Miranda, Carlos Frias, Catharino Andreatta, Eitel Cantoni e Belmiro Terra.
O trajeto a seco já era um horror, com a chuva que caiu constantemente tornou-se um pesadelo. O grande Norberto Jung foi a primeira importante baixa ao bater em um barranco ainda na primeira etapa. Outro candidato a vitória, Catharino Andreatta abandonou em Blumenau quando ele liderava a terceira etapa.
Rovere surpreendente liderava perseguido por Suppici – o ás uruguaio que parou por quebra em Sapucaia do Sul já próximo a capital gaúcha.

Porto Alegre recebeu calorosamente os pilotos heróicos que conseguiram terminar a prova de obstáculos que foi o raid.
Grid chegada:
1˚ lugar: Clemente Rovere
2˚ lugar: Ernesto Ranzolin
3˚ lugar: Adalberto Moraes
4˚ lugar: Oscar Bins
5˚ lugar: Antônio Perez
6˚ lugar: Iberê Correa

* Clemente Rovere: nesta corrida classificou-se em 6° lugar na primeira etapa, em 5° na segunda etapa e em 1° na série principal. Foi o campeão desta prova - a mais concorrida da América do Sul em sua época.



Palmas para Rovere e Ranzolin e Iberê que suplantaram as ”feras” gaúchas: Catharino, Jung, Bins. As “feras“ paulistas Quirino e Chico Landi e o campeãoníssimo uruguaio Suppici depois de 2070 km muito complicados.


rota do Raid Rio de Janeiro a Porto Alegre


* Quando meu pai e eu decidimos escrever sobre o raid Rio de Janeiro/Porto Alegre em 1940 -comemoração do bi-centenário de Porto Alegre-RS não sabíamos que o Sr. Fernando J. Fernandes escreveria sobre a primeira prova... que bacana ficaram as postagens. Parabéns Sr. Fernandes pela belíssima postagem!

Jornal Correio de Santa Catarina, Itapema - 09 de janeiro de 2010.

P.S.:

Em 17 de abril de 1938 – acontecia o Circuito Cristal em Porto Alegre-RS prova de 500 km Ganho por Júlio Carvalho com Ford V/8, em segundo Clemente Rovere com Ford V/8, terceiro Norberto Jung com Ford V/8, quarto Oscar Bins com Ford V/8, Desta vez o ótimo Rovere bateu a gaúchada em seu próprio território.

Em 26 de setembro de 1948 – acontecia a Copa Rio Grande do Sul em 840 km.


Com saída e chegada em porto Alegre e retorno em Passo Fundo. O Leão da Serra – Alcídio Schröeder recebeu a bandeirada do governador Valter Jobim. O ótimo Ernesto Ranzolin de Lages-SC venceu a 1ª etapa, chegando em 2˚ na geral, com Ford 1947.

Em 20 de novembro de 1953 – acontecia o 1˚ Circuito Automobilístico de Lages-SC.

Ganho por Francisco Said de Joinville com Ford 40 em 2˚ Orlando Menegaz de Passo Fundo-RS, com Ford 40, 3˚ Júlio Andreatta de Porto Alegre-RS com Ford 51, 4˚ Raulino Miranda e 5˚ Raul Lepper ambos de Joinville-SC e com Ford.
Mais uma vez os exímios pilotos gaúchos perderam para os grandes pilotos catarinenses.

Por: Nelson e Graziela Marques da Rocha

8 comentários:

  1. Belo relato Nelson e Graziela, parabens. É verdade naquela época as estradas eram precarias, uma loucura.

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  2. Hiperfanauto (F.J.C.Fagundes)12 de janeiro de 2010 às 22:33

    Ao Sr. Nelson e à Dna Graziela, os meus agradecimentos pela apreciação positiva de minha matéria. A saga dos imigrantes que ao Sul vieram, desbravaram e construiram com suor e lágrimas esta região de inigualável beleza, de cultura fenomenal e exemplo de cidadania e patriotismo, despertam em mim uma admiração e respeito cada vez maior e um sentimento de estar sempre pesquisando e conhecendo o seu passado e em especial a história de seu automobilismo.

    Fernando J.C.Fagundes
    (Hiperfanauto)

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  3. Sensacional este post.
    São essas histórias maravilhosas que não devem ser jamais deixadas esquecidas.
    Parabéns ao Nelson e a Graziela pelo texto e ao Rui por proporcionar o espaço.
    Abraço

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  4. História maravilhosa, mas há o risco de que eu e o sócio Tito reativemos a rivalidade RS/SC.
    Abç
    Caranguejo

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  5. Caro amigo 'Caranguejo' creio que será muito bom contarmos sobre as corridas dos pilotos de carreteras catarinenses e gaúchos.
    Se o amigo tiver e desejar ceder-me fotos dos pilotos e suas carreteras, ficarei muito grata. Possuo coluna semanal no jornal Correio de Santa Catarina de Itapema-SC na qual estou contando, neste momento, sobre as corridas de carreteras e seus pilotos.
    Abraço,
    Graziela

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  6. Caros Nelson e Graziela,
    Encontrei seu blog e fiquei feliz por saber que ainda mantêm viva as histórias do automobilismo brasileiro.
    Meu avô, Guilherme Germano Mros, preparou carros para grandes pilotos em sua oficina São Geraldo em Porto Alegre, e chegou a correr em algumas corridas na década de 40 no RS,onde viveu toda sua vida. Infelizmente morreu jovem e não pudemos ouvir dele suas histórias, mas era tão apaixonado por automobilismo que passou a toda sua família essa paixão. Tanto que meu pai, Ubiratan Mros, chegou a correr algumas corridas na categoria turismo em 1998 com um Voyage, aqui em Jacarepaguá-RJ. Hoje seus filhos e netos seguiram seus passos e também são mecânicos. Espero um dia poder encontrar algo sobre ele e seu carro número 20. Ler esse blog trouxe boas lembranças das histórias que ouvíamos sobre meu avô que além de excelente mecânico e piloto era um homem muito bom de quem temos muito orgulho. Muito obrigada.
    Um abraço,
    Cassandra Mros.

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  7. Caro Rui,
    Encontrei seu blog e fiquei feliz por saber que ainda mantém viva as histórias do automobilismo brasileiro.
    Meu avô, Guilherme Germano Mros, preparou carros para grandes pilotos em sua oficina São Geraldo, em Porto Alegre, e chegou a correr em algumas corridas na década de 40 no RS,onde viveu toda sua vida. Infelizmente morreu jovem e não pudemos ouvir dele suas histórias, mas era tão apaixonado por automobilismo que passou a toda sua família essa paixão. Hoje seus filhos e netos seguiram seus passos e também são mecânicos.
    Meu avô começou essa história de amor por carros e espero um dia poder encontrar algo sobre ele e seu carro número 20.
    Meu pai, Ubiratan Mros,já falecido, chegou a correr algumas corridas na categoria turismo em 1998 com um Voyage, aqui em Jacarepaguá-RJ,usando o número 20 como forma de homenageá-lo.
    Ler esse blog trouxe boas lembranças das histórias que ouvíamos sobre meu avô que além de excelente mecânico e piloto era um homem muito bom de quem temos muito orgulho. Muito obrigada.
    Um grande abraço,
    Cassandra Mros.

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    1. Cara Cassandra, para nós é sempre uma grande honra poder citar e escrever sobre cada um que fez ou faz este nosso maravilhoso automobilismo, vou transmitir seu comentário à Graziela e caso tenha alguma foto ou história para contar envie para meu e-mail ruiamaraljr@hotmail.com abraços.

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Rui Amaral Jr