A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 30 de maio de 2023

MÉXICO 1964 A DECISÃO DO MUNDIAL DE FORMULA UM

 

A Ferrari 158 de Big John com as cores da NART.

Dan vence com a Brabham BT7-Climax.


Naquele ano a Cidade do México veria a decisão do Mundial de Formula I, o Campeonato havia sido disputadíssimo. Jim Clark com o Lotus-Climax 33 ganhara os GP da Bélgica,Holanda e Inglaterra, John Surtees  Alemanha e  Italia, Lorenzo Bandini na Austria, Hill em Mônaco e nos EUA, e Dan Gurney o GP da França e por fim esse GP do México.
Na época o sistema de pontuação era 9 pontos para o primeiro a partir dai 6/4/3/2/1 até o sexto colocado. Apenas seis resultados valeriam para o campeonato, assim os pilotos descartavam os seus piores resultados, assim a F I chegou ao México com Hill tendo 39 pontos depois da vitória nos EUA, Surtees 34 e Clark 30. Em caso de vitória de Clark ele seria campeão não importando a colocação dos outros pilotos, pois havia abandonado em cinco corridas.
Na classificação o que se viu foi o Clark de sempre, abriu quase um segundo de Dan Gurney- Brabham BT7 Climax - vindo a seguir Bandini com uma Ferrari estranhamente azul e branca da NART - Nort American Racing Tean. Surtees, Spencer e Hill em sétimo. A Ferrari trouxe um terceiro carro para o ídolo local e depois mundial Pedro Ródriguez.

Clark e Dan pulam na frente.

Na largada Clark a seu estilo dispara, Gurney em segundo a seguir Bandini, Spence, Richie Guinther de BRM. Surtes e Hill perderam várias posições e brigavam após o nono colocado. Numa recuperação surpreendente Hill na décima segunda volta toma o terceiro lugar de Bandini, só que não consegue partir para cima do Lotus-Climax de Clark e da Brabham de Gurney. Bandini segue colado a Hill quando Surtees chega e por ordens da equipe o ultrapassa mas não consegue chegar em Hill, vendo a situação a equipe manda Bandini tomar o lugar de Surtees para tentar tomar o lugar de Hill. Na frente Clark soberano caminha para seu Bi-Campeonato seguido de Gurney.




Bandini tenta tomar a posição de Hill, manobra desastrada ou proposital?
No enrosco Hill se dá mal e Bandini segue em terceiro lugar.


Numa manobra no mínimo descabida Bandini tenta ultrapassar Hill e os dois se enroscam tendo Hill levado a pior e Bandini assumindo o terceiro lugar para logo a seguir deixar Surtees que vinha em quarto ultrapassa-lo.

Não creio sinceramente que Bandini tenha feito de propósito, naquela altura da corrida Clark era Campeão do Mundo, depois de algumas voltas faltando apenas uma ou duas para o término Clark mais uma vez é vitima do destino e seu motor Climax começa a perder rendimento e outra vez o deixa a pé, mas mesmo assim na quinta posição. Vence Gurney com Surtees, Bandini, Spence, Clark e Rodriguez.
Fazendo assim a Ferrari de Big John seu Campeão do Mundo de Formula I.
Surtees 40 pontos, Hill 39, Clark 32, Bandini 23, Richie Guinter 23 e Gurney 19.
Não creio de coração que Bandini tenha dado uma de Prost ou Schummi, naquela altura da corrida, Clark era campeão e Bandini que vinha sendo preparado por Enzo para trazer um campeonato para Itália depois do glorioso bi de Alberto Ascari em 1952/53, não se proporia a tal. Deixou Surtees passar no final num claro jogo de equipe, mas não acredito repito que tenha jogado seu carro contra o de Hill.  

Obrigado ao meu amigo Caranguejo pelas fotos e toda colaboração.

A tentativa foi no grampo que como em todas as curvas com esta configuração propiciam que o piloto que vem atrás postergue a freada e mesmo fazendo o contorno da curva mais lento tome a posição.
O incrivél circuito do México, hoje Hermanos Rodriguez, que como nosso Interlagos, hoje José Carlos Pace, foi "alterado", transformando a sensácional Peraltada em uma...Chicane!



Escrevi este post em 2010 depois em 2012 anexei mais duas fotos e postei novamente, tudo sem perceber, e sem que ninguém percebesse, um erro crasso meu. Ontem ao notar algumas visitas nele voltei a ler e percebi a bobagem. Creditei a Dan a pilotagem numa Lotus-Climax, quando na verdade ele estava com a Brabham BT7 da equipe de Black Jack. Então…

Rui Amaral Jr


5 comentários:

  1. Respostas
    1. Era tudo muito diferente, mais de verdade, aquela primeira foto da Ferrari é linda. E os Sto Antonio? Loucura total! Abração Alica.

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  2. Que história genial; não conheço nada da F1 antes de 1970 e esse fim de campeonato foi mesmo épico. Viva Clark, viva Hill!

    Vinte anos depois, bater no adversário ficou mais frequente: Alan Jones contra Piquet, Senna e Prost, Schumacher e Hill etc.

    Peço licença ao Rui para compartilhar uma entrevista de Carlos Reutemann, um cavalheiro, sobre não bater em Piquet, em 1981, para ser campeão. E Reutemann dá risada: "Piquet tinha sido tirado da pista pelo Jones, então estava muito atento". "Na Argentina, 50% queriam que eu não batesse, mas 50% preferia que eu batesse em Piquet". E Froilan Gonzales arremata: "É parte da História".

    O video: https://youtu.be/okJZLpJm6AU?t=1295

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  3. Bela entrevista, Froilan e Reutmann dois dos grandes nomes da F. Um que em alguma fase de suas carreiras mereciam o titulo, realmente fizeram história. Obrigado Walter, forte abraço.

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  4. Por coincidência, vi um trecho de um video, no fim de semana, em que Bird Clemente analisa os pilotos destes tempos. Para ele, só Hill, Clark e Dan Gurney impressionavam. Peço licença para compartilhar: aos 8", fala Bird https://youtu.be/cQ39s8I5Q84?t=465 .

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Rui Amaral Jr