A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

domingo, 22 de novembro de 2020

FLAT...

Luiz de Porsche 908/2 e Reinold Joest com o 908/3 nos 500 KM de Interlagos 1972.

 Algumas curvas são referencia, ou eram, a Parabólica, Eau Rouge, a Um do Tarumã e a Um de Interlagos, a curva Sul do Rio...

 Outro dia conversando com o Chico - Lameirão - comentávamos sobre a Um de Interlagos, de F. S. Vê e com o Porsche 907 ele fazia cravado. Daí a conversa descambou, como sempre, para amigos, e ele se referindo ao sempre presente em nossos papos Luiz Pereira Bueno, comentou que Mestre Luiz disse à ele que com o 908/2 de tanque cheio dava uma aliviada na entrada da Um, mas depois de algumas voltas vinha cravado. Na foto acima o 908/3 de Joest era um carro muito mais avançado que o 908/2. Vejam que Luiz rola muito mais enquanto Joest rola muito pouco. Joest ficou tão impressionado com a tocada de Luiz  naqueles 500 KM que o convidou para fazer parte de sua equipe na Europa. Luiz com a Hollywood aqui, e muitos afazeres, declinou o convite.

 Li tempos atrás, em alguma revista ou livro, não lembro onde, uma conversa entre Mario Andretti e Emerson Fittipaldi. Deve ser do final dos anos 1970 ou começo dos 80, Mario dizia ao Emerson que dava para fazer a Um de Interlagos cravado, ao que o Rato retrucava que dava sim, mas o carro saia um pouco desequilibrado para a entrada da Dois...Acredito que os F.Um naquela época chegavam à Um a cerca de 320 km/h.

Emerson e o FD04 1977, provavelmente em Long Beach.
Mario, Lotus 78 , Interlagos 1977.

 Outro dia num longo papo com meu amigo Elcio Pelegrini, comentávamos sobre um corrida que fizemos com os D3 em 1982, nossos carros chegavam na Um à cerca de 200/205 km/h, e voces podem ter certeza que a fazíamos cravado!   
Na largada ele havia disparado à frente de Mogames e do Laercio, eu que também largava na primeira fila, errei ao engatar a segunda marcha e cai umas quatro posições. Na segunda volta já vinha perto do Elcio, que havia perdido a posição para o Mogames e Laercio. 
 Na primeira volta que encostei nele notei que na tomada da Um sua lanterna de freio acendia, mas sua velocidade não caía, na segunda...
 Bem, em nossa conversa de outro dia ele me confirmou, na entrada da Um ele colocava de leve seu pé esquerdo no freio, o direito no fundo do acelerador. Quem havia lhe ensinado o macete foi "um certo Nelson", que mais tarde seria tri campeão mundial de F.Um!
  Mas...continuando naquela corrida, na segunda volta que vinha atrás dele já vinha embutido, ali seria difícil ultrapassa-lo, não impossível, mas aproveitaria seu vácuo e na Três a história seria outra!
Virávamos nos 3.209 metros do circuito Externo em 1`4``, à média de 180 km/h.  
 Tomada da Um, três ou quatro metros atrás dele, notei a luz vermelha mas não tirei o pé...de repente estou olhando o gajo nos olhos, ele havia rodado. Foi um baita susto, saí ileso, mas já bastante atrasado em relação aos dois primeiros.

Eu na tomada da Um, atrás um retardatário.

 Eu tinha um vídeo desta rodada, mas se perdeu no tempo, o Elcio diz que tem fotos, um dia encontramos.
 Sobre a rodada ele acredita que algo aconteceu no carro, ou talvez tenha pisado com o pé esquerdo no freio com mais força e o carro se desequilibrou.
 De minha parte, acredito que ao me ver tão perto pensou "não...outra vez ele vai me passar na Três, vou ficar por aqui para assistir a corrida!"rsrsrs Tá vendo Elcio, eu que escrevo, posso dar minha versão dos fatos! rsrsr
 Elcio foi bicampeão brasileiro de F. Vê, três ou quatro vezes campeão do Torneio Norte-Nordeste e bicampeão Paulista da categoria, um senhor piloto, rápido e experiente, em 1982 para minha honra, batalhamos várias vezes.


Rui Amaral Jr
          

     
  

2 comentários:

  1. Sou um apaixonado pelas Curvas 1 e 2, do Templo Interlagos.

    Lamento que haja tanta lenda (é digno), mas tão poucos fatos. O Histórias trouxe fatos.

    Peço licença ao Rui para chamar atenção para o Gp do Brasil de 1977: https://www.youtube.com/watch?v=kEGIJp0Pmdg&feature=youtu.be

    Aos 22'37", Mario Andretti vem no vácuo da McLaren de Jochen Mass e 'perde' a traseira, levantando poeira.

    Fazer aquilo num F1, sem uma mínima levantada de pé requeria 'pregas longas', como diz o Nelson Piquet.

    Fazer de pé em baixo num Fusca (por mais largos que fossem os pneus) não deve ser possível.

    Não sei como era para os Divisão Um: dava para fazer de pé em baixo?

    Essa foto do 'post', com Luiz Pereira Bueno, é magistral e mostra uma corrida pelo anel externo, carros poderosos, uma coisa pela qual eu pagaria para viajar no tempo.

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  2. Oi Walter, é de emocionar vendo Pace liderar...Mario embutido em Hunt, note que parece que o inglês tinha mais motor, ou menos pressão aerodinâmica. Na Ferradura Maio vem embutido....aquela escapada da Um é de arrepiar, aas tais pregas devem ter fechado, e os olhos ficaram do tamanho de um farol de Scania!
    Acredito que os D1, Passat e outros faziam a Um cravados...já os Opalas e Mavericks não.
    Ao chegar neste tipo de curva tudo depende do momento e do peito...
    Quando aquilo fecha, os olhos abrem e o coração parece que vai sair pela boca!!!!

    Obrigado pelo vídeo, um abração.

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Rui Amaral Jr