A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DA SUBIDA DO LAGO ATÉ A JUNÇÃO.


Saindo da Ferradura, Tide Daléci, José Ferraz e Carlos Manzetti 
"Subida do Lago" Ricardo Mogames lidera um Passat

Algum tempo atrás, vendo uma foto da freada da "Três", tive vontade e escrevi como era a tocada de um D3, na época em que corri na TEP em 1982, no nosso belo Interlagos ou como diz meu amigo Fernando "o Templo". Descrevi da entrada da "Três" até a saída da "Ferradura", agora vou até o "Bico de pato".
Na configuração da TEP meu D3 usava pneus Maggion e amortecedores nacionais (do regulamento), cambio de quatro marchas, o resto igual aos carros que competiam o Brasileiro, motor 1.600 cc que preparados pelo Chapa chegavam aos 150/152hp, disco nas quatro rodas etc...
Saía da "Ferradura" em 2ª com o motor cheio a 7.500 rpm e logo colocava 3ª, mais um pouco à frente o motor cheio novamente vinha a 4ª, e chegava àquela curva muito louca, a "Subida do lago", bem rápido em 4ª. Na tomada à esquerda a zebra era bem alta e encostando nela o carro chacoalhava um bocado, e de pé embaixo entravamos na curva, logo em seguida começava a subida e um pouco antes da tangência num malabarismo grande para minhas pernas longas - elas teimavam em querer bater na lateral da cabine - enfiava a 3ª, tentando aproveitar no máximo a saída para subir a "Reta oposta" bem forte. Já na "Reta oposta" uns duzentos metros após a saída da curva espetava a 4ª, e olhava a entrada daquela curva maravilhosa, o "Sol". Ah o "Sol"! Curva de personalidade forte, separava os homens dos meninos, um dia assistindo um treino de Stock no barranco que a margeava ouvi um campeão da categoria falando do Guaraná "ele enfia um segundo em todos nós só ai no Sol" acho que não preciso dizer mais nada.

"Sol" acima Arturo Fernandes , abaixo Conde -Luiz Henrique Pankowski- Alvaro Guimarães, Elcio Pelegrini e Sueco -Carlos Aparecido Gonçalves.
Tomava em 4ª, pé no fundo, sua tomada era aberta e seu raio longo, a tangência bem à frente quando já vinha dosando o acelerador numa tiradinha de pé, o carro teimando em sair nas quatro rodas. Encostava os pneus na zebra à direita, para logo a seguir abrir um pouquinho para uma segunda tangência, e o barranco à esquerda parecia dizer "vem". Contornava ela toda em 4ª e na saída pegava de leve a zebra da esquerda já olhando para o "Sargento".

Mesmo os DI, que chegavam ao "Sargento" talvez uns 30/40 km a menos que os D3, estavam rápido.
Arturo freando para o "Sargento"

 Na saída 
Ops! Parece que o Amadeu Rodrigues rodou! Arturo, Mogames e Amadeu Campos



Chegava ao "Sargento" em 4ª com o motor bem cheio, e sua freada bem forte, apertando com firmeza os alicates e reduzindo para 2ª, tentando deixar o carro redondo para em sua saída em subida aproveitar toda força do motor. Sua tangência era lá na frente onde acelerava forte em 2ª para sair beliscando a zebra à direita rumo ao "Laranja".

"Laranja" em foto de meu amigo Contreras
 Uma bela briga no "Laranja" entre eles meus amigos Ricardo Mansur, Julio Caio, Manduca, Teleco...
Pedro Victor e Luiz Pereira Bueno, essa briga eu vi de perto!

Na subida para o "Laranja" espetava a 3ª, e na sua entrada com tomada à esquerda até um recuo no asfalto onde existia um portão era usado como pista. "Laranja" tomada em 3ª cravado, curva gostosa em sua saída ia lá fora para depois tomar a entrada do "S". 
Na freada forte colocava 1ª marcha, entrava aberto para fazer a tangência antecipada, e aproveitar sua segunda perna o "Pinheirinho". Na entrada do "Pinheirinho 2ª, o carro teimando em sair na sua tangência acelerando forte para o "Bico de pato".

Arturo na tomada do "S", Jr Lara atrás. 

Entrando no "S", com este carro entrava em 2ª marcha, pois ao contrário do que o Claudinho diz usava uma Caixa 2.
Luiz, tomando o "Pinheirinho"
Briga na entrada do "Pinheirinho", meus amigos Bé -Clerio Moacir de Sousa- e Alvaro Guimarães

Na entrada do "Bico de Pato" uma freada forte, e espetava novamente a 1ª marcha, sua tangência complicada para mim, já que o motor vinha cheio e sem diferencial autoblocante as rodas teimavam em patinar. Em sua saída logo 2ª marcha e terceira no meio da curva do “Mergulho” e seguir para a "Junção".

Saída do "Bico de Pato" Arturão, Jr Lara e João Franco.  


_____________________________________________________________

NT: Post original de 11 de Fevereiro de 2010



8 comentários:

  1. Rui,

    Do tempo em que era preciso ter braço, andar "pendurado" no freio, sem medo de acelerar.
    Belíssima descrição. Só quem conheceu o traçado original de Interlagos pode saber a beleza que era.

    Abraço,

    Danilo Kravchychyn
    Ponta Grossa - PR

    ResponderExcluir
  2. Demais esse testo. Também fiz tudo isso que você narra nele...só que na minha imaginação, na pista de autorama (meu interlagos particular), com meus "estrelinha" com bolha de D3...rsrsrsrsrs. Forte abraço.

    ResponderExcluir
  3. Fabiani C Gargioni #2727 de agosto de 2012 às 21:22

    Grande Rui, uma bela descrição e deixa a gente imaginando como é bom acelerar, ainda mais em Interlagos antigo e de DIV3!!!

    ResponderExcluir
  4. Rui Amaral Jr., parabéns pela reportagem, trabalhei com seu grande herói, seu pai um maravilhoso Deputado empresario de prestigio.
    Abel Nonis

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Abel, escrevia um blog sobre meu pai e mão o "Cestas de Natal Amaral" mas o Google sumiu com ele, obrigado novamente meu pai foi realmente meu ídolo!

      Excluir

Os comentários serão aprovados por mim assim que possível, para aqueles que não possuam blogs favor usar a opção anonimo na escolha de identidade. Obrigado por sua visita, ela é muito importante para nós.

Rui Amaral Jr