A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach
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quarta-feira, 16 de junho de 2010

PRÍNCIPE X ACROBATA - por Henrique Mércio

Villeneuve e Pironi

Gilles Villeneuve, apesar das atitudes suicidas na pista, era conservador e careta quando não estava dentro de um carro. Prezava muito suas amizades, por exemplo. Quando Didier Pironi aportou na Ferrari, eles logo ficaram amigos, até porque, falavam a mesma língua e além do francês, tinham o mesmo nome (Joseph) , moravam no mesmo lugar (Mônaco) e tinham gostos parecidos. Ou talvez não. Pironi, também conhecido como “O Príncipe”, era calculista e metódico, quase maquiavélico. Villeneuve era o porra-louca, sempre o autor da manobra mais arrojada em quase todas as corridas. Dedicado à equipe, ele abrira mão de uma chance real de ser campeão em 1979, quando resolveu facilitar as coisas para Jody Scheckter, seu então companheiro de equipe. Enquanto Villeneuve tinha quando muito, ambição de ganhar corridas, Pironi queria ser campeão do mundo da F1. Provavelmente, o analítico Didier tenha intuído que na Ferrari, apenas um poderia ganhar todas as glórias e o outro ficaria para trás e sofreria. Poucas equipes são capazes de dar condições de igualdade a seus pilotos. Pela sua filosofia de trabalho, a Ferrari não era uma dessas no começo dos anos 80.
Didier, Enzo e Gilles.

Enzo e Gilles. Enzo dizia que ele era o novo Tázio Nuvillari.
 A relação dos então amigos começou em 1981 e nesse primeiro ano, Villeneuve foi melhor com o Ferrari 126 CK, primeiro carro turbo da equipe de Maranello, a quem definia como “meu Cadillac vermelho”. Venceu duas vezes, em Mônaco e em Jarama e pontuou bem mais que Pironi. No ano seguinte, o “Príncipe” pareceu adaptar-se mais rapidamente ao modelo 126 C2, o melhor carro da temporada. Ele foi amealhando alguns pontinhos enquanto Gilles continuava fazendo suas acrobacias e não terminava corridas. E ainda perdia patrocinadores...para Pironi. Villeneuve queria fechar contratos mais vantajosos e negociava reajustes. As empresas que o apoiavam queixavam-se à Ferrari, que numa atitude pouco ética, as encaminhava a Pironi, que acertava pela metade da pedida do canadense.

Gilles 
 
Didier

Gilles observa Didier 

Gilles

Em 1982, como doze anos mais tarde, o GP de San Marino em Ímola seria um divisor de águas. Tinha tudo para ser uma corrida das mais monótonas, com grid esvaziado. As equipes britânicas resolveram boicotar a prova, em protesto contra as punições de Nelson Piquet (Brabham) e Keke Rosberg (Williams), desclassificados no GP do Brasil, por problemas de lastro. A única equipe em condições de competir com a Ferrari era a Renault, que também tinha carros turbo. Na largada, os Renault saem na ponta, mas Alain Prost logo abandonaria e a coisa ficaria restrita a três carros: Arnoux(Renault), Villeneuve(Ferrari) e Pironi(Ferrari). Arnoux resistiria por mais tempo do que Prost, mas também ficaria pelo caminho. Na Ferrari, nada de briga doméstica: Villeneuve assumiu a ponta e seguiu tranqüilo, comboiado por Pironi. A equipe, preocupada com os pneus, deu aos dois uma controversa placa “Slow” (em inglês, devagar). Cada um entendeu de um jeito. Para Gilles significou diminuir o ritmo para poupar os pneus. Já Didier interpretou que como estavam muito lentos, deveriam acelerar. Resultado, ele foi para cima de Gilles e o ultrapassou. Mas o canadense não ficou preocupado. Talvez Didier quisesse entusiasmar os tifosi. Ele aceitou o jogo e depois de alguma disputa, retomou à posição. Mas Pironi continuou a pressioná-lo e ultrapassou novamente a Gilles, na penúltima volta e agüentou bem seus ataques na volta final.
Os rostos no pódio traduziram bem a tensão do momento: de um lado um vibrante Pironi, que evitava olhar para Villeneuve; este, visivelmente contrariado está presente apenas para uma satisfação aos seus patrocinadores. Acusações? Para Villeneuve, o francês fora desleal e quebrara um pacto, pois na decisão da equipe, ele Gilles, é quem deveria vencer. Para Pironi, o baixinho facilitara e corrida é ultrapassagem. Insinua também que o ex-amigo é um mau perdedor. Resultado, quinze dias após, em Zolder na Bélgica, a tensão ainda não diminuira. Nos treinos, Gilles não conseguia bater os tempos de Didier. Quanto mais tentava, menos obtinha. Há uma foto que simboliza bem o clima na Ferrari nesse maio de 1982: em primeiro plano, dentro do cockpit de seu carro, Pironi espera sair para treinar. Atrás dele, também esperando para sair, está Villeneuve. É possível visualizar seus olhos, dentro do capacete, fixos no rival. Não seria exagero dizer que neles brilha uma luz de hostilidade. Nos minutos finais da prática, sem conseguir baixar seu tempo, o canadense fazia uma tentativa desesperada. Vinha com tudo. Consumiu seus pneus mas nem ligou para a ordem de recolher que o Box enviou. Seguiu alucinado para mais uma volta e encontrou Jochen Mass andando lentamente à sua frente. Não tendo como desviar, bateu na traseira de Mass e iniciou uma violenta série de capotagens onde o carro foi se desfazendo. O monocoque rompeu-se e o corpo do piloto foi arremessado ao ar, caindo junto a uma cerca de arame. Villeneuve foi atendido ainda na pista mas não resistiu aos ferimentos. Teria o destino preferido Didier a Gilles?

Pironi muda rapidamente o seu discurso e dois meses depois, ao vencer o GP da Holanda, homenageia Villeneuve. Não foram poucos os que o taxaram de demagogo. O “Príncipe” parecia obcecado com a idéia de ser o primeiro piloto francês campeão de Fórmula 1 e esquecera até mesmo o cuidado com as palavras As concessões que teve de fazer ser-lhe-ão duramente cobradas durante os treinos para o GP da Alemanha. Chove em Hockenhein. O spray levantado pelos pneus dos carros não dissipa na parte do autódromo que passa pela floresta, formando em razão das árvores, uma neblina que dificulta ainda mais a visibilidade. Detentor da pole position, Pironi vai para a pista sem nenhuma necessidade. Ele quer apenas regular o carro para a possibilidade de uma prova com chuva no domingo. Numa das longas retas, não vê o Renault de A.Prost que roda lento à sua frente. Numa brutal repetição do acidente de Gilles, esbarra no carro, decola e capota de frente. Tem mais sorte, pois o cockpit fica inteiro ou quase. Mas Pironi tem várias fraturas em ambas as pernas. Arriscado a perder a perna direita, é operado ainda na pista. Removido para o hospital de Heidelberg, salva-se depois de longo tratamento. Nunca mais voltou à F1. Em 1987, sofreu um acidente mortal numa competição de barcos off-shore. Sua lancha, a “Colibri”, virou após ser colhida pela onda feita por um petroleiro.

COLIBRI






“Pironi será a partir de hoje, meu adversário. Nunca mais falarei com ele, pelo resto de minha vida”. –Gilles Villeneuve em entrevista à uma revista inglesa, pouco antes de seu acidente fatal em Zolder, 1982.










 
 
 
 
 
C.Henrique Mercio

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

PRÍNCIPE X ACROBATA - Por Henrique Mércio

Ontem quando escrevi "Gilles" já estava havia pesquisado o texto/post do Caranguejo, pois é neste ele assina C.Henrique Mércio, e ao invés de colocar um link resolvi mostrar novamente este ótimo post onde ele conta o clima que infelizmente houve entre os dois grandes pilotos.
Aproveito para dedicar este à dois outros grandes pilotos, que se enfrentaram nas pistas mas sempre mantiveram a amizade que com a graça de Deus perdura até hoje, meus amigos Junior Lara Campos e Arturo "Turito" Fernandes, e também para meus amigos Romeu e Guarany!

Rui Amaral Jr  


Pironi e Villeneuve

Gilles Villeneuve, apesar das atitudes suicidas na pista, era conservador e careta quando não estava dentro de um carro. Prezava muito suas amizades, por exemplo. Quando Didier Pironi aportou na Ferrari, eles logo ficaram amigos, até porque, falavam a mesma língua e além do francês, tinham o mesmo nome (Joseph) , moravam no mesmo lugar (Mônaco) e tinham gostos parecidos. Ou talvez não. Pironi, também conhecido como “O Príncipe”, era calculista e metódico, quase maquiavélico. Villeneuve era o porra-louca, sempre o autor da manobra mais arrojada em quase todas as corridas. Dedicado à equipe, ele abrira mão de uma chance real de ser campeão em 1979, quando resolveu facilitar as coisas para Jody Scheckter, seu então companheiro de equipe. Enquanto Villeneuve tinha quando muito, ambição de ganhar corridas, Pironi queria ser campeão do mundo da F1. Provavelmente, o analítico Didier tenha intuído que na Ferrari, apenas um poderia ganhar todas as glórias e o outro ficaria para trás e sofreria. Poucas equipes são capazes de dar condições de igualdade a seus pilotos. Pela sua filosofia de trabalho, a Ferrari não era uma dessas no começo dos anos 80.

Didier, Enzo e Gilles.
Enzo e Gilles. Enzo dizia que ele era o novo Tázio Nuvillari.

 A relação dos então amigos começou em 1981 e nesse primeiro ano, Villeneuve foi melhor com o Ferrari 126 CK, primeiro carro turbo da equipe de Maranello, a quem definia como “meu Cadillac vermelho”. Venceu duas vezes, em Mônaco e em Jarama e pontuou bem mais que Pironi. No ano seguinte, o “Príncipe” pareceu adaptar-se mais rapidamente ao modelo 126 C2, o melhor carro da temporada. Ele foi amealhando alguns pontinhos enquanto Gilles continuava fazendo suas acrobacias e não terminava corridas. E ainda perdia patrocinadores...para Pironi. Villeneuve queria fechar contratos mais vantajosos e negociava reajustes. As empresas que o apoiavam queixavam-se à Ferrari, que numa atitude pouco ética, as encaminhava a Pironi, que acertava pela metade da pedida do canadense. 

Gilles 
 Didier
Gilles
Pironi

Em 1982, como doze anos mais tarde, o GP de San Marino em Ímola seria um divisor de águas. Tinha tudo para ser uma corrida das mais monótonas, com grid esvaziado. As equipes britânicas resolveram boicotar a prova, em protesto contra as punições de Nelson Piquet (Brabham) e Keke Rosberg (Williams), desclassificados no GP do Brasil, por problemas de lastro. A única equipe em condições de competir com a Ferrari era a Renault, que também tinha carros turbo. Na largada, os Renault saem na ponta, mas Alain Prost logo abandonaria e a coisa ficaria restrita a três carros: Arnoux(Renault), Villeneuve(Ferrari) e Pironi(Ferrari). Arnoux resistiria por mais tempo do que Prost, mas também ficaria pelo caminho. Na Ferrari, nada de briga doméstica: Villeneuve assumiu a ponta e seguiu tranqüilo, comboiado por Pironi. A equipe, preocupada com os pneus, deu aos dois uma controversa placa “Slow” (em inglês, devagar). Cada um entendeu de um jeito. Para Gilles significou diminuir o ritmo para poupar os pneus. Já Didier interpretou que como estavam muito lentos, deveriam acelerar. Resultado, ele foi para cima de Gilles e o ultrapassou. Mas o canadense não ficou preocupado. Talvez Didier quisesse entusiasmar os tifosi. Ele aceitou o jogo e depois de alguma disputa, retomou à posição. Mas Pironi continuou a pressioná-lo e ultrapassou novamente a Gilles, na penúltima volta e agüentou bem seus ataques na volta final. 

Podium em Monza

Os rostos no pódio traduziram bem a tensão do momento: de um lado um vibrante Pironi, que evitava olhar para Villeneuve; este, visivelmente contrariado está presente apenas para uma satisfação aos seus patrocinadores. Acusações? Para Villeneuve, o francês fora desleal e quebrara um pacto, pois na decisão da equipe, ele Gilles, é quem deveria vencer. Para Pironi, o baixinho facilitara e corrida é ultrapassagem. Insinua também que o ex-amigo é um mau perdedor. Resultado, quinze dias após, em Zolder na Bélgica, a tensão ainda não diminuira. Nos treinos, Gilles não conseguia bater os tempos de Didier. Quanto mais tentava, menos obtinha. Há uma foto que simboliza bem o clima na Ferrari nesse maio de 1982: em primeiro plano, dentro do cockpit de seu carro, Pironi espera sair para treinar. Atrás dele, também esperando para sair, está Villeneuve. É possível visualizar seus olhos, dentro do capacete, fixos no rival. Não seria exagero dizer que neles brilha uma luz de hostilidade. Nos minutos finais da prática, sem conseguir baixar seu tempo, o canadense fazia uma tentativa desesperada. Vinha com tudo. Consumiu seus pneus mas nem ligou para a ordem de recolher que o Box enviou. Seguiu alucinado para mais uma volta e encontrou Jochen Mass andando lentamente à sua frente. Não tendo como desviar, bateu na traseira de Mass e iniciou uma violenta série de capotagens onde o carro foi se desfazendo. O monocoque rompeu-se e o corpo do piloto foi arremessado ao ar, caindo junto a uma cerca de arame. Villeneuve foi atendido ainda na pista mas não resistiu aos ferimentos. Teria o destino preferido Didier a Gilles? 



Pironi muda rapidamente o seu discurso e dois meses depois, ao vencer o GP da Holanda, homenageia Villeneuve. Não foram poucos os que o taxaram de demagogo. O “Príncipe” parecia obcecado com a idéia de ser o primeiro piloto francês campeão de Fórmula 1 e esquecera até mesmo o cuidado com as palavras As concessões que teve de fazer ser-lhe-ão duramente cobradas durante os treinos para o GP da Alemanha. Chove em Hockenhein. O spray levantado pelos pneus dos carros não dissipa na parte do autódromo que passa pela floresta, formando em razão das árvores, uma neblina que dificulta ainda mais a visibilidade. Detentor da pole position, Pironi vai para a pista sem nenhuma necessidade. Ele quer apenas regular o carro para a possibilidade de uma prova com chuva no domingo. Numa das longas retas, não vê o Renault de A.Prost que roda lento à sua frente. Numa brutal repetição do acidente de Gilles, esbarra no carro, decola e capota de frente. Tem mais sorte, pois o cockpit fica inteiro ou quase. Mas Pironi tem várias fraturas em ambas as pernas. Arriscado a perder a perna direita, é operado ainda na pista. Removido para o hospital de Heidelberg, salva-se depois de longo tratamento. Nunca mais voltou à F1. Em 1987, sofreu um acidente mortal numa competição de barcos off-shore. Sua lancha, a “Colibri”, virou após ser colhida pela onda feita por um petroleiro. 

COLIBRI


“Pironi será a partir de hoje, meu adversário. Nunca mais falarei com ele, pelo resto de minha vida”. –Gilles Villeneuve em entrevista à uma revista inglesa, pouco antes de seu acidente fatal em Zolder, 1982. 








C.Henrique Mercio



sábado, 12 de junho de 2010

Gilles




Final de uma era na Ferrari Niki Lauda resolve parar e a equipe fica sem seu bi-campeão 1975/77, contrata o Argentino Carlos Reutman e um jovem Canadense campeão no Canadá de Formula Atlantic e com apenas cinco corridas na Formula Um pela MacLaren, Gilles de Vileuneve.




E numa Formula Um que era super competitiva, as vitórias na época não vinham de grids de largada e sim de grandes disputas nas pistas com muitas ultrapassagens e pilotos sem a empáfia das grandes estrelas atuais. Não era apenas Gilles que se destacava mas Pironi, Scheckter, Alan Jones, Nelson Piquet, Keke Rosberg ...

Para os mais novos entenderem como eram as corridas existiam os favoritos mas algum piloto com extrema habilidade podia fazer a diferença com um carro razoável. Em 1979 a Ferrari traz Jody Schecker para fazer dupla com Gilles no comando de seus carros e ao final do ano em uma decisão que só poderia vir de Enzo privilegiou o Sulafricano na decisão do titulo fazendo dele Campeão do Mundo.




É muito difícil entender o “capo” da Ferrari, Gilles era seu piloto predileto na época e Enzo chega a comparar suas atuações com as do grande Tázio Nuvolari e inexplicavelmente entrega o titulo de 1979 a Jody.

Em 1982 outro piloto vem fazer dupla com Gilles na Ferrari, Didier Pironi outro bota, assisti em Interlagos ele vir na segunda volta do treino chegar na “Um” e fazer a curva cravado, eu que estava no muro junto a curva fiquei simplesmente maravilhado sem acreditar no que tinha visto, de arrepiar!

Era outro ano em que a Ferrari tinha tudo para abocanhar outro Mundial de Pilotos e Construtores mas uma disputa que começou no GP de San Marino quando Gilles vinha na ponta e acreditando nas ordens da equipe, como ocorrera anos antes em Monza quando deixou o caminho livre para Jody buscar o titulo, deixou que Pironi encostasse para ver na ultima volta o francês tomar a ponta sem que ele nada mais tivesse o que fazer. Seu semblante naquele podium mostrou todo seu descontentamento com a situação.




Muita gente diz que no GP seguinte em Zolder na Bélgica ele tentava a todo custo uma pole, mas só quem como eu teve a oportunidade de acompanhar sua carreira, algumas corridas de perto e outras pela TV, sabe que era seu estilo e modo de encarar as corridas, sempre em busca do limite, de uma volta mais rápida da vitória.



                                       
Assim ele se foi de pé embaixo como sempre.







No YouTube muitos vídeos mostram incríveis corridas de Gilles, resolvi apenas escrever o que vi e vivi na época mas vale fazer uma busca e ficar algum tempo vendo esse incrível Canadense.









NT: Pironi após o acidente fatal de Gilles fica praticamente só na liderança do campeonato, mas nos treinos livres em Hockenhaim sofre um grave acidente e fica fora do mundial entregando o titulo dos pilotos a Keke Rosberg, vencendo a Ferrari o Mundial de Construtores.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Qaranta anni fá...Gilles!



"5 Giu 2018
Montréal e il ricordo di Gilles Villeneuve

Ci sono tante cose strane, in una vecchia foto di quasi quaranta anni fa. Per esempio il fatto che il vincitore indossi una giacca pesante sopra la tuta, o che celebri non con la tradizionale bottiglia di champagne, ma con una magnum di birra. Quel weekend di pioggia prima e di freddo polare poi poteva essere reso anche più strano dal fatto che quel Gran Premio del Canada, il primo ospitato dalla città di Montreal, era stato inizialmente previsto per il lunedì successivo, giorno del Ringraziamento. Ma anche le TV erano già importanti, nel 1978, e si corse di domenica.

Ma forse la cosa più strana è che quella pista corta e oblunga costruita a ridosso del bacino olimpico, quell’ovale interrotto da chicanes che corre nel verde dell’Ile de Notre Dame, costeggiando il maestoso fiume San Lorenzo, in principio non piaceva ai piloti. Qualcuno diceva che era stato fatto appositamente per il loro collega locale, quello spericolato di Gilles Villeneuve. Che neanche a farlo apposta, quella domenica, vinse: il primo successo in F.1 per lui, sulla T3 della Scuderia Ferrari. Rimontando con rabbia su Jones e Scheckter, il suo futuro compagno di squadra, per poi trovarsi la strada spianata dal ritiro di Jarier.

Gilles non c’è più, anche se quelli come lui, in realtà, un po’ rimangono sempre con noi. Ma il tracciato, quello che all’inizio non piaceva, è rimasto ed è diventato un classico del mondiale. E naturalmente porta il suo nome: Circuit Gilles Villeneuve."

Não vou traduzir o belo texto da Ferrari para primeira vitória daquele que Enzo dizia tanto admirar...Gilles venceu em casa, na chuva, começava aí a trajetória de um piloto que todos nós que admiramos quem faz a diferença na condução de um carro de corridas reverenciamos. 


Jody vindo de lado na Wolf  WR6

RESULTADO


quinta-feira, 9 de março de 2023

Apenas minha opinião...

 

Tazio e Gilles ....Os preferidos de Enzo FerrariI

"I piloti... che gente" Roberto Martinez

Rui Amaral Lemos Junior -Tazio foi o maior de todos, Gilles não teve tempo.

Carlos Mano - concordo, mas ambos representavam o espírito de competição da Ferrari.


O dialogo acima foi no Facebook depois que o Roberto postou a foto montagem que mostro acima, comentei e logo a seguir o Carlos e prometi a ele que escreveria lago sobre... então!

Antes sobre meus amigos; Carlos piloto bota de kart, Roberto outro bota que correu em diversas categorias, já postei sobre ambos, na busca do blog citando seus nomes vocês encontrarão.


 

Na foto o grande Varzi explica a essência do que foi Tazio, não lembro onde li mas me parece que Enzo disse sobre o Mantuano “nunca houve, não há e jamais haverá um piloto como Tazio!”. Pelo que sei e li Enzo deixou de correr depois de ver Tazio pilotando...

 

O Caranguejo – Carlos Henrique Mércio - e eu escrevemos inúmeros textos sobre ele, assim como outros de nossos grandes ídolos Fangio e Clark. Meu amigo Adolfo – Cilento Neto – me apresentou mais intimamente a Tazio, eu o conhecia desde bem jovem, mas na época meu grande ídolo era Clark e fim de papo. Nos livros que ganhei do Bambino pude conhecer a grandeza de Tazio e nunca mais deixei de ler sobre ele.

Sem falar do começo de sua carreira nas motos que foi épico, quando chegou ao automobilismo encarou de frente os grandes nomes da época, Varzi, Antonio Ascari Giuseppe Campari...começou vencendo e nunca mais deixou de vencer, venceu de Alfa Romeo da equipe Ferrari, de Maserati...e pouco antes do começo da II Guerra antes da parada do automobilismo foi para sua arquirrival Auto Union para novamente vencer. Venceu na Europa, Africa e EUA, onde tivesse uma corrida lá estava ele, sempre na ponta. Venceu a Targa Florio, Le Mans, Mille Miglia.


Vencendo pela segunda vez a Targa Florio com Alfa Romeo da equipe Ferrari.

Já aos sessenta anos testou com a Cisitalia-Porsche da Formula Um  

    Tazio e a Cisitalia

link 

https://ruiamaraljr.blogspot.com/2011/12/tazio-e-cisitalia.html

Caranguejo escreveu um delicioso post sobre seu final de carreira...

 TAZIO NUVOLARI – CARRO nº1049 

link

  https://ruiamaraljr.blogspot.com/2018/11/tazio-nuvolari-carro-n1049.html

Tazio não foi só grande, foi único!




 

E Gilles?

Gilles foi um daqueles talentos naturais que raramente aparecem e enchem nossos olhos com sua magnifica tocada, sua busca incessante pelo limite, sendo que o seu era certamente mais alto que dos carros que pilotou. Era o espetáculo em cada classificação e corrida, aquele espetáculo que faz o coração de quem ama as corridas bater mais forte.

 

Não teve tempo para mais...

 

Ao Caranguejo.


Tazio no Histórias

  https://ruiamaraljr.blogspot.com/search?q=Tazio+Nuvolari

Gilles no Histórias

  https://ruiamaraljr.blogspot.com/search?q=Gilles    

 

Rui Amaral Jr


quarta-feira, 6 de abril de 2022

A Natureza do Baixinho Alucinado -- por Carlos Henrique Mércio - Caranguejo

 

A largada...

 A historinha; Zandvoort, 1981, GP da Holanda. Nas palavras de Mauro Forghieri: "Tínhamos um motor experimental montado no carro de Gilles, com alterações nos pistões e outras melhorias. Mas havia apenas uma unidade e era importante completar a corrida para testá-la. Assim recomendei a Villeneuve: Esqueça o Grande Prêmio. Por hoje, pense em experimentar o motor nos 300 Km. Termine a prova para que possamos analisar os componentes e aferir o desempenho em condições de corrida. Gilles, largando em uma singela 16ª posição no grid, disse para não me preocupar, que faria o combinado. Mas já na largada o vimos passar uns quatro carros, nos primeiros metros. O quinto carro seria a Alfa de Bruno Giacomelli, porém Villeneuve acertou sua traseira, voou pelo ar e foi parar na brita da Tarzan Corner. Não completou sequer a primeira volta!! Ele então veio andando em minha direção, mas não vinha comentar o ocorrido, estava envergonhado e mudou a direção para o seu motorhome".

Chegando à Tarzan...




Mauro e atrás me parece Luca de Montezemolo...
A bela 126 CK e Gilles


Lá dentro, Villeneuve deve ter encontrado sua esposa Joanne, famosa pelos olhos arregalados, com os mesmos mais escancarados que nunca.

 

Carlos Henrique Mércio-Caranguejo


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Bem...alguns podem pensar que o Caranguejo e eu concordamos com tudo, eu digo quase tudo!

Gilles é um deles, o Leão (não ouso escrever seu nome) é outro, e é bem melhor eu ficar por aqui!

A seguir um dialogo com a participação de meu amigo Romeu no Face, as falas do Caranguejo;.

“Já os meus, estão no lugar, porém meu queixo caiu ao ouvir meus amigos Rui Amaral e Romeu Nardini dizendo que Gilles é a reencarnação de Tazio...

Pobre Tazio...voltou tão burrinho...

Claro...vou ver se acho mais alguma foto do cara. Ah, o título é "A Natureza do Baixinho Alucinado".”

Valeu Caranguejo, você que é meu amigo, sócio no Histórias e herdeiro dessas páginas, afinal apesar de algumas discordâncias na maioria das vezes pensamos da mesma forma.

 

Rui Amaral Jr

PS: Pironi na outra Ferrari bateu com Tambey nesta mesma volta e abandonou duas depois. e melhor, um certo Candango partia para seu primeiro titulo mundial. 



quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

GP DOS EUA 1979 - Watkins Glen

 Nelson a BT49 e o capacete branco!

1979 os campeonatos da Formula Um estavam decididos quando chegaram à Watkins Glen a derradeira corrida, Jody com a Ferrari 312 T4 já era o Campeão do Mundo e a Ferrari Campeã dos Construtores depois de vencer seis vezes na temporada três com Jody e após W.Glen três com Gilles. Mas um carro já vinha despontando para para 1980, era a equipe de Frank Willians  com um patrocínio forte, um bom carro e um piloto raçudo que neste ano havia vencido quatro vezes...a dupla imbatível; Alan Jones e a FW07, com a qual o grande Clay Regazzoni havia vencido a primeira corrida para a Willians no GP da Inglaterra em Silverstone.  
Depois da vitória de Clay o que se viu foi só a FW07 vencendo...venceu em  Hockenheim,Zeltweg e Zandvoort com Jones, depois Jody venceu em Monza vencendo o campeonato e novamente Jones venceu em Montreal.
O final de semana em Watkins Glen foi complicado, choveu na sexta e sábado com o tempo seco Alan Jones e a Willians FW07 enfiou apenas 1 30/100 sobre Nelson e a Brabham BT49 o segundo no grid...
Na largada Gilles toma a ponta seguido por Jones, Nelson Piquet fica muito atrás pois largou com pneus para pista seca...Gilles dominou de ponta à ponta chegando 50 segundos à frente do segundo...Jones abandonou com problemas na suspensão  e Piquet, com este capacete que vemos na foto, depois de uma bela corrida abandonou com problemas de motor não sem antes fazer a melhor volta da corrida!


   Gilles
Jones
Reutemann
John Watson MacLaren dá uma carona ao Cadango que estava com este capacete branco...

CLASSIFICAÇÃO FINAL




Ao amigo Ararê

Rui Amaral Jr

PS: Em um bate papo com meu amigo Alvaro Guimarães comentávamos sobre capacetes e macacões da época...vejam que Piquet já um piloto consagrado estava com o macacão sujo e um capacete que sabe-se lá onde arranjou...ele ainda lembrou de um dia em Interlagos quando no box viu o capacete de Graham Hill com a viseira quebrada na ponta. Hoje os pilotos saem limpinhos dos carros têm um montão de capacetes e macacões!   
...esqueci...meu amigo Marcelo Indy acertou!