A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 4 de junho de 2024

Cultura do Automóvel - Junho de 2024

 


quarta-feira, 29 de maio de 2024

CanAm 1977 - O ressurgimento.

 

A primeira vitória na nova CanAm - 1977 Mont Tremblant 
Tom Klauser - Schekee DBI/Chevrolet ( Lola T332 )

  1966, surge a CanAm, torneio de seis provas, com corridas nos EUA e Canada, na entressafra dos grandes campeonatos e com prêmios altíssimos. Carros do Grupo 7 da FIA, que corriam em diversas campeonatos, tanto nos EUA como na Europa, e alguns grandes pilotos, que na folga da F.Um, Indy e outras categorias iam buscar os dólares de prêmios e participação.

Aos Grupo 7 se misturavam carros de outras categorias, iam em busca dos prêmios. Em Riverside 1966 nada menos que 66 carros inscritos para os 39 que se classificariam. Pedro Rodriguez com uma Ferrari Dino de 2.000cc, Doug Revson, irmão de Peter, com um Porsche 906,  em outras etapas vários Porsche 908 e outros, a grade maioria eram McLaren, Lola, carros europeus e também o norte americano Chaparral.

Big John e a Lola fizeram a festa, vencendo o torneio que teve seis etapas, de 11 de setembro a 13 de novembro, e levaram muita grana para casa.

A partir de 1967 até 1971 a McLarem de Bruce fez a festa, vencendo com ele, Denny Hulme e após sua morte com Peter Revson, cinco campeonatos seguidos e a venda de muitos carros, mostrou que Bruce além de um grande piloto era um belo comerciante. Bruce comprou a Elva para aumentar a produção e creio que entre os M8 até os M20 e Elvas mais cem carros foram vendidos para os EUA e Europa.

Com o tempo de um torneio de seis etapas a CanAm se tornou um campeonato com dez corridas do meio até o final do ano.

1972/73 a Porsche que já vinha participando logo nos primeiros anos com os 908/2/3 e os 917/10, entrega seus carros a Roger Penske e surgem os 971/30 com motores bi turbo que chegaram aos mil e muitos hps. Vencendo com certa facilidade tornou a categoria que antes era de certa forma com valores baixos para o alinhamento dos carros no grid de altíssimo custo.

1974 foi o último ano deste regulamento, com a vitória da Shadow, com motor de oito mil e tantos centímetros cúbicos, certamente com alto investimento para colocá-lo no grid.

Chris Amon - Wolf-Dalara WDI Chevrolet.
Peter Gethin - Lola T333CS Chevrolet/Chaparral
A primeira vitória na classe até 2.000cc - Tony Cicale - Chevron B26 Hart. 

Dois anos parada e a CanAm volta, agora com um grande patrocino e tem o título de “Sports Cars Club of America  Citicorp Can-Am Challenge”, e um novo regulamento, baseado nos carros que corriam a Formula 5.000, que era uma alternativa mais em conta que a F.Um e usava os motores de cinco litros de fabricação em série e com outra categoria para carros com motor até 2.000cc.

Um dia escrevo mais sobre esta fase da CanAm.


 

 Pesquisa e fotos; Racing Sports Cars

 

Rui Amaral Jr


quinta-feira, 23 de maio de 2024

Shadow DN4 e Jackie Oliver

 

Oliver e o DN4

   1974 os motores turbos foram banidos da CanAm, a era dos Porsche 917/30 da Penske chega ao fim. Don Nichols agora com o patrocínio da UOP - Universal Oil Products - contrata para a Shadow o projetista Tony Southgate, que projeta o carro para categoria e o F.Um Shadow DN3.

Na temporada de 73 o Shadow DN2 já usava o potente motor Chevrolet V8 big bloc de 8.100cc aspirado, que desenvolvia cerca de 800 hps, que não fazia frente aos mil e muitos hps dos 917/30. Sem poder fazer frente aos 917/30 a McLaren sai como equipe da CanAm, talvez mais para se dedicar à F.Um onde no ano seguinte contaria com Emerson, um grande patrocínio e uma equipe com três carros.

Southgate projetou o DN1/2 e o sucessor o DN4, um leve chassi monochoque reforçado com fibra de vidro, motor central, usava cambio Hewland  de quatro marchas, para grande faixa de potencia dos motores desde as rotações mais baixas era o suficiente. 

As enormes tomadas de ar na dianteira e o gigantesco aerofólio se destacam.

 

Diferente do MKI/II o DN4 era um projeto convencional, trazendo em suas configurações muito dos McLaren e outros carros da categoria. Com ele Oliver venceu quatro das cinco corridas da temporada, tendo seu companheiro de equipe George Follmer, como segundo nas três primeiras. Foram campeão e vice, na última prova da temporada venceu o McLaren M20 Chevrolet de Scooter Patrick.

 

Tempos atrás meu amigo Walter comparou os tempos dos Esporte/Protótipos e F.Um com os carros da CanAm. Agora tomei como base Watikns Glen 1973 quando os carros  CanAm ainda usavam os turbos, e depois 1974 nas vitórias do Shadow.

Watikns Glen

1973

CanAm

Pole – Mark Donohue, Porsche 17/30 Penske -1`38”848/1000

Melhor volta – Donohue – 1`39”571/1000

Jackie Oliver com o Shadow DN2 Chevrolet/Chaparral 8,095cc na corrida virou 1`47”

Formula Um

Pole – Ronnie Peterson, Lotus 72-Cosworth – 1`39”657/1000

Melhor volta – James Hunt, March-Hesket 731 – 1`41”652/1000

 

1974

CanAm

Pole – George Follmer, Shadow DN4 – 1`38”848/1000

Melhor volta – Follmer – 1`41”883/1000

Formula Um

Pole – Carlos Reutemann, Brabham-Cosworth BT44 – 1`38”979/1000

Melhor volta – Carlos Pace, Brabham-Cosworth BT44 – 1`40”608/1000

NT: Os carros da CanAm pesavam cerca 850 kg e seu motores geravam cerca de 800 hps, os da F.Um 550 kg e seus motores tinham cerca de 450 hps.


 Racing Sports Cars 

link

 

Rui Amaral Jr


quarta-feira, 22 de maio de 2024

MONSTROS

 



  Imaginem só... Grids com mais de trinta carros buscando os polpudos prêmios, mais de trinta mil hps acelerando atrás do carro madrinha... Era a CanAm em sua época de esplendor. 

Jackie Oliver

Nas fotos que colei do vídeo de Goodwood quem vem pilotando na ponta na apresentação é Jackie Oliver, campeão da categoria com Shadow. Na temporada de 1974 Oliver e a Shadow DN4 venceram quatro das cinco etapas, chegando em nono na última, todas elas acompanhadas por seu companheiro de equipe George Follmer, segundo no campeonato.

Nesta edição do fantástico Goodwood Oliver e a Shadow foram homenageados, nas voltas foram capitaneados por um carro madrinha, fiquei só imaginando eles andando de pé no fundo.



A chicane de Goodwood, que desde muito cedo aguçou a minha imaginação, principalmente quando via Clark, Hill, Black Jack passando por ela. 

O tamanho das asas, tudo para manter os monstros na pista!

O Shadow DN4 nesta temporada correu com vários motores Chevrolet, entre eles o 495 V8/90° 2v OHV 8112 cc, pneus GoodYear sendo que os traseiros de dezenove polegadas de tala! Vale lembrar que na época os discos de freios eram de aço, não existia o controle de tração ou nem outro aparato eletrônico de controle, isto vocês vão ver no vídeo em que os carros aceleram no pequeno traçado, quando se nota a dificuldade de manter as rodas traseiras em contato com a pista! 


MKI
O MKI e sua evolução com asa traseira.




 

O Shadow MKI – Quando escrevi sobre ele citei aparatos aerodinâmicos móveis, mas nada encontrei especificamente, nos vídeos e nos instantâneos que retirei deles podemos ver claramente como eram. Duas placas na dianteira e uma grande na traseira que levantam nas freadas para ajudar as pequenas rodas dianteiras de dez polegadas de diâmetro, nas rodas dianteiras também calotas para fora das rodas para ajudar na refrigeração dos pequenos discos de freio. Loucura total!

Opa!


Shadow MKI link.

Abaixo os dois vídeos de Goodwood. 

https://youtu.be/uT6bb3A00_c?si=j6SBPJXGjn-Mq9St

https://youtu.be/h3LvsGeOmrE?si=VvrIfjZ4iQPFhSpd


Rui Amaral Jr