A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Estoril 1985


Sem duvida alguma a Lotus 97T era um carro rápido, projetado e desenvolvido por Gérard Ducarouge era empurrado pelo poderoso motor Renault Gordini EF15B de 1492cc. Apesar do Acordo de Concórdia, que havia limitado a quantidade de combustível dos motores turbos, ainda gerava algo em torno dos 1.000hp. Para a temporada além de Elio de Angelis a Lotus trouxe Ayrton Senna.


No GP de Portugal anterior no mesmo Estoril, quatro meses antes, Ayrton havia conquistado o 3º lugar com a Toleman TG184, e agora com a Lotus largava na pole com um tempo 400/1000 melhor que o 2º, Alain Prost e a MacLaren MP4-2B, sendo a primeira pole de sua carreira.
Era a segunda corrida do campeonato, sendo que a primeira em Jacarepaguá, havia sido vencida por Prost com Michele Alboreto e a Ferrari 156/85 em 2º e Elio de Angelis em 3º. Ayrton parou com problemas elétricos.
 Pouco antes da largada começa a chover em Estoril, e logo a chuva se torna mais intensa, e na largada Ayrton se aproveita da pole e toma aponta seguido de Elio, que estava com o  4º tempo no grid e fez uma ótima largada. 
Nas duas primeiras voltas Ayrton colocou 3s sobre os demais, na 10ª volta já era 12s. Patrese, Berger, Prost, Rosberg, Lauda, Piquet, quebraram ou bateram, e em sua 17ª corrida na Formula Um ele ia colocando, volta após volta, cerca de um segundo em seus adversários.
A corrida terminou após as duas horas regulamentares, após 67 das 69 voltas prevista, e Ayrton abriu 62s do segundo colocado Michele Alboreto chegando em 3º Patrick Tambay - Renault RE60 seguido de Elio de Angelis, Nigel Mansell Williams FW10 e  Stefan Bellof - Tyrrell 012. 
Foi a primeira pole das 65, e a primeira das 41 vitórias de Ayrton!  

 Ayrton em Jacarepaguá, foto de meu amigo Paulo.  

Largada


Ultimas voltas 


Corrida completa

  

Il Mantovano Volante

Tazio


Para meu amigo Caranguejo

terça-feira, 28 de agosto de 2012

BRITISH GP BRANDS HACTH 1966. - por Henrique Mércio

UM DIA EM JULHO...




Black Jack

Brands Hatch, perto de Kent, 1966. Na bela pista cujo desenho acompanha a topografia do local reunem-se vinte pilotos prontos para encarar o desafio de 80 voltas. Ocupando a pole position está o líder do campeonato, o australiano Jack Brabham. Antigamente a expressão austera, os cabelos pretos e a tendência ao isolamento e silêncio levaram os colegas a apelidá-lo “Black Jack”, mas os tempos eram outros. Agora próximo de completar 40 anos, Brabham luta contra seus próprios fantasmas: quer vencer um campeonato pilotando um carro que leva seu nome e provar aos críticos que consegue ser tão veloz quanto seus companheiros de equipe. A Fórmula 1 já demonstrava nessa época uma característica de nossos dias: o imediatismo. Não importa o seu histórico de vitórias e conquistas; você será avaliado pela corrida de ontem. E se as coisas não andam boas, terá uma nota baixa. Mas contudo, o velho bicampeão parece estar tão bem como nunca. A temporada de 1966 é uma temporada de transição. As regras foram mudadas e todos tiveram de passar para motores de até 3 litros, fazendo surgir as combinações mais estapafurdias como Lotus-BRM, Cooper Maserati, Brabham-BRM e até Cooper Ferrari. Só que a Equipe do Cavalinho Rampante, principal avalizadora de tais mudanças, como soe acontecer, não estava obtendo os resultados esperados. Tudo o que conseguiu foi que seu temperamental campeão, John Surtees fosse embora da equipe. Outros favoritos potenciais também tem seus problemas: Graham Hill chegou ao limite com a BRM. Dentro de um ano estará ao lado de Clark na Lotus. O escocês por seu lado, está às voltas com a defasada Lotus Climax 33. A opção é a Lotus BRM 43, o típico carro complicado. Gurney está envolvido com o desenvolvimento do belo (e igualmente complicado) Eagle Climax. Stewart ainda está cercado de pilotos de maior envergadura e capacidade do que ele. Terá melhor sorte no futuro, quando lutará contra jovens lobos, ao lado dos quais será o mais experiente e por fim, Jochen Rindt, sempre veloz mas penalizado pelo seu próprio destempero. Resta Brabham, com seu motor Repco, derivado de um bloco de alumínio Buick-Oldsmobile V8. Embora visto com desdém pela concorrência, o Brabham Repco BT19 mostrou seu valor no GP da França, dando a Jack sua primeira vitória desde 1960. Evitando comparações desfavoráveis, o companheiro de equipe de Brabham é o neozelandês Denny Hulme. Discreto como o patrão, Hulme vai ajudá-lo na conquista do tri. Depois, pensará em si próprio. Há um vácuo de poder do qual o australiano quer tirar partido.

Jack Brabham seguido de Dan Gurney, Denis Hulme, Jim Clark e John Surtees

 Largada: “Old Jack” dispara na ponta querendo provar que Reims não foi um acaso e que ele tem nas mãos um “cavalo vencedor”. Gurney vem logo a seguir, mas não passará da 9ª volta. Denny Hulme o acompanha obedientemente enquanto os demais se engalfinham. Como demonstração inequívoca de superioridade, os Brabhams são os únicos que completam as 80 voltas e Black Jack mete 9.6 em cima de Hulme, na maior sem-cerimônia, além de cravar a volta mais rápida com 1`37 “duro”. Na briga pelas migalhas, Hill e o BRM P-261 levam vantagem ante Clark e a Lotus Climax. Depois vem Rindt e Bruce McLaren e o McLaren-Serenissima. Após a bandeirada, não há mais dúvidas. Black Jack está de volta, embora os cabelos já não sejam tão pretos. Venceria mais dois GPs e terminaria o ano tricampeão. O motor Repco enfrentaria o mitológico Ford Cosworth nas pistas no ano seguinte e sairia vencedor devido a sua regularidade. Seria sua última façanha, mas o nome de Brabham já estava consagrado como piloto-construtor. 

Caranguejo



Bruce MacLaren, MacLaren/Serenissima e Denis Hulme, Brabhan/Repco

 Jack Brabhan e Jochen Rindt Cooper/Maserati

Grahan Hill, BRM

 Graham Hill seguido de Jackie Stewart BRM, JimClark Lotus/Climax e Peter Arrndel de Lotus/BRM

John Surtees e Jochen Rindt ambos de Cooper/Maserati

 Dan Gurney de Eagle/Climax e John Surtees Cooper/Maserati

Hill, Hulme e Clark


Rumo ao Tri Campeonato Jack Brabham recebe a bandeirada da vitória


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NT: Bem, hoje ia começar a escrever, quando vou dar uma espiada nas estatísticas, vejo algumas visitas neste post escrito pelo Caranguejo no longínquo 18 de Março de 2010. Lembrei do dia em que postei, e a sorte que tive ao achar entre meus arquivos da Autosport, algumas paginas sobre a corrida. Sorte, elas apenas serviram para ilustrar o belo texto de meu amigo!   


Rui Amaral Jr











segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DA SUBIDA DO LAGO ATÉ A JUNÇÃO.


Saindo da Ferradura, Tide Daléci, José Ferraz e Carlos Manzetti 
"Subida do Lago" Ricardo Mogames lidera um Passat

Algum tempo atrás, vendo uma foto da freada da "Três", tive vontade e escrevi como era a tocada de um D3, na época em que corri na TEP em 1982, no nosso belo Interlagos ou como diz meu amigo Fernando "o Templo". Descrevi da entrada da "Três" até a saída da "Ferradura", agora vou até o "Bico de pato".
Na configuração da TEP meu D3 usava pneus Maggion e amortecedores nacionais (do regulamento), cambio de quatro marchas, o resto igual aos carros que competiam o Brasileiro, motor 1.600 cc que preparados pelo Chapa chegavam aos 150/152hp, disco nas quatro rodas etc...
Saía da "Ferradura" em 2ª com o motor cheio a 7.500 rpm e logo colocava 3ª, mais um pouco à frente o motor cheio novamente vinha a 4ª, e chegava àquela curva muito louca, a "Subida do lago", bem rápido em 4ª. Na tomada à esquerda a zebra era bem alta e encostando nela o carro chacoalhava um bocado, e de pé embaixo entravamos na curva, logo em seguida começava a subida e um pouco antes da tangência num malabarismo grande para minhas pernas longas - elas teimavam em querer bater na lateral da cabine - enfiava a 3ª, tentando aproveitar no máximo a saída para subir a "Reta oposta" bem forte. Já na "Reta oposta" uns duzentos metros após a saída da curva espetava a 4ª, e olhava a entrada daquela curva maravilhosa, o "Sol". Ah o "Sol"! Curva de personalidade forte, separava os homens dos meninos, um dia assistindo um treino de Stock no barranco que a margeava ouvi um campeão da categoria falando do Guaraná "ele enfia um segundo em todos nós só ai no Sol" acho que não preciso dizer mais nada.

"Sol" acima Arturo Fernandes , abaixo Conde -Luiz Henrique Pankowski- Alvaro Guimarães, Elcio Pelegrini e Sueco -Carlos Aparecido Gonçalves.
Tomava em 4ª, pé no fundo, sua tomada era aberta e seu raio longo, a tangência bem à frente quando já vinha dosando o acelerador numa tiradinha de pé, o carro teimando em sair nas quatro rodas. Encostava os pneus na zebra à direita, para logo a seguir abrir um pouquinho para uma segunda tangência, e o barranco à esquerda parecia dizer "vem". Contornava ela toda em 4ª e na saída pegava de leve a zebra da esquerda já olhando para o "Sargento".

Mesmo os DI, que chegavam ao "Sargento" talvez uns 30/40 km a menos que os D3, estavam rápido.
Arturo freando para o "Sargento"

 Na saída 
Ops! Parece que o Amadeu Rodrigues rodou! Arturo, Mogames e Amadeu Campos



Chegava ao "Sargento" em 4ª com o motor bem cheio, e sua freada bem forte, apertando com firmeza os alicates e reduzindo para 2ª, tentando deixar o carro redondo para em sua saída em subida aproveitar toda força do motor. Sua tangência era lá na frente onde acelerava forte em 2ª para sair beliscando a zebra à direita rumo ao "Laranja".

"Laranja" em foto de meu amigo Contreras
 Uma bela briga no "Laranja" entre eles meus amigos Ricardo Mansur, Julio Caio, Manduca, Teleco...
Pedro Victor e Luiz Pereira Bueno, essa briga eu vi de perto!

Na subida para o "Laranja" espetava a 3ª, e na sua entrada com tomada à esquerda até um recuo no asfalto onde existia um portão era usado como pista. "Laranja" tomada em 3ª cravado, curva gostosa em sua saída ia lá fora para depois tomar a entrada do "S". 
Na freada forte colocava 1ª marcha, entrava aberto para fazer a tangência antecipada, e aproveitar sua segunda perna o "Pinheirinho". Na entrada do "Pinheirinho 2ª, o carro teimando em sair na sua tangência acelerando forte para o "Bico de pato".

Arturo na tomada do "S", Jr Lara atrás. 

Entrando no "S", com este carro entrava em 2ª marcha, pois ao contrário do que o Claudinho diz usava uma Caixa 2.
Luiz, tomando o "Pinheirinho"
Briga na entrada do "Pinheirinho", meus amigos Bé -Clerio Moacir de Sousa- e Alvaro Guimarães

Na entrada do "Bico de Pato" uma freada forte, e espetava novamente a 1ª marcha, sua tangência complicada para mim, já que o motor vinha cheio e sem diferencial autoblocante as rodas teimavam em patinar. Em sua saída logo 2ª marcha e terceira no meio da curva do “Mergulho” e seguir para a "Junção".

Saída do "Bico de Pato" Arturão, Jr Lara e João Franco.  


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NT: Post original de 11 de Fevereiro de 2010