A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Efeito Canguru...

Eric e seu VW em Interlagos no S do Senna.

"O Efeito Canguru ocorre nos VW-Fuscas pois sua suspensão traseira composta por apenas um braço, denominado facão, ligado à barra de torção, faz com que as rodas sofram uma grande mudança em sua geometria; cambagem e alinhamento. Perdendo a roda que traciona toda sua função."

 Escrevi este texto para o blog de meu amigo Saloma - Luiz Salomão, em 23 de julho de 2009, depois postei em 2011 aqui no Histórias.

"Nos VW da D3, que corriam com pneus slics, toda configuração de suspensão é muito diferente dos carros que correm com pneus radiais. Os Pneubrás tinham 10 pol. de largura, e para aproveitar toda área de contacto destes pneus e toda potencia dos motores suas suspensões eram bastante trabalhadas."

"Notem meu carro, já tomando o Pinheirinho. Os pneus traseiros bem apoiados ao chão, o dianteiro esquerdo começa a levantar e o direito bem colado no asfalto. O Elcio Pellegrini ainda está em linha reta após a entrada do S. Ele usava pneus Pirelli da F.2, 7 polegadas de largura na dianteira e 11 na traseira."
 Ao amigo Elcio, um grande campeão, em 1982 travamos belas batalhas, brigar com alguém com sua bagagem e velocidade é sempre uma honra, e oportunidade para aprender um pouquinho mais!

Arturo e Jr Lara em Jacarepaguá, pneu esquerdo de apoio todo no chão, direito levantado. Os traseiros com toda sua área no asfalto.


 O regulamento da categoria obrigava que os sistemas de suspenção fosse o original, mas com alterações livres em suas configurações.

"Na dianteira alguns carros usavam catracas, outros um novo local de fixação da suspensão no cabeçote do chassi, que subisse e descesse todo conjunto, braços, barra de torção etc., na TEP, Divisão 3 no Campeonato Paulista, corríamos com amortecedores nacionais, eles eram regulados com muita pressão tanto de bump quanto "rebunp"( que controla a descida ) , barra estabilizadora grossa e com regulagem, barras de torção da Kombi, bem mais duras, o que deixava os carros bem duros, com pouco movimento de suspensão."

Algo que não escrevi no post original; Eu corria com os amortecedores feitos pela Barchi, na Av. Sto Amaro, era um amortecedor mais grosso que o original e mais curtos de altura, igual aos Koni  usados por grande parte dos pilotos que corriam o Campeonato Brasileiro. De minha parte, acertava meu carro com os Koni, tinha um jogo deles e um de Bilstein. Depois pegava a regulagem deles, media e levava para o Barchi deixar os Barchi iguais.
O senhor Barchi era uma figura, seus amortecedores bons, ele fornecia até para pilotos da Formula Super Vê e Dois, mas de forma alguma se equiparavam aos Koni, Bilstein. Em Interlagos, em quatro ou cinco voltas acabavam, e ele turrão dizia serem iguais. Certa vez consegui o óleo que os Koni usavam, levei até ele. E do alto de sua sabedoria me disse que não iria usa-lo, pois o seu era melhor. Grande figura! 

Suspenção traseira do VW, foto da internet.

"Na traseira o X da questão, como a suspensão com barra de torção e facões muda toda geometria quando se move e para evitar o efeito canguru às modificações eram radicais.

"Na D3 o Jr Lara Campos mudou sua suspensão traseira por uma de Variant 2, nós na TEP não podíamos. Para evitar esta mudança de geometria usávamos o conjunto motor e cambio mais altos uns 10 cm, fazendo novos coxins de alumínio e mudando a fixação do cambio. O conjunto trabalhava mais alto, o varão do cambio passava por cima do túnel central (como se vê no carro do Ricardo e o meu era igual) assim podia-se usar o trambulador do Passat o que tornava a cambiada super precisa, ainda mais no meu caso que usava 1ª no "Bico de pato” e "S". “Vocês vão me dizer ,” tudo ao contrario, levantar um carro de corrida!”.
Os semi eixos trabalhavam com grau positivo, amortecedores duríssimos, barras de torção da Kombi, e barra estabilizadora grossa com regulagem."

No carro do Mogames o varão acima do túnel, o meu era igual.
Vejam o banco que usávamos! rsrsrs De kart, o Mogames com cinto de segurança de quatro pontos, eu usava de seis.

Arturo numa curva de baixa, notem a pouca mudança 
Arturo, Jr Lara e João Franco no Passat, saída do Bico de Pato, Interlagos.
Jr Lara, carro todo no chão.
Arturo e Jr Lara.
Vital Machado, com o segundo carro da equipe do Arturo, Jr Lara, Mello Filho e meu amigo Clélio "Bé" Moacyr Souza, pendurado, outro grande bota.
Eu em 1978 ou 79 em Interlagos, tomada do S original.
Saída do Sargento, Interlagos, Arturo, Mogames, Amadeo Campos e Amadeu Rodrigues rodando!
No belo e de triste lembrança Jacarepaguá, Arturo consertando uma saída de traseira, Amadeu Rodrigues e José Romano.


"Usávamos freios a disco nas quatro rodas, ventilados, maiores que os originais, pastilhas importadas, as melhores que podíamos achar, na época era tudo mais difícil .
Apesar de tudo isso, o segredo era pilotar bem redondo, não atravessar nas curvas para evitar o tal do Canguru, em algumas era difícil, mais eram curvas de baixa, que fora o "Sargento" no meu caso feita em 2ª marcha, onde se precisava de tração para chegar forte ao "Laranja" não fazia tanta diferença . 
Agora nas de alta era o "capeta", carro no chão, muito bem acertado, no meu caso, com o #8, chegava a "Um" em 4ª marcha a 7.000 RPM, isto com um pneu de 20 de altura aro 13 pol., diferencial 8/31 e quarta marcha 0.96 era algo próximo dos 200 km/h, alguns faziam cravado, eu fazia cravado."

Arturo, Dimas de Mello Pimenta, Yoshikuma, não sei que vem no #40.


"Na "Três" uma pendurada forte nos "alicates", depois da placa dos 50 m enfiava uma terceira e pé embaixo até a entrada da "Ferradura”, linda curva, a primeira perna à esquerda em 4ª cravado, na tangencia dela, já com o carro reto uma freada bem forte e redução para segunda, na "Subida do lago" chegava em 4ª bem forte, uma aliviada no acelerador, 4ª até quase o ponto de tangencia e ai enfiava uma 3ª, o que com meus 1.90 m era complicado, parecia que a perna ia sair do carro! "Reta oposta” e ai o "Sol" que junto com a "Um" são curvas Rainhas, onde os garotos e os homens se separam aquele raio longo os dois pontos de tangencia etc. etc. etc., feita no meu caso em 4ª. Junto com a "Um" e "Três" eu amava esta curva!"

Rui Amaral Jr

Cito neste post alguns amigos do coração, Arturão, Jr, Bé, Zé, Dimas, Elcio, Saloma e Amadeu que já subiu. Ainda hoje sempre que podemos nos reunimos, rimos muito e contamos inúmeras mentiras, muitas mentiras, mentiras demais!

A eles e vocês meu forte abraço.

Rui 


 

2 comentários:

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Rui Amaral Jr