MATRA
Sociêté Anonime des
Engins Matra
Empresa francesa de tecnologia de ponta, que na
década de 1960 fabricava desde mísseis, armamentos, satélites, circuitos
integrados até berços de crianças!
Exageros a parte, de
minha parte logicamente, a Matra como se vê fornecia principalmente para
governos, porém de sua linha extensa de produtos saiam muitos que interessavam
também à iniciativa privada.
Talvez para agradar o
governo francês, ou consolidar e propagar sua marca, em meados da década de
1960 compra a René Bonnet, tradicional fabricante francês de carros de corridas
de baixa cilindrada e com ela funda a Matra Sports, convida Jean-luc
Legardière para dirigi-la, daí percebe-se as intenções dela.
Antes de assumir a
Rennè Bonnet a Matra ajudou à desenvolver e vendia o Djet, através de sua trading company, um pequeno
esportivo. Já com a Matra Sports eles revitalizam o carro, e participam de
vários campeonatos de carros esporte com o pequeno motor de 1.109cc, é com um
deles que Jean Pierre Beitoise dá uma séria panca nas 12 Horas de Reims, quando bateu à cerca de 250km/h.
Mans 1963 - Beltoise/Bobrowski.
Com o René Bonnet Aérodjet LM6 - Renault L4
1108 cc, Beltoise venceu com Claude Bobrowski o índice energético das 24
Horas de Mans em 1963.
Beltoise era cotado para integrar a recém formada equipe
de F. Três da Matra, mas sua longa convalescênça, devido ao acidente em Reims, obrigou a equipe à trazer
Jean-Pierre Jaussaud e Eric Offenstad, mais tarde, depois da recuperação
Beltoise voltou á equipe.
Formula Três, vitória em Mônaco
Beltoise volta, e entre tantas
vitórias na Formula Três venceu o campeonato Francês de 1965, a preliminar do
GP de Monaco e o Torneio Argentino em 1966. Na Formula Dois, foi campeão europeu
em 1968.
Formula Dois
A intenção da Matra era
formar pilotos franceses para as grandes categorias, Maurice Trintgnant já
estava em fim de carreira e Guy Ligier não decolava como piloto.
Venceram muito na
Formula Três e Dois, revelaram grandes pilotos, Jacky Ickx, Johnny
Servos-Gavin, Jo Schlesser, Piers
Courage, François Cevert...nestas categorias não corriam com motor próprio,
usavam Ford Cosworth, BRM, Alfa Romeo e outros.
Nurburgring 1967 - Clark, Hulme, Ickx e Gurney.
Ickx voa...
...até quebrar.
Nurburgring 1967, GP da
Alemanha, Jacky Ickx com uma Matra MS7 da Formula dois larga em terceiro, tá
certo que longos dez segundos do pole Jim Clark, mas atrás apenas dele e de
Denny Hulme com Brabham B24, e à frente de Dan Gurney de Eagle T1C e mais treze carros da F.Um.
Uma
suspensão quebrada tirou Ickx da corrida na décima segunda volta.
FORMULA UM
Na Formula Um e
Protótipos os sonhos são maiores.
Em 1967 fica pronto o primeiro motor, o MS9,
uma joia de alta tecnologia, 12 cilindros em V, duplo comando de válvulas em
cada bancada, acionados por engrenagens, quatro válvulas por cilindro, e muito
material de ponta em sua construção. Apesar de mais potente que o Ford Cosworth
DFV, é mais pesado e consome muito mais.
Em Kyalami Stewart ainda usa o motor Matra.
1968 contratam Ken
Tyrrel e sua equipe para Formula Um.
Ken traz um jovem talento, Jackie Stewart,
para correr junto com Beltoise. Na primeira corrida do campeonato Ken percebe
que o motor MS9 não é competitivo, e apesar de Beltoise continuar a usá-lo,
instala no carro de Stewart o Cosworth e com ele chegam em segundo no
campeonato, atrás de Hill. Tendo Stewart alcançado a primeira vitória dele e da
equipe em Zandvoort.
Zandwoort 1968, já com o Cosworth DFV.
Em 1969 Ken, Stewart e
Matra, correm com o DFV, Beltoise usa o motor Matra...bem o resultado disto nós
já sabemos.
1970 a Matra monta sua
equipe e Tyrrel & Stewart seguem outro rumo, levando François Cevert.
Os pilotos são Beltoise e
Pescarolo, e o motor é o novo MS12.
Beltoise faz dois terceiros lugares e 16
pontos, Pescarolo apenas parcos oito pontos, quatro de um terceiro em Mônaco.
Pescarolo em Mônaco.
Beltoise em Clermont-Ferran.
1971 chega para dividir a equipe com
Beltoise o neozelandês Christopher Arthur “Chris” Amon. E chega também um novo
motor, o MS72, mais potente, e com um urro de arrepiar!
Nos dois anos em que Chris ficou na
equipe fez algumas poles, grandes corridas, porém não venceu, tendo como
melhores resultados dois terceiros lugares, e uma vitória na prova extra oficial de Buenos Aires.
A equipe se retira da Formula Um, no final de 72.
Duas fotos de Amon vencendo o GP da Argentina que homologou a pista para F. Um.
Acima Amon em Clermont -Ferran, abaixo em Monza.
ESPORTE PROTÓTIPOS-A
JOIA DA COROA
Acredito que a primeira
vitoria com alguma relevância veio nos 1.000 KM de Buenos Aires de 1970, prova
de um torneio não válido para o mundial, com alguns Porches 908/2, inclusive o pilotado por Jochen
Rindt/Alex Soler Roig segundo colocado. Lolas, Alfa Romeo T33...
Beltoise e Pescarolo vencem
com Matra-Simca MS630/650, com o beberão e pouco confiável motor MS9, após
largarem na pole.
Beltoise larga na Argentina 1970.
Pescarolo assume.
1970/71 ninguém vencia
os Porsche 917, porém a partir de 1972 a categoria se limitou a motores de
3.000cc.
Ainda em 72 a Ferrari vence o campeonato com a 312P, então...
Hill/Pescarolo vencem...
Já com o motor MS12
aperfeiçoado vão para Le Mans 1972 com quatro carros. David Hobbs/Jabouille e Jean-Pierre
Jabouille/François com o MS660C. Graham Hil/Pescarolo, François Cevert/Howden
Ganley, Jean-Pierre Beltoise/Chris Amon, foram com o MS670.
E veio nas mãos de Hil
e Pescarollo a primeira vitoria da equipe em Le Mans, com Cevert e Ganley em
segundo!
1973/74 ganharam muito!
Foram bi-campeões do Campeonato
Mundial de Resistência, venceram em 71 em Watiks Glem, Valelunga, Spa, Le Mans, Monza, Zeltveg
muitas vezes fazendo primeiro e segundo.
Em 73 venceram novamente
o campeonato.
Vencem em Le Mans, Vallelunga, Dijon, Zeltweg, Le Mane e Watkins
Glen, sempre num duelo de “cachorro grande” com as 312P da casa de Maranello.
1973
Cevert recebe a bandeirada em Valelunga, depois de assumir o carro pilotado por Pescarolo/Larrousse.
Dijon- Pescarolo/Larrousse
Le Mans Pescarolo/Larroussse
1974
Le Mans - Larrousse/Pescarolo.
Watkins Glen - Larrousse/Pescarollo. A derradeira corrida, a derradeira vitória...
1974 - Depois do bi campeonato a Matra Spotrs
encerra sua participação nas pistas, creio que com seus objetivos alcançados.
Fez história!
Rui Amaral Jr
NT: De forma alguma sou
um historiador, deixo esta atividade para meus amigos Caranguejo – Carlos Henrique
Mércio – meu sócio no Histórias e Carlos de Paula.
Sou um contador de
histórias. Uso a memória e vou procurando em livros e sites confiáveis o que lembro,
então qualquer imperfeição no texto, por favor, leve em consideração a forma
com que escrevo.
Outro detalhe, meu avô
por parte de mãe era filho de franceses, fui casado com uma francesa que me
abençoou com um filho franco brasileiro. Por conseqüência conheço um pouco da
história deste povo.
Talvez eu tenha mil fotos, aqui no Histórias, da Matra, me perdoem se escolhi algumas poucas para este post.
Agradeço ao super confiável Racing Sports Cars (link) por algumas fotos e pesquisa.
E ao Caranguejo, pois havia esquecido alguns detalhes.
Abraços Rui.