A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 12 de maio de 2020

Revson


Outro dia, por acaso, encontrei um arquivo sério com a carreira deste grande piloto. Fui admirador de sua tocada e do jeito sério com que levava sua carreira.
A princípio fiquei pasmo com o pequeno número de suas vitórias. Sim, comparado à Clark, cujo tempo de carreira foi semelhante ao seu, ou Moss que venceu mais de duzentas e tantas vezes, ou Foyt que me parece que mais de trezentas, suas vitórias foram poucas... 

Mas, como sempre digo aqui, alguns Campeões não precisam de títulos! 
 
Sem mimimis ou blábláblás... Ele nasceu numa família rica, seus pais acionistas de uma grande empresa química, nada haver com a Revlon de cosméticos, empresa de seus tios, me parece que nunca o apoiaram em sua carreira. Ainda mais depois da morte de seu irmão Doug em 1967, quando se preparava para correr na Formula Três.    
O começo foi em 1960 num Tarachi da F. Junior, em uma corrida de club, não terminou, e parece que foi a única corrida oficial deste ano. 

1961- Fez várias corridas, acredito que umas dez, com um Morgan Four Plus, em corridas de campeonato regional nos EUA. Para em Lime Rock vencer pela primeira vez com um Porsche 356.

1962- Correu com uma Elva em Daytona mas não terminou.

Lotus 24
1964- Entra para ao grande mundo das corridas de protótipos nos EUA, encarando os grandes nomes do automobilismo, fez duas corridas para equipe de Reg Parnell, ambas numa Lotus 23 2 litros, não terminando nenhuma. Participa na Formula Um de algumas corridas pela equipe Reg Parnell com uma Lotus 24 BRM, sem nenhum resultado, apenas para conferir, em Monza aonde chegou em décimo terceiro, sua volta mais rápida foi de longos seis segundos mais lento que Big Jonh Surtees, o vencedor.
 
Com a Brabham Climax em Nassau.

1965- Começa com as 24 Horas de Mans, corre com Phillipe Vidal, o Alpine M64 1.130cc quebra na 40ª volta. Em compensação nos EUA faz uma bela temporada nos protótipos, correndo com uma Brabham BT8 Climax de 2.000cc, em Mosport vence numa corrida até 2.000cc com seu irmão Doug, pilotando uma Lotus 23B Climax em segundo. Já em Nassau chega num belo terceiro lugar na vitória de Harp Sharp, com o Chaparral, à frente de vários carros da categoria maior. 

3º em Sebring.
Com o McLaren Elva Ford 

1966- Sua carreira começa à decolar, no Mundial de Marcas corre com GT40 em dupla com Skip Scott. Um belo terceiro lugar em Sebring é o começo. Na CanAm corre com um McLaren Elva Mark II Ford, seu melhor resultado é um terceiro lugar em Nassau, na corrida vencida por Mark Donohue. Como veremos mais à frente a CanAm colocou Revson em evidência.

Com o Mercury Cougar

1967- Contratado pela Ford corre o Mundial de Marcas com o GT40, mas é na Trans-Am que competindo com um Mercury Cougar que consegue duas vitórias importantes para marca, no campeonato leva a Mercury à um importante segundo lugar atrás da Ford com seus Mustang e à frente da Chevrolet com os Camaros da Penske.


1968- Muitas corridas, entre Can-Am com a McLaren M6B, agora contratado pela equipe. Trans-Am de Javelin, e marcas com a Lola T70. Vence no Japão a Fuji 200, com uma McLaren M6B-Ford, prova da Can-Am de exibição, poucos eram os carros competitivos.

A equipe Brabham para Indianapolis 1969
Revson e o Brabham BT25 Repco 
Com o Mustang Boss da Shelby

1969- Corre na Trans-Am com Mustang pela Shelby ( equipe “oficial” Ford ), obtém alguns bons resultados. Na Can-Am com Lola T163-Ford com um quarto lugar como melhor resultado. Mas aí chega Indianápolis...convidado por Black Jack Brabham para pilotar a Brabham BT25-Repco. Na equipe Black Jack e ele, a Repco havia feito já em 1968 um motor para Brabham correr na categoria, era um  V8 de 4,200cc, quatro comandos de válvulas nos cabeçotes e quatro válvulas por cilindro, Jochen Rindt e Black Jack o haviam usado em 1968. Na classificação Black Jack faz o 32º tempo e Revson o 33º, os dois últimos. A corrida é adiada uma semana por causa da chuva. Black Jack quebra lá pelo começo e Revson numa espetacular recuperação chega em quinto na vitória de Mario Andretti. Alguns historiadores creditam esta corrida como a virada na carreira dele. Mais a frente Revson faz mais duas corridas com este carro no oval curto de Lucas Oil, chega em terceiro na primeira e vence a segunda.  

Com o Javelin da Penske
Com o 908/2 segundo em Sebring
Com o ator após a corrida...
...e antes combinando, "eu corro, você guia um pouco e aparece nas fotos!".
Com a bela Lola T220 de Carl Haas
           
1970- Roger Penske o contrata para na Trans-Am dividir a equipe com Mark Donohue na condução dos Javelin da AMC – American Motors Company -, no campeonato vencido com “certa folga” por Parnelli Jones e seu Mustang a AMC chega em segundo, desbancando Chevrolet com seu Camarao. Revson venceu com o Javelin duas corridas extra campeonato ambas secundado por Donohue.
E vem as 12 Horas de Sebring, e para fazer parceria com Revson, a Solar Productions Inc ( não me perguntem o que pode ser!) trouxe o ator McQueen, o carro um Porsche 908/2, bem menos potente que as 512M e os 917. Já escrevi sobre a corrida, Revson pilota mais de 11h35m, o ator guia o tempo restante. A espetacular tocada de Peter leva o pequeno 908/2 ao segundo, na mesma volta e pouco atrás da Ferrari 512S de Andretti/Vacarella/Giunti. Sem aqueles poucos minutos longe da tocada talvez houvesse vencido!

Com o Tyrrel em Watkins Glen
 Com a bela McLaren M8F
A dura tarefa de substituir Bruce

1971- Enfim Campeão. 
Fora uma participação apagada com o terceiro carro da Tyrrel no GP dos EUA, continua à correr com o Javelin na Trans-Am e...è contratado pela equipe McLaren para ser companheiro de equipe de Denny Hulme na Can-Am, era a dura tarefa de substituir Bruce. Peter vence cinco das dez etapas do campeonato e finalmente é campeão!

Com a McLaren M19A
Tocando a bela Alfa Romeo T33TT3 
   
1972- Chega à Can-Am o fabuloso Porsche 917/10 da equipe Penske com George Follmer e Mark Donohue. Na McLaren Peter quebra em várias corridas e só obtêm dois segundos lugares, apesar de Hulme vencer duas vezes, o titulo fica com Follmer.
Na Formula Um finalmente Revson tem sua chance numa equipe e com um carro de ponta. Faz um segundo lugar no Canadá e três terceiros, Kyalami, Zolder e Monza e chega em quinto no campeonato.
No Mundial de Marcas pilota algumas provas para Alfa Romeo em parceria com Rolf Stommelen.

Com a McLaren M23
Vitória e Silverstone
Vitória em Mosport

1973- Finalmente chegam as merecidas vitórias na Formula Um, vence em Mosport e Silverstone, depois daquela lambança da largada. Fica novamente em quinto no mundial, logo à frente de seu companheiro de equipe Denny Hulme.  

Com a Shadow em Brands Hacth, Corrida dos Campeões 

1974- A Shadow tem um projeto de ponta para Formula Um, o DN3, e convida Revson para equipe. Muitas peças são feitas de titânio, sempre na busca de pesos menores, algumas da suspensão. O titânio precisa ser muito bem usinado, é fácil, ou era na época encontrar rachaduras invisíveis nele. E assim correm com essas peças em Buenos Aires, Revson larga com o quarto tempo e numa rodada na primeira volta é atingido por seu companheiro de equipe Jean Pierre Jarrier, que corria com o modelo DN1. Em Interlagos ele abandona na décima volta depois de largar com o sexto tempo. Na Corrida dos Campeões em Brands Hatch fica em sexto lugar.
E, como era comum na época, vão para a África do Sul, para testar o DN3 e suas peças de titânio...  

 Um senhor piloto!

Caranguejo & Rui Amaral Jr

Marjorie Wallace, Miss Mundo 
Peter conversando com San Posey em Riverside
O Mustang Boss de Revson na bela arte de meu amigo Yassuo Igai


8 comentários:

  1. É como você diz no início: "Alguns campeões não precisam de título!"

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  2. Muito bom, parabéns Ruizão e parceiro pela bela e gostosa matéria

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    1. Um grande piloto, mais uma vítima de uma época que ceifou muitas vidas.

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  3. Rui Silva de Oliveira13 de maio de 2020 às 14:02

    Concordo com você Rui Amaral Lemos Junior, pois, nem sempre o melhor vence neste e em qualquer outro esporte!!!!

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    1. Obrigado Rui, as quebras foram muitas, isto mostra que sempre buscava o limite, e como vc mesmo diz, é o objetivo de todos atletas de ponta!

      Um abraço.

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  4. Eu conhecia pouco da carreira de Revson, gostei de saber mais.

    Emerson entrou no lugar dele, na McLaren / 1974, bom para Emerson, ruim para Revson.

    O capacete dele era dos mais bonitos.

    Sou muito impressionado com as fotos da cena do acidebte em que ele faleceu, Graham Hill, Denny Hulme e outros se engalfinham entre os escombros, para tentar ajudar. Esses caras eram mesmo de outro mundo.

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Rui Amaral Jr