A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

domingo, 26 de agosto de 2012

1973

Silverstone 1973

Jody estreia na FI em Watkins Glen 1972, com MacLaren M19, atrás de seu companheiro Hulme à frente de Emerson, já campeão do mundo. 

Lembro como se fosse hoje, tínhamos um pastifício na R. dos Pinheiros, as massas Tevere, e íamos mudar a industria para Mooca, onde ficavam os Alimentos Selecionados Amaral, e naquele domingo lá estava eu pela manhã acompanhando os trabalhos.
1973 era um ano complicado para mim, tinha corrido a fatídica Copa Brasil de 1972 na Divisão 3 e quebrado nas duas corridas. Para 1973, quando faria 21 anos, meu pai havia prometido investir em minha carreira, que até então era tocada com apenas meu empenho, apesar dele ter pago para mim o aluguel do carro da Equipe De Lamare em algumas corridas de Estreantes e Novatos em 1971.
Em 72 para conseguir montar meu D3 trabalhei com o Expedito Marazzi, brigávamos como cão e gato, mas certamente nos gostávamos como pai e filho. 
Chega 73, e para mim e uma grande mágoa e decepção, em 1º de Abril, meu pai aos 59, faleceu vitima de um AVC.
Ouvia a corrida pelo rádio, entusiasmado com um talvez o bi campeonato do Emerson que vinha muito bem tendo vencido na Argentina, Brasil e Espanha, e com uma possível retomada de minha carreira.    


1973 em Kyalami à frente de Emerson
1973 Le Castellet

Era a quarta corrida de Jody na Formula Um, o sul-africano era sem duvida um piloto rápido e neste ano dividia sua tocada entre a Formula 5.000 e Um. Já em Le Castellet na França, havia tirado de Emerson uma provável vitória, e dele disse nosso campeão "Esse louco é uma ameaça para si mesmo e todos os outros e não pode estar na Fórmula 1". Havia estreado na categoria no GP dos EUA de 1972 em Watkins Glen com uma McLaren M19A da equipe de fabrica, largando em 8º lugar e chegando em 9º. 

Em 1973 correu apenas a terceira etapa em Kyalami, onde largou em 3º e chegou em 9º, tendo quebrado o motor. Depois na França em Le Castellet, quando estreou a McLaren M23 e onde bateu com Emerson.




Não sei por que, mas nunca fui um ouvinte de rádio, gosto muito de musica, mas nunca acompanhei nada por radio, mas naquele dia ouvia atento, Emerson largava na segunda fila com Ronnie na pole tendo ao seu lado dois MacLarens o de Revson e Hulme, na segunda fila Stewart e Emerson e Jody se não me engano, largava na quarta ou quinta fila.

Na largada Emerson fica para trás e Jody já se insinua na Copse e vem brigando com todos, Ronnie vem na ponta mas numa bela ultrapassagem na Becketts Stewart toma a ponta. 
Stewart, Ronnie, Reutmann e Jody tendo deixado Cevert para trás vem em quarto e roda na saída da Woodcote indo parar na reta em frente dos boxes com seu carro atravessado no meio da pista. Primeira volta, adrenalina à mil, e na lambança que se seguiu onze carros bateram. Além do lambão, bateram Chris Amon, Mike Hailwood, Jochen Mass, José Carlos Pace, Jean Pierre Beltoise, Roger Willianson, George Follmer, Jackie Oliver e Andrea De Adamich que ficou preso ao carro e demorou muito tempo até ser retirado.
Nunca o tempo demorou tanto a passar para mim, grudado no radio esperava a retirada de Andrea, na época o fogo era um perigo real na Formula Um e temia-se que o carro dele pudesse incendiar. Depois o alivio por saber que haviam conseguido e o valente italiano vivia.
A vitória na corrida foi de Peter Revson, MacLaren M23, seguido por Peterson e Hulme na outra McLaren.
Quanto a Jody, depois de boas temporadas na Tyrrel e Woolf foi enfim contratado pela Ferrari onde foi campeão do mundo em 1979, ano que depois de tantas expectativas voltei a colocar meu traseiro em um carro de corridas.  


NT: Hoje tem muitas corridas, Formula Indy, onde o Helio ainda tem chances no campeonato, Stock, Paulista e as corridas de ontem em Interlagos, que certamente o Ferraz irá mostrar.
Acontece que tive apenas vontade de escrever, e espero que vocês me desculpem se misturei um pouco de minha vida com os acontecimentos de Silverstone.


Rui Amaral Jr



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PS: 13/09/2014 - Bravo meu amigo Ronaldo Nazar fez o comentário abaixo quando mostrei ontem este post no Face depois do amigo Cezar Fittipaldi colocar a foto acima e nós comentarmos. Um abração ao Ronaldão e ao Cezar.

Rui 

"Ronaldo Nazar - Então vou aqui. Na 1ª volta o Stewart fez uma BRILHANTE ultrapassagem sobre o Peterson e já vinha com um BOQUEIRÃO em cima da turma toda. Pena o Jody ter feito a lambança. Na verdade ele não "entendia" e quase ninguém "entendia" os pneus frios como o Jackie. O homem era realmente uma fera nesse ítem. O Sul africano abusou, pneu frio , veio fora do trilho rodou e foi aquela lambança que todo mundo viu. O De ADamich depois dessa prova nunca mais correu em F1. Só em protótipos qdo ajudou a Alfa a ser campeã mundial em 1975. Foi tb a 1ª vitória de Peter Revson na F1, coisa que antes só Dan Gurney tinha conseguido em 1967 em SPA. E depois dele que tb venceu no Canadá numa discutida corrida , com Emerson em 2 º só o Andretti, que todos nós sabemos que é italiano mas naturalizado americano,venceu na F1 ,mas foi genérico né!!!! Italianão da pesada. E foi nessa corrida que a coisa desandou de vez entre o Emerson e o Colin Chapman, pois o brasileiro já vinha notando um certo "favorecimento" ao sueco em detrimento dele. Mesmo assim ainda foi vice campeão para o Stewart. Bela temporada, belos carros , tremendos pilotos e fim de uma grande equipe no final do ano. Cevert morto e Stewart abandonando a F1." 

sábado, 25 de agosto de 2012

Fernando


Alguns dias nos surpreendemos e emocionamos, ao ver, ouvir ou sentir algo. Hoje meu amigo Fernando Fagundes me surpreendeu e emocionou. 
Entrei em seu blog para deixar um comentário no post ANOS DOURADOS, não havia percebido um novo post, pois não foi para o alto na barra lateral.
Era um vídeo, com nossos heróis, alguns que foram amigos, e no meio vejo o Porsche 550 de meu irmão e logo à seguir me vejo. 
É muita alegria e honra para um simples Alicatão! 
Obrigado pelo carinho Fernandão!




Jacarepaguá 1981


1981 os VW já não conseguiam acompanhar os Passat na Divisão 3, nesta corrida em Jacarepaguá  a bela atuação de Jr Lara, um belo vídeo compartilhado por Alessandro Neri no YouTube.
Na época os melhores motores VW Boxer, como os do Jr, tinham por volta de 152/157 HP enquanto os AP dos Passats já ultrapassavam os 200hp, como podemos ver uma luta inglória, como a levada por meu amigo Jr.
De resto, o narrador já na época destilava seu veneno e dizia as mesmas bobagens de hoje.
Acredito que foi uma das ultimas corridas do Jr com o VW, tendo depois passado para a Stock. Quando ele voltar de viajem conta mais!  



"No inicio 1981 estava escrito já o fim dos VW D3, pois os carros com suspensão macpherson (passat, gol) equipados com motores modernos e já estavam conseguindo jogar os seus 180 HP para o chão, pois antes eles patinavam muito em saida de curva, assim os VW levavam uma grande vantagem. 
Nas primeiras corridas ainda deu disputa, meu carro tinha uma enorme torcida o retorno para a Smirnoff era grande mesmo sem ganhar corrida. Usando 3 jogos de pneus e 4 motores por corrida estava sem animo pois o índice de quebra de meu carro era grande. 
Nesta corrida 5 etapa já estava difícil com os ponteiros principalmente no Rio autódromo que que ganhei minhas melhores corridas, mas o calor nesta etapa era grande ainda tive problema no inicio com meu freio dianteiro esquerdo que estava travando depois parou, certamente andaria a frente do Toninho até o meio do retão. Me lembro que tinha relógio de temperatura de cilindro, era um anel que ficava entre o cabeçote e a vela, este se não estou enganado chegou no enrosco com o Junqueira a mais de 600 graus no miolo vindo a ter um refresco nas retas perto dos 450 graus sendo que a melhor potencia que meus motores tiveram foi 154 HP a 380 graus. Mas que foi divertido encher o saco dos Passats por um período.....rsrsrs "

Jr Lara


SOS Autódromo do Rio de Janeiro

Blog do Buriti



sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O AUTODROMO DE CASCAVEL E A SAUDOSA PROVA CASCAVEL DE OURO


Quando falo de Cascavel, sinto até um friozinho na barriga, mas de satisfação e não de medo, pois foi nesse autódromo que sem duvida nenhuma passei grande parte das minhas melhores emoções nos meus tempos de automobilismo.
É gratificante e super prazeroso saber e ver que esse tradicional autódromo foi ressuscitado e revitalizado com muito empreendorismo e boa vontade daqueles que realmente gostam e sabem discorrer sobre automobilismo, enfim um ato de muita coragem e heroísmo de todos os envolvidos nessa empreitada, que sem duvida nenhuma deve servir de exemplo a todos os demais Estados, e administradores dos autódromos deste Pais, e que jamais façam o que está sendo feito no autódromo do Rio de Janeiro, que agoniza e já está condenado por essa corja de cartolas inúteis e ávidos de lucros, sem escrúpulos, sem memória e até sem sentimentos, enfim sem moral e sem vergonha. Ficaria aqui horas e horas descrevendo adjetivos para essa cambada e eles poderiam até pensar que eu os estava elogiando.




Mas quero falar também que alem do renascimento e revitalização do Autódromo de Cascavel, seria bom também que retornassem com a tradicional prova Cascavel de Ouro, que sem duvida nenhuma era uma das mais tradicionais e empolgantes provas do Calendário Automobilístico Brasileiro e não apenas Paranaense, pois nessa prova se encontravam pilotos de varias regiões e estados, e até de fora deste Pais.
Enfim essa era uma prova aonde corriam com todos os tipos de veículos , de varias categorias e de vários estilos, desde o mais antigo até o mais moderno. Em uma mesma prova podia-se ver desde o piloto profissional, até o amador, desde que devidamente documentado, é claro, e quero dizer que tanto o amador (que não participava regularmente de campeonatos), quanto o profissional tinham a mesma atenção e o mesmo valor por parte dos organizadores e diretores de prova. Enfim era uma verdadeira festa de confraternização, era um espetáculo digno do nome "Cascavel de Ouro".
Portanto quando se fala de uma prova desse porte parece que a saudade é muito maior, pois nessa época que eu participava, contava-mos os dias para estar lá presente nesse espetáculo, e ainda mais gratificante era saber que fazíamos parte desse espetáculo.
A preparação para essa prova começava muitos meses antes, com treinos esporádicos e com revisões constantes nos carros para que nada de errado acontecesse, enfim era trabalho duro muito tempo antes da prova, pois sempre queria fazer o melhor possível, já que a prova era de muita importância e muito destaque não só na mídia como também na Cidade, que nos recebia calorosamente e com muita hospitalidade.






Em uma edição que no momento não sei exatamente precisar o ano se foi 1993 ou 1994, fui participar com o meu protótipo, e tenho algo a lhes contar bastante interessante e também bastante trágico para mim, pois passei por um acidente incrível e inesquecível, enfim um fantástico acidente que para mim ficou marcado como trágico e humorístico ao mesmo tempo.
Para quem não conhece ou nunca andou no traçado de Cascavel (que felizmente foi preservado, ao contrario de Interlagos que infelizmente foi destroçado), a pista é sensacional com retas curtas mas fantásticas (apesar de poucas) e curvas maravilhosamente desenhadas e bastante desafiadoras, destacando-se a curva do Bacião, sendo a mais desafiadora curva de todos os demais autódromos do Pais, basta dizer que é preciso ter muita coragem e fé para fazê-la bem feita, ou melhor quase que com o pé embaixo, pois ela apresenta três tangencias numa mesma curva, o que é simplesmente fantástico pois exige uma concentração fora do comum para fazê-la bem feita.



E foi nessa desafiante curva que me aconteceu um também fantástico acidente, pois durante a prova, que por sinal eu estava bem colocado, ao entrar nela me furou um pneu dianteiro esquerdo do meu protótipo. Não sei exatamente a que giros estava, mas creio que por volta de uns 6.200 a 6.300 rpm, num ponto de bastante velocidade, pois foi bem na entrada da curva e final da reta (que hoje é a nova reta dos boxes),com o estouro do pneu meu carro ficou parecendo um pião e girava em seu próprio eixo de uma forma quase que interminável, não sei exatamente quantas voltas eu dei, mas o carro não parava de rodar e num determinado ponto, devido a saída da pista, o carro foi se despedaçando, ou melhor foi perdendo partes, e uma delas foi justamente o assoalho que era de alumínio, que foi o primeiro a se soltar, e foi assim que no continuar das rodadas eu senti meu traseiro esquentando, foi por causa das raspadas no chão que chegaram a atingir o fundo do meu banco, então fiquei super preocupado, achando que o carro estava pegando fogo, o que felizmente não aconteceu, mas uma coisa eu tinha certeza, que estava queimando o meu traseiro, isso estava. Então a única saída era rezar para que o carro parasse e eu pudesse sair, o que foi uma espetacular saída rápida, pois quem tem C....tem medo, e eu não queria sair com o meu queimando. Felizmente tudo ocorreu de uma forma que só tive prejuízo material, e já saia pensando na próxima edição dessa sensacional prova, que mesmo com o traseiro queimado eu com certeza estaria lá novamente. Até o ano que vem.....
Pedro ajuda seu filho Rodrigo












Pedro Garrafa

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Pedrão, meu amigo, muito obrigado, todo de bom e um forte abraço!

Rui