quarta-feira, 4 de novembro de 2020
Camilo e o Porsche 550 RS
domingo, 1 de novembro de 2020
Amadeu Rodrigues - 6 de Agosto de 1955 - 31 de Outubro de 2020
Excelente filho, marido e pai, é com muita tristeza que transmito à vocês que ontem por volta da 23h meu amigo perdeu a vida. Voltava de Goiânia da prova de Endurance, com sua mulher e equipe, quando sua van bateu numa carreta estacionada a beira da pista. Nada de muito grave aconteceu aos outros ocupantes.
Amadeu vivia para família e para o automobilismo. Guerreiro, batalhador, conseguiu montar uma grande equipe.
A sua mãe, mulher e filhas minhas mais sinceras condolências.
Deus o tenha.
Rui Amaral Jr
Interlagos- 4º ao lado de Zé Romano.
quinta-feira, 29 de outubro de 2020
1.000 KM de Caracas - 1957
1957, a corrida
venezuelana se transforma, mudam o circuito para um com cerca de dez quilômetros,
sinuoso, com alguns trechos apertados, perigoso, e a distancia é de mil quilômetros.
A nova denominação para
o GP da Venezuela é “1,000 KM de Caracas”, prova válida para o “F.I.A. World
Sports Car Championship”, sendo sua sétima etapa.
Válida para o mundial
quarenta e um carros se inscreveram e largaram trinta e oito.
A 335 Sport de Collins/Phil Hill, 1º lugar .
A Ferrari com nove
carros, quatro da equipe, duas 335 Sport para as duplas Hawthorn/Musso e Phil
Hill/Collins. Duas 250 TR-58 para Von Trips/Seidel e Trintgnat/Gendebien.
450S de Moss/Brooks.450S de Behra/Brooks.A bela 200S de 2.000cc de Sergio Gonzalez/Alberto Gutierrez, inscrito por equipe venezuelana.
A Maserati também com nove carros, quatro da equipe, duas 450S para Behra/Moss/Schell com Brooks de reserva e a outra Moss/Brooks com Behra e Schell na reserva. Duas 300S Bonnier/Scarlatti/Brooks e Gutierrez/Godia-Sales/Scarlatti/Brooks.
Masten Gregory/Duncan com
outra 450S, da equipe Bueli.
Porsche seis carros.
Corvette quatro
AC seis.
Osca três.
Um Aston Martin DB3S e uma Lotus Seven.
Três mulheres
inscritas, Isabelle Haskell com Alessandro de Tomaso numa Osca MT4. Ruth Levy e
Denise McCluggage de Porsche 550 RS que chegaram em décimo terceiro lugar,
quarto na categoria até 1.500cc.
A grande ausência foi
Juan Manuel Fangio, recém coroado com seu quinto Campeonato Mundial de Formula
Um.
GRID
Nos treinos Moss detona os cronômetros, as Maserati 450 S são mais rápidas que as Ferrari 335 Sport. Na classificação Moss crava a pole com 3`41``100/1.000 segundos, média de 161 km/h, meio mais rápido que seu companheiro Tony Brooks e quatro e meio mais rápido que a Ferrari de Hawthorn/Musso os terceiros.
O circuito é rápido e
perigoso...
A CORRIDA
Masten Gregory.Masten Gregory toma aponta com a 450S, para logo ao final da reta dar a primeira do que seria uma série de pancas! Saiu rápido do carro que já ameaçava pegar fogo.
Hawthorn toma a ponta.Depois Behra, provavelmente dando volta no 550 RS de Edgar Barth/von Hanstein, 5º colocado e vencedor na categoria até 1.500cc.
Hawthorn e Collins com as 335 Sport tomam a ponta com Behra na 450S vindo logo atrás. Moss que caiu para último na largada já vem em décimo. Na volta trinta e um Moss crava 3”39””449/1.000 a melhor volta da corrida, quase dois segundos abaixo da pole, vem no segundo lugar, atrás de Collins, para logo a seguir encontrar o AC-Ace de Dressel, e numa bobeada do inglês e talvez dele mesmo, batem numa freada!
Algumas volts depois Behra trás sua 450S para reabastecer, e numa cena de arrepiar, quando Behra dá a partida uma chama começa a arder na traseira do carro, ele pula e cai se machucando, o mecânico chefe da Maserati se queima gravemente. O chefe da Maserati manda Moss tomar o lugar de Behra, o inglês ainda meio atordoado por causa da panca, sai com o carro para na volta seguinte parar...seu traseiro queimava com alguma brasa do fogo. Schell assumiu a 450S para em algumas voltas tomar a ponta.
A Maserati de Binnier no poste e a de Shell no muro...e pega fogo!
Vinte três voltas
depois Schell vem ponteando soberbamente sobre as Ferrari, e ao colocar volta
sobre seu companheiro de equipe Jo Bonnier, com uma 200S de 2.000cc. Estoura um
pneu de Bonnier e os dois batem, segundo o relato da Wikipédia, ambos conseguem
pular de seus carros antes das batidas, em artigo que li talvez décadas atrás e
que não encontrei, o autor afirma que foram lançados. A 200S de Jo se parte ao meio
na batida com um poste, tendo ele se ferido. A 450S de Harry bate num muro e
felizmente ele saiu ileso.
Fim da corrida para a
equipe da Maserati, as 335 Sport, que não eram páreo para as 450S, nadaram de
braçada...
RESULTADO
A Maserati que havia
chegado a Caracas com uma mão no titulo mundial, agora via sua arqui rival colocando
quatro carros nos quatro primeiros lugares. A Ferrari vencia o mundial, apenas
cinco pontos à frente.
A equipe Ferrari cruza a linha de chegada com os quatro carros alinhados, como fez cerca de dezoito anos depois em Daytona! Pena que não encontrei a foto.
Depois dessa corrida a Maserati, leia-se família Orsi, resolveu acabar com a equipe de fábrica, havia vencido o mundial de Formula um com Fangio, e este seria seu segundo campeonato sobre a equipe de Enzo.
Continuou fabricando
carros de corrida, apenas que agora apenas os vendia a equipes particulares. Um
grande exemplo foi a Mod 61-Birdcage, uma sucessora à altura das grandes 250F e
450S.
Rui Amaral Jr
Fontes de pesquisa e fotos:
WIKIPEDIA https://en.wikipedia.org/wiki/1957_Venezuelan_Grand_Prix
Racing Sports Cars https://www.racingsportscars.com/race/Caracas-1957-11-03.html
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
CARRERA BOLIVARIANA - GP da Venezuela 1956
Moss
Pensamento semelhante
tinham os pilotos. Longe dos contratos milionários dos dias atuais e da
exclusividade de uma só categoria, quanto mais competiam, mais ganhavam. Não
era portanto tão surpreendente que a prova de Caracas contasse com Fangio, já
tetra campeão da ou mesmo Moss, duas vezes laureado com o vice-campeonato; os
norte-americanos Masten Gregori e Harry Schell; o sueco Jo Bonnier e o espanhol
Alfonso De Portago, nomes tradicionais do automobilismo mundial e mesmo
exóticos como o dominicano Porfirio Rubirosa. O circuito urbano de Los Próceres
ficava em uma praça de desfiles militares,
na verdade, duas retas paralelas, um traçado difícil que exigia muito
dos poucos eficientes freios da época e das caixas de cambio. A prova marcaria
a derradeira apresentação de Fangio com uma Ferrari, pois o Chueco estava de
partida (ou retorno) à Maserati, embora muitos o criticassem achando que para
um quinto titulo mundial, deveria continuar em Maranello...Nos treinos, muita
disputa entre os rivais Fangio e Moss, com vantagem para Stirling na Maserati
300S. Boa participação de Nano da Silva Ramos e seu Gordini T153S 3.0. Único
representante brazuca na competição, alcançou o 9º tempo. No dia da prova, sem
os discursos bolivarianos de Hugo Chaves (o futuro tenente-coronel estava com
dois anos e três meses e era um garoto pobre de Sabaneta), Fangio larga bem mas
na segunda volta é alcançado por Moss e De Portago. A disputa entre os três só
dura até a décima volta, quando mais uma vez torna-se uma entre Chueco e o
inglês Calvo. A Ferrari 860 Monza de Fangio rende bem, todavia, aos poucos Moss
vai conseguindo desgarrar na ponta.
Faltando vinte voltas
para o final, começa a chover e Fangio abranda seu ritmo devido a instabilidade
da 860 Monza e só volta a andar forte faltando cinco voltas para a bandeirada.
Marca a volta mais rápida da prova (1.43.2), contudo insuficientes para
alcançar Moss. O esquentado Jean Behra termina em terceiro, com outra Maserati,
uma 200S e Jo Bonnier, com a única Alfa-Romeo 6C 3000 termina na quinta
posição, atrás da Ferrari Mondial de Gregory. Silva Ramos abandonou, assim como
o casal Isabelle Haskell e Alejandro De Tomaso e o velocista Fon De Portago,
quando faltavam seis voltas e ele era o terceiro colocado.
No ano seguinte, o
Chueco partiria firme para a conquista de sua quinta estrela, relegando
Stirling Moss a ser seu eterno vice. O Careca só teria uma chance real, sem o
Quíntuple por perto de 1958. Mas isso é conversa para outra ocasião.
A maravilhosa Ferrari
860S Monza de Fangio
GORDINIS AMESTRADOS-
REZENDE DOS SANTOS, NANO E FABRIZIO SERENA.
Resultado
Carlos Henrique Mércio-Caranguejo
NT: Quando pensei em
escrever sobre as três corridas da Venezuela na década de cinqüenta do século
passado logo liguei para o Caranguejo. Numa confusão de números não consegui...São
mais de dois mil e quinhentos posts no Histórias, e por melhor que seja minha
memória não lembrava deste.
Logo após o post sobre
a corrida de 1955 eis que o Caranguejo se manifesta, contando sobre o post “CARRERA
BOLIVARIANA” que mostra a corrida de 1956.
Uma hora e meia de papo
ao telefone, e mostro novamente a vocês este post publicado em 2012.
As fotos e pesquisas
sobre a corrida de 1957, feita em mil quilômetros e denominada “Mil Quilômetros
de Caracas” estão quase prontas, e o Caranguejo vai escrever comigo.
Rui Amaral jr