A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 4 de agosto de 2020

F1 - eis por que Senna não foi para a Ferrari. Prost bypassou a hierarquia e se fez recontratar pelo Agnelli.

Ayrton e Luca

 "O então presidente Pietro Fusaro revela os verdadeiros motivos. Estava tudo pronto! Senna deveria ir para a Ferrari em 1991 depois de ter vencido seu segundo campeonato. Teria sido a apoteose, mas alguma coisa deu errado. Na primavera de 1990, Cesare Fiorio já tinha feito os contatos iniciais com o brasileiro. Fiorio apresentou o acordo para a cúpula da Ferrari e para o grupo FIAT, em detalhes, mas a assinatura nunca veio. E por que não veio, explica Fusaro: "O contrato estava nas minhas mãos, mas o Alain Prost não respeitando a hierarquia, pediu um encontro com o Agnelli. Na saída desse encontro, Prost declarou oficialmente que estava recontratado para a temporada de 1991. Fusaro diz que foi pego no contrapé por essa declaração e, por respeito a hierarquia da empresa, consultou Cesare Romiti quanto a assinatura no contrato do Senna, mesmo porque a renovação do Prost excluía automaticamente a contratação do campeão brasileiro. Disse ele que tentou convencer a FIAT que a contratação do Senna teria enorme vantagem também para a filial brasileira. A repetida insistência se alongou por muito tempo para concluir-se ao final com um NÃO! e com o aviso de que a confirmação de Prost não deveria nem ser colocada em discussão, haja vista que, certa ou errada, tinha sido uma escolha do Agnelli. Ao final, a escolha de não contratar Senna foi ratificada pelo comitê executivo que na época era composta por Pietro Fusaro, Piero Ferrari, Cesare Romiti e Luca di Montezemolo. Por ironia do destino, no ano seguinte, o francês foi afastado ainda na metade do seu contrato depois de ter declarado que a Ferrari era "um caminhão" após ter chegado em 4º lugar a 1´20"de distância do vencedor Berger com Mclaren. O casamento Senna-Ferrari permanece como uma das maiores frustrações da F1. Já no tempo do Enzo Ferrari, o nome do Ayrton circulava em Maranello. Em 1984, depois do incrível segundo lugar em Montecarlo com a Toleman, o Drake ficou impressionado, mas preferiu confirmar Arnoux. Também em 1986 existiram outros contatos, mas o contrato nunca se concretizou. Finalmente, um outro episódio contado pelo Montezemolo. O ex-presidente fez mais uma tentativa antes do trágico acidente de Imola em 1994. "O Ayrton disse que o seu sonho era vir para a Ferrari, portanto tentaria liberar-se da Williams e que falaríamos depois de Imola."




Tradução Milton Bonani

Miltão-" Rui, vc viu esta reportagem?"
Eu - "Não Miltão"
Miltão-"Vou traduzir e enviar..."

Pois bem aí está, na bela tradução de meu amigo a história, no Corrieri,  da ida de Ayrton para Ferrari.
Os desdobramentos...

Obrigado Miltão, pelo carinho e amizade de sempre.

Rui Amaral Jr

OS DESDOBRAMENTOS

1990 Suzuka - Prost Ferrari 641 e Ayrton McLaren MP4/5B
1991- Prost e a Ferrari 643 a "carroça"!







  



segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Batalha de Cavalheiros


O ano é o longínquo 1969, a F1 ainda em seus tempos românticos onde os pilotos eram amigos e se reuniam regularmente com suas famílias nas casas uns dos outros.

   Chegando a Silverstone, templo do automobilismo e palco do GP da Inglaterra daquele ano ( o GP inglês alternava as pistas de Silverstone e Brands Hatch ano a ano), a temporada apresentava a seguinte situação: Stewart e Rindt eram visivelmente os mais velozes incontestavelmente, mas enquanto o escocês liderava com folga tendo vencido todos os GPs com exceção a Mônaco, o austríaco não possuía nenhum ponto, vítima de quebras e de um impressionante acidente nas ruas do parque Montjuïc na Espanha, do qual escapou por milagre com o nariz quebrado e diversas escoriações!
   Durante os treinos os dois já mostravam a que vinham, com o austríaco sendo o único a baixar da casa de 1'21", demonstrando ser o piloto mais rápido do momento, com seu estilo agressivo e suas belas derrapagens controladas! O escocês não era tão veloz, mas era veloz sempre e com a vantagem de exigir pouco do equipamento, imprescindível naqueles tempos. Isso fazia dos outros pilotos meros coadjuvantes ante as bonitas disputas entre os dois.

Grid- #2  Rindt, #3 Stewart, #5 Hulme, #11 Amon...
Rindt pula na frente...

   No dia da corrida, o roteiro já estava mais ou menos escrito e o que as mais de cem mil pessoas presentes puderam presenciar, foi mais uma batalha épica entre esses dois monstros, que de forma distinta escreveram seus nomes nos anais da F1! Rindt aproveitou a pole position e pulou na frente, impondo um ritmo impressionante o qual apenas Stewart conseguiu acompanhar. Com quinze voltas Stewart comandava depois de ter ultrapassado Rindt na sétima, na curva Becketts quando este deu um refresco, voltando a carga logo depois. Nesse momento Hulme que era o terceiro, já vinha quase vinte e cinco segundos atrás da dupla! Na volta seguinte o austríaco supera o escocês na mesma curva da primeira ultrapassagem e o que era bonito de se ver, era que um sinalizava ao outro, mostrando o melhor local para realizar a manobra em uma fantástica sintonia!


Rindt e Stewart
( ao receber esta foto do Marco notei, um pouco impressionado, a maneira como a Lotus de Rindt está saindo de frente quase na tangencia da curva- Rui )   

   A batalha continuou franca por um tempo, mas depois de mais algumas voltas Stewart não conseguia mais acompanhar Rindt tão de perto e com seu problema de embreagem se agravando o escocês preferiu preservar o equipamento e acompanhar o austríaco mais a distância.
   Com cinquenta e seis voltas, a dupla parecendo estar em uma corrida a parte, coloca uma volta no terceiro colocado, a essa altura o belga Jacky Ickx, pilotando um Brabham. Só que duas voltas antes, a sorte que não sorriu para Rindt desde o início do ano, resolveu abandoná-lo novamente. A aleta do lado esquerdo do seu aerofólio começou a se soltar, dobrando com a pressão e começando a raspar no pneu. Stewart fez a ultrapassagem na sexagéxima segunda volta e Rindt vendo que seu esforço foi por água abaixo, pára na volta seguinte para arrancar a aleta e volta a toda velocidade, mas a essa altura trinta e cinco segundos atrás. Stewart começa a ter problemas com o motor falhando nas curvas para a esquerda e Rindt diminui consideravelmente a diferença, para vinte e quatro segundos. Só que a essa altura ele começa a ter problemas com falta de combustível, comum a todos os Lotus que participaram da corrida e teve que recorrer novamente aos boxes, para adicionar alguns litros e voltar já sem qualquer chance de subir ao pódio. Na época não existia tempo limite e as corridas eram muitas vezes longas e extremamente cansativas e era incrível como esses super-homens com pouca preparação física e na maioria dos casos levando uma vida desregrada, conseguiam completar com bravura!


Stewart toma a ponta...
...e parte para vitória.

   Ao fim das oitenta e quatro voltas Stewart recebe a bandeirada, chegando a quarenta e cinco pontos e aumentando sua esmagadora vantagem no campeonato! A Rindt ainda restou ter roubado o quarto lugar do seu melhor amigo Piers Courage na última volta e marcar seus primeiros pontos na tabela. Pouco para aquele que se mostrava cada vez melhor e provava estar pronto para vencer e disputar o título mundial! Duas carreiras distintas, dois monstros que eram vizinhos em frente ao lago Geneva, mas infelizmente à Rindt a sorte o abandonava quando ele mais precisava e isso se deu até o seu triste fim! Stewart dispensa comentários, além de guiar muito, tinha sorte e sabia planejar tanto uma corrida quanto a carreira com total maestria, digno dos grandes campeões!

Marco Zanicotti




sábado, 1 de agosto de 2020

Museu Ferrari

A 250 Drogo ao lado de outra maravilha a 250 LM.


Pois bem, vamos lá! 
1961 a Ferrari lança a 250 GT, um carro maravilhoso, no ano seguinte para homologar esse carro para categoria GT da FIA Don Enzo faz uma edição de 25 carros com características especiais para disputar o Campeonato do Mundo da categoria, era a mítica Ferrari 250 GTO, - “O” de Omologatta. Dizem algumas más línguas que com um certo aperto financeiro apenas algumas dessas belas máquinas foram realmente feitas à época.


 Le Mans 1962 a Drogo da Scuderia Serenissima de Carlo Maria Abate e Maurice Trintgnant. 


O conde Volpi que tinha uma 250 GT muito rápida, encomenda uma GTO para disputar o campeonato, iria entregar o carro à equipe comandada por Carlo Chitti, ex Ferrari, e Piero Bizzarrini. 
Enzo demora à entregar, provavelmente temendo a concorrência da equipe de seu ex companheiro. 
Cancelada a encomenda Chitti e Bizzarrini entregaram uma 250 GT para que a Piero Drogo Carrozzeria Sports Cars de Modena a transformasse em um carro de ainda mais competitivo. Piero Drogo aproveitou algumas teorias aerodinâmicas do engenheiro Dr Kamm para o carro, que embora o tenham enfeiado um pouco, trouxeram resultados. Fora a nova carroceria, trouxe o motor V12 de 3.000cc um pouco mais para trás, reduziu o peso do carro em aproximadamente 100kg, e algumas outras melhorias em freios e motor.
Bem mais velozes e rápidas que os carros de fabrica don Enzo logo conseguiu que ela não fossem incluídas na homologação e por este motivo correram na categoria Protótipos, não fazendo concorrência ao carros de fabrica ou de clientes, e tendo que enfrentar carros mais potentes.
Em Le Mans as Ferrari Drogo eram aproximadamente 7 km/h mais velozes em Mulsanne que as GTO, inclusive as de fábrica! 
Ao receber hoje a NL da Ferrari vejo que uma delas está no museu da fabrica, provavelmente uma comprada na época por Gianni Agnelli, e vejo como o tempo pode apagar magoas e desavenças!

Rui Amaral Jr


quinta-feira, 30 de julho de 2020

Separados pela sorte...

São Paulo 1976 - Com o FD 04 Emerson na curva do S, quase na tangencia do Pinheirinho.
( primeira prova do campeonato )

 1975 - Wilson Fittipaldi começa a saga da equipe Fittipaldi na Formula Um, ele e Arturo Merzario não marcam nenhum ponto no mundial, era o aprendizado, contavam com um bom projetista, uma bela verba de patrocínio, masss...  
Vamos considerar a chegada do bi-campeão à equipe em 1976, na primeira corrida do campeonato, em Interlagos, Emerson faz um excelente quinto lugar no grid, 830/1000 atrás do pole, a McLaren de James Hunt, apenas 170/1000 da Ferrari de Clay Regazzoni o quarto. Com problemas no motor Emerson amarga um decimo terceiro lugar...
Neste ano Emerson e a equipe Fittipaldi fizeram três pontos no mundial, com os sextos lugares em Long Beach, Monte Carlo e Inglaterra. 

 Buenos Aires 1977 - Com o Wolf  WR1
( primeira corrida do campeonato )

 1976 - Depois de se separar de Frank Willians o canadense Walter Wolf ( não vem ao caso falar sobre ), trás o projetista Harvey  Postlethwaite para projetar seu carro. Chama Jody Schekter para pilotar o único carro da equipe.
A estréia é no primeiro GP do mundial de 1977 na Argentina, Jody vence a corrida, tendo Pace com a Brabham BT45 em segundo, Reutmann com a Ferrari 312T em terceiro e Emerson com o FD 04 em quarto. 
Neste ano a Wolf e Jody venceram mais duas vezes, Monaco e Mosport, terminando o campeonato na segunda colocação, atrás da Ferrari de Niki Lauda.

Em Monte Carlo já com o Wolf WR3, uma evolução do WR1 à frente de John Watson, que substituía Pace na Brabham.


 Ora...ouço e li ( hoje não leio quase sobre automobilismo, apenas de quem sei que sabe muito ), muitas bobagens sobre a bela saga da equipe Fittipaldi na Formula Um, mi mi mi, blá blá blá, a equipe foi boicotada pelos fornecedores de motores, só para ter uma ideia eles tinham dezessete Ford Coshorth DFV, pelos fornecedores de pneus, que faltou grana e mais blá blá blá, Quando  alguém me pergunta sobre algo que leu na internet então!!!!!
Ao contrário da Wolf que em 1977 priorizou sua força em um único carro, a Fittipaldi em 1976 trouxe outro brasileiro para a equipe, dividindo forças, mesmo Emerson sendo o primeiro piloto com toda prioridade da equipe.

A Wolf durou mais dois anos, quando foi comprada pela Fittipaldi, que durou até mais três anos até 1982. Foi uma pena, pois a equipe tinha tudo para dar certo, a grande tocada de Emerson, a vontade de Wilsinho, a competência de Divila... 

Faltou sorte.  
Sim, a sorte que aliada à competência e ao profundo conhecimento faz os campeões.
O resto é mi mi mi.

Rui Amaral Jr