A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Tazio



Grand Prix de Tigullio, em 13 de abril de 1924. Na liderança vai, Tazio Nuvolari. Corrida extremamente difícil, com Nivola muitas vezes saindo da pista em seu Bianchi 18. Perto do final, um pneu estoura e o faz parar dentro de uma vala. Com muitas avarias e seu mecânico inconsciente, Tazio pede a ajuda dos espectadores para voltar à prova. Após remontar o carro da melhor maneira possível (sem esquecer do mecânico desacordado), o Mantuano retorna à pista, pois tinha uma grande diferença sobre os adversários. E realmente, consegue chegar à frente de De Sterlich (Bugatti) e Ballestreno (OM), terminando com 18 segundos de vantagem. Os que assistem na chegada porém, mal acreditam no que estão vendo. Nuvolari termina com um carro que não tem mais carroceria ou suspensões; não há mais assento ou mesmo volante, substituído por uma chave inglesa e trazendo ao seu lado, o mecânico desmaiado, coberto de lama e óleo.

Caranguejo



 Com  a Ferrari 125C





quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Estoril 1985


Sem duvida alguma a Lotus 97T era um carro rápido, projetado e desenvolvido por Gérard Ducarouge era empurrado pelo poderoso motor Renault Gordini EF15B de 1492cc. Apesar do Acordo de Concórdia, que havia limitado a quantidade de combustível dos motores turbos, ainda gerava algo em torno dos 1.000hp. Para a temporada além de Elio de Angelis a Lotus trouxe Ayrton Senna.


No GP de Portugal anterior no mesmo Estoril, quatro meses antes, Ayrton havia conquistado o 3º lugar com a Toleman TG184, e agora com a Lotus largava na pole com um tempo 400/1000 melhor que o 2º, Alain Prost e a MacLaren MP4-2B, sendo a primeira pole de sua carreira.
Era a segunda corrida do campeonato, sendo que a primeira em Jacarepaguá, havia sido vencida por Prost com Michele Alboreto e a Ferrari 156/85 em 2º e Elio de Angelis em 3º. Ayrton parou com problemas elétricos.
 Pouco antes da largada começa a chover em Estoril, e logo a chuva se torna mais intensa, e na largada Ayrton se aproveita da pole e toma aponta seguido de Elio, que estava com o  4º tempo no grid e fez uma ótima largada. 
Nas duas primeiras voltas Ayrton colocou 3s sobre os demais, na 10ª volta já era 12s. Patrese, Berger, Prost, Rosberg, Lauda, Piquet, quebraram ou bateram, e em sua 17ª corrida na Formula Um ele ia colocando, volta após volta, cerca de um segundo em seus adversários.
A corrida terminou após as duas horas regulamentares, após 67 das 69 voltas prevista, e Ayrton abriu 62s do segundo colocado Michele Alboreto chegando em 3º Patrick Tambay - Renault RE60 seguido de Elio de Angelis, Nigel Mansell Williams FW10 e  Stefan Bellof - Tyrrell 012. 
Foi a primeira pole das 65, e a primeira das 41 vitórias de Ayrton!  

 Ayrton em Jacarepaguá, foto de meu amigo Paulo.  

Largada


Ultimas voltas 


Corrida completa

  

Il Mantovano Volante

Tazio


Para meu amigo Caranguejo

terça-feira, 28 de agosto de 2012

BRITISH GP BRANDS HACTH 1966. - por Henrique Mércio

UM DIA EM JULHO...




Black Jack

Brands Hatch, perto de Kent, 1966. Na bela pista cujo desenho acompanha a topografia do local reunem-se vinte pilotos prontos para encarar o desafio de 80 voltas. Ocupando a pole position está o líder do campeonato, o australiano Jack Brabham. Antigamente a expressão austera, os cabelos pretos e a tendência ao isolamento e silêncio levaram os colegas a apelidá-lo “Black Jack”, mas os tempos eram outros. Agora próximo de completar 40 anos, Brabham luta contra seus próprios fantasmas: quer vencer um campeonato pilotando um carro que leva seu nome e provar aos críticos que consegue ser tão veloz quanto seus companheiros de equipe. A Fórmula 1 já demonstrava nessa época uma característica de nossos dias: o imediatismo. Não importa o seu histórico de vitórias e conquistas; você será avaliado pela corrida de ontem. E se as coisas não andam boas, terá uma nota baixa. Mas contudo, o velho bicampeão parece estar tão bem como nunca. A temporada de 1966 é uma temporada de transição. As regras foram mudadas e todos tiveram de passar para motores de até 3 litros, fazendo surgir as combinações mais estapafurdias como Lotus-BRM, Cooper Maserati, Brabham-BRM e até Cooper Ferrari. Só que a Equipe do Cavalinho Rampante, principal avalizadora de tais mudanças, como soe acontecer, não estava obtendo os resultados esperados. Tudo o que conseguiu foi que seu temperamental campeão, John Surtees fosse embora da equipe. Outros favoritos potenciais também tem seus problemas: Graham Hill chegou ao limite com a BRM. Dentro de um ano estará ao lado de Clark na Lotus. O escocês por seu lado, está às voltas com a defasada Lotus Climax 33. A opção é a Lotus BRM 43, o típico carro complicado. Gurney está envolvido com o desenvolvimento do belo (e igualmente complicado) Eagle Climax. Stewart ainda está cercado de pilotos de maior envergadura e capacidade do que ele. Terá melhor sorte no futuro, quando lutará contra jovens lobos, ao lado dos quais será o mais experiente e por fim, Jochen Rindt, sempre veloz mas penalizado pelo seu próprio destempero. Resta Brabham, com seu motor Repco, derivado de um bloco de alumínio Buick-Oldsmobile V8. Embora visto com desdém pela concorrência, o Brabham Repco BT19 mostrou seu valor no GP da França, dando a Jack sua primeira vitória desde 1960. Evitando comparações desfavoráveis, o companheiro de equipe de Brabham é o neozelandês Denny Hulme. Discreto como o patrão, Hulme vai ajudá-lo na conquista do tri. Depois, pensará em si próprio. Há um vácuo de poder do qual o australiano quer tirar partido.

Jack Brabham seguido de Dan Gurney, Denis Hulme, Jim Clark e John Surtees

 Largada: “Old Jack” dispara na ponta querendo provar que Reims não foi um acaso e que ele tem nas mãos um “cavalo vencedor”. Gurney vem logo a seguir, mas não passará da 9ª volta. Denny Hulme o acompanha obedientemente enquanto os demais se engalfinham. Como demonstração inequívoca de superioridade, os Brabhams são os únicos que completam as 80 voltas e Black Jack mete 9.6 em cima de Hulme, na maior sem-cerimônia, além de cravar a volta mais rápida com 1`37 “duro”. Na briga pelas migalhas, Hill e o BRM P-261 levam vantagem ante Clark e a Lotus Climax. Depois vem Rindt e Bruce McLaren e o McLaren-Serenissima. Após a bandeirada, não há mais dúvidas. Black Jack está de volta, embora os cabelos já não sejam tão pretos. Venceria mais dois GPs e terminaria o ano tricampeão. O motor Repco enfrentaria o mitológico Ford Cosworth nas pistas no ano seguinte e sairia vencedor devido a sua regularidade. Seria sua última façanha, mas o nome de Brabham já estava consagrado como piloto-construtor. 

Caranguejo



Bruce MacLaren, MacLaren/Serenissima e Denis Hulme, Brabhan/Repco

 Jack Brabhan e Jochen Rindt Cooper/Maserati

Grahan Hill, BRM

 Graham Hill seguido de Jackie Stewart BRM, JimClark Lotus/Climax e Peter Arrndel de Lotus/BRM

John Surtees e Jochen Rindt ambos de Cooper/Maserati

 Dan Gurney de Eagle/Climax e John Surtees Cooper/Maserati

Hill, Hulme e Clark


Rumo ao Tri Campeonato Jack Brabham recebe a bandeirada da vitória


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NT: Bem, hoje ia começar a escrever, quando vou dar uma espiada nas estatísticas, vejo algumas visitas neste post escrito pelo Caranguejo no longínquo 18 de Março de 2010. Lembrei do dia em que postei, e a sorte que tive ao achar entre meus arquivos da Autosport, algumas paginas sobre a corrida. Sorte, elas apenas serviram para ilustrar o belo texto de meu amigo!   


Rui Amaral Jr