A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CORRENDO



Outro dia escrevi um texto sobre a situação de nosso automobilismo, não me referia às categorias que hoje são tão bem geridas por seus organizadores como a Porsche Cup, Formula Truck, GT3, Stock Car junto com a Copa Montana e parece que agora o Brasileiro de Turismo. Todas super bem organizadas e geridas pelos responsáveis, trazendo aos participantes grande retorno de mídia e possibilitando a eles a busca do combustível financeiro para suas atividades.
Lembro bem quando comecei, a situação era bem diferente, a Federação e os Clubes cobravam sim as inscrições, mas divulgavam os eventos, trazendo algum publico ao autódromo e o retorno publicitário que tanto precisávamos.
Hoje as Federações e a CBA dispõe de assessores de imprensa mas a eles só interessa divulgar o que já é bem divulgado e tratam os pilotos que se aventuram a competir os torneios regionais como meros coadjuvantes, nem sabendo que é daquelas categorias que saem pilotos que poderão um dia se destacar em qualquer categoria do mundo.
Os clubes então nem se fala, como escrevi antes são meros vendedores de carteirinhas e inscrições, sendo os detentores de todas datas do calendário automobilístico fazem delas o que bem entendem. Não divulgam as corridas nem antes e nem depois e esse é um dos motivos de autódromos vazios e pilotos que sem divulgação não tem como conseguir patrocínio.
Ilustro este texto com alguma reportagens de minha primeira corrida, organizada por  Expedito Marazzi e apesar de ser de Estreantes e Novatos foi noticia nos grandes jornais de São Paulo, como era bem comum na época. 
Falta e esses senhores humildade e o reconhecimento  que a grana que entra em seus bolsos vem também dessa gente abnegada que gosta simplesmente de correr de automóveis, como aconteceu com Emerson, Nelson e tantos outros grandes pilotos.   


Fotos e matéria da revista Auto Esporte, Abril de 1971.


Matérias de dois jornais de grande circulação, fora Estado de São Paulo e Jornal da Tarde que também cobriram.   



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

APENAS UM TREINO.

Arturo Fernandes. Em frente aos boxes, as antigas arquibancada, os eucaliptos...
Na segunda perna da Ferradura.

Na curva do Sol.

Pinheirino. 
Bico de Pato


Vendo em meus arquivos essas antigas fotos do Arturo Fernandes andando em Interlagos, no autentico Interlagos, no ano de 1975 não sei por que me veio à lembrança de um dia cinzento de 1982.
Era bem cedo e eu ia pilotar em um treino a Brasília Divisão 3 de meu amigo Gasolina, os boxes estavam vazios, apenas nós e uns poucos curiosos que não perdem uma oportunidade de ver um carro andando no Templo, sem eles talvez não tivesse tanta graça, são um pouco de nosso combustível.
Dias antes fui fazer uma visita a meu amigo Chapa - Flávio Cuono -, não pilotava desde 1979 acho,  mas nunca perdi de vista o amigo. Aqui  um parênteses; para ele digo que está velho e sempre foi chato, digo que por sua causa ralei muito e etc. etc. e tal, mas aqui posso dizer, um querido amigo.
“Ruizinho, você não tem vontade de acelerar?” lança o Chapa, quando ia responder entra o Gasolina em sua oficina e novamente o Chapa dispara “o Gasolina tem uma Brasília D3 e está procurando um piloto para andar com ela, faz um teste”.
E lá fomos nós ver o carro, era bem feio azul de uma cor indefinida, estava limpo e logo sentei em seu banco concha enquanto o Gasolina me explicava o que tinha o carro. Ele reclamava do cambio que era uma Caixa Um, mas dizia que o carro era bom e me convidou para dar umas voltas em Interlagos e acertar o bichinho para ele. Caso eu gostasse poderia correr com ele.
No dia seguinte sem acreditar levei para ele meu cinto de segurança de seis pontos, banco e algumas outras coisas e marcamos o teste para o meio da semana seguinte. Ah! Deixei lá também minha Caravam branca para puxar a carreta e combinamos o dia, ele queria que chegássemos bem cedo para aproveitar todo o tempo.
No dia combinado lá estava eu, antes das sete horas, bem antes, o Templo estava ainda com aquela neblina que só quem conhece sabe.  
O Gasolina todo entusiasmado já mexia no motor e começava aquecê-lo, fui vestindo o macacão e me perguntando”que faço aqui?”. Sentei na barata já de capacete ele me afivelou o cinto e mandou que eu fosse.
Primeira, segunda contornei a saída dos boxes que naquele tempo ia até o final da curva Um e acelerei. A pista ainda úmida da madrugada e desci o Retão colocando as marchas e me perguntando “que faço aqui?”.
Nunca havia andado com os Pneubrás e fui me acertando com o carro naquela primeira volta. Ao chegar a Um dei uma tirada de pé, era a primeira volta, e quando vejo o ponto de tangencia dela vi que estava bastante úmido, molhado, mesmo entrando nela maneiro, quase fui até a grama antes de fazer a Dois, aí me perguntei novamente “que faço aqui?”.
Algumas voltas mais e comecei a tomar gosto, a sentir o carro, a andar mais e mais forte. Parei no Box para que o Gasolina verificasse se tudo estava em ordem, calibrar novamente os pneus e lá estava o Chapa, que tinha vindo me ver.
Andei bastante com o carro, umas quarenta voltas, fizemos alguns acertos, mas ele era muito ruim, nada parecido com um carro que pudesse a vir andar rápido.
O Gasolina me convidou para correr a próxima etapa do Campeonato Paulista de Divisão 3, que aquele ano seria chamado de TEP, não aceitei. O carro teria que ser desmontado e começar tudo do zero e já não tinha paciência para isso, agradeci.
No dia seguinte ao ir buscar minha Caravam no Chapa ele olha para mim e dispara “o Marquinhos - Marcos Levorim - quer vender o VW Divisão 3 do Fabinho - Fábio Levorim - tem dois motores e um monte de tralhas. Vamos dar uma espiada?”.


E assim saí da retifica dos Levorim, a SALECAR com aquele Fusca vermelho na carreta, e com ele corri o ano todo com o #8.
A meus amigos queridos Chapa, Marcos, Fabio Levorim, Gasolina e tantos outros que me acompanharam sempre. 
Em memória do saudoso Arno Levorim, quem teve o prazer e a honra de conviver com ele sabe muito bem do que estou falando.

NT: Só quem já teve a oportunidade de andar sozinho em uma pista de corridas, pode saber o quanto é estranho. Apenas o ronco e seu carro, quem vê de fora sabe onde você está freando, trocando de marchas ou simplesmente errando.           


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ferrari 500 - 1952/53

Por esses retrovisores Ciccio viu seus adversários em 1952/53.

Alberto "Ciccio"Ascari, campeão do mundo de Formula Um 1952/53.
  Ferrari 500 F2.
Piero Taruffi, a primeira vitória no mundial de 1952 no GP de Berna na Suiça.

André Simon, Nino Farina e Taruffi GP da Itália 1952 em Monza.

Os dois primeiros anos da Formula Um foram dominados pelas Alfa Romeo, em 1950 por Nino Farina e 51 por Juan Manuel Fangio. As Alfas com seus motores de 1.500 cc com compressores chegaram ao final de 51 com 410 hp. Nessas duas temporadas era comum carros de Formula Dois completarem o grid de largada, mas para temporada de 1952 a CSI orgão regulamentador da FIA resolveu que os dois campeonatos seguintes seriam corridos com os carros da Formula Dois, medo das Mercedes Benz, vontade de tornar a categoria viavel a uma maior quantidade de equipes? Não se sabe, o certo é que a Ferrari já tinha pronto o carro para os dois anos seguintes. A FERRAI 500 F2.  
Ela e Alberto "Ciccio" Ascari formaram uma dupla invencível, com dez vitórias em quatorze corridas dos mundiais de 52 e 53.


  GP da Suiça 1953, Ciccio toma a ponta para mais uma vitória.Seria sua ultima com com a 500.

GP da Holanda 1953, mais uma vitória de Ciccio.
  
 Seu motor de quatro cilindros em linha tinha 1.984,85 cc, duplo comando de válvulas no cabeçote, duas velas por cilindro e rendia 185 hp à 7.500 rpm.



Motor dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha
Diâmetro x curso 90 x 78 mm
Cilindrada unitária 496,21 cm3
Cilindrada total 1984,85 cm3
Taxa de compressão 13 : 1
Potencia máxima 185 CV a 7500 giri/min
Potencia especifica 93 CV/l~
2 válvulas per cilindro
Alimentação 2 carburadores Weber 50 DCO
2 velas por cilindro - dupla alumage
Lubrificação carter seco
Ficção multidisco

Chassi
Tubular em aço
Suspensão anterior independente, quadrilátero transversal, bandeja inferior transversal, amortecedores  hidráulicos
Suspensão traseira De Dion, dupla ponte, balança transversal,amortecedores hidráulicos
Freios a  tambor
Cambio 4 marchas + RM
Direção eixo sem fim e setor
Reservatório de combustível 150 litros
Pneus dianteiros 5.25 x 16
Pneus traseiros 5.50 x 16
Carroceria
Tipo monoposto F2

Distancia entre eixos 2160 mm
Bitola dianteira 1270 mm
Bitola traseira 1250 mm

Peso 560 kg 

Velocidade  máxima 260 km/h

Meu amigo Henrique Mércio, Caranguejo, conta um pouco da carreira desse grande campeão Alberto Ascari no post "O HOMEM DO "CASCO"AZUL".

Motor

 Recebi de meu amigo Jr Lara este vídeo que mostra a montagem e o funcionamento de um motor quatro cilindros em linha com duplo comando de válvulas no cabeçote. Notem ao final o fluxo de entrada da mistura ar/ combustível e escapamento. Muito bom!





E do Flávio Manfredini a reconstituição do acidente do Kubica.