A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A PRINCIPAL CATEGORIA BRASILEIRA

1975 Interlagos Antonio Carlos Avallone, Luiz Celso Gianinni e Biju Rangel.
1980 Interlagos Mauricio Chulan lidera...
Celidonio, Chico Lameirão, Julio Caio...

Anos setenta, auge do sucesso do Campeonato Brasileiro de Fórmula Ford; a montadora rival, a Volkswagen resolve explorar o filão e cria a Fórmula Super Vê brasileira, em 1974. Muitos pilotos talentosos, grandes preparadores, equipes bem montadas e enorme envolvimento dos patrocinadores, além de espaço na mídia, a participação de muitos fabricantes e público em grande quantidade nos autódromos. E a montadora tinha o retorno para o seu produto: o motor 1.6 da Brasília, que empurrava todos os carros. A Super Vê era assim, fazia sucesso até com quem aparentemente estava longe de tudo isso. Já em sua primeira corrida, em Goiânia, a nova categoria chamava a atenção apesar de um grid modesto: apenas onze carros com predomínio dos Magnum-Kaimanns com seis monopostos contra 3 Polares, 1 Heve e 1 Newcar. Até o final da temporada, teríamos o incremento de mais sete carros, em um final que correspondeu as expectativas. Ingo Hoffmann e Francisco Lameirão eram os favoritos; um rapaz de Brasília, Nelson Piket (correndo sob pseudônimo para evitar problemas familiares) e Júlio Caio de Azevedo Marques (recém chegado da F3 britânica) corriam por fora mas quem levou o título foi o surpreendente Marcos Troncon. Surpresa porque até a terceira das seis etapas, Troncon nem havia estreado. Com paciência e contando com alguns azares dos concorrentes, o paulistano tornou-se o primeiro campeão da Fórmula Super Vê. 

 Zé Pedro Chateaubriant, Guaraná, Chico Lameirão e Julio Caio...
 A estreia de Guaraná na categoria, 1974.
Eduardo Celidonio, Magnum-Kaimann
 A estréia de Julio Caio, de calça azul Manduca Andreoni, de boné Henrique Paulo pai de Julio, agachado Carlão...
Biju Rangel 
 Newton Pereira - Newcar, 1974
Ricardo Achcar

 Julio, Henrique e Ingo Hofmann
 Biju Rangel



 Zé Pedro Chateaubriant 1978
 Mauricio Chulan 1978
 Nelson Piquet e Chico Lameirão 
 Nelson "Piket"
"
TARUMÃ, 1974 -Ingo, Celidonio, Piquet, Troncon e Mansur.

No ano seguinte, na prova de abertura da segunda temporada, a confirmação do sucesso: nada menos do que 33 inscritos e a chegada de mais um fabricante, a Avallone. Foi um campeonato em que Francisco Lameirão teve de vencer não apenas seus adversários na pista como Zé Pedro Chateaubriand e Eduardo Celidonio, como também um pendenga com os cartolas da Confederação Brasileira de Automobilismo, que queriam desclassificá-lo. No final, o histórico Lameirão confirmou a vitória e tornou-se o único piloto campeão da Fórmula Ford e da Fórmula Super Vê, as duas mais importantes categorias de monopostos do país. Em 1976, vez do agora Nelson Piquet, mostrar que a maturidade havia chegado e ele já estava pronto para projetos mais
ambiciosos. Grande destaque nas temporadas anteriores, contando com o apoio da Gledson e a preparação de Giba Magalhães, Piquet encarou a concorrência de José Pedro Chateaubriand e de alguém que consideramos um dos grandes nomes da categoria, ao lado do próprio Piquet: Alfredo Guaraná Menezes. Guaraná também passava por um processo de “maturação”; estreara em 1974 e nas duas temporadas seguintes evoluira e aguardara a sua chance. Nos anos de 77-78, substituindo Piquet na equipe Gledson e sob os cuidados de Giba, o piloto monopolizou a agora chamada Fórmula Volkswagen 1600. Mesmo sem a presença de outros fabricantes (99,9% do grid corriam com o chassi Polar), a categoria ainda mantinha seus atrativos graças também às pinturas especiais do saudoso Mestre das Tintas Sid Mosca, responsável pelo lay-out de carenagens e/ou capacetes. Em 1979, ano da introdução do álcool nas pistas, foi a vez da equipe que competia com a Gledson em estrutura, a Brahma. O já experiente Mauricio Chulan, sempre competitivo e com seis temporadas de participação não deixou passar a oportunidade, cabendo a Antonio Castro Prado a honra de vencer o último brasileiro, em 1980, quando Prado venceu a maioria das provas. Mas a festa tinha terminado. A VW havia retirado seu aval e novos rumos esperavam a categoria. Mas já é outra história.

Caranguejo




7 comentários:

  1. Rui, na minha opinião a Divisão 3 foi a categorias mais legal que o automobilismo brasileiro já teve. A Super-Vê e a F2BR também, mas a primeira era monomarca em termos de motor (e depois, na prática, virou monomarca em termos de chassi, já que o Polar ganhou preferência absoluta) e a segunda não teve respaldo para crescer e se tornar uma "Fórmula Livre". Como lembrou outro dia o Ivo Sznewar no facebook, só se ajeitou quando virou F3. Abraços!

    PS - Aquele monte de "Vezinhos" também era duca. Tá bom, três categorias legais. Ah, e a Divisão 1, em que praticamente qualquer um podia correr: bastava ter um carro de rua. Quatro categorias bacanas. Pois é. Nesses 30 ou 40 anos, ganhamos oito títulos de F1, mas perdemos a grande oportunidade de nossas vidas de fazer o automobilismo brasileiro virar coisa realmente séria, nível Argentina, Grã-Bretanha e Alemanha. Hoje... bom, deixa para lá. Abraços, agora de verdade.

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    1. Concordo em tudo Pandini,e não posso deixar de dizer que o atraso de nosso automobilismo se deve à ganancia incompetente de nossos dirigentes, de A à Z e, mea culpa, a omissão de nós os pilotos!

      Um abraço

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  2. Vou falar um absurdo: acho que a culpa é do público.
    O prazer de dirigir em alta velocidade, o objetivo de vencer, ser competitivo, correr riscos exagerados, são todos objetivos e valores fora de moda. Pior, são crimes gravíssimos.
    Adorar mecânica, entender de aerodinâmica, nada disso faz sentido. A injeção é eletrônica; os carros são iguais entre si, produtos do túnel-de-vento. Um box é um laboratório de Tecnologia da Informação, sem olho, nem graxa. A área de escape e asfaltada, num videogame sem 'game over'.
    Então a molecada não quer mais andar rápido, mas quer apenas colocar som no carro, insulfilm nos vidros e andar 'desfilando'.
    Correr? Não pode, é perigoso.
    Ronco de motor? Não pode, porque incomoda. Psiu!
    Contato físico? Não; só videogame.
    Claro que os cartolas são ladrões, mas acho que o automobilismo de competição está acabando.

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  3. Concordo em parte Walter, o público de hoje vê tudo muito distante, mal informado pelas TVs sequer imagina a emoção que é ver de perto um carro de corrisdas e todo glamour das pistas.
    Agora os cartolas estão realmente ajudando a morte!

    Um abraço

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  4. Rui,

    a categoria revelou muitos "botas"... gente de qualidade...

    o post é excelente... mais um aprendizado...

    abs...

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  5. Na foto da estréia do Julio Caio (Heve Super Vê/Caraiguá) : Não é o carioca Milton Amaral sentado no "guard rail" dando uma paquerada na nova categoria ? Que parece ... Parece mesmo !

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Rui Amaral Jr