Vou tentar descrever esse trecho da maravilhosa pista que foi Interlagos antes da mutilação, o carro um VW D3 na configuração em que corri na TEP em 1982. Motor 1.600cc, o cambio de quatro marchas era uma caixa 3, freios a disco nas quatro rodas.
Bela foto de meu amigo José Martins, o Opala vem entrando na segunda perna da "Ferradura" e o Puma 48 dele logo atrás, na sequencia outros carros e a reta na saida da curva "Quatro".
Saída da curva "Quatro" Mogames, Duran, Ferraz, Tide e Bruno.
Descendo o “Retão” à chegada a “Três” era bem rápida uns 200 km/h, a freada começava depois da placa dos 50m, ai era pendurar nos “alicates” ao mesmo tempo em que colocava a 3ª marcha. As ultrapassagens ali tinham de ser cuidadosas, pois no fim do “Retão” na parte de dentro existiam “costelas de vaca” o que fazia o carro tremer todo e tirava aderência, mas era uma delicia quando se saia de trás de algum outro carro freava-se no limite, pendurando-se nos “alicates” e deixava-o para trás. Ali tive oportunidade de fazer belas ultrapassagens, em uma das primeiras corridas do ano um piloto campeão em várias categorias por que passou, ultrapassou-me ali, eu vinha com um problema de fricção depois de uma largada forçada por causa da 1ª marcha muito longa e dava-lhe sinal desde o começo do “Retão” para me passar, ele escolheu a freada da “Três” talvez para levantar a galera. Pois bem duas ou três voltas depois minha fricção voltou a funcionar bem e fui chegando nele. Grudei em sua traseira na saída da “Um” e ele me acenava para ultrapassá-lo no meio do “Retão”, só que alem dele vir bem rápido eu queria devolver-lhe a ultrapassagem. Freei no limite, coloquei meu carro ao lado do seu, 3ª marcha e na “Quatro” já estava na frente. Depois no pódio ele veio me perguntar se não havia visto os sinais disse-lhe que não entendi!!!! Para minha satisfação ainda maior veio o chefe de equipe de um amigo me cumprimentar por ter feito a melhor volta da corrida e comentar da ultrapassagem na “Três”.
Duran, Mogames, outro carro e Amadeu Campos. Ai já vinha em segunda no longo ponto de tangencia da "Ferradura".
Saia da “Três” quase no muro e tomava a “Quatro” ainda em 3ª marcha, na saída ia até lá fora num afunilamento que a curva tinha, 4ª marcha e numa meia curva que existia na reta tomava à esquerda para tomada da primeira perna da “Ferradura”. Ah! A “Ferradura” chegava em 4ª marcha com o motor bem cheio, ali onde o Ferraz, Duran e Bruno se estranharam. Tomava à esquerda de pé embaixo e logo após da tangencia da primeira perna à direita, com o carro em linha reta, pisava fortíssimo nos “alicates” reduzia de 4ª para 2ª marcha e completava a segunda perna da curva com seu longo ponto de tangencia, para na saída beslicar a “zebra” do lado de fora. Na entrada dessa curva em 78/79 ultrapassei um Passat D3 de um amigo que andava na ponta, Adolfo Cilento na minha cola viu tudo, depois da corrida o piloto do Passat veio me dizer que não havia me visto. Ora não viu mesmo, pois no lugar onde ele freava eu ainda estava em 4ª de pé no fundo! O Bambino – Adolfo Cilento – só me olhou de lado, seu olhar dizia tudo!
Sem falsa modestia meu amigo Ferraz deixa para trás um Opala na tomada da segunda perna da "Ferradura"
Aos “Alicatões” João (Lindau), Adolfo (Cilento), Artur (Cruz), Ferraz, Duran, Orlando, Jr (Lara), Fabiano, Rui (Amaral) e tantos outros que conosco dividiram a pilotagem nesta pista maravilhosa.
eiiita, revivi aqui
ResponderExcluirMinha maior frustração como piloto foi nunca ter acelerado no traçado antigo (e verdadeiro). Apenas para legendar as fotos, o fusca na Ferradura atrás do Mogames é o Bruno e o Opala "tomando" do Ferraz é o Carlos Castrale.
ResponderExcluireste é o fusca da CCE que eu ando procurando!
ResponderExcluirO Bruno deve ter as fotos do D3.
ExcluirTem coisa mais linda do que essa diversidade de modelos de carros da categoria turismo?
ResponderExcluirTem colorido mais gratificante do que esse?
Tem mais diferença de motores e seus devidos roncos?
Acordem cartolas do automobilismo...
Parem com essa história de monomarcas, de gentleman drivers, de categorias de elite, de carrões de concessionarias e importadoras.
Vamos abrir as garagens, as pequenas oficinas, onde "moram" os criadores e reais preparadores de um carro de corridas verdadeiro.
Vamos trazer de volta pras arquibancadas o "torcedor" que tem um carro igual aquele que está na pista.
Acorda gente!
Acordem incompetentes vendedores de carteirinhas!
Pô!!!
Será que é tão dificil?
Romeu.
Bôa Romeu! Imcompetentes vendedores de carteirinha! Vc disse tudo. Eles só se importam com isso, o Feraz me contou que a inscrição p/ o camp. Paulista custa a bagatela de R$ 1.200. Espantaram corredores, publico e patrocinadores.
ResponderExcluirUm abraço
Parabéns pelo blog! Imagens fantásticas, histórias sensacionais e personagens incríveis. Um prato cheio pra quem curte Automobilismo!
ResponderExcluirJá fiz o link no meu blog.
Abração
É pessoal, concluindo a conversa desta ultrapassagem que estou fazendo neste opala, tinha um cara tambem na classe C que corriam juntos, que se chava Válter Corse que na época era um dos melhores nos opalas.....e tomava uma canseira minha com o famoso D3 numero 19......Agora Rui voltando a conversa das carteirinhas, é muito triste para nós pilotos, alem de sermos os donos do espetáculo, tambem tinhamos que correr atrás de patrocinio para o evento,ou seja levarem dinheiro para os ratos dos clubes,por isso que lá no sul é outro automobilismo...
ResponderExcluirSó mais um comentário, estava estes dias procurando no site da federação paulista de automobilismo, o caledário de 2010, qual não foi a minha surpresa.....estáva fora do ar e tinha uma nota falando que tinha sido assaltada, pois levaram todo o material.Bom 2010, vái ser um ano ainda mais dificultoso para o automobilismo, eu já passei por isso alguns anos quando fui na federação e me falaram que todo o meu material da super 1600 não constava mais nos árquivos da federação porque tinha pego fogo na federação e tinham passado tambem por um roubo.......sempre falei o nosso automobilismo é falido( só nós que temos que anotar o que fizermos todo esse tempo e guardar publicar em bloges como este)...um abraço.
ResponderExcluirFotos e texto fantasticos. Rui, seu blog é uma viagem no tempo pra mim. Ainda tenho meus carrinhos de autorama com bolha de fusca D3 guardados, pois minha infancia e adolescencia foi amando esse carros maravilhosos. Como ja disse antes num post, fui ajudante de mecanico em 1989 e 1990, com o Ico Cilento, e nunca me esqueço a PRIMEIRA VEZ que entrei no autodromo de Interlados, para "dentro", ou seja, nos boxes e não na arquibancada como antes. Isso foi em 89, assim, embora eu não tenha sido uma pessoa do automobismo como vc e seus amigos, conheci Interlagos no seu traçado antigo, pelo menos pra mim, é como se eu tivesse parte num "pedacinho insignificante", do automobilismo antigo. Em 1991 me mudei para Florianopolis,SC, e carros de corrida pra mim, passou a ser só como espectador...e amante. Um abraço a vc e obrigado por esse blog.
ResponderExcluirObrigado Fernando.
ResponderExcluirAí em Florianópolis tem o meu amigo Francis do blog "Poeira na Veia" do grande automobilismo corrido na terra (link na barra lateral.
Entrar em um autodromo já é magico, estar nos boxes ver toda confusão, ouvir de perto o rugido das feras, sentir o cheiro do óleo, pneus e combustivel então é inesquecivel.
Um burburinho que entra em nossos sentidos e nunca mais vai embora
Um abraço
Rui.
Fantástico post Rui.
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