Amadeu Rodrigues e eu na linha de chegada, era um treino.
Tenho lido e ouvido muitas bobagens à cerca da velocidade final de nossos VW D3 em Interlagos, Tarumã e Jacarepaguá. Conversando ontem ou antes de ontem com o Jr -Lara Campos - falávamos sobre, e ele me contou que tomou certa vez a velocidade de seu carro com um radar no final do Retão em Interlagos, e coincide com o que eu calculava pelo meu contagiros, 209 km/h. Vejam bem, não é obviamente a velocidade apontada por nenhum velocímetro, quase todos imprecisos, já que nossos carros não tinham, e sim a dele pelo radar e a minha pelo calculo.
Isso na década de 80 do século passado, quando os mais rápidos carros nacionais, Puma GTB e Opala 4.100 mal passavam dos 175 km/h de velocidade real, acredito que um desses carros, na configuração de rua na mesma pista chegassem ao final do Retão à bem menos que isso.
Quando em 1982 fizemos uma corrida gostosa demais pelo Anel Externo de Interlagos lembro de comentar com o Chapa e o Carlão, depois de fazer o calculo que estava chegando à freada da curva Três aproximadamente à 5 ou 6 km/h a mais do que quando fazíamos o circuito completo.
Arturão, Amadeo e Jr, pelos nossos cálculos e o radar mais para frente iam chegar à uns 209 km/h, por alguns outros "cálculos mais otimistas" à uns 350 km/h!
Naquela corrida, que já descrevi aqui, cheguei em terceiro lugar, atrás do Ricardo Mogames e do Laércio dos Santos, ambos com carros muito bem preparados sendo que o carro do Laércio era o que Amadeo Campos havia sido campeão brasileiro da categoria. Cheguei em terceiro sem que ninguém à minha frente tivesse quebrado, apenas com uma rodada do Elcio Pelegrini bem à minha frente na curva Dois quando disputávamos essa posição. Cheguei na força de meu motor 1.600cc magistralmente preparado pelo Chapa que na época tirava cerca de 150 HP deles e do belo acerto de chassi do Carlão. Um dia ainda acho o resultado oficial dessa corrida, mas se minha memória não me trai a melhor volta foi minha, na casa dos 1m04s o que dá uma média de 180 km/h nos 3.207m do Anel Externo.
Tomada da curva Um, atrás o Sueco.
Que me recordo a volta era mais ou menos assim; passava na linha de chegada à mais ou menos 195 km/, na entrada da Um estava á algo como os 200/205 km/h e podem ter certeza que eu fazia cravado! Chegávamos à Dois, com a desaceleração provocada pelo contorno da Um à uns 180/185 km/h, que por ser mais aberta que a Um fazia cravado, na freada da Três como disse antes à mais ou menos 214/216 km/h. Pendurava nos alicates engatava terceira marcha e contornava a curva à 160/165 km/h para duzentos metros adiante, onde fica a Junção engatar a quarta marcha e subir novamente para Reta dos Boxes.
Vejam que as diferenças de velocidade eram grandes do que quando fazíamos o circuito completo, pois neste caso ao sair do Miolo a Junção em meu caso era feita em segunda marcha que chegava se tanto aos 150/155 km/h e ao passar no mesmo lugar vindo pelo Externo já estava em quarta marcha à mais ou menos 185 km/h. Na subida que leva à linha de chegada os motores de apenas 1.600cc, apesar do cambio bem acertado sofriam um pouco.
É isso aí, falar em velocidade de 240 km/h 250 km/h é papo furado, ainda mais vindo de alguns pilotos que no circuito completo tomavam 20/30 segundos e no Externo quase 10!
Uma nota interessante, nos 500 Km de Interlagos de 1972 a melhor volta da corrida no Circuito Externo foi de Herbert Muller com a Ferrari 512S à 53.02 segundos à média de 217.752 km/h, na época dez anos antes os pneus slick ainda não eram tão desenvolvidos pois era o começo deles e o autódromo passou por melhorias depois. Então tomando por base meu depoimento e caso estivesse com meu VW D3 naquela corrida a cada quatro (4) voltas seria ultrapassado pela Ferrari e teria terminado a corrida com no máximo 110 voltas, 46a menos que vencedor e certamente com os ouvidos zumbindo até hoje de tantas ultrapassagens, ou muito assustado até para escrever para vocês!
Rui Amaral Jr
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PS: Desculpem a repetição das fotos, são as poucas que guardei.
No ano de 72 eu preparava meu VW D3, e um amigo havia colocado dupla carburação e rodas aro 13” em seu Fusca. Vinha sempre em minha oficina contar que seu carro na estrada chegava à 200 km/h e certas vezes passava disso! Ora, eu nem respondia, pois com as rodas menores na frente o velocímetro rodava muito mais rápido. Certa vez em uma viagem, acho que na Castello Branco, passei por ele em minha moto BMW R60, que de top speed deveria chegar a no máximo à 165/170, simplesmente de passagem! Logo ele veio me dizer que eu deveria estar a muito mais de 200 km/h (rsrsrs) quando o máximo que eu poderia estar era no limite da velocidade dela, coisa que era meu costume andar!
Como podemos ver exageros existem aos montes!