A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 3 de junho de 2022

47

 

Mestre Luiz e sua tocada, confesso que esta foto me emociona.
Mestre Ararê, com sua genialidade reproduziu o Mark II. 

 
    Vendo e ouvindo atentamente mestre Toni na entrevista ao amigo Gildo, fiquei com vontade de escrever sobre sua criação, que teve a participação de outro mestre, o grande Nelson Angelo Brizzi.

Pela milionésima vez volto a afirmar, não sou historiador, apenas um contador de histórias que traz para cá muito do que ouviu, viu e sentiu. Quanto a números, fatos ou outros quem quiser me contestar estou sempre aberto a correções.

Na FEI no evento em que meu amigo Ricardo Bock homenageou Bird.


Os tempos mudavam, alguns jovens pilotos buscavam o mundo, Avallone, Ricardo, Luiz, Emerson, Wilsinho, Pace buscavam o Velho Continente, onde “seu” Chico, Fritz, Nano e outros haviam escrito seus nomes e agora com o grande destaque que as categorias de formulas alcançavam iam fazer os seus...e como o fizeram!

Aqui a equipe Willys comandada por Greco resolve fazer um novo carro para as pistas, entrega seu projeto e execução aos dois grandes nomes, dois grandes responsáveis pelas inúmeras vitorias de Bird, Luiz, Chico, Pace, Emerson, Wilson...Toni e Brizzi.

500 KM da Guanabara 1968


O que sei é que seu projeto foi calcado no carro que vinha fazendo furor nas corridas europeias, o Lotus 47, que em sua versão de rua era o Lotus Europa,  que lá corria com o motor Ford-Cortina-Lotus 1.600cc, e fazia frente a carros de maior cilindrada, a ponto de Enzo tentar barrar sua homologação. Em minha opinião um carro feio, muito feio, mas carros de corrida se tornam belos quando vencem e o 47 GT venceu muito.

E um dos 47 que veio participar das Mil Milhas Brasileiras de 1967 serviu de base para construir o Bino Mark II.

Relatos de amigos próximos à equipe contam que no primeiro teste Luiz se queixou dizendo que o carro havia ficado muito curto entre eixos e não fazia curvas de alta, ao que Greco olhando o carro e abrindo a mão abriu o indicador e polegar, que em minha mão dá uns 12cms e na dele devia dar uns 10, e disse “aumenta este tanto”! E feito ficou acabado o carro que mais vitórias teve em nosso automobilismo. É sério, quem quiser ou tiver vontade apresente outra versão!  


Segundo Toni a Mão de Deus conduzia as suas quando criava, a deusa outra criação Divina.

QR março de 1967


Bino bebe a champaghe, abraça Aguinaldo de Goes ao lapo Grego. As mãos de Toni desenhavam, as de Brizzi produziam vitórias. 








  Pois bem...1967, eu tinha de 14 para 15 anos, já me aventurava pelas noites daquela São Paulo que não existe mais. Ia à mais distinta das cafieiras o “Som de Cristal”, lá cheguei a ouvir o grande Jamelão, lugar onde lindas mulatas dançavam com senhores de terno elegantes, mostrando sua arte. Na maioria das “boites”, que não eram muitas, não me deixavam entrar, já tinha quase meus 1.90m de hoje, mas a cara era de 12 anos, se tanto. Mas na rua Nestor Pestana havia uma que fazia furor o “Ton Ton Macoute”, que meus irmãos mais velhos que eu frequentavam, ficava ao lado do escritório das Cestas de Natal Amaral e lá com certeza ninguém me barrava. Acredito que foi lá que pela primeira vez vi esta deusa que embeleza ainda mais a criação de Toni, talvez 8/9 anos mais velha que eu, só olhava, era apenas um sonho impossível. Dois anos mais tarde já entrava lá com a namorada, que modéstia à parte nada devia à beleza dela. 


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Rui Amaral Jr

PS: Perdoem minhas divagações.













quarta-feira, 1 de junho de 2022

Toni Bianco

 


terça-feira, 31 de maio de 2022

Boi preto...

 


Pace e Big John.


 A verdade é que estava em Interlagos para ver outra vitória do Camilo, a corrida no sentido inverso de Interlagos, os boxes ainda eram no Café e eu estava quase em frente deles, mais para Subida dos Boxes, dali via os carros saindo da Um e vindo para a curva, o urro das cerreteras era de arrepiar quando elas viam e depois tiravam o pé, como dizia um amigo “dá para engolir um gato”, e então...chega aquele pequeno VW-Fusca, talvez uns vinte quilômetros mais lento, e entra naquela curva quase de pé embaixo! Ali ele tirava mais de cem metros da diferença para as carreteras, era Pace andando como ele sabia, no fio da navalha, botina embaixo...

Um dia trago para vocês esta corrida.

Não lembro bem dele nos Gordini, mas o Chico e eu sempre conversamos sobre. Formula 3, Formula 2 e vai pilotar para Frank naquele March do ano anterior.

Em 1973 Big John o convida para pilotar um de seus carros, como diria o grande Luiz, o Pereira Bueno, “boi preto conhece boi preto!”.  Equipe pequena, com poucos recursos financeiros, em ano complicado.

Escrevi há muito tempo sobre o motor Cosworth-Ford DFV, apenas não disse que havia motores e motores, equipes de ponta como a Lotus e McLaren tinham dezenas deles, sempre os mais fortes e podiam abrir mão de algum numa volta super rápida para tentar uma pole, e mesmo durante as corridas, mas as equipes médias não.

Stewart, Cevert, Ronnie, Lauda ao lado de Ickx, Reutman, Hulme ou Revson, o Rato escondido, não vejo Pace...


Com o Surtees Pace largava geralmente no meio do pelotão e ou quebrava ou chegava em sétimo ou mais atrás.

Chega Nurburgring, acredito que a decima corrida do campeonato, Pace faz o decimo primeiro tempo do grid, com 7`18”800/1000, onze segundos mais lento que o pole, Stewart com 7`07”800/1000. Chega a corrida e o dia é dele, vai para cima, anda no limite, não quebra e nas quatorze voltas da corrida por três vezes faz a volta mais rápida sendo que a mais rápida de todas 7`11”400/1000 foi sete gundos mais rápida que sua volta de classificação.

Ia esquecendo...Wilson e Emerson chegaram em quinto e sexto. 

Este era José Carlos Pace, que nos deixou no ano que segundo Lauda “seria o dele”, que andava sempre no fio da navalha, um tremendo bota!

Ao seu amigo Chico e ao Ronaldo Nazar que outro dia lembrou desta grande corrida.

 

Rui Amaral Jr          



quinta-feira, 26 de maio de 2022

Blog...

 



  Confesso a vocês que ando com pouca vontade de escrever, embora tenha tantas histórias em minha cuca. Continuo pensando e lendo muito sobre automobilismo, mas talvez preocupações outras, em conjunto que tempos nebulosos que o mundo e o Brasil vivem estejam tirando meu foco do realmente gosto de fazer, escrever sobre automobilismo.

 Tenho conversado muito com meus amigos, outro dia mesmo em longo papo com o Caranguejo – Carlos Henrique Mércio – que foi desde o “Bandido da Luz Vermelha”, ele é fascinado por histórias policiais, até o texto sobre automobilismo que tivemos ideia de fazer. Esqueci; também algumas fofocas, coisa que nunca iremos publicar.

Sei muito bem o quanto somos prestigiados por vocês que nos acompanham, no quadro acima mostro algumas das postagens que aparecem na frente no número de leitores. Sei que o BLOGGER talvez manipule esses números, pois segundo um de meus verificadores de audiência a segunda colocada da lista teve no dia de sua publicação mais de vinte mil visualizações, sendo que assim como as demais são acessadas todos os dias, nada a fazer.

Mesmo assim fico feliz quando vejo que a primeira colocada é um texto do Jr Lara e meu sobre a preparação dos motores VW para Divisão 3, que mesmo hoje com o avanço da tecnologia é acompanhado por alguns fóruns que são fãs dos motores boxer que os VW Fuscas usavam.

Posts do Luiz Fabiano, Milton Bonani e um que muito me emociona, o adeus ao meu amigo/irmão Arturão ou Turito, o grande Arturo Fernandes.

Na foto abaixo a homenagem que meu amigo Ararê Fernandes faz a todos os carros da Divisão 3. No caso meu #14, carro que comprei do amigo Luiz Pereira Bueno e que na equipe Hollywood correu com o amigo Julio Caio.


#14

link

Agradeço ao Ararê o carinho e amizade, na barra lateral do blog o link para sua página em que aparecem os carros que ele já mostrou, assim como para quem quiser fazer o pedido para desenhos em alta resolução.

Muito obrigado a todos que nos acompanham.

Forte abraço.