A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Jacarepaguá final dos anos 1960.

Gordini #49 de Lair Carvalho, segundo um amigo era vermelho e muito bonit.


O belo Karmann Ghia, me parece com motor VW e atrás um Mark I que não consegui ver de quem.

O Karmann Ghia, por dentro um AC e atrás uma Berlinetta.
Mini-Cooper pertecente a Amauri Mesquita sendo pilotado por Carlos Lima, segundo me confirmou o próprio Amauri em mensagem. Este carro depois foi vendido ao Benjanmim-Biju- Ralgel, que correu com ele em subidas de montanha e depois vendeu ao Nelson Piquet. Antes da confirmação do Amauri enviei a foto ao Biju via WhatsApp e depois liguei, ele está viajando, depois de hora e meia de papo, confirmou ser o Carlos, e aprovitou e contou um monte!!!!!


 Ontem meu amigo Alfredo Brito mostrou estas belas fotos de Jacarepaguá provavelmente do final dos anos 1960.

Fiquei admirando e pensando que deste belo automobilismo, praticado com VWs,  Gordinis, Karmann-Ghias, ACs – de Anísio Campos – Alpines, Ninis e outros saíram cinco títulos mundiais da Formula Um.

Grandes preparadores, mecânicos e pilotos dai saíram, foi bem antes de meu começo, mas tive uma grande saudade, saudades daquilo que vi, mas não vivi.

Sorte minha que alguns desses grandes nomes, mais velhos que eu, hoje são grandes amigos.

Rui Amaral Jr

 

NT: Não tenho a autoria das fotos, caso apareçam os autores darei os devidos creditos.


Interlagos 25 Horas 1970- Quinto lugar, Piero Gancia/Emilio Zambello  













 

domingo, 31 de outubro de 2021

CULTURA DO AUTOMÓVEL -Novembro 2021


 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Siffert 50 anos... por Ronaldo Nazar

 

Jo Siffert após a má largada vinha recuperando terreno. Da 10ª posição na 1ª volta , já encontrava-se na 4ª posição na 14ª volta duelando com Jackie Stewart pela 3ª colocação. Aí veio o acidente na 15º volta encerrando prematuramente uma brilhante carreira.


O grid formado momentos antes da corrida. Aqui a 1ª fila . A partir da esquerda, Jo Siffert na pole position com a BRM n° 5. A sua direita, Peter Gethin com a BRM n°6. Fechando a 1ª fila com o 3° tempo Emerson Fittipaldi com a Lotus n° 8.


Largaram......Peter Gethin pega a ponta seguido de Emerson Fittipaldi com Howden Ganley na 3ª posição. Jo Siffert que tinha feito a pole larga mal e aparece bem à esquerda na foto na 10ª posição.

Jo Siffert e a BRM P 160 minutos antes do acidente fatal.

Os boxes da equipe Yardley BRM em Brands Hatch. Cena SURREAL hoje em dia. A partir da direita em pé de macacão Jo Siffert. Sentado com a mão no rosto, o neozelandês Howden Ganley. Ao seu lado esquerdo o inglês Peter Gethin que foi o vencedor da corrida.


 No dia 24 de outubro de 1971, o excelente piloto suíço Jo Siffert , viria a falecer devido a um acidente quando disputava a corrida de fórmula 1 não válida pelo campeonato mundial, denominada "World Championship Victory Race". Após largar mal na pole position Siffert vinha recuperando terreno, quando ao passar pelo declive de Pilgrim ,ao reduzir uma marcha o câmbio quebrou, as rodas traseiras travaram, a BRM P 160 saiu da pista para a esquerda subindo no barranco que margeava a pista (não havia guard rails) capotando duas vezes e explodindo .

Exato momento do impacto com a BRM correndo a pista de cabeça pra baixo. O atrito com o asfalto somado ao tanque cheio provocou o incêndio que matou Jo Siffert que está preso ao carro.

A BRM de Siffert após o acidente envolta em chamas. O piloto suíço não teve chance.

O que sobrou da BRM de Jo Siffert. A corrida que teria 40 voltas foi encerrada com 14 voltas. O que seria uma festa em comemoração ao bicampeonato de Jackie Stewart virou pesadelo.

O estado que ficou a BRM de Jô Siffert após os bombeiros apagarem tardiamente o incêndio. Siffert pagou com a vida a ineficiência do serviços de segurança do circuito de Brands Hatch.

Os pilotos tiveram que parar seus carros antes da curva do acidente de Jo Siffert. Notem andando de volta carregando seu capacete ao lado dos três homens, Emerson Fittipaldi.

Reportagem com depoimento fantástico de Emerson Fittipaldi da última conversa com Jô Siffert um dia antes da morte do espetacular piloto suíço.

Cartaz alusivo à prova. Notem que o brasileiro Emerson Fittipaldi é um dos destaques da corrida.
O cartaz da corrida homenageando o campeão d temporada de 1971, Jackie Stewart.

 Era a 15ª volta, o tanque estava com cerca de 60 litros de gasolina. Os fiscais de pista chegaram rapidamente ao local, mas por incrível que possa parecer, quado foram acionar os extintores , os mesmos estavam descarregados. Até o caminhão dos bombeiros chegar e montar as mangueiras passaram-se cerca de 4 minutos, tempo mais do que suficiente para que Joseph Siffert, viesse a falecer por inalação dos gases oriundos do acidente.

No momento do acidente quem liderava a corrida era o inglês Peter Gethin com outra BRM, seguido na cola pelo brasileiro Emerson Fittipaldi com a Lotus 72. Se tivessem as cercas de proteção, os extintores funcionando, Jo Siffert teria sobrevivido e alguns meses depois estaria competindo, pois foi constatado que ele só teve o tornozelo direito quebrado no acidente.

Jo Siffert pulando pra dentro do copickt do Porsche 908 na largada das 24 hs de Le Mans 1969. O suíço liderou a prova até o seu companheiro de equipe Brian Redman quebrar.


Jo Siffert tocando o Porsche 917 spyder CanAm. O piloto suíço foi o responsável pelo desenvolvimento do projeto para tornar o 917 um adversário capaz de vencer a equipe Mclaren na série dos super protótipos. Infelizmente a morte prematura não permitiu que Siffert colhesse os frutos desse incrível trabalho.  

1971. Jo Siffert à direita e a equipe técnica da Porsche que desenvolveram a 1^ versão do Porsche 917 Can Am . Em 1972 com a adição do turbo o carro ficou imbatível. Siffert infelizmente não pôde usufruir desse sucesso.

O time de pilotos da equipe Gulf Porsche, bicampeã mundial de marcas 1970/71. A partir da esquerda. Jo Siffert, deitado no Porsche 917 Pedro Rodríguez, o inglês Brian Redman e o finlandês Léo Kinunenn.

Zeltweg 1969 . Jo Siffert na foto é perseguido por Jacky Ickx no Gulf Mirage , obtém a 1ª vitória do Porsche 917 no mundial de marcas. Siffert foi o piloto que encabeçou o desenvolvimento desse incrível carro.

1970 , 6 horas de Watkins Glen. Jo Siffert e Brian Rednan vencem a prova final do campeonato de Marcas , sacramentando o título para a Porsche e seu fabuloso 917. Foi um verdadeiro MASSACRE sobre as Ferraris 512S que aparece na foto com Mário Andretti e Ignazio Giunti.

Siffert estava no auge de uma carreira vencedora aos 35 anos. Lá se vão 50 anos dessa estúpida morte. Em 1971, três grandes pilotos faleceram. Em janeiro em disputa dos 1000 km de Buenos Aires, prova de abertura do Campeonato Mundial de Marcas, o italiano Ignazio Giunti faleceu depois que sua Ferrari chocou-se com a Matra do francês Jean Pierre Beltoise. Giunti morreu queimado. Coincidentemente quem ganhou a corrida foi o Porsche 917 de Jo Siffert e Derek Bell. Em junho o mexicano Pedro Rodriguez também morreu queimado , depois que sua Ferrari bateu em um Porsche 906. Rodriguez era colega de equipe de Jo Siffert tanto na equipe Gulf Porsche do Mundial de Marcas, como na Fórmula 1 na equipe BRM.

Bela foto da BRM P160 com Jo Siffert ganhando o GP da Austria 1971. O suíço obteve o seu único GRAN CHELEM, pole position, volta mais rápida e liderou todas as voltas da corrida

Áustria. Circuito de Zeltweg 1971. Jo Siffert vence a sua 2^ e última corrida na F1. Emerson Fittipaldi foi o 2° colocado. Dois meses depois o GRANDE PILOTO suíço viria falecer.

Brands Hatch 1968. Jo Siffert dá à equipe Rob Walker a sua última vitória na F1 em ferrenho duelo com a Ferrari do neozelandês Chris Amon. Siffert perderia a vida 3 anos depois nessa mesma pista.

Jo Siffert não teve na fórmula1 o sucesso que conseguiu no Mundial de Marcas. Ele foi campeão mundial pela Porsche nos anos de 1968,69,70 e 71. Era o principal piloto da marca alemã tendo desenvolvido os Porsches 907,908,917. Na CanAm foi o principal piloto da Porsche ao desenvolver e correr com o 917 aspirado spyder na famosa série americana. Infelizmente Siffert não participou do campeonato em que a marca alemã finalmente derrotou a poderosa equipe Mclaren, 1972. Siffert já tinha tudo acertado para correr o campeonato completo. Na Fórmula 1 Siffert correu de 1962 a 1971. Teve apenas 2 vitórias em 96 GPS válidos pelo campeonato Mundial de F1. A primeira delas justamente em Brands Hatch em 1968 com uma Lotus 49 da equipe Rob Walker que ele defendeu por longos 4 anos. A sua outra vitória foi no GP da Áustria 1971, 2 meses antes de morrer. Essa vitória, foi o seu único Grand Chelem ao marcar a pole position, melhor volta e liderar todas as voltas.

O cortejo do enterro de Jô Siffert. Notem o homem à frente levando o seu capacete, em seguida o Porsche 917 com uma faixa preta. Uma multidão acompanhou a cerimônia.

O sarcófago onde Jo Siffert foi enterrado. Ele era muito querido e respeitado no meio automobilístico.

 Foto espetacular de Jo Siffert no grid aguardando instalado na sua BRM P 160. Após a morte do mexicano Pedro Rodriguez, Jo Siffert assumiu o desenvolvimento da equipe BRM fazendo os testes de pista. Foi notória a melhora de performance da equipe conquistando 2 GPS, Monza com Peter Gethin e Áustria com Jo Siffert. Siffert era muito bom em desenvolvimento.


Jo Siffert, deve sempre ser relembrado pelos amantes do automobilismo.

 

Ronaldo Nazar     




domingo, 24 de outubro de 2021

GP Brasil 1972 - O recorde e a corrida de Luiz Pereira Bueno

 


A ideia de colocar Luiz no grid da corrida que homologaria o Autódromo de Interlagos, hoje José Carlos Pace, no calendário da Formula Um era excelente, e a ela num evento antes da corrida, no sábado após a classificação em algumas voltas Luiz andaria pelo Anel Externo na tentava de estabelecer uma nova marca.

Tudo muito bem orquestrado por Antonio Carlos Scavonne com o apoio da Hollywood, rede Globo, e acredito que da Ford.

 

“Cavalo dado não se olha os dentes”

 

O carro alugado da March era o mesmo pilotado por Lauda e outros pilotos no ano anterior, se não me engano Niki apenas no GP da Áustria, quando Ronnie com o primeiro carro da equipe largou em decimo primeiro e Lauda em vigésimo primeiro!  Era o carro, assim como outros que a March alugava a pilotos iniciantes ou sem equipe, e à cada GP era um que pilotava.

A corrida foi mais um espetáculo para a homologação da pista, tanto que o campeão do ano anterior e sua equipe não vieram. A March veio com quatro carros, para Carlos Pace, um nome em ascensão na Europa e Henri Pescarolo, com boa experiência na F.Um, que corriam pela equipe de Frank Williams. Na equipe de fábrica o vice-campeão da Formula Um no ano anterior Ronnie Peterson, e o carro alugado para Luiz.

Carro alugado é geralmente decepcionante em 99.999% das vezes. Obviamente que o carro de Ronnie recebeu toda atenção da equipe, fora o que de melhor ela trouxe ao Brasil, assim como motores, pneus e outras coisinhas mais. A Luiz coube o que deram, certamente um motor com menor potência...

Os dois mecânicos designados para o carro pouco sabiam, e recebiam ordens da equipe, fora a troca de relações do cambio, que estavam erradas, pouco ou nada mais fizeram. (nas fotos os relatos dele)



O tamanho deste arquivo é grande, salvando vocês poderão ler.

No sábado após a classificação que o colocou em decimo segundo no grid, foram se me lembro umas dez voltas pelo Anel Externo, o suficiente para virar 52`0140/1000 (cinquenta e dois segundos e quatorze milésimos) à média de 221.963 km/h, sendo que o recorde anterior era seu com o Porsche 908/2, acredito que nos 500 Km de 1971, com   53`860/1000 (cinquenta e três segundo e oitocentos e sessenta milésimos).

Este recorde permanece, até por que nosso Autódromo foi descaracterizado, para mim violentado.

Para quem não conheceu Luiz posso afirmar que era um ser afável, apesar do vozeirão, educado e muito consciente do que fazia e de quem era, pouco esta corrida iria acrescentar ao seu Curriculum e acredito que viu que nada mais podia fazer, sentou no carro e fez o que fazia com grande maestria, sentou a bota. Luiz era um ser do bem, uma alma pura.

Da corrida pouco à acrescentar, parou duas vezes com problemas e terminou em sétimo ou oitavo, como disse antes, nada à acrescentar ao seu Curriculum.

 

Campeão, não esquecemos de você, sempre em nossos papos e lembranças, e cada vez que vemos um talento natural acelerando excepcionalmente lembramos que tivemos a honra de vê-lo pilotando. 

Ao Ronaldão e Chico.

 

Rui Amaral Jr

Fotos e texto do livro “Paixão e Tecnica ao Volante” Luiz Pereira Bueno.


 

PS: Desculpem as fotos com a narrativa dele, o livro não ajeitava no scanner e não quis danifica-lo, vou tentar melhorar na corrida de 1973.