A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Jo Bonnier

 


Zandoort 1959, sua única vitória na F.Um, BRM P25. Fez também a pole com 1`36" mesmo tempo que Jack Brabham que largou e chegou em segundo. Bonnier fez também a melhor volta da corrida com 1`37"200/1000.

1972, 24 Horas Le Mans, terço final da corrida, saindo da virada de Mulsanne a Lola T280 Cosworth DFV acelera forte para chegar à Indianapolis, quando encontra bem mais lenta a Ferrari 365 GTB de Florian Vetsch...


A Lola T280 era impulsionada por motor Ford Cosworth DFV de 3,000cc, o mesmo motor dos F.Um, com potencia reduzida para aguentar corridas de longa duração. O trio Bonnier/Larrousse/Gijs van Lennep havia se classificado com o quinto tempo 3´50" cravados, enquanto a Ferrari 356 GTB da escuderia Filipinetti pilotada por Florian Vetsch/Pillon/Chenevière largava no trigésimo sexto lugar com o tempo de 4`29"100/1000.

Daytona 1972, mesmo sem os recursos das equipes de fábrica a Lola T280 de Reine Wissel/Bonnier larga no quarto lugar. 


 Deixava vida um grande piloto, depois de dezoito anos de uma carreira consistente, muita experiência nos muitos carros que pilotou em mais de quatrocentas largadas. 
E quis a roda do destino que encontrasse naquela reta justo uma Ferrari da equipe Filipinetti, sua parceira de tantos anos, pela qual pilotou inúmeras vezes, carro alugado para um trio de amadores com pouca experiência.  

 Seriamente a carreira de Bonnier começou em  1955, correu naquele ano com Alfa Romeo 1900, A6C 3000 CM e Maserati. Em 56 foram vinte e cinco largadas, aí já um profissional conceituado e requisitados por várias equipes.  

1958 - Com Maserati 250F vence prova de Formula libre em Watkins Glen.
Com a Maserati 200S venceu algumas vezes, na foto o GP de Napoli 1958.
1.000 Km de Caracas 1957, um grave acidente com a Maserati 300S.

À partir de 1959 começa uma relação com a Porsche que lhe traria muitos resultados positivos.

Na foto com o 804, F.Um em Nurburgring 1962. 

Com o Porsche 718 vence a Targa Florio 1960 em dupla com Hans Hermann...

e com o 718 GTR em parceria com Carlo Maria Abate vence novamente em 1963.

 1964 continua com a Porsche, mas faz algumas corridas pela equipe Ferrari...

...como as 24 Horas de Le Mans em 1964, quando em dupla com Grahan Hill chegam em segundo lugar. 

Na bela Clermont-Ferrant, Jo e Innes Ireland pegam uma carona na Honda de Richie Ginther.

1966, na única vitória da marca no Mundial, Bonnier divide a tocada do Chaparral 2D com Phill Hill.

 1967 é um ano fraco, corre poucas vezes, inicia o ano correndo com uma Lola T70, depois é contratado pela Gulf para tocar Mirage M1, um fracasso da equipe. Com ele vence uma corrida de menor importância na Suécia.
 1968, Jo começa uma relação com a Lola Cars, sua equipe passa a ser denominada Ecurie Bonnier. Com as Lola ele e seus pilotos contratados correm em várias categorias, Interserie, CanAm, Europeu e Mundial de Marcas. 
Com vários carros também aluga aos pilotos locais, no Mundial de Marcas na Argentina 1972, contei aproximadamente seis carros.

Lola T210 Ford/Cosworth.
Com ela vence o Europeu de Marcas categoria dois litros. 
Lola T70 MKIIIB   no Mundial de Marcas corria com motor Chevrolet de 5.000cc, na Interseries com o Chevrolet de 7.100cc. Em algumas fez parceria com o também grande Herbert Muller.

Quando em 1972 o Mundial de Marcas passa a ter um limite de 3.000cc, a Ecurie Bonnier começa a correr com a Lola T280 Ford/Cosworth DFV, na foto com Gerard Larrousse.
Interserie 1971. Lola T222 Chevrolet 8.100cc.

 Poliglota e muito educado Jo era muito respeitado por seus pares e dirigentes, no começo da década de 1970 começa uma cruzada com vários outros pilotos para aumentar a segurança nas pistas. Fundam a GDPA - Grand Prix Drivers Association - que passa fazer vistoria e sugerir melhorias nos autódromos e situações de corridas, sendo Jo um dos elementos mais atuantes.




 Jo, um senhor piloto, uma carreira brilhante.


Rui Amaral Jr

Pesquisa e fotos;





quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

OUTROS TEMPOS...

 

Tourist Trophy, Goodwood 1964, Jim Clark, Lotus 30 Ford 4,700cc.
Atrás dele a Ferrari 330P, 4.000cc, de Grahan Hill/Richie Ginther, os vencedores. 

 Talvez, caso eu tivesse escrito no titulo "BONS TEMPOS" alguém me chamasse de saudosista... a verdade verdadeira é que realmente tenho uma terna lembrança desses tempo. Quando com 11/12 anos comecei acompanhar mais de perto o automobilismo, lia tudo que me caía nas mãos, conversava com amigos de meu irmão, doze anos mais velho, alguns grandes campeões, que tive a oportunidade de conhecer em casa, e poucos anos depois nas pistas.
 Ainda hoje aprecio e me encanto com grandes pilotos, a arte de pilotar é difícil, complicada, pois o "fio da navalha" ainda hoje é para poucos, e continua sendo perigoso.
 "FIO DA NAVALHA"; é uma linha tênue, de um lado você não tira tudo do carro, do outro o guard rail.
 Com 13/14 anos ganhei uma assinatura da então ótima revista Auto Esporte, e acho que de tanto falar de Jimmy o nome do destinatário era um certo "Jim Clark do Amaral".
 Nos anos 50/60/70 os grandes campeões corriam em várias categorias, aqui no Histórias temos fotos de Clark, Brabham, Hill, Foyt, Gurney e tantos outros, correndo de Formula 3, 2, Esporte Protótipos, GT...fora outras copas de prestigio como a CanAm, Tasman Series.
 A Formula Um tinha então, se tanto, dez corridas por ano, e os grandes pilotos complementavam seu ganhos com os prêmios de largada que recebiam em outras categorias, e também de seus patrocinadores, que na época eram as montadoras e fábricas de autos.

Clark, em largada "Le Mans", embarca no Aston Martin Zagato DB4, em Goodwood, 1964.
Foto que recebi de meu amigo Zé Carlinhos.


1958 - De Lotus Elite, Clark faz o espetáculo à frente de Colin Chapman e Mike Costin.
Costin o "Cos" de Cosworth!
Atrás vejo um AC-Bristol, algum tempo antes de um certo Norte Americano de nome Shelby anabolisa-lo!  




Conta Caranguejo

 "O Boxing Day é o feriado que os ingleses inventaram para não trabalharem no dia 26 de dezembro ( o feriadão deles). A Border Reivers queria comprar um F2 para o Jimmy. Mas quando foram ver o carro em Brands, encontraram Chapman mais Cliff Allison, Ireland e Graham. O Lotus Team estava todo treinando na pista de Kent. Clark deu algumas voltas com o monoposto e impressionou Colin, pois ele nunca tinha andado na pista. O teste com o F2 (Type 16) acabou logo, pois quando Graham andou nele, alguma coisa quebrou (adivinha onde. Era um Lotus...). Chapman cedeu um Lotus Elite para o Jimmy dar umas dez voltas. Foi o bastante. O amigo Ian Scott Watson bancou a compra do autinho e Clark estreou no dia seguinte...deu uma sova no Chapman e em Mike Costin e só perdeu a corrida por ter sido atrapalhado por um retardatário. Colin recuperou a empáfia e venceu...Clark foi o segundo, mas..."

Clark no Lotus Turbina.
Na Tasman Coup.
Tocando um Galaxy em Brands.
De Cortina no Rally Great Britain, 1966, tendo como navegador Brian Melia.

 Este post começou com uma troca de mensagens com o Caranguejo via WhatsApp, quando enviei a bela foto que recebi do Zé.
Depois mais hora e meia de fofo...ops conversa via celular, e hoje resolvi postar o resultado. 
Assim como eu ele tem Jimmy como o maior, depois de Tazio! 

Ao amigo/sócio/herdeiro do Histórias Caranguejo - Carlos Henrique Mércio.
Ao Zé Carlinhos, que começo toda esta história.
A Jimmy, inesquecível em sua arte. 
Com a lembrança em quatro amigos que sabem muito bem o que é o "fio da navalha.
Mestre Luiz - Pereira Bueno - e Guaraná, que lá do alto nos observam.
E ao Chico e Turito.

Rui Amaral Jr 

 





   
     
 







 



quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

McLaren Cars o começo.

 

Grahan Hill em Donington Park -McLaren Elva. Foto de meus arquivos de Autosport, 1965;

Grahan Hill - link

Junho de 1965. 

 Bruce havia sido o fiel escudeiro de Jack Brabham por alguns anos, com Black Jack havia vencido sua primeira corrida na F.Um, e fora vice Campeão do Mundo de Formula Um de 1960. Aprendizado profícuo com um mestre com "M" maiúsculo. 

Black Jack e Ron Tauranac que já construíam, partiram para sua Brabham Motor Racing Developments, e para uma proveitosa associação com a Repco, para desenvolver o motor de F.Um de três litros que rendeu-lhes os mundiais da F.Um de 1966/67.

Bruce com  vinte seis anos, se tanto, rápido nas pistas e nos negócios, partiu com Teddy Mayer e seu grupo para criação da McLaren Cars.

A primeira aposta de Bruce foi a construção de um Grupo 7 da FIA, protótipos que podiam ser empurrados por uma gama enorme de motores, ao gosto e ao bolso das equipes e pilotos.

A Europa, ainda combalida após vinte anos do termino da II Guerra, era um mercado razoável, mas os EUA, com suas centenas de pistas, patrocinadores de todos os portes, era o mercado em vista para talvez centenas de carros/chassis, que começou com o McLaren MI. Bruce se associou à Elva, comprou a Trojan... 

Mike Goth e seu Mike Goth Especial, nada mais que um McLaren/Trojan MI.

No link abaixo leiam a deliciosa história...

Goth Special  

 
 No carro de Goth, numa prova da CanAm 1966, a pujança do automobilismo nos EUA. Na lateral os adesivos dos patrocinadores da corrida. A equipe se inscrevia para competição, pagava a inscrição, depois dos treinos e conforme sua classificação, recebia os adesivos e largando recebia o devido prêmio de largada por cada um deles. Conforme a classificação de chegada recebia o devido prêmio e às vezes mais alguma grana dos patrocinadores. A melhor chegada de Goth foi um terceiro lugar. 

 Essa foi a largada de Bruce no caminho da grande equipe que é hoje a McLaren, tempos de desbravamento, de grandes homens, como ele e Black Jack.

Ao meu amigo Walter.
E ao grande Antonio Carlos Avallone, que com picardia, garra e coragem tentou trazer ao Brasil o automobilismo praticado em outros países. Faz muita falta o amigo.   

Rui Amaral Jr  

PS:



 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

1966 Começa o Desafio...

 

John Surtees e a Lola T70 MKII Chevrolet 5.900cc - Foto da vitória e Riverside.

No final de 66 começa a Copa que faria a alegria de fãs pelos EUA e resto do mundo, como também de construtores e pilotos, começava a Canadian-American Challanger Coup. As corridas seriam no Canada e EUA, neste primeiro ano foram quatros nos EUA e duas no Canada. Regulamento o Grupo 7 da FIA. 

Suas três primeiras edições foram ao final do ano, quando a grande maioria dos mais importantes campeonatos mundiais havia terminado, ficando equipes e pilotos prontos a ganhar a grande quantia em prêmios  que eram distribuídos.  

Logo alguns grandes competidores se mostraram entusiasmados e aderiram. A Lola de Erick Broadley agora com Big John Surtees acertando suas T70 e montando uma equipe usando os motores Chevrolet de 5.900cc. 

A McLaren de Bruce comprou a Trojan para que ela construísse seus carros, que corriam como McLaren-Elva MKII, e cada equipe usava seu motor de preferencia, ou o que tinham. Na Equipe McLaren os Chevrolet, em St. Jovite Bruce usou o Oldsmobile de bloco de alumínio com 5.548cc, foi segundo. Em Riverside usou o motor Chevrolet preparado pela Traco. 

Na Penske Roger usava o motor Chevrolet de 5.500cc, já Mario Andretti da o motor 427 de 7.000cc, que apesar de toda cilindrada era pouco competitivo.

A All American Racers de Dan Gurney, também de Lola T70 MKII, usava o motor  Chevrolet de 5.000cc preparado pela inglesa Weslake.

Na Chaparral o motor Chevrolet, com o cambio automático de duas marchas!

Vários outros chassis e motores eram usados, por lá também correram alguns Porsche, Ferrari, Lotus...

O primeiro ano foi dominado por Big John, tendo vencido três das seis corridas da Copa. A primeira etapa em St. Jovite, a quinta e Riverside, e a última em Stardust. Na segunda etapa em Bridgehampton a vitória foi de Dan Gurney,  na terceira em Mosport venceu Mark Donohue e na quarta em Riverside Phil Hill com Chaparral 2E.


St. Jovite - Big John x Bruce. 
George Follmer e Chris Amon em sua cola.
John Cannon...
Chris Amon
Big John é perseguido por Bruce, Jerry Hansen com Wolverine LD65 Chevrolet saiu da frente!
Bob Harris, Genie MK10 (?) Olds.
Doug Revson, Porsche 906, 2.000cc.
Dan...
Lothar Mostschembacher, Trojan MKII Olds.
Mario Andretti, Lola T70 MKII, Ford 7.000cc.
Masten Gregory, Trojan Chevrolet/Traco.

Big Jonh vence.
Surtees e Gurney...
Grahan Hill pela equipe Surtees.


Pil Hill e o Chaparral 2E.

Parnelli Jones, Lola T70 MKII, Ford/Paxton, 4.727cc.


Pois bem...este foi o primeiro ano da CanAm, já escrevi muito sobre ela e muito ainda vou escrever. No post um pouco de minha memória de apaixonado pela categoria e também alguns arquivos pessoais, livros e revistas. E o mais importante, dois sites que qualquer apaixonado por automobilismo deve ter em seus favoritos...

GRAND PRIX HISTORY

Racing Sports Cars  Neste link toda CanAm. 


Feliz 2021 meus amigos,


Rui Amaral Jr