A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

GP Los Barbudos - Cuba 1960

 


O sorriso do vencedor!


 1959, a conturbada crise política da ilha impede a realização do GP.

1960, os novos donos do poder, ainda flertando com o ocidente, resolvem realizar novamente a corrida. O local do circuito muda de Havana, por causa do sério acidente de 1958, e vai para os arredores de um campo de aeronaves militares.

Com o pomposo nome de "Gran Premio Liberdad", coisa que o povo da ilha não conquistou até hoje, sessenta anos depois. Os novos donos do poder conseguem atrair muitas equipes, certamente com a promessa de grandes prêmios de largada e chegada, acredito  que ainda com a grana dos cassinos e turismo.

Fangio, agora aposentado, não aparece...

Black Jack e a Cooper Monaco Climax T49 - Na corrida seu carro era branco e #18.

Mas o novo Campeão do Mundo da Formula Um aparece. Black Jack Brabham, a caminho de seu segundo titulo corre com uma Cooper Monaco T49 Climax de 2 litros.


Na lista de inscritos mais de cinqüenta carros. Maserati, Ferrari, Porsche, Corvette, Austin Healey, Cooper, Lotus...

Interessante, na lista dos inscritos entre os carros da equipe de fábrica da Porsche, aparece o nome Bino Heins com 356 Carrera, no Racing Sports Cars, aparece como Christian Heins e seu número seria o 38. No livro “BINO-A TRAJETÓRIA DE UM VENCEDOR” do amigo Paulo Scali, não há nenhuma referencia a esta corrida.

Duas novas equipes entravam no cenário mundial, e estavam lá presentes. A CAMORADI –Casner Motor Racing Division- de Lucky Casner e a NART –Nort American Racing Tean- da lenda Luigi Chinetti.

Moss
A CAMORADI com seis carros. A Birdcage para Stirling Moss e parece que outra para Dan Gurney, que também estava inscrito com uma Maserati 200S. Dois Porsche 718K para Carrol Shelby e Masten Gregory. Duas Corvette, para Eddie Sachs e Jim Rathmann.

Pedro Rodriguez
A NART com uma Ferrari 250 TR 59 para Pedro Rodriguez. Dois carros ainda estavam inscritos, um Ferrari 4.1 para Phil Hill e outra Dino 196 S para Ricardo Rodriguez, que correu com Porsche. Sobre Phil Hill não encontrei nenhuma referencia, parece que não largou.

Mario "Nicha" Cabral com Porsche 550 RS
Largada- Jo Bonnier #35, Ricardo Rodriguez #39, Huschke von Hanstein #36 todos com Porsche 718K e Perdo Rodriguez #10. Acredito que o carro branco ainda na posição de largada seja o Cooper de Black Jack.

Sobre a corrida, agora com 250 Km, encontrei poucas referencias, a maioria que nada esclarecem e nenhum vídeo.

O certo é que Stirling Moss com a icônica Maserati Mod 61 Birdcage, liderou desde a largada, sendo pressionado unicamente pela Ferrari 250 TR de Pedro Rodriguez, e chegaram nessa ordem.

Masten Gregory, com Porsche 718 RSK, CAMORADI,  chegou em terceiro na mesma volta do vencedor, dezesseis segundos atrás de Rodriguez. Venceu na categoria até 2 litros.

Na categoria GT o vencedor foi Jim Jeffords, com uma Corvette da CAMORADI, quatro voltas atrás do vencedor.

É...a CAMORADI fez barba, cabelo e bigode!

RACING SPORTS CARS

LINK

Ainda houve uma corrida me parece que de Formula Junior, vencida por Lorenzo Bandini de Osca.

 

Rui Amaral Jr  

 

PS: Ao telefone com o Caranguejo – Carlos Henrique Mércio -  comento que estou escrevendo sobre a corrida e gostaria de colocar um titulo que levaria a nova condição política da ilha.

Depois de alguns minutos ele exclama “ GP Los Barbudos”! Pois era assim que eles mesmos se denominavam, e envia a foto que mostro abaixo.

Taí Caranguejo, obrigado.




sábado, 17 de outubro de 2020

GP de Cuba 1958

 

Moss e a Ferrari 335 Sport Scaglietti. Foto arquivo Marcel Massini.

A festa continua...

A situação política e econômica da bela ilha estava complicada, o bando no poder lutava para mantê-lo, com Fulgencio Batista na presidência, outro bando, formado principalmente por ricos fazendeiros, que se auto intitulavam revolucionários,  tentava derrubá-lo.

Mas... A grana do turismo e principalmente dos cassinos rolava solta, e era muita.

A corrida de 57 havia apresentado uma prévia, e agora se via uma profusão de Maseratis, Ferraris, três Porches e até uma Osca. Se parte da nata do automobilismo mundial havia participado em 57, agora ela chegou a peso para 58.

A bela 300S de Fangio, ao volante Guerino Bertocchi seu escudeiro.

A Maserati com dois carros da equipe, duas 300S, uma para o agora Quintuple Juan Manuel Fangio a outra para Jean Behra. Maurice Trintignant, Carrol Shelby e Jim Kinberly,  vinham com as 450S. Jo Bonnier, Harry Schell e Giorgio Scarlatti com as 200S. Cesare Perdisa, Francisco Gordia-Salles com 300S.

Luigi Chinetti, que na época ainda não era o senhor da NART – Nort American Racing Tean -, inscreveu em seu nome duas Ferrari, uma 335 Sport para Stirling Moss e uma 315 Sport para Wolfgang Von Tripps. Phil Hill com 335 Sport, Masten Gregory com 410 Sport, Von Tripps com 315 Sport e até Porfirio Rubirosa com uma 500 TRC faziam parte do esquadrão das quinze Ferraris inscritas... Além de Armando Garcia Cifuentes com uma 500 TR.

A Porsche era representada por três carros, Von Dory, Ulf Norinder e Roberto Mières os pilotos.

A pequena OSCA era pilotada por Luigi Piotti.

No dia anterior à corrida, o bando que disputava o poder com Batista, seqüestra ninguém menos que Fangio, cinco vezes campeão mundial de Formula Um e a principal atração da corrida.  

A corrida...

Fangio ainda sequestrado é substituído por Maurice Trintgnant.

Grid de largada, #12 Masten Gregory Ferrari 410 Sport, #14 Ed Crawford Ferrari 290 MM, uma Maserati que não consegui identificar, #8 Phil Hill Ferrari 335 Sport...

Na foto de Bernard Cahier/Road & Track (link)  

#10 von Tripps, #38 Harry Schell, #330 Piero Drogo, #60 Luigi Piotti e a pequena OSCA, #14 Ed Crawford.

Na corrida  Moss e Gregory vinham na liderança, quando na quinta volta a Ferrari 500 TR de Armando Garcia Cifuentes derrapa em mancha de óleo, e saindo da pista atinge o público. Sete espectadores morrem no local e mais de quarenta são feridos. Cifuentes escapa milagrosamente com vida...

Masten Gregory à frente de Moss.

Foto de 1957 que não consegui excluir!

#10 von Tripps aparece rodando, #2 Maurice Trintgnant.


O acidente

Cifuentes começa a rodar...

...e atinge os espectadores.
Fotos EL BLOG "ACEBEDO" (link)

Duas voltas depois a corrida é interrompida, Moss é declarado vencedor.

1º- #4  Stirling Moss -            Ferrari 335 Sport     

2º- #12 Masten Gregory - Ferrari 410 Sport                       

3º- #6  Carroll Shelby - Maserati 450S                    

4º- #10 Wolfgang von Trips -            Ferrari 315 Sport      

5º- #    Harry Schell -  Maserati 200S                                   

6º- #64 Jo Bonnier - Maserati 200S            

7º- #22 Jean Behra - Maserati 300S  

Pesquisa Racing Sports Cars

Rui Amaral Jr

NT: Peço desculpas pelos erros na postagem, não consegui me adaptar à nova plataforma. 




 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

GP de Cuba -1957

 

Maurice Trintgnant, Fangio e Fulgencio Batista.

1957 o então ditador da bela ilha, Fulgencio Batista, com o apoio da grana dos cassinos e outras atividades turísticas, resolve promover uma grande corrida na capital Havana. A nata do automobilismo mundial é convidada à participarem. Maserati, Jaguar e Ferrari,  trazem seus principais nomes. Fangio, Carrol Shelby, Peter Colins, Alfonso de Portago, Stirling Moss, Gendebian, Phill Hill, Trintgnant, von Trips, Behra, de Portago...Fico imaginando a fábula, para época, que foi oferecida como prêmio de largada e depois de chegada!


1957



Fangio e a Maserati 300S



Box- #16 Ferrari 375 Hawhard Havely, #14 Ferrari 857S de Phil Hill...

Largada- #28 Maserati 200S de Stirling Moss, #24 Jaguar D-Type de Alfonso Gomez-Mena, #38 Ferrari 500 TR de Peter Collins, #78 Ferrari 375 Plus de Piero Carini, #42 Ferrari 500 TR de Masten Gregory...

Ferrari 410 Sport de Carrol Shelby, segundo luga.

Alfonso de Portago, terceiro com sua Ferrari 857S e melhor volta da corrida.

De Portago
Jaguar D-Type de Alfonso Gomez-Mena sexto colocado.

 Na corrida Fangio reina absoluto com a magnifica Maserati 300S, Moss com a 200S ainda oferece alguma resistência mas abandona na septuagésima oitava volta...

1º- Juan Manuel Fangio, Maserati 300S - 90 voltas.

2º- Carrol Shelby, Ferrari 410 Sport, um minuto e vinte e dois segundos atrás.

3º- Alfonso de Portago, Ferrari 857S - 89 voltas.

4º- Peter Colins, Ferrari 500 TR - 87 voltas.

5º- Olivier Gendebiem, Ferrari 500TR.- 85 voltas.

6º- Alfonso Gomez-Pena, Jaguar D-Type. 83 voltas.

7º- Piero Drogo, Ferrari 500 TR. 79 voltas.

8º Masten Gregory, Ferrari 500 TR. 79 voltas.  


Rui Amaral Jr

NT: Minha ideia é escrever sobre os três GPs de Cuba, mais para frente escrevo sobre os de 1958 e 1960.

As fotos deste post recebi tempos atrás, encontrei ontem em meus arquivos. Caso o autor se pronuncie darei os devidos créditos. Outras encontrei no Pinterest.

Como sempre minha confiável fonte de pesquisa foi o excelente Racing Sports Cars (link).

Por fim, gostaria de contar que o Blogger mudou a plataforma e está muito difícil escrever e postar. Perdi um post completo, com todas minhas pesquisas sobre o grande Richard Petty, e como prometi ao meu grande amigo Milton Bonani, tento recompensá-lo  com esta grande vitória de Fangio e a fabulosa Maserati 300S, o carro de seu cuore.

A você Miltão e todos nossos amigos,


Um abração


Rui 

 

      









 



   

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Autos antigos Originais. Réplicas Re-desenhos...

 

AC Cobra Glasplac

  Em uma época que poucos fabricantes ou quase nenhum usavam os túneis de vento para fins de performance ou economia  os desenhos dos carros tinham a personalidade de quem os desenhava . Projetos maravilhosos saiam.

 

       Seus valores nos dias de hoje são estratosféricos e suas manutenções estão no mesmo nível. Mesmo em não se indo para os Super Clássicos como o Minerva, Bugatti, Rolls Royce, alguns Alfa ROMEO e Ferrari, os de um patamar um pouco menor têm seu preço que não é para qualquer bolso.  Refiro-me aos Jaguar , Porsche da família do 356 e 550 Spyder, AC Cobra ou Lotus originais , ainda não são para qualquer um de nós simples mortais de tê-los. 

      As réplicas começaram a ganhar força justamente aí. Pessoas que gostam do  OLD DESING os tem a um preço mais civilizado e ao mesmo tempo com uma mecânica mais moderna com manutenção mais em conta. Assim podem passar a desfrutar em um uso normal, sem a preocupação de estar expondo uma preciosidade de alto valor aquisitivo, aos perigos inerente aos dias de hoje. 

      Não indo longe, o preço de um dos primeiros Porsches 356, os PRÉ-A, hoje devem estar em uma faixa de 250 a 300 mil Reais. Andar com uma relíquia dessas normalmente, é problemático. A manutenção de suas carrocerias, normalmente de aço, que com o tempo, mais cedo ou mais tarde chegam à corrosão. Um problema.....!!!!

 

      Existem as réplicas - réplicas que são quase iguais aos originais, e as  re- leituras. No caso dos Porsches 356 tínhamos o fabricante Envemo nas pessoas do ENG Ângelo Gonçalves e seu filho Luis Fernando, em que seus autos poderão ser considerados réplicas quase fiéis aos Porsche 356 originais, fora o material de sua carroceria , que são de fibra de vidro.

      As releituras, são  carros que lembram em muito o lay aut dos originais mas em alguns deles com um andling  muito melhor, ergonomia e motorização mais atualizada.

 

O pedal de apoio à esquerda, muito importante para condução esportiva.

      Tive a primazia de andar em três Lotus Seven e comprovei isso. Um original com motor Ford Cortina, sua ergonomia para meus 1.78 era o justo necessário, ficando os pés para o trabalho nos pedais justo demais, sem espaço para o quarto pedal de apoio. 

Eng. Carlos Mazzeo e sua criação.



      Os outros dois, são releituras """ Made in Brasil  """". Releituras bem executadas. Uma do ENG Carlos Mazzeo, o  V D R , com um lay aut  """ Lotus Seven Type """, chassi monocoque, com uma ótima suspensão. Independente na dianteira e traseira, absorvendo muito bem nosso """ hípico asfalto """", não destracionando  em aceleração, com uma boa ergonomia e com um providencial quarto pedal que facilita por demais principalmente em entradas de curva e até se alguma emergência surgir. Sua motorização é  de um Ford ROCAN  1.6 Injetado, cambio VW Passat com tração traseira, um dos bons autos que me lembro de ter andado.


Reptor

        Outra releitura, é do ENG  Eduardo Polatti , o REPTOR. Também muitíssimo bem executado, com o lay aut """ Lotus Seven Type """, com o mesmo motor Ford  ROCAN  1.6 Injetado, bom de chão, com suspensão, dianteira e traseira independente.

Ótimo que os dois projetos sigam a mesma marca de motor FORD dos Lotus  originais de CHAPMANN .

       Ainda sobre o tema Lotus Seven temos o auto de Martinez/Berger, sendo que este não é uma releitura mas uma réplica. Seu motor é um Ford 2.0 Injetado, câmbio Omega 6, diferencial Dana 3.0, com suspensão dianteira de duplo A, e traseira de eixo rígido como os Seven originais, com ótimo acabamento.

 

 

      Em épocas outras, houve a mesma linha de pensamento com uma releitura mecânica da parte da GLASPAC, na pessoa de Gerry Cunninghamn, fazendo o AC COBRA GLASPAC. Teve um imenso sucesso e hoje seu preço como réplica dos famosos AC COBRA FORD é bom, a pessoa que tem um GLASPAC em condições normais, não perde seu investimento. 

      Há movimentos sendo feitos na família dos Porsche, 356 e 550 Spyder pela Achcar Cars, onde serão uma releitura. Ricardo Achcar tem o histórico da Polar do Rio de Janeiro, onde fabricou além dos protótipos D 4 motor 2 litros, os SUPER V, que foram Campeões  incontestes na Fórmula VOLKSWAGEN  Brasil , batendo """ AD continuom  ""  os chassis  campeões europeus da mesma categoria, os ASTRO KAIMANN .

       Também em grandes fabricantes existem releituras  bem sucedidas. A mais, ou uma das mais notórias seja as do MINI COOPER, com um lay aut que lembra vagamente os MInis dos anos  60//70,  mas que chegaram bem aos olhos do público.  Na casa FIAT, os 500 são muito simpáticos, e na casa tedesca os FUSCA, que  tem uma boa aceitação, embora particularmente eu continuaria com o """ tou arrier """.

       Com um pequeno grupo desenvolvemos  um Alpine Corsa que o denominamos de A 111 R e um Street. Tecnicamente gostei, mas nos faltou oxigênio, famoso este mas raro .......!!!!!

 

         Antes de o governo COLLOR ter liberado a importação, tivemos 18 pequenos fabricantes no Brasil. Sei disso pois à época fiz um regulamento para uma categoria de réplicas. Se houver um incentivo, essa é uma picola indústria que gera emprego e que nunca vai concorrer com os grandes. Até os ajuda em sua aquisição de componentes e se tem projetos bem executados os  grandes poderão se beneficiar dos pequenos estarem a usar seus motores e componentes.

Isso é um marketing , para quem é do ramo ......!!!!!!!!

 

 

        Todos estes projetos necessitam de apoio de todos que estimam este país chamado BRASIL


Abraço amigo Chico Lameirão