A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

François por Joel

Cevert por Ararê.


Rui,
Tarde de sábado, Interlagos 1973, não lembro o mês!Fórmula 1 muito sol e gente desfilando pela área dos boxes, após um pequeno incidente no qual fui atropelado por uma Mc Laren Yardley do Denis Hulme que vinha sendo empurrada pelos mecânicos para os boxes. Após o incidente fui para trás dos boxes, procurando por meus amigos e me deparei com um grupo em animada conversa,regada aos sons dos motores dos F1 ainda treinando, lembro que o ponto onde estava dava para ver um trecho do Laranjinha.Aproximei do grupo onde estavam Emerson,Wilsinho,Luiz Pereira Bueno e outros e estavam falando do ronco da Ferrari na pista,Luizinho disse que era incrível estar atrás da Ferrari e a sua aceleração e ronco de seu motor.Fiquei ali ouvindo o papo e até fui cumprimentado por todos, algo assim nem pensar hoje em dia.
Fiquei um tempo ali, peguei autógrafo de todos os presentes e procurei uma sombra e fiquei encostado em um Puma branca a poucos metros do grupo, foi quando percebi alguém do meu lado, olhei e era o grande piloto François Cevert prestando atenção ao grupo que conversavam animadamente e rindo, cumprimentou-me, eu disse seu nome e apertamos as mãos e pedi se ele poderia dar um autógrafo em um dos adesivos que havia ganhado andando pelos boxes na manhã do Sábado.



Eu acho que ficamos ali uns 10 minutos apreciando a conversa do animado grupo, foi quando Cevert foi chamado por um membro de sua equipe. O legal de tudo, foi que ele estendeu a mão e se despediu de mim e eu falei, boa sorte na corrida! Cevert agradeceu passou pelo grupo falou algo e sumiu indo para os boxes. Acho que fui um privilegiado pois fui atropelado por uma McLaren e ainda conheci um piloto estrangeiro, veloz e simpático.Naquele  ano não fui assistir a corrida no Domingo,pois gostava mais de assistir os treinos e também não lembro quem ganhou e se o Cevert chegou bem no final do prova.
Apenas sei que em Outubro de 1973 ouvi pelo rádio a notícia de sua morte, a qual senti muito, pois estive ao seu lado alguns meses antes.
Bons tempos, pois tive a oportunidade de ver e conhecer uma Fórmula 1 mais acessível aos seus fãs.

São Paulo, 07 de Outubro de 2011
Joel Marcos Cesetti





Cevert e Stewart






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Meu amigo Joel escreve o blog Esporte Protótipos e é apaixonado por automobilismo.
Obrigado Joel por dividir uma lembrança tão grata.
Agradeço também aos meus amigos Ararê pela bela imagem que começa este post e o Caranguejo por algumas das belas fotos.
Um forte abraço a todos...    

Rui


GP do Japão 2011

Button
Tião

Confira o resultado do segundo treino livre do Grande Prêmio do Japão:
1 - Jenson Button (ING/McLaren): 1min31s901 
2 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari): 1min32s075 
3 - Sebastian Vettel (ALE/Red Bull): 1min32s095 
4 - Mark Webber (AUS/Red Bull): 1min32s147 
5 - Felipe Massa (BRA/Ferrari): 1min32s448 
6 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes): 1min32s710 
7 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes): 1min32s982 
8 - Lewis Hamilton (ING/McLaren): 1min33s245 
9 - Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault): 1min33s446 
10 - Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso) : 1min33s681 
11 - Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso): 1min33s705 
12 - Adrian Sutil (ALE/Force India): 1min33s790 
13 - Sergio Pérez (MEX/Sauber): 1min34s393 
14 - Bruno Senna (BRA/Lotus Renault): 1min34s557 
15 - Paul di Resta (ESC/Force India): 1min34s601 
16 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber): 1min36s038 
17 - Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus): 1min36s225 
18 - Rubens Barrichello (BRA/Williams): 1min37s123 
19 - Timo Glock (ALE/Virgin): 1min37s440 
20 - Jerome D''Ambrosio (BEL/Virgin): 1min38s093 
21 - Pastor Maldonado (VEN/Williams): 1min38s387 
22 - Daniel Ricciardo (AUS/Hispania): 1min38s763 
23 - Jarno Trulli (ITA/Team Lotus): 1min39s800 

FOTOS: REUTERS


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O FILHO DO JOALHEIRO

Formula 3.
Tecno F2.

Albert François Cevert Goldenberg era o filho de um joalheiro parisiense de nome Charles, que na certa contava que um dia seu filho optasse pela carreira de concertista, pois era exímio pianista ou mesmo quisesse seguir seus passos nos negócios. O jovem Albert porém, tinha planos diferentes. Gostava da velocidade e envolveu-se em suas primeiras corridas com a Vespa de sua mãe, trocando depois por uma Laverda 750S. Para ele o grande atrativo contudo, eram as corridas de carros e logo Albert estava se inscrevendo na Escola de Pilotagem de Le Mans, concluído o serviço militar. Já contava com vinte e dois verões, mas eram outros tempos e os pilotos começavam suas carreiras depois de “homens feitos”. Ao participar do Volante Shell, é escolhido o melhor e como prêmio, ganha um chassi Alpine para uma temporada no Campeonato Francês de F3. Carro pouco competitivo e sem grandes recursos, apesar de sua família abastada, não consegue bons resultados até livrar-se do Alpine trocando-o por um Tecno.
1970, Rouen briga com Peterson na F2.
1971, F2, Peterson e Cevert. 

Em 1968 vence o campeonato francês e recebe o convite para integrar a equipe na Fórmula 2, a partir da temporada seguinte. Correndo contra pilotos mais experientes, conhece aquele que será o seu mentor e futuro companheiro de equipe, o escocês Jackie Stewart. Jackie fica impressionado com a condução de Cevert, em uma prova extra-campeonato em Crystal Palace. Stewart não esqueceria de recomendá-lo para seu chefe de equipe, Ken Tyrrell e assim, quando em 1970 o também francês Johnny Servoz Gavin abandona as pistas, é substituído por François Cevert. Versátil, nas quatro temporadas que teria pela frente, o filho do joalheiro impressiona ao comando de carros diferentes, como o March Fórmula 2 ou o McLaren Chevrolet CAN-AM.





 No Mundial de Marcas ajudará a Matra Simca a vencer o campeonato de 73 e na F1, aprende muito com Stewart. Aprendiz obediente, espera a aposentadoria do mestre enquanto vai chamando a atenção pelos resultados. Vence o GP dos Estados Unidos de 1971 e na temporada de 1973, faz três dobradinhas com Jackie e tem grande participação na conquista do tricampeonato do Vesgo. Em outubro, ele está considerando-se apto para liderar o time. Está tão confiante que discorda de Stewart sobre qual a melhor marcha a ser utilizada nos “esses” de Watkins Glen. Jackie achava mais sensato usar a 5ª marcha, mas François preferia fazer em 4ª e “pé cravado”. Desde os treinos de sexta-feira, o piloto francês vinha brigando com Ronnie Peterson pela pole position. No sábado, próximo do meio dia, faz mais uma tentativa de melhorar seu tempo, mas nos esses, perde o controle. Bate no guard-rail da direita e é jogado para a barreira do lado esquerdo, virado e deslizando por cima da afiada lâmina. E o filho do joalheiro morreu. Desolado, seu mestre Stewart, decide antecipar o final de sua carreira e não participa do GP; para os demais pilotos, seus amigos e adversários, uma tragédia; para os torcedores, mais um ato terrível em um ano repleto de desastres e que tomaram as vidas de Gerry Birrell e Roger Williamson e especialmente doloroso para os torcedores gaúchos, que quinze dias mais tarde, choraram as mortes de Ivan Iglesias e Pedro Carneiro Pereira em uma prova regional de Divisão 3 em Tarumã.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Fórmula 1 Português...

Desenhos - As Transparências ou "Cutaway" - O Fórmula 1 Português...



Olá a todos.

No nosso artigo de hoje mostro-vos uma verdadeira raridade, um modelo que tinha tudo para ser feliz mas que devido a vários infortúnios decorrentes da época em que foi pensado e sonhado nunca iria ver a luz do dia.
Quem diria que no inicio dos anos 70 houve dois Portugueses que tentaram a aventura das suas vidas, construir um carro de Fórmula 1 totalmente do zero, utilizando materiais e indústria totalmente nacionais, pois é, no início de 1975 a dupla de engenheiros Bravo Marinho e José Megre tentaram levar o seu projecto avante com o apoio do B.I.P. (Banco Intercontinental Português) que já apoiava o desporto automóvel Português através da participação de uma equipe no campeonato do mundo de Sport-Protótipos inscrita na categoria de 2 litros.
A equipe era muito bem estruturada tendo conseguido alguns resultados de relevo de onde podemos destacar, em 1974, uma vitória em Spa-Francorchamps com um Lola 2L pintado com a decoração inconfundível do Banco patrocinador.

Lola T292

Assim, movidos pelo sucesso a dupla de engenheiros meteu mãos à obra e iniciou o projecto do "Fórmula 1 Português", até hoje não se sabe ao certo qual seria a denominação verdadeira do modelo mas uma coisa é certa, pelos desenhos que saíram para a comunicação social podíamos ter uma ideia da qualidade e inovação que este projecto possuía.

As suas linha eram muito fluídas com a intenção de aproveitar ao máximo a aerodinâmica, a carenagem possuía várias entradas de ar para ajudarem na refrigeração do bloco do motor e também para maximizar o apoio a alta velocidade, outra das curiosidades deste modelo era a utilização de 8 (sim, oito!) discos de travão (discos de freios), cada eixo teria um disco colocado no interior do veículo e também um outro disco de menores dimensões junto dos cubos das rodas, nem Colin Chapman (com quem Bravo Marinho estagiara) tivera uma ideia destas.

Outras características curiosas incluíam a utilização de suspensões inovadoras com os amortecedores colocados em V bem no centro do carro para assim equilibrar o centro de gravidade e tornar o modelo mais estável, na parte mecânica ainda foi equacionada a utilização de um motor Alfa-Romeo mas ao fim de várias experiências decidiram-se pela montagem do motor da época, o Ford Cosworth DFV, aqui também haveria novidades pois estava prevista a utilização de uma culassa nova, fabricada em Portugal que elevaria a potência do motor dos habituais 480 Cv para uns impressionantes 650 ou 700 Cv, tudo isto sem nenhum prejuízo da fiabilidade.

Muitas destas ideias seriam utilizadas na Fórmula 1 anos mais tarde, em 1983 quase todos os F1s utilizavam estas inovações que poderiam ter sido postas em prática quase uma década antes.


Entretanto com o advento da revolução de 25 de Abril de 1974 e com a posterior "anarquia" que se instalou promovida essencialmente pela extrema esquerda tudo mudou, a banca foi nacionalizada e o principal apoiante do projecto, o Banco B.I.P. deixou de existir, assim, sem apoios financeiros nada mais restou a estes homens que guardar os desenhos e todo o projecto numa gaveta, ainda esperaram alguns anos, mas o mal já estava feito e quando finalmente este País se endireitou nos anos 80 era tarde demais, o mal já estava feito.

Bravo Marinho e José Megre foram dois visionários que tiveram a má sorte de quererem ser felizes numa época em a regra dominante eram as ideias Soviéticas e o seu ódio a quem possui algo e é ambicioso, até mesmo as ideias...


Um grande abraço.

Pedro Costa

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Meu amigo Pedro Costa escreve em Portugal o blog MANIA DE CARRINHOS e com sua permissão trago a vocês um post dele de segunda feira passada.
Lembro perfeitamente desse projeto na época em que foi aventado, a década de 1970 foi pródiga em alguns projetos para a Formula Um. 
Favorecidos pela facilidade de equipamentos fornecidos pelo mercado, tais como motores, freios, cambios e outros que eram compartilhados com vários carros, os Kit Cars, muitos  projetos foram feitos e alguns chegaram até às pistas.
Obrigado Pedro e um forte abraço...

Rui Amaral Jr