A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

domingo, 9 de maio de 2010

Antonio Carlos Avallone - I

Jornalista, político, revendedor de automóveis, construtor de carros de rua, pista e motocicletas, dirigente e piloto. Inteligente e experto estava sempre na vanguarda dos acontecimentos, conversar com ele era uma lição de vida e com ele tive papos de horas quando trocávamos informações e ele me contava muitos dos acontecimentos de sua vida. Tive esse imenso prazer e agora recebi de seu filho Cadu essas fotos e espero que em breve possamos contar algumas histórias desse homem incrível, o Baixinho.
 
Cadu de pancheta de cronometragem nas mãos ao lado de sua mãe Ecila observa seu pai no Avallone A11.

500 KM de Interlagos 1972 o Baixinho em seu Avallone Divisão 5 com motor Chevrolet 5.000cc , atrás segundo Cadu a Ferrari de Herbert Muller, Penso ser Gianpiero Moretti com a outra Ferrari.

500 KM de Interlagos 1972

1) Reinhold Joest (ALE, Porsche 908/3 - 3000), 156 voltas em 2h25min57s627 (média de 205,655 km/h)

2) Luís Pereira Bueno (SP, Porsche 908/2 - 3000), 155 voltas
3) Herbert Müller (SUI, Ferrari 512S - 5000), 153 voltas
4) Marivaldo Fernandes (SP, Alfa Romeo T33/3 - 3000), 149 voltas
5) Nilson Clemente (SP, Avallone/Ford 5000), 144 voltas
6) Paul Blacpain (SUI, Chevron B19/Ford 2000), 141 voltas


Melhor Volta: Herbert Müller (SUI, Ferrari 512M), 53s02 (média de 217,752 km/h)
Largada: 22 carros

MÃE

Hoje minha vontade era não escrever, mas abrindo o blog de um amigo e lendo sua homenagem resolvi colocar aqui essa foto de minha mãe comigo ao colo. E com ela homenagear todas as mães desse mundo, minha Claudia, a Isabelle mãe de meu filho e lembrar essa mulher fabulosa que foi minha mãe. Seu nome Arinda e soube como poucas cuidar e prover um mundo de familiares e a todos tratava como filhos. Saudades. 

sábado, 8 de maio de 2010

REMINISCÊNCIAS

Pedro e Luizinho assisti a esse duelo.

“Desce de meu carro” já estava amarrado e com capacete e ocupava a segunda fila no grid de uma das corridas do Troféu Sulamericano. Na primeira bateria tinha feito uma corrida de recuperação depois de cair para ultimo na largada, e tinha chegado entre os primeiros.
Desde minha chegada aquele dia a Interlagos só problemas, o carro insistia em não funcionar, empurramos até a exaustão, o contagiros que desde minha primeira corrida com ele não funcionava não havia sido consertado, em meu primeiro treino com o carro meses antes ouvi do Pedro “pra que contagiros pilota no ouvido” . Para piorar tudo desde os treinos ele vinha saindo uma barbaridade de frente nas curvas de médias e baixas velocidades, saía tanto que no “Sargento” era obrigado a frear forte e fazer sua traseira deslizar para apontar para o ponto de tangencia da curva e daí por diante. Mesmo assim tinha feito uma boa primeira bateria e fazendo um monte de ultrapassagens chegado perto do pessoal da frente.
 
No intervalo entre as baterias pedi que algum mecânico resolvesse o problema que fazia ser uma tortura fazer aquele motor funcionar e que ajudassem a resolver a forte saída de frente. Sei que o Pedro estava preocupado com sua corrida e até acho que ele era o principal motivo da equipe estar lá, mas não custava nada alguém me ajudar, afinal havia alugado o carro, desde o Torneio União e Disciplina quando cheguei em sexto, e alguma coisa poderia ter sido feita, Aí soltei o verbo, para todos aqueles soberbos senhores que não tinham nem nunca tiveram tempo para um simples Novato, falei na cara como é meu costume e para todo mundo ouvir. Agora no grid via ele descendo a rampa e se dirigindo a mim, achava que finalmente ia me dar algum conselho, ledo engano. Parou ao lado do carro e disse “Desce de meu carro” e um monte de outras coisas que fiz questão de não ouvir. Fiz apenas um gesto, coisa que não estou acostumado a fazer, e ignorei-o. Derrepente o publico nas arquibancadas começou a gritar uns nomes que não vou repetir aqui, virei para ele e disse apenas “é para você” ele virou e subiu por onde tinha vindo.

Ainda bem que não desci daquele carro, tudo ia ficar muito feio.

Na segunda bateria quando estava novamente batalhando por uma boa posição dei uma rodada espetacular no “Sol” e logo em seguida perdi a correia do dínamo o que fez com que o motor super aquecesse e abandonei.

Sei que errei ao chegar no Box e ir para cima dele, no que fui contido por meus amigos e namorada, mas não tinha sido eu o único a errar.

Depois disso só vim encontrar o Pedro em Campos do Jordão, após a falência da SPI do Jaime Levi e sem contar com bons resultados na sua ida à Europa correr de Esporte Protótipos, voltou e se estabeleceu por lá e sua casa era perto da minha. Cuidava e alugava cavalos e meus irmãos lá deixavam os deles. As vezes ia lá buscar algum e apesar de admirar tremendamente a Gigi, mulher batalhadora, nunca tive nenhuma conversa mais intima com eles.

Lembro de uma arca em sua casa com os troféus maravilhosos que havia ganho em sua carreira de centenas de corridas.

Depois disso senti muito a perda do Cacó num desastre terrível em que sua família e ele pereceram. Mais ainda quando Gigi e Pedro perderam seu filho de uma forma igualmente trágica. Sei que é a pior dor do mundo, a inversão da ordem natural da vida um filho ir antes dos pais.

Na época que fiquei sabendo eles já não estavam mais em Campos e não pude levar a eles meu pesar.

Deixo aos dois aqui meu abraço e a certeza que apesar de tudo foi uma época intensamente vivida.

foto: Rogério da Luz    http://www.imagensdaluz.com/   


sexta-feira, 7 de maio de 2010