Era o termo usado por meu amigo João Lindau ao se referir a certos pilotos mais afoitos no uso do pedal de freio de um carro de corridas. O que vou contar a seguir aconteceu no ano de 1978 ou 79 e à ninguém digo o nome do protagonista.
Lendo no blog de meu amigo Jr Lara Campos um chega para lá que deu em um dos DIMEP lembrei do que aconteceu comigo.
Um aviso, o Jr ao fazer seu blog postou tudo de uma só vez, então para ler é preciso procurar as deliciosas histórias que ele conta.
E ainda se faz de desentendido quando o chamo de Portuga!!!
Já havia escrito sobre esta corrida, mas numa conversa com meus amigos foi citado o tal “alicatão” e resolvi contar o resto como foi.
Bonita foto de meu amigo Alex Silva, que nada tem com a história a seguir. D3 1977
Na primeira bateria larguei super bem, com a Caixa 2 o carro pulava que era uma maravilha, e na saída da “Três” estava grudado no João Franco com ninguém menos que o Bambino -Adolfo Cilento Neto - em minha cola, na entrada da “Ferradura” passei o João e ele com seu Passat com no mínimo uns trinta HP a mais retomou a posição na “Reta oposta” grudei novamente no “Sol” e fui tentando ultrapassá-lo, atrás o Adolfo sinalizava freneticamente, achava que queria me distrair, mas era o Álcool do tanque do carro do João que lavava a pista à minha frente, como estava grudado nele não percebi. Na “Junção” aproveitando a freada dele quando fui tirar o carro para a esquerda veio a surpresa, uma rodada que me levou até aquela parte do “Anel externo” e me deixou tonto. Ao sair já era ultimo. Comecei tudo de novo, é cruel, e umas duas voltas depois quando já vinha de novo no meio do pelotão meu pneu furou ao frear para o “Sargento”. Fiquei parado quase na tangencia da curva com aqueles malucos passando pertinho e minha primeira bateria acabava por ai.
O saudoso amigo Expedito Marazzi.
Larguei a segunda bateria em ultimo, “espumando” giro lá no alto e o tempo todo trocando no limite. Aqui uns parênteses, usava um contagiros mecânico Jones com espia, e a chave sempre ficou com o Chapa. Na entrada do “Sargento” já vinha no meio do pelotão e encontrei meu amigo Expedito Marazzi que também tinha largado de traz e seguimos juntos, entramos no “Sol” colados, para no meio encontrarmos o citado senhor andando a uns vinte kilometros mais lento, e devia achar que estava rápido! O Expedito tentou ultrapassar por fora, quando vi a manobra coloquei meu carro por dentro do dele, ai o “alicatão” resolveu abrir, o Expedito tira o pé já de lado e eu perto dele vejo o “alicatão” voltando a sua trajetória, tiro também o pé. Fomos o Expedito e eu até a grama e o causador da confusão foi embora, do Expedito não lembro, fui ultrapassado por vários carros e retomei a corrida com muita raiva.
Queria me vingar dele o “alicatão”, daí em diante corri só para quando o encontrasse dar-lhe um totó de preferência numa curva de alta para que ficasse experto. Encontrei-o na reta dos boxes uns cento e cinqüenta metros a minha frente e pensei vai ser na “Três”, na tomada da “Um” para minha surpresa ele pisa no freio e eu em frente aos boxes imaginei dar-lhe o totó na “Dois” mandá-lo para caixa d água. Mas DEUS com sua infinita sabedoria e misericórdia foi mais uma vez bom comigo e antes mesmo da “Um” meu motor estourou fazendo encher minha cabine com a fumaça do retorno de óleo do motor. Fui parando devagar até encostar meu carro no “Retão” numa pista auxiliar que havia por lá, depois do muro de saída dos boxes que na época ia até o fim da “Dois”. Parado com o bombeiro e o bandeirinha a meu lado, vendo os carros passarem, agradeci a ELE, a meu Anjo da Guarda e a minha Nossa Senhora Aparecida, poderia ter feito algo de que me arrependesse até hoje.
A memória dos saudosos João, Adolfo e Expedito.
Todos citados são amigos queridos com quem tenho ou tive muito prazer em conviver, menos o “alicatão” com quem nunca tive convivência. Ele foi piloto por muito tempo e correu em varias categorias, em uma delas na classificação em Interlagos era com freqüência 12s ( doze segundos) mais lento que o pole.