A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ALICATÃO


Era o termo usado por meu amigo João Lindau ao se referir a certos pilotos mais afoitos no uso do pedal de freio de um carro de corridas. O que vou contar a seguir aconteceu no ano de 1978 ou 79 e à ninguém digo o nome do protagonista.

 
 
 
Lendo no blog de meu amigo Jr Lara Campos um chega para lá que deu em um dos DIMEP lembrei do que aconteceu comigo. 
Um aviso, o Jr ao fazer seu blog postou tudo de uma só vez, então para ler é preciso procurar as deliciosas histórias que ele conta. 
E ainda se faz de desentendido quando o chamo de Portuga!!!
Já havia escrito sobre esta corrida, mas numa conversa com meus amigos foi citado o tal “alicatão” e resolvi contar o resto como foi.

Bonita foto de meu amigo Alex Silva, que nada tem com a história a seguir. D3 1977


Na primeira bateria larguei super bem, com a Caixa 2 o carro pulava que era uma maravilha, e na saída da “Três” estava grudado no João Franco com ninguém menos que o Bambino -Adolfo Cilento Neto - em minha cola, na entrada da “Ferradura” passei o João e ele com seu Passat com no mínimo uns trinta HP a mais retomou a posição na “Reta oposta” grudei novamente no “Sol” e fui tentando ultrapassá-lo, atrás o Adolfo sinalizava freneticamente, achava que queria me distrair, mas era o Álcool do tanque do carro do João que lavava a pista à minha frente, como estava grudado nele não percebi. Na “Junção” aproveitando a freada dele quando fui tirar o carro para a esquerda veio a surpresa, uma rodada que me levou até aquela parte do “Anel externo” e me deixou tonto. Ao sair já era ultimo. Comecei tudo de novo, é cruel, e umas duas voltas depois quando já vinha de novo no meio do pelotão meu pneu furou ao frear para o “Sargento”. Fiquei parado quase na tangencia da curva com aqueles malucos passando pertinho e minha primeira bateria acabava por ai.


O saudoso amigo Expedito Marazzi.

Larguei a segunda bateria em ultimo, “espumando” giro lá no alto e o tempo todo trocando no limite. Aqui uns parênteses, usava um contagiros mecânico Jones com espia, e a chave sempre ficou com o Chapa. Na entrada do “Sargento” já vinha no meio do pelotão e encontrei meu amigo Expedito Marazzi que também tinha largado de traz e seguimos juntos, entramos no “Sol” colados, para no meio encontrarmos o citado senhor andando a uns vinte kilometros mais lento, e devia achar que estava rápido! O Expedito tentou ultrapassar por fora, quando vi a manobra coloquei meu carro por dentro do dele, ai o “alicatão” resolveu abrir, o Expedito tira o pé já de lado e eu perto dele vejo o “alicatão” voltando a sua trajetória, tiro também o pé. Fomos o Expedito e eu até a grama e o causador da confusão foi embora, do Expedito não lembro, fui ultrapassado por vários carros e retomei a corrida com muita raiva.
Queria me vingar dele o “alicatão”, daí em diante corri só para quando o encontrasse dar-lhe um totó de preferência numa curva de alta para que ficasse experto. Encontrei-o na reta dos boxes uns cento e cinqüenta metros a minha frente e pensei vai ser na “Três”, na tomada da “Um” para minha surpresa ele pisa no freio e eu em frente aos boxes imaginei dar-lhe o totó na “Dois” mandá-lo para caixa d água. Mas DEUS com sua infinita sabedoria e misericórdia foi mais uma vez bom comigo e antes mesmo da “Um” meu motor estourou fazendo encher minha cabine com a fumaça do retorno de óleo do motor. Fui parando devagar até encostar meu carro no “Retão” numa pista auxiliar que havia por lá, depois do muro de saída dos boxes que na época ia até o fim da “Dois”. Parado com o bombeiro e o bandeirinha a meu lado, vendo os carros passarem, agradeci a ELE, a meu Anjo da Guarda e a minha Nossa Senhora Aparecida, poderia ter feito algo de que me arrependesse até hoje.

A memória dos saudosos João, Adolfo e Expedito.


Todos citados são amigos queridos com quem tenho ou tive muito prazer em conviver, menos o “alicatão” com quem nunca tive convivência. Ele foi piloto por muito tempo e correu em varias categorias, em uma delas na classificação em Interlagos era com freqüência 12s ( doze segundos) mais lento que o pole.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

UM BELO DOMINGO


 Hoje foi um dia triste, mas nada melhor do que falar dos amigos para afastar tristeza então vamos lá.


Ferraz com o alicate sobre sua cabeça, não sei de onde veio, eu, Dú que deve ter contado para todo mundo que foi o mais rápido na pista sem contar que estava com o Berta Hoolywood do Luizinho que era o mais rápido dos carros, Fabiano Guimarães que ainda não tem idade suficiente para ouvir as histórias do Ferraz, e os incríveis Luiz Guimarães e Fernando Fagundes.
    
Agora o Dú foi bater a foto e quem estava a meu lado era ninguem menos que o articulador dessa loucura toda, Fabio Poppi, imaginem a bobagem que o Ferraz disse para todo mundo estar rindo desse jeito? Nas fotos só não aparece meu filho Francisco que teve de sair antes.


Nós estavamos na Monza, pista de autorama no Ibirapuera, para andar pela primeira vez com  a criação dos meus amigos Tito, Fabiano, Caranguejo e Fabio, numa pista. Para meu orgulho o Fabio escolheu meu carro, o Ferraz só perguntava: E o meu?
     

Foi uma tarde maravilhosa, inesquecível. Conversamos a vontade e rimos muito, combinamos sobre as Mil Milhas de autorama que faremos e muito papo rolou. No dia seguinte fiquei sabendo por fontes fidedignas que o Luiz e o Fernando tramaram longe de nós a participação deles nas MM com nada menos que um SIMCA e com o motor fora do regulamento!!!! Outra coisa fiquei sabendo tambem por fontes confiaveis, parece que até saiu num site de famosos, junto com o Orlando, que estava na praia, combinamos uma corrida de kart mas parece que fugindo às regras tal como Schumi o Ferraz andou treinando às escondidas, as fotos abaixo provam o que digo.  






Na tomada de uma curva tal qual uma foto da tomada da "Ferradura" que causou tanta polemica, Ferraz ultrapassa um concorrente.

A todos, Luiz, Fernando, Fabio, Fabiano, Ferraz, Dú meu forte abraço e a expectativa de um novo encontro.

Zilda Arns


Vitima do terremoto que abalou o Haiti, a Dra. Zilda Arns faleceu.



Medica pediatra, sanitarista, esposa e mãe estava no Haiti certamente para levar ao povo daquele país toda sua força e luta para ajudar os mais necessitados. E isso ela soube fazer como poucos. Aprendi admira-la conhecendo seu trabalho e esforço para levar a crianças de nosso país, tão abandonadas por nossas autoridades, um pouco de dignidade.


Apesar de não compartilhar das posições de seu irmão d. Paulo Evaristo Arns e seu sobrinho Flávio, deixo a eles e toda família dessa grande mulher e magnífico ser humano minha solidariedade.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Gwenda



Escrevendo sobre o GP da Suíça encontrei a foto de uma figura seria a bordo de um DERBY-Maserati antes da largada, algumas mulheres correram aquelas provas. Até o advento da FORMULA UM em 1950 os GP eram disputados com carros da categoria FORMULA DOIS ou VOITURETTE e era nessa categoria que Gwenda então Stewart competiu aquele GP.


Pesquisando encontrei uma mulher incrível, filha do Major-General Sir Frederic Manley Glubb nasceu no ano de 1894. Irmã de Glubb Pasha chefe da Legião Árabe de 1930/56 sua família era de grandes aventureiros. Durante a Primeira Guerra Mundial 1914/18 Gwenda dirigiu ambulâncias na frente Russa, e na Segunda Guerra voltou a dirigi-las em Londres quando a cidade foi duramente atacada pelas V-2 Alemãs.
Mas sua paixão maior era mesmo a velocidade, e sua especialidade os recordes, e ela estabeleceu muitos. Casou-se três vezes, competiu com o nome de seu primeiro marido como Gwenda Janson. Com seu segundo marido o Major Stewart competindo como Gwenda Stewart estabeleceu vários recordes mundiais, em motocicletas, triciclos e automóveis. Ao final da década de 20 casa-se pela terceira vez, então com o Major Douglas Hawkes outro grande parceiro de sua carreira.


Com essa Triumph-Jap na pista de Brooklands rodou 24 horas em dois períodos de 12horas e estabeleceu o Recorde de 44.65 MP/h. Isso nos anos vinte do século passado, ao termino o povo que aquela altura já era numeroso carregou-a em delírio.


Com esse Derby-Miller estabeleceu no ano de 1930 um Recorde para as 10 milhas, 137 MP/h.



O Derby com tração nas quatro rodas projetado e construído por seu marido Douglas Hawkes.


Com seu marido Douglas Hawkes, foi viver na França perto do circuito de Montheri, tinham uma indústria de componentes automobilísticos e naquela pista ela se dedicou a bater vários recordes, que ficaram em suas mãos por décadas. Faleceu no ano de 1990 aos 95 anos de idade.