terça-feira, 10 de novembro de 2009
500 KM de Porto Alegre 1962 -PROLOGO II
domingo, 8 de novembro de 2009
As carreteras de Passo Fundo e seus audazes pilotos
Inicio descrevendo-as
As carreteras, carros de corrida que iniciaram as competições automobilísticas em Passo Fundo derivaram das "baratas" (coupes) Ford e Chevrolet dos anos 1937 a 1940, de onde eram retirados pára-lamas, pára-choques, bancos e outros itens, com modificações em suspensões, freios e motores num primeiro estágio. Seu nome, herdado dos "hermanos" argentino-uruguaios significa estrada/rodovia.
Um pouco da história
Quarta-feira, 14 de abril de 1926, o jornal O Nacional então bi-semanário noticiava a vitória fácil de uma baratinha amarela (possivelmente uma Ford), num desafio em plena Avenida Brasil centro.
Em 15 de junho de 1928 o mesmo jornal, O Nacional, noticiava a mais longa disputa automobilística do Estado, até então.
Itinerário
Júlio de Castilhos a Passo Fundo com retorno a Júlio de Castilhos até a praça central.
Distância
586 km por um caminho ao longo da via férrea.
Vencedor
Carlos Fumagalli, com Ford contra Cyrus Bastos, com Chevrolet.
A relação entre as notícias, Passo Fundo entrando de pé embaixo nas competições. E no noticiário jornalístico sobre automobilismo, desta vez com repercussão estadual.
Como seria o futuro
O Desenrolar
O próximo evento, envolvendo nossa cidade, ocorreu no circuito do Cristal, em Porto Alegre, no dia 18 de julho de 1943, quando realizou-se a prova para carros movidos a gasogênio - gás pobre produzido pela queima de lenha ou carvão em equipamento pesadão, anti-estético, anti-aerodinâmico, colocado geralmente na traseira das baratas.
Com todos os anti-contra, o gasogênio possibilitou que parte dos automóveis, pick-ups e caminhões continuassem rodando sem a gasolina que era toda importada, consequência da 2ª Grande Guerra Mundial.
O grid de largada foi ótimo, pois 20 e tantos carros alinharam. Ary Burlamaque foi exceção correndo por Passo Fundo com Oldsmobile 1942 e gasogênio à lenha, fabricado pela Indústria Menegaz de nossa cidade. Outro passo-fundense que alinhou foi Guaraci Almeida Costa. Nossos representantes não conseguiram as melhores colocações. Mas os futuros pilotos da terra começaram a fazer o dever de casa. Adquiriram suas baratas, desenvolveram conhecimentos mecânicos, testaram, experimentaram e deram-se por preparados para os embates que aconteceriam ali na frente.
A consolidação
E o grande dia chegou. Era 29 de setembro de 1948, domingo de manhã quando foi dada a largada para a Copa Rio Grande do Sul, na distância de 824 km com saída em Porto Alegre, passando por Caxias, Vacaria, Lagoa Vermelha, Passo Fundo retornando à capital do Estado. O grande vencedor foi Alcídio Schröeder representando Passo Fundo com carretera Ford, que lutou quase 9 horas contra chuva, barro, pouca visibilidade e um ferrenho piloto adversário. Recebeu a bandeirada do então governador do Estado, Walter Jobim. O Leão da Serra, como era conhecido Alcídio, foi o piloto pioneiro da capital do Planalto Médio e passou para os demais, seus predicados, na condução dos bólidos.No ano seguinte, 1949, Aido Finardi, o Rei das Curvas, deu continuidade à participação de pilotos de Passo Fundo em provas automobilísticas.
As caixas de câmbio originais de três marchas foram substituídas algumas vezes pelas caixas de quatro marchas dos carros Jaguar.
O fim da era gloriosa
A superioridade da BMW foi flagrante. Simultaneamente, por causa de acidentes, em provas anteriores era proibida a realização de corridas em ruas.Assim brusca e melancolicamente encerrou-se fase importante do automobilismo gaúcho, não sem antes revelar competentes mecânicos preparadores e exímios e audazes pilotos. Com isto abriu-se o caminho para os autódromos de Guaporé e Tarumã. As carreteras ainda hoje despertam os mais variados sentimentos. Nas crianças: medo (pelo ronco) e espanto. Nos jovens: curiosidade dada à aerodinâmica, e nos contemporâneos muitas lembranças que mexem com as emoções, não raras vezes levando às lágrimas.
Curiosidades ligadas as carreteras e seus audazes pilotos
- Orlando Menegaz foi o primeiro piloto gaúcho a usar cinto de segurança abdominal (tomado 'emprestado' de um avião DC-3 da Varig em vôo de Chapecó à Passo Fundo). Seus colegas recomendaram que não o usa-se, pois em caso de acidente ele estaria 'amarrado'. E o perigo de incêndio era muito grande;
- a famosa carretera Chevrolet/Corvette de números 9, 4, 24 ou 1 desafiada para correr contra um cavalo, de Vacaria-RS, na distância de 100 metros. Após vários testes, Orlando não topou a parada, ele soube antecipadamente do tempo do eqüino... A aposta era polpuda;
- Winik ganhou outra aposta desta vez do Aido Finardi, cuja carretera disputava a Força Livre. Estabelecidos handicap (vantagem), hora e local os contendores apresentaram-se. A condição era que Winik não mexesse no motor de sua carretera que era Standard o que ele cumpriu, mas em compensação retirou a carroçaria completa, por recomendação do Orlando. Como o tiro era curto, Winik ganhou mesmo sentado num caixote e acelerando através de um arame. Aido pagou o churrasco alegando sempre que foi enganado;
Mudou-se para Caxias do Sul-RS e agora, sócio do Ari inauguraram a Auto Palácio Revenda GMC. As plantas da construção civil vieram da GMC dos Estados Unidos.
Em seguida, Antoninho adquiriu a carretera Ford do Alcídio Schröeder, com qual disputou algumas provas, sempre com problema de superaquecimento do motor que tentou resolver com a instalação de uma serpentina de canos d'água, por cima da capota, ligada ao radiador.
Agradeço aos meus queridos mãe e pai Jucélia Anna e Nelson M. Rocha a colaboração neste artigo.
Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS
MEMORIAS DE UM FÃ
MIL MILHAS 1984 João Lindau/Sebastião Santos/Arlindo Camargo .
Outras 3 fotos são das Mil Milhas de 1984: o fusca nº 91 do José Ferraz em dupla com o Julio Migliori, outro fusca, o nº 61 da dupla Carlos Manzetti / Julio Borella e o Opala nº 54 do João Lindau compondo o trio com o Sebastião Santos e Arlindo Camargo. Essa prova foi caracterizada por um violento acidente na largada, com chuva, quando o Opala do Beto Nogueira que largava em 2º ficou parado, provocando a colisão de 8 veículos dentre os 70 que largavam.
MIL MILHAS 1984 Julio Borella/Carlos Manzetti .
As demais fotos são de uma prova de Hot Car em 1984, quando poucos fuscas ainda resistiam na categoria, já dominada pelos Opalas da extinta Classe C, empobrecendo o espetáculo e minando os mais belos carros de competição que já vi correr. O nº 1 é do Amadeu Rodrigues, veículo reconstruído após o incêndio na penúltima etapa de 1983. O nº 37 é novamente o "Tide Dalécio", com o carro que pertencia ao Laércio dos Santos e anteriormente era do Amadeo Campos. O nº 66 é do Carlos Manzetti e o n° 13 do Isnaldo Bezerra, da Jovem Car de Santo André, veículo que em 82 e 83 pertenceu ao Orlando Belmonte. Em 1985 havia apenas um fusca correndo regularmente na categoria, do José Forcolin que posteriormente também trocou o carro por um Opala e o "Sueco" que participou de uma ou duas provas para em 86 correr com um Fiat 147 e depois também optou pelo Opala. O último fusca que presenciei em Interlagos foi este mesmo que pertencia ao "Tide" quando o Marcio Sciola correu na temporada de 90 pela categoria Força Livre." Fabiano Guimarães .
NT : As fotos e texto do Fabiano Guimarães são do tempo em que ele incentivado por seu pai era um fã , depois vai nos contar de sua carreira . E juntos vamos escrever das MIL MILHAS de 1984 em que corri em parceria com Fabio Levorim e Alexandre Benevides . As fotos mostram meus amigos Ferraz , Junior e o saudoso João Lindau , valeu Fabiano !
sábado, 7 de novembro de 2009
HISTÓRIAS
Quando comecei a escrever este blog , incentivado pelo Carlos de Paula minha ideia era essa mesma, contar histórias por quem as viveu . Todas pessoas que são loucas pelo esporte , e isso o automobilismo tem demais .
Logo no primeiro dia do blog , o Carlos coloca uma chamada divulgando meu blog , a seguir o Fred , lá de Fortaleza , faz aquele banner incrível divulgando em seu blog o “ Histórias “ . Era o apoio recebido de dois grandes e eu apesar de ter várias ideias e uma boa memoria dos fatos , não sabia se ia conseguir transmitir minha mensagem . E fui escrevendo ,de meu jeito intimista e colocando na tela o que vinha coração . Ai fui reencontrando os amigos ,ou como diria o Expedito , velhos amigos , Teleco , Duran , Ferraz , Orlando , Gabriel , Chico , Crispim , Junior . Conversamos constantemente e dessas conversas aparecem minhas histórias , do Ricardo , hoje professor , lembrei de quando fazíamos seu Passat de corridas em sua casa , hoje alem dessas lembranças dividimos aqui seus trabalhos na FEI . Na palestra na FEI , após ter o excelente Bird acabado de falar o Ricardo agradeceu e pediu a todos nós ex pilotos que nos levantássemos , certamente para mostrar a seus alunos que aqueles " malucos " existiam de verdade , como eu demorasse um pouco a levantar por conta de uma perna dormente ele saiu com essa “o Rui está demorando a levantar porque não quer que vejam que está tingindo os cabelos “ . Ora eu não tinjo os cabelos , apesar de meus 57 anos não tenho nenhum , repito nenhum fio de cabelo branco ! Eu te perdoo meu amigo de tantas , e não adianta ficar rindo quando conversamos !
Voltando ao blog, gente de peso escreveu aqui, o Carlos o Gabriel, o Peralta contou da primeira vez que ouviu o ronco ensurdecedor de um carro de corridas, o Orlando contou como em sua corrida de estreia me ultrapassou por fora na curva “Um” (esta eu devolvo a ele um dia quando estiver escrevendo em seu blog). Ai conheci o Fabio , maluco por carreteras que me apresentou o Victório e eu que tive o privilégio de andar em sua carretera pelas ruas de São Paulo conheci pessoalmente a lenda e seu filho Marcelo . Do Fabio recebi aquelas fotos maravilhosas dos 500 KM de Porto Alegre de 1957 . Com as fotos no arquivo fui pesquisar e descobri a sobrinha do Menegaz escrevendo sobre o tio e conheci e fiquei amigo da Graziela seu pai Nelson e da Elisa . Por falar em Graziela , vou acabar ficando de cabelos brancos fazendo a pesquisa para o vídeo dos 500KM de Porto Alegre 1962 que ela me enviou.
E eu que mal sei mexer nesta máquina acabei escrevendo no blog do Gabriel , do Orlando , mandando textos para o Luiz – Saloma - , ajudando o Junior e recebendo material e ajuda de muita gente como o Luan , o exepcional Ari Moro , que me foi apresentado pela Elisa e Graziela .
Agora com as fotos e o texto do Fabiano formou-se o circulo , alguém que acompanhando o blog me enviou suas fotos e histórias .
Hoje lembrando esses 10 meses vejo que não me falta material para postagens , tenho guardadas mil histórias , textos e fotos e aos poucos e com minha competente desorganização vamos dividi-las .
Desde o começo tive leitores , impulsionado pelo Carlos , Fred , Fabio , o Sanco. Com o tempo algumas postagens tiveram números expressivos , a do FEI X20 tendo no dia alcançado 1300 visualizações , os 500 KM de Porto Alegre escrito pela Graziela mais de 1000 visualizações no dia e outra postagen que não me lembro agora e em que pela primeira vez passamos dos 1500 leitores . Um impulso importante recebi do UÊBA que vive divulgando muito do que escrevo . É uma grande satisfação olhar o Who´s Amung e ver alguém lendo uma postagem antiga e essas que citei acima já ultrapassaram a casa dos 2000 leitores , logo vou instalar um controlador de estatísticas para podermos ver melhor .
É , é muito para um simples contador de histórias , que a com a ajuda dos amigos tenta dividir com todos um pouco do que vivemos.