A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

terça-feira, 6 de outubro de 2009

FÚRIA por Ari Moro




" Flávio das Chagas Lima. Empresário do setor de construções e, acima de tudo, um anônimo, modesto, humilde mesmo, apaixonado pelo automobilismo de competição e responsável direto - temos que destacar isso sempre - pela existência do Autódromo Internadonal de Pinhais. Nunca soubemos que ele tivesse pilotado um veículo de corridas, nem mesmo um carrinho de rolimã, mas, presenciamos, isto sim, ele mesmo na boléia de um grande trator de pá escavadeira, de sua empresa de terraplenagem, sob o sol a pino, preparando o terreno onde hoje está localizado nosso primeiro autódromo paranaense.
Sem o Flávio não teríamos a oportunidade de sentir as emoções, hoje, de uma prova de arrancada, .de uma Stock Car, de uma Fórmula Renault, de caminhões, de motocicletas,
enfim, tudo o mais que acontece em nosso autódromo. Não há o que pague. o sácrifício desse cidadão, que muito lutou para ver seu sonho concretizado e dar ao público um local apropriado para as corridas motorizadas. Aliás, o autódromo deveria levar o seu nome e não é preciso dizer porque.
Pois bem, nunca imaginava Flávio que, um dia, viria a ser vítima de um acidente automobilístico dentro da própria casa de espetáculos que criou. Nas décadas de 70/80 o piloto paulista Jaime Silva era um dos mais destacados do país, sempre presente nos autódromos. Numa corrida em Pinhais, Jaime estava no gride de largada pilotando um dos carros nacionais mais competitivos da época, o bonito protótipo Fúria que levava o número 26 e estava equipado com o motor do Alfa Romeo JK. Durante a competição, numa curva dos fundos do autódromo, o carro de, Jaime' se desgarrou da pista, passou pela grama, arrebentou a mureta de proteção e foi parar no barranco, atropelando justamente sabem quem: o dono da casa, Flávio das Chagas Lima. Foi muito azar para Flávio que, em conseqüência, teve uma de suas pernas fratuda. Ainda bem que foi só isso, pois, até hoje ele comparece a quase todas as corridas, sempre sorrindo e incentivando os pilotos. Valeu Flávio! " Ari Moro

Valeu Ari , obrigado .



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ÓLEO NA PISTA POR JR LARA CAMPOS

"Pra vcs terem uma ideia , óleo , cimento , muita rodada e porrada ." Jr .


"Essa corrida, Abril de 1979, autódromo cheio, na classificação quebrei meu motor na 2 volta sai em 5 com o Yoschikuma em 1, seguido pela grande surpresa do dia Espedito Marazzi em 2, Amadeo Campos, Arturo, Lara, Giaffone.
Largamos, contornamos a curva 1 e 2, retão, chegamos na curva 3 sem alterar as posições, com o Yoshikuma pouco a frente do Marazzi, por sinal seu motor falava alto, eu ja tinha notado na volta de apresentação para o grid de largada que a pista estava sem aderência por causa do óleo derramado na prova de classificação, contornamos a curva da ferradura, já com o Marazzi colado no Yoshikuma e nos colados nele, o Arturo perde sua traseira eu passo ele logo na saída da curva da Ferradura, uma pequena reta em decida para curva da subida do lago, essa curva não tem área de escape, se você se perder nela é muro de frente, e foi o que aconteceu comigo, logo na entrada desta curva uma nuvem de fumaça do carro do Marazzi, meu parabrisa ficou lavado de óleo, o carro perdeu a aderência dianteira e foi reto para o muro, que porrada de frente, nem sei como o Amadeo , Arturo e Giaffone escaparam desta, mas não fiquei só ali, em seguida pra minha sorte, como bati logo no inicio desta maldita curva, vai para o muro também pouco mais a frente de meu carro mais 4 carros um engavetando no outro.
Não ficou só ai, o Giaffone também foi pra cerca de arame na curva do Sargento, Amadeo Campos e Arturo quebraram e Yoshikuma vence, com Jefferson Elias em 2, Bruno em 3, seguido de Foão Franco.
Os organizadores da prova não queriam que o Marazzi largasse na 2 prova, aquele confusão, todos os pilotos partidários ao Marazzi, assinamos um abaixo assinado para ele largar, e largou pois ninguem saiu dos box para alinhar enquanto a decisão da direção da prova não fosse revogada ." Junior Lara Campos


Junior e Yoshikuma .


O belo traçado antigo .



Nesta corrida corri com um VW D3 comprado do Luiz Pereira Bueno , acho que o carro do Alex ou do Julio Caio , havia comprado dois motores de um famoso preparador (ainda tenho o recibo)
que dizia serem dois "foguetes", e eram mesmo , um estourou na classificação e o outro ao ir alinhar . Naquela época a saída bos boxes era por dentro da curva "Um" , um muro separava a pista da saída , ao ir para o grid notei que um Fusca que vinha atrás de mim antes de pegar o "Retão" rodou , pensei " que maluco " , mas não era isso , era o óleo jogado por meu carro ! Na "Ferradura" comecei a perceber o vazamento , e saindo do traçado fui para o grid , logo um fiscal me expulsou do local , entrando em meu box percebi a trilha de óleo que ia deixando , era o 2º motor desse grande "preparador" . Rui Amaral Jr

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

RUBENS BARRICHELLO E O CAMPEONATO


Acompanhando o noticiário sobre o futuro de Rubens Barrichello , resolvi escrever algo , não que vá acrescentar nada , mas é uma vontade que tenho desde antes da corrida de Singapura . Desde o final do treino desenhei a corrida , Button saindo mais atrás e de tanque cheio , só podia dar no que deu .
Em seu blog meu amigo Carlos de Paula escreve sobre sua quase certa contratação pela Willians , http://brazilexporters.com/blog/index.php?blog=5&cat=14 , respeito muitíssimo as opiniões de meu amigo , com quem converso horas e troco mil e-mails , sua visão do automobilismo é muito parecida com a minha . Mas no caso Barrichelo vou discordar .
Neste blog desejei a Barrichello uma boa temporada na Brawn , e depois no episódio da ultrapassagem sobre o Nelsinho Piquet , junto com o Fabio Poppi deploramos sua atitude .
Agora vejo Barrichello pilotar de um jeito que nunca tinha visto antes , andando rápido e se impondo , caso tivesse feito isso em sua época de Ferrari seu contrato não teria durado tanto tempo , mas também não teria engolido tantos "sapos" e talvez até tirado um ou dois campeonatos do Alemão . Sabemos que sua contratação pela Ferrari foi imposta pela montadora Italiana que controla a Equipe e tem no Brasil sua grande fonte de lucros , e sempre achei que ele deveria ter tido uma atitude mais aguerrida , como disse antes não teria que engolir tantos "sapos".
Agora o vejo quase brigando pelo titulo , andando forte e rápido , é claro que a Brawn vai priorizar o Button - um grande piloto - com contrato já definido para o ano que vem , a escolha da equipe desde o começo do ano . Mas como dizia Fangio " carreras son carreras " uma corrida se decide só na bandeirada e um campeonato só no final .
Quanto ao ano que vem Campeão ou não tenho certeza que ele vai estar fazendo o que gosta , pois é muito difícil para um piloto ouvir o rugido dos motores e estar fora do cokpit . Sem nenhuma comparação com o Grande Grahan Hill bi Campeão do Mundo de F I , lembro dele andando com aquelas pernas tortas depois de seu grave acidente e de sua satisfação por ainda estar pilotando .
Boca fechada e pé no fundo Barrichello , pode ter certeza que muita gente que antes não te admirava vai estar torcendo por você .

Foto site oficial da Brawn http://www.brawngp.com/

terça-feira, 29 de setembro de 2009

CHAPARRAL 2J

Jackie Stewart e o Chaparral 2J , 1970 série CanAm .

A Chaparral Cars , criada por Jim Hall e James Sharp , decide no final de 1969 abandonar a categoria Esporte Protótipos por uma série de razões e volta-se à CanAm campeonato na época de muito prestigio disputado no Canada e EUA , dominada então pela MacLaren . Com a chegada dos novos pneus de perfil baixo e muita aderência ( pré slic ), os dois Texanos , projetam um carro para aproveitar a nova tendência . Extra oficialmente sempre contaram com o apoio da GM , embora essa negasse , e agora junto com a Firestone , construíram o primeiro carro a adotar o efeito solo . Ao contrário de Chapman que aproveitava o ar que passava por baixo do carro , eles "simplesmente" construíram ventiladores , tocados por um motor de dois cilindros e 45 hp , para sugar todo ar debaixo do carro e cola-lo na pista .

Vic Elford , Chaparral 2J , 1970 .
Para isso contavam com saias em toda volta do chassi , eram feitas de um material novo o Lexan , apoiadas em laterais com molas pressionavam até que tocassem no solo , e com o ar aspirado pelos extratores grudavam o carro a pista . Junto com os novos pneus Firestone o carro vai para pista e se torna imbatível . Ao contrário do Lotus que precisava de velocidade para aumentar a aderência , o Chaparral 2J tinha aderência em qualquer tipo de curva , pois o efeito solo estava sempre sendo produzido pelos extratores de ar .



A pelicula de Lexan que com o motor de 45 hp que sugava o ar , grudava o carro ao solo .
Seu motor era um Chevrolet de 7.600 cc , o cambio como nos carros de Esporte/Protótipos automático de duas marchas . Suspensão por triângulos seu esquema de chassi era convencional .
Sua estreia foi em Watkins Glen pilotado por Jackie Stewart e depois por Vic Elford . O carro era simplesmente muito mais rápido que os outros , freava e fazia qualquer curva numa velocidade muito superior aos demais .

O motor do extrator de ar tinha 45 hp e as rodas traseiras de 15 pol de largura .

Detalhe da grande quantidade de detritos jogada para trás do carro . O recente episódio Baricchelo/Massa mostrou como são perigosos os detritos jogados pelos carros da frente .

Seu grande problema era a enorme quantidade de sujeira jogada para traz , o que prejudicava os outros pilotos . Como nenhuma equipe conseguia segurar a Chaparral começaram as reclamações contra o carro , e no final de 1970 a FIA decide proibir os ventiladores . Era o fim dos Chaparral..