A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O Puma de José Martins Junior

José Martins Jr e seu Puma .
Saudades , um Opala em 1º logo a seguir o Puma , curva da "Ferradura" o Interlagos original.

Estou devendo uma visita ao José Martins , dividi com ele alguns grids no ano de 1971 , ambos éramos "Novatos" . Ele alguns anos mais velho , havia comprado o Puma 48 ex M.M carro feito com muito carinho e que se não me engano era pilotado por Fredy Jorge e Angi Munhós . A primeira vez que corremos juntos foi no "Torneio União e Disciplina " no mes de Junho de 1971.
Seu carro um "foguete" , nesta corrida seus principais adversários eram os VW D3 da Kinko , um pilotado pelo super simpático Japonês Hiroshi Yoshimoto , como ele bem mais velho , e o outro por Paulo Condracti . O José Maldonado que venceu este ano o "Ranking Autoesporte" , Alfredo Guaraná Menezes e eu pilotando um carro alugado da equipe de Pedro Victor Delamare . Não sei se foi a primeira corrida vencida por ele , depois ele venceu várias corridas com seu Puma . No "Festival de motores" com duas corridas ele venceu a primeira e o José Maldonado a segunda , quebrei em ambas . Espero logo encontrar o Martins para bater um longo papo e relembrar as histórias de meu amigo piloto/dentista .

Torneio União e Disciplina Junho de 1971
1º José Martins Jr Puma nº 48
2º Hiroshi Yoshimoto VW D 3
3º Paulo Condractki VW D 3
4º José Maldonado VW D 3
5º Alfredo Guaraná Meneses VW D 3
6º Rui Amaral VW D 3


Fotos arquivo José Martins Jr .

quinta-feira, 16 de julho de 2009

RESGATANDO A HISTÓRIA



Uma das incriveis criações do Fabio Poppi , a 50 de Azzalin/De Maio .



Elisa Asinelli do Nascimento .




Dia 7/7 recebo do Fabio as incríveis fotos de carreteras , dos 500 Km de Porto Alegre fiquei horas olhando as fotos , maravilhado . Fiquei pesquisando e não encontrei muito a respeito da corrida , mandei um e-mail ao sempre presente Carlos de Paula e fora os primeiros colocados ainda fiquei sem saber muita coisa .
No dia 8 /7 encontro no site da ANTYQUA um texto sobre carreteras escrito por Graziela , e deixo um recado no site . Recebo no dia seguinte um e-mail super gentil da Elisa me fornecendo o e-mail da Graziela . Entro imediatamente em contato com ela .
Em sua resposta ela me surpreende , seu pai Nelson Marques Rocha é um aficionado pelas carreteras e sua mãe sobrinha de Orlando Menegaz . Imediatamente , faço a postagem das fotos para que ela e Sr Nelson me contem sobre a corrida . A esta hora eu já tinha pertubado bastante meus amigos Fábio e Carlos e falando ao telefone com a Elisa e depois com a Graziela resolvi convida-la a escrever sobre a corrida , ela aceitou de pronto . E ainda iria contar com a ajuda de seu pai Nelson , "uma enciclopedia de automobilismo" . Nesta altura já mais tranquilo vou dar uma espiada no blog do Carlos , tomei um susto , ele havia colocado uma postagen indicando em meu blog as fotos das carreteras , choveu gente de todo mundo . Ainda conversei com o Paulo Peralta que me esclareceu que o VW PORSCHE que correu era do Gaúcho Haroldo Dreux . Os dias 9/10 e 11 foi uma troca constante de conversas com a Graziela , devo te-la perturbado "um pouco" , mas valeu a pena quando li seu belo relato , seu e de seu pai Nelson , da corrida . A meus amigos Fábio e Carlos duas pessoas fabulosas , deixo meu abraço . A Elisa Asinelli do Nascimento , meu muito obrigado . A Daniel Winik piloto destas incríveis máquinas e que muito ajudou com suas lembranças deixo um forte abraço e fico aguardando suas histórias .
A Graziela e Nelson Marques da Rocha meus novos parceiros , a honra de te-los comigo .

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Orlando Menegaz


Quem foi Orlando Menegaz
Nasceu em 16 de agosto de 1918, no interior de Caxias do Sul-RS.
Disputou e venceu várias provas.
Venceu duas vezes as Mil Milhas Brasileiras em Interlagos-SP, uma em 1957 quando fez dupla com Aristides Bertuol e a segunda em 1961, em dupla com Ítalo Bertão.

Curiosidades deste audaz e corajoso piloto
- Sua primeira prova foi em marcha ré, no perímetro urbano de Carazinho-RS, com média de 55 Km/h;

- foi o primeiro piloto a usar cinto de segurança abdominal (tomado 'emprestado' de um avião DC-3 da Varig em vôo de Chapecó-SC à Passo Fundo-RS, por seu sobrinho Nelson Marques da Rocha). Seus colegas recomendaram que não o usa-se, pois em caso de acidente ele estaria 'amarrado'. E o perigo de incêndio era muito grande;

- a famosa carretera Chevrolet/Corvette de números 9, 4, 24 e 1 desafiada para correr contra um cavalo, de Vacaria-RS, na distância de 100 metros. Após vários testes, Orlando não topou a parada, ele soube antecipadamente do tempo do eqüino... A aposta era polpuda;

- Orlando com a poderosa carretera Chevrolet/Corvette foi desafiado por Daniel Winik que correria a pé desde que Orlando largasse de 'capivara' (virado ao contrário). Ninguém explicou nunca o porquê do nome.
Local da largada ponte do Passo até o posto de gasolina na Avenida Brasil a subir, na distância de mais ou menos 300 metros. Tiro dado, os contendores foram à luta. Resultado, Winik ganhou com Orlando nos seus calcanhares.

As vitórias que mais ecoaram foram:
- novembro de 1957: Mil Milhas Brasileiras (Interlagos), vencida por Orlando Menegaz e Aristides Bertuol com a Chevrolet/Corvette de Bertuol representante, de Bento Gonçalves-RS;

- Circuito Centenário de Passo Fundo em 02 de fevereiro de 1958;

- Circuito Festa da Uva em 09 de março de 1958;

- Circuito Automobilístico de Melo (Uruguai) em 30 de março de 1958 - onde tinha prêmio por largada;

- VI Mil Milhas Brasileiras (Interlagos) em 25 e 26 de novembro de 1961, vencida por Ítalo Bertão e Orlando Menegaz com a Chevrolet/Corvette da dupla passo-fundense;

- III 500 Km de Porto Alegre em 1962;

- Orlando Menegaz foi o único piloto interiorano, a ganhar duas vezes as Mil Milhas Brasileiras de Interlagos, a prova mais importante do País.

A Evolução do Motor de sua Carretera
A carretera Chevrolet melhorou muito com o cabeçote WAINE, mas deu salto importante quando usou motor V8 Chevrolet/ Corvette. Passando a ser candidata a vitória em todas as provas que disputou.

A grande mexida no Chassis/Carroçaria
Aconteceu com a vinda do exímio piloto argentino Juan Galvez, que disputou o 8º Circuito da Pedra Redonda - Porto Alegre, em 14 de julho de 1957 e que ganhou com sobras com carretera Ford. Terminada a prova, os pilotos gaúchos e a imprensa assimilaram o que o 'hermano' ensinou: "Hay que sacar hierro".

Como ficou a Chevrolet Coupe 1938
Aliviada (foram retirados mais de 300 kg de ferro, principalmente do chassis e carroçaria, abaixo de furadeira elétrica portátil e brocas afiadas), com motor e caixa Corvette e diferencial blocante, de picape Chevrolet.
Ela foi preparada pelos mecânicos passo-fundenses: José Moreno (Sudeto), Oribes Marques Rosa e Jaci Bonatto (Cabo).


Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS

Primeiro 500 Km de Porto Alegre - Circuito da Pedra Redonda - 1958

Amanhece o domingo, vento minuano havia dado trégua, para esta que seria a primeira prova dos 500 Km de Porto Alegre que se tornaria um clássico do automobilismo gaúcho.
A cidade estava movimentada com porto-alegrenses e o público vindo da região e outros Estados.
Os ânimos exaltados, adrenalina em alta, agitava e muito os pilotos, mecânicos e preparadores. Seria o primeiro, grande e belo confronto entre os paulistas e gaúchos após os incidentes da final das Mil Milhas Brasileiras de 1957. E ainda com a participação dos ‘hermanos’ exímios pilotos argentinos e uruguaios o que só engrandeceria esta.
De São Paulo vieram os pilotos Camillo Christófaro, Celso Lara Barbéris, Chico Landi, José Gimenez Lopes e Luiz Margarido.
Os gaúchos que participaram, Aristídes Bertuol, Catharino Andreatta, Ítalo Bertão, José Asmuz, Nacticvo Camozzato, Orlando Menegaz entre outros.
Os argentinos Juan Galvez e Felix Peduzzi e o uruguaio Rômulo Buonavoglia entre outros.
Os treinos de sábado foi de muita emoção e tristeza, o piloto José Gimenez Lopes, bateu em uma árvore destruindo sua Chevrolet N° 82 tirando também Chico Landi.
A prova consistia em 40 voltas no Circuito da Pedra Redonda. A largada foi às 8h e 45min, com Barbéris na ponta, sendo logo ultrapassado por Orlando Menegaz, fazendo a segunda volta com média de 140 km/h, em sua cola Juan Galvez e Aristides Bertuol. Que superou com maestria Galvez, dando início a um duelo entre os gigantes gaúchos com suas possantes Chevrolet/Corvette N° 24 e N° 4.
O ritmo forte fez com que Menegaz abandonasse a prova na 25ª volta, com problemas no diferencial. Os pilotos que já se encontravam fora desta eram Galvez, Barbéris, Christófaro, Catharino, Felix e Menegaz.
Peduzzi capotou na Praça da Tristeza, saindo também da prova, mesmo assim teve muita sorte pois não teve nenhum ferimento.
Nactivo Camozzato, que vinha em segundo lugar, assumiu a liderança da prova ultrapassando Bertuol que tentou alcançar Camozzato, na 26ª volta Bertuol, perde o controle de sua carretera N° 4, batendo forte em uma árvore e ficando entalado entre duas outras, na rótula da Caixa d’Água de Ipanema. Camozzato conquistou a vitória com bravura.
A prova que iniciou com 19 pilotos, acabou com apenas 6, se tornando num festival de carreteras quebradas e acidentes. O Circuito da Pedra Redonda exigia muita habilidade dos pilotos e resistência das máquinas.

Curiosidades sobre esta prova:

- Aristides Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4, que tinha câmbio de quatro marchas para frente e a ré embaixo, como se fosse um afogador, ao ser dada a largada não viu que estava com a ré engatada e largou de marcha ré. Por sorte não bateu em nenhum concorrente, mas teve de ser dada uma segunda largada;
- Aristides Bertuol e Orlando Menegaz, cada um com sua respectiva Chevrolet/Corvette , apostaram Um Milhão de Cruzeiros para ver qual deles seria o vencedor. Quando Daniel Winik e outros pilotos ficaram sabendo rasgaram o cheque, pois isto levaria-os a pilotarem em extrema alta velocidade que poderia ocasionar grave acidente.


Agradeço ao amigo Rui Amaral Lemos Jr. pelo convite para escrever sobre esta tão importante fase do automobilismo gaúcho. A Fabio Poppi que nos presenteou com as fotos e a Carlos de Paula que nos apoiou. Aos amigos Daniel Winik, único piloto passo-fundense de carretera, ainda vivo e meu pai, Nelson Marques da Rocha, ambos enciclopédias vivas que me auxiliaram neste.

Graziela Marques da Rocha
Passo Fundo-RS




Aldo Costa com sua Ford N. 12 - ao completar a prova

Quadriculada vai para...


Rótula da Caixa d'Água

Diogo Ellwanger com sua Ford N. 22 - descida para a curva da Pedra Redonda



Saída da Praça Tristeza, Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4 atrás de Menegaz com sua Chevrolet/Corvette N. 24

Camozzato com sua Ford N. 6

Emoção na largada

Momento da largada!

Cantando o Hino Nacional - antes da largada

Momentos antes de alinharem

Chevrolet N. 3 de Peduzzi

Ítalo Bertão que correu com a Ford N. 48 de Daniel Winik

Buonavoglia com sua Ford N. 53

Ford N. 50 de Luiz Américo Margarido com Chico Landi (a esquerda) e Celso Lara Barbéris (a direita)

Ford 1 e Juan Galvez a direita

Ford N. 18, a Gilda, de Nicanor Ollé

Ford N. 30 e ao fundo Ford N. 53 de Buonavoglia

Carretera Chevrolet N. 16 de João Galvani

Carretera Ford N. 52

Orlando Menegaz com sua carretera Chevrolet/Corvette N. 24

Carretera Ford N. 5

Aristides Bertuol com sua Chevrolet/Corvette N. 4

Carretera Ford N. 6 com Camozzato a esquerda

Carretera Chevrolet N. 82 de Chico Landi