A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 25 de abril de 2022

250 Milhas de Interlagos 1971 - GP Shoping Iguatemi




Nathanael Tawsend no carro preparado por meu amigo Anésio Hernadez.


No final do grid Avallone, Zé Pedro e Freddy!


  Posso estar muito enganado, mas foi a estreia da equipe Hollywood em São Paulo. A diferença dos dois Porsche da equipe para os outros carros era enorme, talvez a Lola T70 do Avallone pudesse fazer frente a eles, mas o Baixinho nunca acertou este carro, pelo que me lembro nunca fez uma corrida sem problemas. A carretera #18 do Camilo era rápida, mas não fazia frente ao conjunto dos Porches.

Para vocês além da matéria da Quatro Rodas assinada pelo Anísio encontrei no site de meu8s amigos do Lorena GT uma matéria da Auto Esporte e um excelente texto de Ricardo Cunha, abaixo o link para o site além de link para o Bandeira Quadriculada de meu amigo Paulo Peralta. Fui ao Bandeira procurar algo sobre o Carlinhos Aguiar, que correu com a carretera #34, uma bota.

Fico aqui me perguntando, no meio do Torneio Sudam qual o motivo desta prova não ser parte dele?

Eu estava lá, ainda novato não tinha como participar, mas lembro bem da largada quando Avallone e Zé Pedro largando no final do grid aceleraram, passando VW D3, Simca e outros como foguetes, os dois largaram ao lado do Lorena do Freddy, três saudosos amigos.

Imaginem a loucura que foi, enquanto Luiz virava na casa dos 58 segundos, os D3 e Pumas viravam na casa dos 1”14, quer dizer, a cada quatro voltas o Porsche colocava uma sobre eles, foi interessante de assistir!

Por fim, uma prova patrocinada pelo Shoping Iguatemi, uma obra do visionário Alfredo Mathias que nesta época engatinhava para hoje se transformar no grande centro de compras. Lembro bem pois minha namorada da época morava na Rua Manduri, paralela à Av. Rebouças, duas ou três quadras do Iguatemi. Na época o grande centro de compras era a Rua Augusta, e lembro bem quando ela foi atapetada, se não me engano da Rua Estados Unidos até a Av. Paulista e um certo piloto muito amigo meu subiu por ela com um Formula à toda velocidade com o transito parado para sua exibição.

Saudades.


BANDEIRA QUADRICULADA

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LORENA GT

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Rui Amaral Jr 



 











 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Torneio SUDAM 1971 – Las Flores 8 de agosto

 

Quuatro Rodas - Setembro de 1971

Clique nas fotos para ampliar.



  Confesso que estou um pouco perdido ao postar sobre o torneio de 1971, poucas informações e contraditórias, e por mais que esforce a memória continuo um pouco perdido.

Enfim na revista Quatro Rodas encontro um texto do Anísio, nele nenhuma referencia ao torneio, no Racing Sports Cars consta como uma corrida dele.

Anísio: Um ser do outro mundo, um cara sensacional, fiquei mais próximo dele cerca de quinze anos atrás, conversar com ele era sempre muito rico e cheio de causos. Muito amigo de meu amigo Júlio Caio, vou guardar em minha memória os causos deles, coisa que infelizmente não dá para dividir.

Certa noite em um longo bate papo instigado pelo Ricardo – Bock – e movido por algumas latinhas de cerveja, ele me contou como conseguiu a licença da Porsche para Dacon de Paulo Gulart representar a marca no Brasil.

Anísio- “Veja bem Rui, o Paulo me mandou para Alemanha para conversar com um senhor que era ligado à Casa Porsche, eu não falava sequer uma palavra em inglês e muito menos alemão...foi muito bom, e voltei com a representação!”  

A conversa foi mais ou menos assim, entremeada de muitos risos, este era o Anísio.

Sobre a corrida e o Torneio Sudam deixo vocês com o artigo dele na Quatro Rodas e o link para o Racing Sports Cars, nele a presença de Massimo Pedrazzi com o Sabre-Porsche da Divisão 4, não tenho maiores informações sobre. 



Charutinho, Ricardo, Gláucio, Anísio, André e eu.



Rui Amaral Jr












quarta-feira, 6 de abril de 2022

A Natureza do Baixinho Alucinado -- por Carlos Henrique Mércio - Caranguejo

 

A largada...

 A historinha; Zandvoort, 1981, GP da Holanda. Nas palavras de Mauro Forghieri: "Tínhamos um motor experimental montado no carro de Gilles, com alterações nos pistões e outras melhorias. Mas havia apenas uma unidade e era importante completar a corrida para testá-la. Assim recomendei a Villeneuve: Esqueça o Grande Prêmio. Por hoje, pense em experimentar o motor nos 300 Km. Termine a prova para que possamos analisar os componentes e aferir o desempenho em condições de corrida. Gilles, largando em uma singela 16ª posição no grid, disse para não me preocupar, que faria o combinado. Mas já na largada o vimos passar uns quatro carros, nos primeiros metros. O quinto carro seria a Alfa de Bruno Giacomelli, porém Villeneuve acertou sua traseira, voou pelo ar e foi parar na brita da Tarzan Corner. Não completou sequer a primeira volta!! Ele então veio andando em minha direção, mas não vinha comentar o ocorrido, estava envergonhado e mudou a direção para o seu motorhome".

Chegando à Tarzan...




Mauro e atrás me parece Luca de Montezemolo...
A bela 126 CK e Gilles


Lá dentro, Villeneuve deve ter encontrado sua esposa Joanne, famosa pelos olhos arregalados, com os mesmos mais escancarados que nunca.

 

Carlos Henrique Mércio-Caranguejo


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Bem...alguns podem pensar que o Caranguejo e eu concordamos com tudo, eu digo quase tudo!

Gilles é um deles, o Leão (não ouso escrever seu nome) é outro, e é bem melhor eu ficar por aqui!

A seguir um dialogo com a participação de meu amigo Romeu no Face, as falas do Caranguejo;.

“Já os meus, estão no lugar, porém meu queixo caiu ao ouvir meus amigos Rui Amaral e Romeu Nardini dizendo que Gilles é a reencarnação de Tazio...

Pobre Tazio...voltou tão burrinho...

Claro...vou ver se acho mais alguma foto do cara. Ah, o título é "A Natureza do Baixinho Alucinado".”

Valeu Caranguejo, você que é meu amigo, sócio no Histórias e herdeiro dessas páginas, afinal apesar de algumas discordâncias na maioria das vezes pensamos da mesma forma.

 

Rui Amaral Jr

PS: Pironi na outra Ferrari bateu com Tambey nesta mesma volta e abandonou duas depois. e melhor, um certo Candango partia para seu primeiro titulo mundial. 



terça-feira, 5 de abril de 2022

Conta Luiz Fernando....


 

 Hoje me lembrei de um fato curioso que acredito ser do conhecimento de muito poucas pessoas. Fato este que fez muita diferença na época. As berlinetas de última geração, antes dos MARKS, possuíam um câmbio SECO de 5 marchas, isto é ;nenhuma das marchas era SINCRONIZADA, e para se fazer a troca era só no TEMPO, e se assim não fosse ,as marchas não entravam e corria-se o risco de quebrar o câmbio se insistisse. Vejam a dificuldade que era em corrida.

Outro caso  curioso era o conta -giros com dois ponteiros grandes, sendo um deles VERMELHO que ficava travado ao ser atingida a maior rotação, e esta só poderia ser zerada no box com uma chave especial que o chefe dos mecânicos possuía, Este fato evitava dos pilotos passarem de giro.

Bons tempos e ótimas lembranças.   

Luiz Fernando Terra Smith


PS: cambio Colotti.

CULTURA DO AUTOMÓVEL - Abril 2022


 

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Zeltweg 1000 Kilometres – 1972 e a equipe Hollywood

 

Jacky Ickx liderando com Luiz em quinto. 

Foto da Conexão Saloma, de meu amigo Luiz Salomão.

https://www.conexaosaloma.com.br/1000-km-osterreichring_luis-pereira-bueno-1972/ 

link

PAIXÃO E TÉCNICA AO VOLANTE

Luiz Pereira Bueno 

Na página do livro um texto de Anísio Campos.


   E lá foi a equipe Hollywood enfrentar as feras...

 Aproveitando uma revisão do 908/2 na Porsche, inscreveram o carro para os 1.000 KM de Zeltweg, decima etapa do Mundial de Esportes Protótipos.

1972 - Os monstros de 5.000cc foram abolidos com os imbatíveis 917 que venciam tudo, para felicidade da Ferrari e... pode ser que tenha um dedinho de Enzo aí. Os 908/3 com cerca de 100 hps a menos não eram páreo para elas, então seus concorrentes eram as Alfa T33T, as Lolas T280 e o Gulf Mirage, ambos com o Ford-Cosworth DFV.    

A 312 PB da Ferrari era imbatível, com seu motor flat 12, o mesmo que corria na F. Um, que gerava absurdos 460 hps.



Daytona
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Mirage e Lola foram mais rápidos, mas... 

 Foi no meio desta batalha que Luiz e Tite entraram com o 908/2, que mesmo com cerca de cento e tantos hps a menos conseguiram largar em sétimo lugar, tendo Luiz na largada chegando a ocupar o quinto, mas depois num circuito de alta velocidade voltar ao sétimo, vinham fazendo uma bela exibição mas Helmut Marko numa bobeada os tirou da corrida.

A Ferrari fez 1º,2º, 3º e 4º nesta como em outras das corridas do Mundial.

Pace entra no lugar de Marko. Foi a estréia dele na Ferrari.
Gérard Larrousse / Vic Elford as Lolas da Ecurie Bonnier eram rápidas, mas sem esquema para vencer as Ferrari.
Mirage M6B Ford Cosworth, na foto com Redman em corrida anterior.



#18 
José Juncadella/John Bridges Chevron B21 Ford, #27 Claude Swietlik/Gilbert Salles  Lola T290 Ford, #21 Trevor Twaites/Brendan McInerney Chevron B21 Ford, a briga dos dois litros.

RESULTADO

Breve continuo escrevendo sobre o SUDAM 1971 um campeonato que segundo os argentinos teve oito ou dez provas e só encontrei resultados para seis ou sete. Numa QR um texto do Anísio que vale à pena, logo trago para vocês.


Rui Amaral Jr



quarta-feira, 23 de março de 2022

Gildo entrevista Amauri Mesquita

link

 Hoje 19h a entrevista de Gildo Pires com Amauri Mesquita, grande nome do automobilismo.


 Nos links duas entrevistas anteriores, com o Chico e Luiz Fernando.

Rui Amaral Jr 

 


 


domingo, 20 de março de 2022

NURBURGRING 1970 - Berta LR Cosworth

 

Berta LR Cosworth

 Depois do sucesso na prova que a FIA homologaria o Autódromo de Buenos Aires para os Esporte Protótipos e a Formula Um a equipe Berta foi convidada para os Mil Quilômetros de Nurburgring válida para o mundial de Esportes Protótipos.

Gostaria de saber mais sobre o convite, porem acredito que foi uma homenagem aos argentinos da épica participação da equipe comandada por Orestes Berta na 84 Horas de Nurburgring e da incrível vitória de Juan Manuel Fangio em 1957, quando o próprio Quintuple declarou “nunca pilotei desta maneira, e não voltarei a fazê-lo!”. Além obviamente da participação do Berta LR Cosworth na prova homologatória.

Procurei na internet e em algumas das revistas e livros e pouco encontrei, mas, porém, todavia encontrei um site, o “Berta LR a La Historia”, que conta sobre esta participação como só um argentino poderia. O texto a letra de um tango de Gardel e Lepera (Le Pera), e ao ler senti Piazzolla tocando “Adios Nonino”, me fascina a maneira com que os argentinos cultuam seus heróis.

Confesso que não escolheria Nurburgring para uma apresentação na Europa, acertar um carro novo para uma pista com 23 quilômetros é muito complicado, mesmo com a experiencia que Berta e seus pilotos Luis Di Palma e Carlos Marincovich tinham nas 84 Horas.

Vejamos; A Porsche para enterrar de vez as pretensões da Ferrari levou quatro 908/3, dois na equipe oficial, para Vic Elford / Kurt Ahrens, Jr. e Hans Herrmann / Richard Attwood e dois para a John Wyer. Automotive Engineering com Jo Siffert/Brian Redman e Pedro Rodriguez/Leo Kinnunen, deixando os 917 de fora. Fora inúmeros 908/2 e outros. A Ferrari sem ter um carro à altura foi com as 512S para as duplas Ignazio Giunti/Arturo Merzario, John Surtees/Nino Vaccarella e Mike Parkes/Herbert Müller pela Scuderia Filipinetti. Até a Alfa Romeo T33/3 da Autodelta com Rolf Stommelen/Piers Courage largou na frente das Rossas.

Luis Di Palma/Carlos Marincovich com o LR Cosworth largaram em decimo quarto, atrás ainda de um 917K particular e três 908/2. A corrida aqui era de campeonato, e mesmo os 908/2 eram versões aprimoradas, mais rápidos que os que foram para Buenos Aires.

Aqui um parêntese, as corridas homologatórias geralmente levam ao país carros para serem alugados para os locais e alguns grandes pilotos convidados. Os locais tentam dar o máximo, mas com carros alugados, e já comentei aqui sobro o assunto e os astros vão sem muito compromisso, simples assim. Isto não tira de forma alguma a brilhante participação do Berta LR Cosworth naquela corrida.

Infelizmente não tenho o mapa da corrida, saudades de quando a Auto Esporte e AutoSprint os traziam, e Di Palma e Marincovich abandonaram na quinta ou sexta volta por falta de pneus adequados para a chuva.

O 908/3 vencedor com Elford.

E um 908/3 venceu com Elford/Ahrens outro no segundo lugar com Herrmann/Attwood em terceiro a 512S de Surtees/Vaccarella quase dois minutos atrás.

 

Berta LR La Historia

link

 

Nürburgring 1000 Kilometres

RACING SPOTS CARS

LINK

 

Rui Amaral Jr  




ADIOS NONINO

Astor Piazzolla


quinta-feira, 17 de março de 2022

Torneio SUDAM 1971 - Buenos Aires 27 de Junho de 1971

 


  É muito complicada a tarefa de escrever sobre um acontecimento cinquenta anos depois com parcas referencias confiáveis e forçando a memória, mas confesso que mesmo errando algumas vezes é gratificante, nem mesmo sei que título dou a este post, quando terminar de escrever vocês e eu vamos ver!

Nas fotos e nos links que colocarei a seguir toda confusão sobre o Torneio Sudam de 1971. No excelente Racing Sports Cars o que eu classificaria como raund dois da Sudam aparece como Campeonato Argentino de Esporte Protótipos, foi corrido no dia 27-06-1971 no Autódromo Municipal de Buenos Aires, depois da prova do Tarumã.

Então...

A recém-formada Equipe Z precisava de visibilidade e horas de pista, depois de vencer na estreia em Interlagos e se não me falha a memoria nas Seis Horas de Interlagos (não tenho certeza se foi antes ou depois desta prova) procurava um patrocínio e nada melhor para fazer que ir para pista.

E foi logo encarar uma “briga de cachorro grande”, topando de frente com o “Loco” e o “Mago” que pouco depois seria parceiro da Equipe Hollywood em duas criações sensacionais e muitas vitórias.

Luiz em matéria da revista Quatro Rodas queixa-se dos pneus e de sua pouca experiencia com o carro, não custa lembrar que 1971 foi o primeiro ano da plena utilização dos slicks e que o 908/2 foi projetado e construído antes do advento deles. Enquanto o Berta LR Tornado, cujo projeto era do ano anterior estava “em casa” e Luis di Palma já o testara à exaustão inclusive em corridas.

Dois Puma inscritos, Zé Pedro com motor de 2.000cc e Waldemir Costa (que a RSCs escreve Waldemar) com 2.200cc P.V. de Lamare com o belo Fúria com motor GM de quatro cilindros e 2.500cc. E finalmente ele...Antonio Carlos Avallone e sua Lola T70 Chevrolet.




Conta Luiz...



INSCRITOS
Primeira bateria
Segunda bateria

Link, que recebi de meu amigo Walter, para página em que meu amigo e guru Carlos de Paula descreve o Torneio Sudam.


Na QR, apesar que compartilha a reportagem com a excelente Parabrisas Corsa, muito pouco sobre a corrida, nem referencia ao bom quinto lugar de Avallone. Fora o tom que me pareceu de sarcasmo de uma frase no topo de uma das páginas “AGORA ELES ACHAM QUE ESTÃO DEZ ANOS NA NOSSA FRENTE”. Mesmo cinquenta anos depois digo apenas “eles não estavam dez, estavam vinte!”, com cinco títulos mundiais e aquela épica participação na 84 Horas de Nurburgring. Hoje descontamos, e muito, mas continuo admirando o automobilismo portenho, e continuo também não suportando pieguices.

 

Rui Amaral Jr

 

PS: Na prova de 8-08-1971 em Las Flores encontrei a participação de Lian Duarte com o Porsche 910 da Equipe Holliwood chegando em quarto lugar na geral. Mais tarde ligo para o Chico para perguntar, mas foi a equipe formada por Lian, Chico, Crispim e não lembro quem mais, que antecedeu a ida do patrocínio da tabaqueira para a Equipe Z, um dia conto mais.  

REMINISCÊNCIAS: PARABRISAS CORSA - A partir de 1962, minha mãe me levava todo começo de Julho a Montevideo, lá morava seu tio Raphael Angrisani, foi quando comecei a ler a revista, embasbacado com os textos e fotos, depois toda vez que lá chegávamos a primeira coisa que pedia era para ir compra-la, lia tudo e trazia na volta sempre dois ou três exemplares, que se acabavam de tanto folheá-los!     


segunda-feira, 14 de março de 2022

Torneio Sulam 1971 - Torneio Sudam

 

Tite e a Lola T210
Da esquerda para direita, a Lola de Casari, ao seu lado a de Avallone, atrás os Puma talvez do Zé Pedro, mais atrás o Regente de Breno, na frente o Casari  de Jan, o  Berta de Ternengo e o RPE de Renato Peixoto.

O ano começava magico, Luiz, Anísio e Walter montavam uma grande equipe que logo estaria nas pistas. Em março eu finalmente iria estrear. Cascavel, hoje autódromo Zilmar Beux, Tarumã e outras pistas entravam no circuito, finalmente os pilotos brasileiros teriam onde acumular experiencia e nosso automobilismo poderia sair do eixo São Paulo, Rio de Janeiro, evoluindo para o profissionalismo.

No final do ano anterior Emerson havia vencido nossa primeira corrida na Formula Um, e agora era titular e primeiro piloto de uma equipe de ponta. Fora as grandes vitórias dele com a Lola T210 em Interlagos e Tarumã. Carlos Pace e Wilson Fittipaldi brilhavam na Formula Dois e muitos de nossos pilotos rumavam ao Velho Continente.

Nas pistas brasileiros e argentinos disputavam desde há muito, talvez desde a década de 1930, no começo dos anos de 1960 foram trazidos muitos carros antigos da Formula Um, que adaptados com motores “de rua”, altamente preparados, geralmente V8, era Formula Continental. Eles tinham dois pilotos vitoriosos na Formula Um, Gonzalez e Fangio o Quintuple, que com seus cinco títulos mundiais muito fez pelo automobilismo local.

Agora a disputa era com os carros que disputavam o Mundial de Marcas, e o Torneio Sudam começou no templo gaúcho...

O Berta de Ternengo.
O Volunta de Alonso.

Na primeira etapa os argentinos vieram apenas com dois carros pouco competitivos. o Berta Tornado, o primeiro modelo do Mago ainda com motor dianteiro, pilotado por Jorge Ternengo. E o belo Volunta Tornado, um carro mais avançado com configuração dos grandes E&P da época, motor traseiro central, pilotado por Ruben Alonso. Ambos com o motor Tornado de seis cilindros em linha e 4.000cc.

O Casari A1 com Jan.

Do lado brasileiro alguns dos melhores carros que corriam por aqui.

A equipe Brahma do Rio de Janeiro com a Lola T70 para Norman Casari, o Casari A1 para Jan Balder e o REPE para Renato Peixoto.

A fera Antonio Carlos Avallone com sua Lola T70.

P.V de Lamare com o Bianco com motor Chevrolet.

Zé Pedro Chateaubriand com Puma.

O paranaense Luis Moura Brito com um protótipo motor VW.

Dino de Leone com o protótipo Aragano.

O grande Breno Fornari com um Regente (!)

E Tite Catapani com a Lola T210.

Na corrida pela Copa Brasil no ano anterior Emerson fez a pole com a T210 com o tempo de 1`7”, Tite, nesta época começando no automobilismo virou 1`11” fazendo a pole e tendo ao seu lado Jorge Ternengo.

Muitos carros quebraram e nesta primeira bateria P.V de Lamare chegou em segundo.

Na segunda bateria, mesmo tendo Tite largado em quarta marcha por problemas na embreagem, logo assumiu a ponta, vencendo com Norman Casari em segundo duas voltas atrás.

Bem...escrevi tendo como base a revista Quatro Rodas, que era excelente nos testes de carros, mas precária no automobilismo nacional, nas matérias importadas com grandes nomes assinando era passável, de minha parte ficava com a Auto Esporte e Auto Sprint.

A T70 do Baixinho.


Algo que desejo comentar há muito é sobre a bela Lola T70, um grande carro que nunca deu certo, nem aqui e muito menos lá fora, mesmo nas mãos de grandes pilotos. Aqui Norman e Avallone e lá fora com Jo Bonnier, David Piper e outros. Talvez as maiores vitórias dela tenham acontecido em Interlagos nas mãos de Wilsinho Fittipaldi e também na CanAm, com o modelo aberto, nas mãos de Big John Surtees.




 

Rui Amaral Jr 

PS: As duas T70 ao final deste ano estavam acabadas, a da Brahma pegou fogo na tomada da curva Três em Interlagos nos treinos para os 500 Quilômetros de Interlagos, Norman nada sofreu. A do Avallone também nos treinos, acredito que na Copa Brasil, Marinho Antunes bateu logo após a linha de chegada em Interlagos, Expedito Marazzi e eu estávamos do outro lado embaixo das arquibancadas conversando e vendo o treino. Ainda falai para ele uma ou duas voltas antes da panca “velho a Lola está chimando, alguma coisa errada na suspensão dianteira...”. Não deu tempo de falar com ninguém pois logo a seguir ela bateu no guard rail e capotada começou a pegar fogo.

Lembro de minha angustia, certamente do Expedito também com a demora do Marinho Antunes em sair...quando finalmente saiu lembro de seu cabelo na parte de trás do capacete chamuscando, estava sem a touca. A Lola queimou muito tempo...

A Quatro Rodas fala em Torneio Sudam, acredito que o correto é Sulam, masss...


 ...a credencial de minha participação no Torneio Sulamericano, talvez tenha me confundido por este motivo. Corri as duas etapas de Interlagos, ainda Novato pela equipe De Lamare como notase pelo número do carro. 

 

 



segunda-feira, 7 de março de 2022