A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

1966 Começa o Desafio...

 

John Surtees e a Lola T70 MKII Chevrolet 5.900cc - Foto da vitória e Riverside.

No final de 66 começa a Copa que faria a alegria de fãs pelos EUA e resto do mundo, como também de construtores e pilotos, começava a Canadian-American Challanger Coup. As corridas seriam no Canada e EUA, neste primeiro ano foram quatros nos EUA e duas no Canada. Regulamento o Grupo 7 da FIA. 

Suas três primeiras edições foram ao final do ano, quando a grande maioria dos mais importantes campeonatos mundiais havia terminado, ficando equipes e pilotos prontos a ganhar a grande quantia em prêmios  que eram distribuídos.  

Logo alguns grandes competidores se mostraram entusiasmados e aderiram. A Lola de Erick Broadley agora com Big John Surtees acertando suas T70 e montando uma equipe usando os motores Chevrolet de 5.900cc. 

A McLaren de Bruce comprou a Trojan para que ela construísse seus carros, que corriam como McLaren-Elva MKII, e cada equipe usava seu motor de preferencia, ou o que tinham. Na Equipe McLaren os Chevrolet, em St. Jovite Bruce usou o Oldsmobile de bloco de alumínio com 5.548cc, foi segundo. Em Riverside usou o motor Chevrolet preparado pela Traco. 

Na Penske Roger usava o motor Chevrolet de 5.500cc, já Mario Andretti da o motor 427 de 7.000cc, que apesar de toda cilindrada era pouco competitivo.

A All American Racers de Dan Gurney, também de Lola T70 MKII, usava o motor  Chevrolet de 5.000cc preparado pela inglesa Weslake.

Na Chaparral o motor Chevrolet, com o cambio automático de duas marchas!

Vários outros chassis e motores eram usados, por lá também correram alguns Porsche, Ferrari, Lotus...

O primeiro ano foi dominado por Big John, tendo vencido três das seis corridas da Copa. A primeira etapa em St. Jovite, a quinta e Riverside, e a última em Stardust. Na segunda etapa em Bridgehampton a vitória foi de Dan Gurney,  na terceira em Mosport venceu Mark Donohue e na quarta em Riverside Phil Hill com Chaparral 2E.


St. Jovite - Big John x Bruce. 
George Follmer e Chris Amon em sua cola.
John Cannon...
Chris Amon
Big John é perseguido por Bruce, Jerry Hansen com Wolverine LD65 Chevrolet saiu da frente!
Bob Harris, Genie MK10 (?) Olds.
Doug Revson, Porsche 906, 2.000cc.
Dan...
Lothar Mostschembacher, Trojan MKII Olds.
Mario Andretti, Lola T70 MKII, Ford 7.000cc.
Masten Gregory, Trojan Chevrolet/Traco.

Big Jonh vence.
Surtees e Gurney...
Grahan Hill pela equipe Surtees.


Pil Hill e o Chaparral 2E.

Parnelli Jones, Lola T70 MKII, Ford/Paxton, 4.727cc.


Pois bem...este foi o primeiro ano da CanAm, já escrevi muito sobre ela e muito ainda vou escrever. No post um pouco de minha memória de apaixonado pela categoria e também alguns arquivos pessoais, livros e revistas. E o mais importante, dois sites que qualquer apaixonado por automobilismo deve ter em seus favoritos...

GRAND PRIX HISTORY

Racing Sports Cars  Neste link toda CanAm. 


Feliz 2021 meus amigos,


Rui Amaral Jr



 








segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

1961...

 

Phil...

... os motores da F.Um mudariam novamente, dos 2.500cc passariam à 1.500cc. A pequena Cooper com seu motor Climax V8, traseiro entre eixos, havia dominado amplamente a categoria nos anos 59 e 60, vencendo com Jack Brabham, Bruce McLaren, Stirling Moss. Das dezessete corridas dessas duas temporadas não venceu em apenas três, sendo que em 1960 apenas não venceu em Monza. Neste ano os três primeiros lugares no Mundial de F.Um foram da Cooper,  quando o grande Black Jack Brabham arrasou, tendo como vice seu jovem companheiro Bruce McLarem e em terceiro Moss.

Para este ano Il Drake tinha uma carta na manga! A fabulosa 156 Shark Nose, uma jóia que seria tocada por uma grande equipe com quatro carros, sendo que em Monza foram cinco.

Wolfgang Von Trips, Phil Hill e Richie Ginther o trio principal, e se juntavam a eles em algumas corridas Giancarlo Baghetti, Willy Maresse, Ricardo Rodriguez e Olivier Gendebien, este último com a 156 amarela inscrita pela Equipe Nationale Belge.  

A concorrência também vinha forte, e ao contrário da Ferrari que apostava num chassi tubular, já vinha com a tendência que perduraria por décadas, chassis em folhas de alumínio duplas recheadas com anteparos – honey comb -, principalmente os ingleses com o avanço que sua aviação de guerra havia conquistado nos anos anteriores. Principalmente a Lotus, do mago Colin Chapman, no começo com a Lotus 18, depois 21, motor Climax V8.  


Monaco

Moss vence.

Ginther deu trabalho, largou ao lado de Moss, foi a melhor Ferrari da equipe.

Quebrado na Gare, Big Jonh desce de seu carro.

 

Willy Mairesse, foto de outra corrida, no novo padrão de postagem não consegui retirar . 

Phil Hill freia no limite com Bruce embutido, mais atrás outro Hill, aquele que tempos depois seria Mister Mônaco!

Von Trips e Triintignant

Classificação final.

#20 Stirling Moss Lotus 18      
#36 Richie Ginther Ferrari 156

#38 Phil Hill Ferrari 156
#40 Wolfgang von Trips Ferrari 156
#4 Dan Gurney Porsche 718
#26 Bruce McLaren Cooper Car Co T55

#42 Maurice Trintignant Scuderia Serenissima T51 

Pole Moss 1`39"100/1000 volta mais rápida Moss e Ginther 1`36"300/1000

  
Zandvoort



Wolfgang von Trips



Classificação final.

#3 Wolfgang von Trips Ferrari 156

#1 Phil Hill Ferrari 156

#15 Jim Clark Lotus 21

#14 Stirling Moss Walker T53

#2 Richie Ginther Ferrari 156

#10 Jack Brabham Cooper Car Co T55

Pole Phil Hill 1`35"700/1000, von Trips com o mesmo tempo, volta mais rápida 1`35" 500/1000 Jim Clark, Lotus 21.


Spa Francorchamps  

Gendebiem lidera as Rossas...

...com sua Rossa amarela.

Classificação final.

#4 Phil Hill Ferrari 156

$2 Wolfgang von Trips Ferrari 156

#6 Richie Ginther Ferrari 156

#8 Olivier Gendebien Ferrari 156

#24 John Surtees Yeoman T53  

#20 Dan Gurney Porsche 718

Pole Phil Hill 3`59"300/1000, volta mais rápida Ginther 3`59"800/1000

https://ruiamaraljr.blogspot.com/2012/03/spa-1961-ferrari-faz-barba-cabelo.html



Reims

Gurney chega colado em Baghetti.

Baghetti perseguido por Bonnier e Gurney, ambos de Porrsche 718.

Clark, Baghetti e Ines Ireland.

Classificação final.

#50 Giancarlo Baghetti Ferrari 156 - 2:14'17.500
#12 Dan Gurney Porsche 718 - 2:14'17.600
#8 Jim Clark Lotus 21
#6 Innes Ireland Lotus 21
#4 Bruce McLaren Cooper Car Co T55

#22 Graham Hill Arthur Owen P48/57 

Pole Phil Hill  2´27"100/1000 e melhor volta 2`24"900/1000.
Baghetti estreava na F.Um.


Aintree

Phil, Bonnier, von Trips e Ginther largam com o mesmo tempo de classificação 1`58"800/1000!
Von Trips.

Clark

Clasificação final

##4 Wolfgang von Trips Ferrari 156
#2 Phil Hill Ferrari 156
#6 Richie Ginther Ferrari 156
#12 Jack Brabham Cooper Car Co T55
#8 Jo Bonnier  Porsche 718
#36 Roy Salvadori Yeoman T53

Pole Phil Hill 1`58""800//1000, volta mais rápida  Tony Brooks BRM P48/57 1`57"800/1000


Nurburgring

Moss recebe a quadriculada na Lotus 18/21 da equipe Rob Walker.

Phil Hill

Classificação final

#7 Stirling Moss Walker 18/21
#3 Wolfgang von Trips Ferrari 156
#4 Phil Hill Ferrari 156
#14 Jim Clark Lotus 21
#18 John Surtees Yeoman T53
#2 Bruce McLaren Cooper Car Co T55

Pole Phil Hill e melhor volta 8`55"200/10000, 8`57'800/1000.

Monza


Primeira volta, no Bankin, as  quatro Rossas seguidas  por Clark, que havia largado com o sétimo tempo.
Von Trips
Não reconheço o local, mas Clark vem à frente, #6 Ginther pendurado já vem com a traseira solta, seguem Phil,  Ricardo Rodriguez e von  Trips.

No final primeira volta, na intensa troca de posições que a rapidíssima Monza proporcionava, média 214 km/h, von Trips acidenta-se na disputa com Clark. Von Trips morre na hora e seu carro atinge espectadores  que estavam na cerca ao  lado da pista  matando  quinze deles, a corrida não  foi interrompida, algo inimaginável nos dias atuais! 
Von Trips liderava o campeonato com 33 pontos contra 29 de seu  companheiro Phil Hill.


Moss, Gurney  e Bonnier.
Phil Hill vence.

Classificação final


#2 Phil Hill Ferrari 156
#46 Dan Gurney Porsche 787
#12 Bruce McLaren Cooper Car Co T55
#60 Jackie Lewis Yeoman T53 16 
#26 Tony Brooks Arthur Owen P48/57
#40 Roy Salvadori Yeoman T53

Pole Wolfgang von Trips 2`46"300/1000, melhor volta Giancarlo Baghetti  2`48" 400/1000, na  segunda volta da corrida. 

Phil Hill é campeão  com 34  pontos  contra  33 de von Trips.


Watkins  Gleen 


A Ferrari não vai aos EUA, luto e uma disputa da FIA  com os organizadores são as  razões. 
Enfim a  Equipe  Lotus vence sua primeira corrida, coisa  que se tornaria corriqueiras nas próximas  duas décadas.

Innes Ireland, Lotus 21.
Dan Gurney,  Porsche  718

Classificação final

#15 Innes Ireland Lotus 21
#12 Dan Gurney Porsche 718
#5 Tony Brooks Arthur Owen P48/57
#2 Bruce McLaren Cooper Car Co T55
#4 Graham Hill Arthur Owen P48/57
#11 Jo Bonnier Porsche 718

Pole ??, melhor volta  Jack Brabham 1´18" 200/100 Cooper T55.

Campeonato


Phil Hill 34
Wolfgang von Trips 33
Stirling Moss 21
Dan Gurney 21
Richie Ginther 16
Innes Ireland 12
Jim Clark 11
Bruce McLaren 11
Giancarlo Baghetti 9

Rui Amaral Jr

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

CanAm Road America 1967 - Elkart Lake

 


 Ontem no perfil do Face de meu amigo Ararê a maravilhosa foto da largada  da Road America em Ekart Lake no ano de 1967. Primeiro li que seria 1971 e palpitei errado, me perguntando quem estaria pilotando o carro de Bruce, falecido no ano anterior...

 Pois bem...Em 1966 Big Jonh Surtees e a Lola T70MkII venceram o torneio com folga, tendo Bruce chegado em terceiro, mas sem nenhuma vitória,  com dois segundos  e dois quartos lugares, seu McLaren M1B ainda não era páreo para as Lolas!

 Chega 1967, e em busca dos fartos dolars do torneio Bruce vem com o novo carro de sua fabricação, o M6A Chevrolet, agora numa forte equipe tendo Denny Hulme como parceiro.

 Elkart Lake a primeira corrida do torneio de 1967, com seis corridas, que mostraria aos EUA e ao mundo a genialidade de Bruce. Sua equipe venceria o torneio deste ano e dos próximos quatro!    

GRID

  #4 Bruce McLaren McLaren M6A Chevrolet McLaren Cars Ltd. 2:12.600 174.770

#5 Denny Hulme McLaren M6A Chevrolet McLaren Cars Ltd. 2:12.700
#36 Dan Gurney Lola T70 Mk.3B Ford All American Racers, Inc. 2:14.400
#16 George Follmer Lola T70 Mk.2 Chevrolet Roger Penske Racing Ent. 2:15.700
#6 Mark Donohue Lola T70 Mk.3B Chevrolet Roger Penske Racing Ent. 2:15.800
#26 Chuck Parsons McLaren Elva Mark III Chevrolet Carl Haas Automobile Imports, Inc. 2:16.600
#7 John Surtees Lola T70 Mk.3B Chevrolet Team Surtees Limited 2:16.900
#52 Peter Revson Lola T70 Mk.3 Chevrolet Peyton Cramer, Dana Chev. 2:17.200
#66 Jim Hall Chaparral 2G Chevrolet Chaparral Cars 2:17.400
10º #11 Lothar Motschenbacher Lola T70 Mk.3 Chevrolet Peyton Cramer, Dana Chev. 2:18.600

Bruce larga na pole e quebra, o vencedor Denny Hulme.
  
RESULTADO

#5 Denny Hulme McLaren M6A Chevrolet McLaren Cars Ltd. 50 1:54:53.000 321.869 kms média 168.102
2º      #6 Mark Donohue Lola T70 Mk.3B Chevrolet Roger Penske Racing Ent. 50 1:56:26.000
#7 John Surtees Lola T70 Mk.3B Chevrolet Team Surtees Limited 50 1:56:50.000
#66 Jim Hall Chaparral 2G Chevrolet Chaparral Cars 49
#91 Skip Scott McLaren Elva Mark III Chevrolet Drummond Racing Organization 49
#44 Jerry Hansen McLaren Elva Mark III Chevrolet Jerry Hansen 48
#14 Skip Barber McLaren Elva Mark II Chevrolet Skip Barber 48
#13 Bud Morley McLaren Elva Mark II Chevrolet Morley Racing Team 48
#11 Lothar Motschenbacher Lola T70 Mk.3 Chevrolet Peyton Cramer, Dana Chev. 47
10º #25 Charlie Hayes McKee Mk.7 Oldsmobile Ralph Salyer 47


2º Mark Donohue - Lola T70 Mk3B, equipe Penske.
3º Big Jonh Surtes, Lola T70 Mk3B
Big Jonh venceu uma única corrida em 67 no circuito de Stardust, Las Vegas.
4º Jim Hall. Chaparral  2G
Mario Andretti e  seu belo Honke  II, motor Ford, não largou.
San Posey, Caldwell D7,  quebrou.
9º Lotar Motschenbacher, Lola T70 Mk3.
Lotar foi um nome constante nas competições, um dia gostaria de escrever sobre ele. 

 A Bruce e seu maravilhoso legado.

Ao meu genial amigo Ararê Novaes.

A todos vocês que  nos acompanham.

Rui Amaral Jr  





  
 

 


   


   

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

OURO PURO....

 

Jimmy e a Lotus 33 Conventry Climax 1.500cc-1965.

 O Campeonato Mundial de Formula Um de 1965 havia terminado com o domínio absoluto do Escocês Voador e sua Lotus 33 Climax. Terminava era em que a F.Um usava motores de 1.500cc.

 A Lotus 33, que pesava 460 kg, correu grande parte do campeonato com o motor Climax V8 de quatro válvulas por cilindro e que desenvolvia cerca de 212 hps à 9,700 rpm, com ele Clark venceu seis corridas das dez do campeonato. Após Monza, quando o motor foi modificado e teve sua potencia aumentada, Clark apesar das poles em Monza e México, não venceu mais.

México 1965, última corrida do campeonato e a vitória do incrível Richie Guinther e o Honda RA272.

PERNAS CURTAS-link

 Chega 1966 e a nova formula de três litros, e o já lendário Jack Brabham vem com o pulo do gato!  Enquanto as equipes se debatiam por um motor, Black Jack aparece com seu novo Brabham BT19 com o motor Repco/Brabham, desenvolvido por ele e a Repco na Nova Zelandia.

OS MOTORES DE 1966-link 

Black Jack e a BT33 Repco, soberbo! 

Zandvoort - Black Jack crava a pole um segundo e seiscentos milésimos à frente de Hil com a BRM P261, mas quem o aperta na largada eée Claark com a 33 com o motor Climax de dois litros. #16 Jack Brabham, #9 Jim Cllark, #18 Denny Hulme Brabham BT20, #4 Mike Parkes, depois Hil e Gurney. 

Opa! Isto é briga de "cachorro muito grande" prefiro nem comentar!

Nas duas primeiras corridas do ano, o novo BT19 sofre com a modernidade. Em Monte Carlo vence Stewart com a BRM P261 e Spa com a vitória de Jonh Surtees e a Ferrari 312/66, tendo Brabham chegado em quarto. A partir daí vence quatro seguidas, Reims, Brands Hacth, Zandvoort e Nurburgring. Ludovico Scarfiotti vence em Monza com a Ferrari, Clark em  Warkins Glem com a Lotus 33 equipada com o pesadíssimo motor BRM H16, depois de correr quase o campeonato inteiro com o motor Climax de 2.000cc . E Big Jonh Surtees em Mexico City agora com Cooper, depois de sair da Ferrari, brigado com o Comendador...espera! Isto é história para o Caranguejo, eu apenas me atenho aos fatos!  

Jack Brabham é tri Campeão do Mundo, com seu carro e o motor que desenvolveu ao lado da Repco.


 A Jack. Jim, Richie, Graham, Jonh, Dan. Hulme...obrigado!

Rui Amaral Jr

 



domingo, 22 de novembro de 2020

FLAT...

Luiz de Porsche 908/2 e Reinold Joest com o 908/3 nos 500 KM de Interlagos 1972.

 Algumas curvas são referencia, ou eram, a Parabólica, Eau Rouge, a Um do Tarumã e a Um de Interlagos, a curva Sul do Rio...

 Outro dia conversando com o Chico - Lameirão - comentávamos sobre a Um de Interlagos, de F. S. Vê e com o Porsche 907 ele fazia cravado. Daí a conversa descambou, como sempre, para amigos, e ele se referindo ao sempre presente em nossos papos Luiz Pereira Bueno, comentou que Mestre Luiz disse à ele que com o 908/2 de tanque cheio dava uma aliviada na entrada da Um, mas depois de algumas voltas vinha cravado. Na foto acima o 908/3 de Joest era um carro muito mais avançado que o 908/2. Vejam que Luiz rola muito mais enquanto Joest rola muito pouco. Joest ficou tão impressionado com a tocada de Luiz  naqueles 500 KM que o convidou para fazer parte de sua equipe na Europa. Luiz com a Hollywood aqui, e muitos afazeres, declinou o convite.

 Li tempos atrás, em alguma revista ou livro, não lembro onde, uma conversa entre Mario Andretti e Emerson Fittipaldi. Deve ser do final dos anos 1970 ou começo dos 80, Mario dizia ao Emerson que dava para fazer a Um de Interlagos cravado, ao que o Rato retrucava que dava sim, mas o carro saia um pouco desequilibrado para a entrada da Dois...Acredito que os F.Um naquela época chegavam à Um a cerca de 320 km/h.

Emerson e o FD04 1977, provavelmente em Long Beach.
Mario, Lotus 78 , Interlagos 1977.

 Outro dia num longo papo com meu amigo Elcio Pelegrini, comentávamos sobre um corrida que fizemos com os D3 em 1982, nossos carros chegavam na Um à cerca de 200/205 km/h, e voces podem ter certeza que a fazíamos cravado!   
Na largada ele havia disparado à frente de Mogames e do Laercio, eu que também largava na primeira fila, errei ao engatar a segunda marcha e cai umas quatro posições. Na segunda volta já vinha perto do Elcio, que havia perdido a posição para o Mogames e Laercio. 
 Na primeira volta que encostei nele notei que na tomada da Um sua lanterna de freio acendia, mas sua velocidade não caía, na segunda...
 Bem, em nossa conversa de outro dia ele me confirmou, na entrada da Um ele colocava de leve seu pé esquerdo no freio, o direito no fundo do acelerador. Quem havia lhe ensinado o macete foi "um certo Nelson", que mais tarde seria tri campeão mundial de F.Um!
  Mas...continuando naquela corrida, na segunda volta que vinha atrás dele já vinha embutido, ali seria difícil ultrapassa-lo, não impossível, mas aproveitaria seu vácuo e na Três a história seria outra!
Virávamos nos 3.209 metros do circuito Externo em 1`4``, à média de 180 km/h.  
 Tomada da Um, três ou quatro metros atrás dele, notei a luz vermelha mas não tirei o pé...de repente estou olhando o gajo nos olhos, ele havia rodado. Foi um baita susto, saí ileso, mas já bastante atrasado em relação aos dois primeiros.

Eu na tomada da Um, atrás um retardatário.

 Eu tinha um vídeo desta rodada, mas se perdeu no tempo, o Elcio diz que tem fotos, um dia encontramos.
 Sobre a rodada ele acredita que algo aconteceu no carro, ou talvez tenha pisado com o pé esquerdo no freio com mais força e o carro se desequilibrou.
 De minha parte, acredito que ao me ver tão perto pensou "não...outra vez ele vai me passar na Três, vou ficar por aqui para assistir a corrida!"rsrsrs Tá vendo Elcio, eu que escrevo, posso dar minha versão dos fatos! rsrsr
 Elcio foi bicampeão brasileiro de F. Vê, três ou quatro vezes campeão do Torneio Norte-Nordeste e bicampeão Paulista da categoria, um senhor piloto, rápido e experiente, em 1982 para minha honra, batalhamos várias vezes.


Rui Amaral Jr
          

     
  

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Uma volta no Circuito de Tarumã com Pedro Garrafa

 

Pedro e o VW D3...

Caro amigo Rui

 

Como não poderia deixar de ser um pedido do Rui, para mim, torna-se uma ordem.Olhem só o que ele me pediu: uma volta pela pista de Tarumã-RS, o circuito mais rápido do Brasil.

Vou tentar relatar uma volta com a experiência que tive com os Speeds, pois na época em que corri lá foi exatamente com o meu Speed 1600, ainda com motor a ar.

Fazer uma viagem saindo de São Paulo, para o Rio Grande do Sul, para correr,pode até parecer para alguns pura loucura, ainda mais puxando uma carreta com um carro de corrida, um monte de tralhas como: motor, cambio, rodas com pneus e mais um monte de peças de reserva, percorrer mais de 1.300 kms, só de ida, pois tem também a volta a mesma distancia, e lembrando somente com recursos próprios, quero dizer sem patrocínio nenhum, realmente é só para quem é louco e muito apaixonado pelo que faz e pelas corridas. Não deixa de ser uma emocionante e cara aventura, mas eu fazia isso com o maior prazer (pois tudo o que vi e participei jamais conseguirei esquecer), e também por profissão. Quero dizer, eu conseguia unir o útil ao agradável, pois não só das corridas eu vivia, e sim da venda dos produtos que fabricava e negociava, e também dos carros que montava, isto é, eu fazia de um hobby a minha profissão, e foi assim por um bom e inesquecível tempo, que me levou a conhecer e andar em todos os autódromos do Pais, que existiam naquela época.

Para uma viagem dessas saímos de São Paulo já na madrugada da 3º feira, pois tínhamos uma longa distancia a percorrer, contando também com possíveis imprevistos na estrada, onde praticamente passávamos durante dois dias viajando, com chegada na pista prevista para a 5º feira. Primeiros passos e contatos feitos com a administração da pista e Federação local, partíamos para reconhecimento da pista, alojamento para todo o material e veículos e também hospedagem para mim e equipe.

Para nossa alegria e sorte, o pessoal do Sul em geral, é altamente hospitaleiro e amigável, por isso que lá se pratica um automobilismo INCOMPARAVEL, a qualquer outro estado no Brasil, (não querendo desmerecer nenhum dos outros estados que tive a oportunidade de estar e participar de provas). É que eles tem muita tradição, eles tem o automobilismo no sangue e no coração, igual a eles não existe outros. Digo isso porque, quando da ocasião dessa corrida fomos muitíssimo bem recebidos por todos de lá ( evitarei citar nomes, pois foram tantos e corro o risco de esquecer de alguém), mas tem um que não posso deixar de citar o inesquecível e querido amigo, o preparador Hamiltom, que nos acolheu como verdadeiros irmãos, e também porque eu era o único louco que vinha de São Paulo para participar com eles de uma prova em Tarumã-RS.

Convém lembrar que na época meu Speed, obedecia ao regulamento paranaense, que era bem diferente do regulamento gaúcho, portanto para me enquadrar e ter condições de participar juntamente com os demais, tive que efetuar algumas modificações em meu carro, portanto tive que também tomar emprestado um jogo de rodas e pneus aro 13, pois originalmente eu corria com aro 14.Não precisa nem dizer que o  comportamento do carro tornava-se bem diferente, inclusive até mais rápido, porem não podia fazer muita coisa pois alterava-se também a relação de cambio, que não pude mexer, então tive que me adaptar com o que tinha no momento.

 

Vamos então para uma volta na pista mais rápida do Brasil:

 

-Saindo dos boxes, já adentramos na reta de chegada bem próximos a temida e assassina curva 1 (lembrem-se do Giovanni Salvatti e alguns outros), ainda não temos uma noção de giro nem velocidade, pois estamos começando a acelerar.

-A curva 1 além de ser longa e de altíssima velocidade, é também desafiante e temida pela maioria dos pilotos, pois no nosso caso (obedecendo as características técnicas do carro utilizado) tem que ser feita em 4º marcha e com o pé embaixo, pois já estamos vindo na reta em descida e no embalo, é só dar uma pequena aliviada, apontar o carro, sentir se está seguro, e cravar novamente o pé embaixo, trabalhando o volante para dentro, pois ela te joga para fora, fazemos ela a aproximadamente 186/188 kms p/hora a um giro de quase 6.100 rpms.

-Breve alivio na reta pequena que antecede a curva 2, só dá para dar uma rápida olhadinha nos instrumentos, e continuamos acelerando sempre em 4º marcha, seguindo para a curva 3, também suave e rápida, e nessa altura com o motor cheio, giro alto a aproximadamente 5.500 rpms.

-Estamos a frente na entrada da Curva do Laço, freiada forte e redução brusca, alias a única, pois seguindo adiante é só pé embaixo, praticamente sem mudança de marcha, logicamente dependendo do carro e de como o piloto poderá mantê-lo dessa forma.

-Saindo da Curva do Laço, um trecho de duas curvas bem suáveis, a curva 5 e a curva 6, praticamente retas e rápidas, que antecede a temida Curva Tala Larga.

-A Tala Larga, é um cotovelo em descida, onde exige-se grande perícia e sangue frio dos pilotos. O giro é bem instável, e não se dá tempo nem de ler os instrumentos, a concentração tem que ser total, pois um instante de desatenção, coloca todo o trabalho da volta em risco e consequentemente na corrida também.

-Feita a Curva Tala Larga , entramos num pequeno trecho também rápido, que antecede a curva 8, giro alto aproximadamente 5.800/5.900 rpms.

-Estamos na entrada da curva 9. Curva bastante desafiante, pois também tem redução brusca, não se pode deixar o motor cair de giro, e será preciso entrar e contornar bem ela, para se poder sair também em velocidade boa, pois a mesma antecede a reta de chegada que tem um trecho em subida, depois muda para descida, giro constante na entrada da reta em torno de 5.900 rpms, e pé embaixo ,aproximando-se da descida, ponto de altíssima velocidade, e tendo pela frente mais uma vez a temida curva 1.

-A volta é tão rápida, que parece que o circuito é pequeno, porem super desafiante e agradável de se pilotar, e também impossível de se esquecer.......

 

Claro que hoje a época é outra, os carros são ainda muito mais rápidos, eficazes e seguros, mas tentem imaginar a quase 20 anos ou mais atrás, como era empolgante e maravilhoso pilotar numa pista dessa, sem muita tecnologia e sem muito recurso, apenas no braço , apenas na raça e na vontade de se fazer o melhor a cada volta.

 

É impossível de se esquecer, e quem teve a sorte de viver isso jamais esquecerá.........

 

PEDRO GARRAFA


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 Abril de 2011, pedi ao meu grande amigo Pedrão, pequeno por fora mas um gigante de alma e coração, que nos contasse como pilotava no Taramã, eis a resposta...

Fraterno abraço Pedrão

Rui Amaral Jr