A VERDADE NÃO SERIA BASTANTE PLAUSÍVEL SE FOSSE FICÇÃO - Richard Bach

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Histórias...

 


 Meu amigo Zé Carlinhos vinha me falando deste belo projeto há muito, na verdade o nome dele é Carlos, mas eu o chamo de Zé, velho fotógrafo do automobilismo. Numa live ouvir pilotos e outros participantes do automobilismo contarem suas histórias, na verdade abrirem suas vidas. Com perguntas de amigos pré-gravadas e os espectadores fazendo-as ao vivo. Então o Zé se juntou ao Rodrigo Carelli, que já tinha um canal no YouTube onde falava de automobilismo, blogueiro sério, coisa difícil hoje em dia e conhecedor de nosso automobilismo, e hoje levam estas entrevistas que mostram a alma de nosso automobilismo,

Entre outros vou citar meus amigos Luiz Evandro “Águia” Campos, que num show de memória contou por mais de três horas suas aventuras como piloto e outras atividades que teve dentro do automobilismo, do Fabinho Sottomayor e todos outros. 


Abaixo vou deixar o link do canal onde vocês encontram todas entrevistas e na barra lateral um link permanente para o programa, onde vocês poderão vê-las completas.

Link - para o canal.






Como as “lives” são longas, as vezes não conseguimos acompanhar na integra, mas todas estão no canal para sempre, e o bom é que podemos sorvê-las em qualquer tempo disponível, um registro para a história.

Você que tanto batalhou conseguiu Zé.

Ao Rodrigo e ao casal querido Denise e Zé muito sucesso sempre e parabéns.

 

Rui Amaral Jr


sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Lembranças...

 

Fotos de Ricardo Suplicy Goes filho do Agnaldinho.

 Outro dia no Facebook uma imagem me chamou atenção, estava numa página denominada Interlagos Antigo (link), que sempre aparece em meu perfil do Histórias. Sei que já escrevi várias vezes sobre os 500 Quilômetros de Interlagos 1961 várias vezes, mas vendo a foto, que não sei quem é o autor, lembranças me vieram a mente, e resolvi dividir com vocês.

Meu irmão me contava que o motorista do carro madrinha havia contado a ele que era apavorante andar na frente das feras com um carro que devia ter uns quarenta hps, as feras vinham pressionando o tempo todo.

E na foto que deve preceder a largada nota-se isto, as feras emboladas a Ferrari Testa Rossa de Aguinaldinho de Goes tentando se enfiar entre os ponteiros, a Maserati de Celso Lara visivelmente irrequieta e lá no meio do pelotão meu irmão bem quietinho num canto da pista logo após a saída da Junção. Garoava forte, foi sua primeira e única corrida e fico imaginando a tenção da largada, notem os pneus molhados.

Notem lá no alto da foto a curva Três e como era inclinada na época, lembrei daquele dia em que fui a um treino, lá um mecânico pilotando uma Ferrari voou, não sei o nome dele e nem de quem era a Ferrari.

Lembro muito bem que de repente os boxes ficaram vazios, todos desciam ao local do acidente, eu com nove anos fui atrás, ali ao lado dos carros que estão à esquerda na pista, vocês podem ver o mato cortado e amontoado ao lado, pois no dia em que descia ele estava bem alto, eu na beira da pista só prestando atenção se não vinha nenhum carro. Para atravessa a Junção, com o mato também muito alto prestei muita atenção, poderia vir um carro apesar da corrida e treinos ser apenas pelo Anel Externo.

Lembro depois de atravessar a pista e subir até a Três, era um subidão, chegando lá uma ambulância parada, todos pilotos que havia visto e conhecido nos boxes, não lembro de ver meu irmão ou o Luciano. E lembro perfeitamente dos socorristas carregando na maca o mecânico ferido, não tenho e mínima ideia do que aconteceu com ele.  

Da corrida... Não, não me deixaram ir, provavelmente neste dia que relato minha mãe estava viajando e pude ir com os dois plays boys, meu irmão e o Luciano!

Bem, dez anos depois fiz o caminho inverso, pois num dos treinos de minha primeira corrida dei uma deliciosa rodada na Junção, daquelas que depois de sentir o carro saindo vê-se a pista de onde vinhamos e logo rodar mais.   Como o Autódromo saía da grande reforma o acostamento ainda era de terra e o carro ficou encalhado na parte interna da curva. Este foi o primeiro de muitos que dei naquele ano de aprendizado.

Nesta outra foto, que já mostrei aqui, o acompanhante no Gordini parece pedir calma às feras, notem que estão todos mais ou menos “calmos” e alinhados! rs Vejam a descida que era da Três.

 

Obrigado por aturarem minhas lembranças, abraço a todos.

 

Rui Amaral Jr


quinta-feira, 8 de agosto de 2024

terça-feira, 6 de agosto de 2024

FANGIO NO BRASIL -

Fangio recebe a bandeirada do Rio de Janeiro
A Cupecita hoje no museu de Balcarce.

  Ano de 1941. O Brasil quer desenvolver o seu automobilismo e aposta em eventos tão impactantes quanto os melhores da Europa. Já havia o Circuito da Gávea no Rio, disputado desde 1933. Pensava-se agora em criar uma corrida de longa duração aos moldes da conceituada Mille Miglia italiana. Surge então O Grande Prêmio Automobilístico Getúlio Vargas, competição de 3.371 quilômetros disputada em estradas e passando pelos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Como convidado especial, vem da argentina um campeão local cuja carreira começara seis anos antes, um homem de Balcarce, um certo Juan Manuel Fangio, a quem todos chamavam El Chueco. 


Aos trinta anos Fangio ainda com cabelos abraçado  a um dos irmãos Galvez, o uruguaio Jorge Mantero encostado no carro e de óculos o embaixador argentino Labougle.
Os irmãqos Galvez, Oscar e Juan.





Para a prova no Brasil, Fangio traz sua fiel cupecita Chevrolet 1940 e como acompanhante o amigo Antonio Elizalde, que se não era um grande conhecedor de mecânica, tinha uma memória excelente para decorar caminhos. Da Argentina, também viriam para a prova, os irmãos Oscar e Juan Galvez, que pilotariam um Ford V8. Outro estrangeiro presente era o uruguaio Jorge Mantero, também de Ford. Os demais participantes eram brasileiros, distribuídos entre os mais diferentes carros, como Fords, Mercurys e um Fiat...A prova, com a primeira etapa disputada entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte (541 km), apontou vantagem dos Galvez, com Fangio em segundo. A etapa seguinte, de Belo Horizonte a Uberaba, de 606 km não apresentaria novidades, como os Galvez ainda liderando com Fangio logo depois e Mantero em terceiro lugar. O panorama começou a mudar na terceira etapa, 547 km de Uberaba a Goiânia, no dia em que Fangio completou 30 anos, correndo com o carro numeral...#30. Os irmãos Galvez, com Oscar ao volante, tiveram uma capotagem que os atrasou um pouco, embora já ocupassem a segunda posição quando chegaram a Goiânia. O dia seguinte, 25 de junho seria de descanso, pois a próxima etapa, os traria até Barretos em 592 km de percurso. O uruguaio Mantero, tentando imprimir um ritmo mais forte, teve um pneu estourado em alta velocidade e capotou espetacularmente, praticamente saindo da disputa pois perdeu muito tempo em reparos. Melhor para o brasileiro Julio Vieira e seu Ford V8, que passou a defender a “honra da casa”. Próxima etapa, ainda no estado de São Paulo, de Barretos a Poços de Caldas (512 km), consolidou a liderança de Fangio, perseguido pelos Galvez e com Julio Vieira cinco horas e meia atrás do ponteiro. A penúltima etapa, de 490 km entre Poços de Caldas e São Paulo-capital, seria no mínimo movimentada, pois os dois carros argentinos líderes da competição, foram...desclassificados. O motivo: não haviam passado pelo posto de controle de Itapecerica, o que provocou o protesto dos pilotos brazucas. Fangio e os Galvez justificaram-se falando de seu total desconhecimento da rota, além da falta de sinalização. Dessa forma, o brasileiro Julio Vieira pode comemorar sua isolada vitória numa etapa, no dia em que Fangio ficou numa singela décima-primeira posição. 

O brasileiro Julio Vieira ao lado de Juan Galvez.
Passando pela bela Bananal.
A Cupecita e Fangio largando para vitória.




Mas a lógica retornou no último dia, de São Paulo ao Rio de Janeiro, 443 km, com vitória de Oscar e Juan Galvez e Fangio, “administrando”, em segundo, fazendo o suficiente para vencer o GP Presidente Getúlio Vargas. Possivelmente, os dirigentes da GM do Brasil devem ter se arrependido de quando aquele argentino de pernas tortas e voz suave os procurou para pedir-lhes apoio em sua participação na prova e foi dispensado com a justificativa de que tinham certeza que um Ford venceria a competição...Essa foi a primeira das seis vezes que Fangio correu (e venceu) no Brasil. Ele retornaria três vezes em 1952 e já no final de sua vitoriosa carreira em 1957, quando venceu o GP Cidade de São Paulo e a prova na Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro. Seis provas; cinco vitórias, um abandono...

A meus netos, Yasmin, Yzabelli, Emanuell e Pietro.

 

Carlos Henrique Mércio - Caranguejo 


Fonte de pesquisa e fotos: Uberaba em Fotos

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